Capítulo 84

Maddy P.O.V

  Depois da nossa conversa na cafeteria saímos de lá e voltamos para a casa, a mesma se ofereceu para limpar a bagunça, e não fiz questão. A casa realmente estava um caos. Logo a Madelim fora ao mercado comprar ingredientes para fazer um almoço para todos. Eu me sentia culpada de certa forma, pelo fato de não ter perdoado minha mãe. Ela estava lá, naquela casa e em toda minha vida. Sinto que eu posso dar uma segunda chance a minha mãe, deixá-la mostrar seu lado nunca visto. Assim, talvez eu consiga perdoar o Shawn, mas eu não estaria dando uma segunda chance ao Shawn e sim, uma de várias que já foram dadas há muito tempo. Exatamente tudo estava me levando a pensar nele. Cada canto da minha casa. O cheiro nas toalhas e lençóis. Cada ponto do meu corpo tocado pelo mesmo, ainda podia sentir a pele formigar. Sentia que eu podia continuar, mesmo sem ele. Faria falta? Muita, mas continuaria. Eu preciso pensar mais...

— Mãe. — a chamei.

  Ela olhou para mim e sorriu.

— Diga. — incentivou.

— Eu te desculpo, sei que está aqui para me ver tanto quanto a Lydia e para se desculpar, como já fora dito. — fiz uma pausa pensando nas palavras que poderia dizer. — Não se culpe, eu que tenho que pedir desculpas a você, por odiá-la por tantos anos. Eu que a culpava. — disse.

  Madelim continuou a me olhar e veio até mim me abraçando forte.

— Desse jeito você vai me matar asfixiada. — disse sentindo o ar dos meus pulmões escaparem.

— Desculpa. — disse rindo e limpando algumas lágrimas de suas bochechas. 

— Essa comida já está pronta? — perguntei.

— Sim, me ajuda a colocar os pratos na mesa? — assenti.

  A relação comigo e com minha mãe poderia ser boa, até demais. Mas eu sentia que ela poderia me mostrar seu melhor nunca visto.

[...]

  A comida foi posta na mesa e só estávamos esperando os bebezões virem para sala de jantar.

— NÃO VOU CHAMAR DE NOVO! — gritou a minha mãe.

  Essa era a primeira fez que almoçaria ou vinha para passar o tempo com meus amigos todos unidos, não que naquela festa não estivéssemos, mas agora era diferente. Só éramos nós.

— Mãe, se quiser pode ficar na minha casa. Há mais quartos, mais espaço. — disse.

— Tudo bem, depois resolveremos isso. — falou.

  Sorri sem mostrar os dentes. Ouvi risadas e gritos vindo do corredor.

— A CAVALARIA ESTÁ CHEGANDO COM FOME SRA. CAMPBELL! — gritou alguém.

  Ri daquilo e pus a colocar comida no meu prato antes que não sobrasse nada.

  Todos entraram na sala de jantar e sentaram nas cadeiras, logo no final da gritaria eu vi o Shawn com a Elizabeth. Ela parecia cansada e estava com as mãos nas costas. Ela fazia uma tremenda cara feita, parecia sentir dor.

  Sentei na cadeira e comi enquanto o pessoal conversava entre si. Haviam dois lugares na minha frente, e eles foram ocupados por quem menos eu queria.

— Maddy vai continuar a fazer greve com o Shawn? — perguntou o Bruno.

  Ele, sem exceções, era o mais chato e insuportável do nosso grupo.

— Bruno, não enche. — disse com os olhos na minha comida.

— Mas é sério, até quando vão ficar sem se falar? — perguntou.

  Pouco a pouco a conversa foi parando, todos prestavam atenção na pergunta que o Bruno fizera. E isso causou com que apenas o barulho dos talheres tomassem conta do lugar. Senti alguém apertar a minha mão e olhei quem fora, era o Nash. Ele passava uma certa confiança para mim.

— Sou incapaz de responder essa pergunta. — disse.

— Maddy pelo amor! Não aguento o Shawn chegar bêbado em casa e os olhos vermelhos. Não, ele não usa drogas, só é abstinência de você mesmo. E olha que o Shawn é um completo babaca quando está bêbado, e ele parou com suas babaquices.

— Bruno já chega. — esbravejou o Shawn.

— Pelo menos ele agora não vai precisar beber para fazer babaquices, ele faz isso muito bem sóbrio. — disse.

— O que está acontecendo? — perguntou a minha mãe entrando na sala com um bolo de carne numa bandeja.

— Só estamos querendo saber o real motivo da Maddy ter terminado com o Shawn. — o Bruno voltou a falar.

  Aquilo realmente estava me deixando desconfortável.

— É Maddy, nos conta. — disse a Elizabeth.

  Agora a minha mão na do Nash estava entrelaçada por completo.

— Aposto que você gostaria de dizer como tudo começou. — continuou a mesma.

— Bom, então eu digo. — disse se endireitando na cadeira.

— Chega! — disse o Shawn que levantou em um pulo. — Parem com isso, não pode nem mais comer que já vira um motivo de briga. — disse.

— Quem está brigando aqui Shawn? — perguntei.

  Ele me olhou e travou seu maxilar.

— Você. — falou.

  Soltei uma risada de escárnio.

— Bom, eu não comecei com isso. — disse e olhei para ele.

— Quer nos dizer quem começou? — perguntou a Elizabeth bebericando sua água.

— Você, quando fez aquela proposta sem pé e nem cabeça para ele. E ele, como já não pensa com a de cima, aceitou. — disse.

— O quê?! — falou o Aaron.

— Explica isso direuto. — disse a Mona.

  Seria muito egoísta da minha parte dizer tudo que aconteceu comigo e com o Shawn na frente de seus próprios amigos, mas ele tirou algo mais valioso do que o amor que eu sentia por ele. O Shawn, literalmente, havia roubado todo o meu orgulho e o ato de dizer não.

— O filho que a Elizabeth espera, é do Shawn. — disse.

  Ele engoliu em seco.

  O Shawn olhou para todos que estavam de cabeça baixa e empurrou a cadeira para sair dali.

— Você não tinha esse direito. — murmurou quando passou por mim.

— Você também não tinha quando me traiu e mentiu para mim. — disse segurando seu pulso.

 Ele puxou seu pulso da minha mão e saiu da sala de jantar com raiva e logo escutamos o ronco da sua moto.

— Olha o que você fez! — disse a Elizabeth levantando e saindo da sala de jantar também.

  Todos voltaram a comer e o clima não voltara a ficar confortável.

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