Capítulo 83

Maddy P.O.V

  A festa fora uma loucura, literalmente. Tive a grande oportunidade de beijar que, pelo que a Lydia falou, causou um certo desconforto no Shawn, mas uma enorme vontade de bater palmas vinda da Cloe. Eu imaginava que a festa seria um porre, mas a partir do quinto copo de cerveja eu tive a certeza de que eu teria uma noite e tanto. Não lembro como eu acabei na cama, mas lembro que paguei uma para alguém. Eu havia dormido no mesmo quarto que o Nash e me perguntava se não teria sido para ele que havia feito. 

  Levantei e olhei para o chão onde o Nash se encontrava em uma situação precária e roncando para variar. Abaixei meu vestido e peguei meus saltos, eu estava realmente muito atrasada para a sessão de fotos depois que eu olhara pelo relógio de pulso do Nash.

  Hoje era o dia das mães e eu sentia falta da minha, sentia falta de suas críticas e, por mais que ela não gostasse de mim eu a amava. Desci as escadas e escutei risadas. A casa em si estava uma bagunça imensa, fui andando até onde vinha as risadas e encontrei a Lydia e a minha...

— Mãe? — chamei.

  Ela abriu um sorriso cativante e veio me abraçar.

  A Lydia fez uma careta insinuando como eu estava e abriu um sorriso para que eu imitasse. Eu ria eu realmente ria, mas era de nervoso.

— O que faz aqui? — perguntei.

— Não posso mais visitar minhas filhas? — perguntou.

— Não é isso, é que você nunca veio nos visitar. — falei.

— Ora! Agora estou aqui e quero saber como as minhas pequenas estão. — disse e me olhou. — O que vocês acham de tomarmos café numa padaria? — sugeriu.

— Desculpa, mas eu tenho uma sessão de fotos agora, estou realmente atrasada. — disse olhando a hora no celular.

— O Fêlix ligou avisando que cancelaram. — disse a Lydia comendo uma maçã.

— Agora podemos ir? — perguntou minha mãe pegando sua bolsa. — Quero saber quem vai arrumar essa bagunça toda. — reclamou. — SHAWN! — gritou o nome do diabo.

— Sra. Campbell. — disse e veio abraçá-la. Virei para Lydia e coloquei dois dedos na boca, ela riu mais logo voltou a ficar séria.

— Nós estávamos saindo para tomar café, quer vir junto? — perguntou confiante. 

  Suspirei logo depois de ter revirado os olhos.

— Eu... não acho um boa ideia Sra. Campbell. — disse me encarando.

  Minha mãe seguiu o olhar do Shawn e abriu um pequeno sorriso de canto de boca me olhando.

— Mas eu penso o contrário. — disse e saiu arrastando o Shawn pela porta de saída.

[...]

  Nunca achei que teria uma manhã tão boa do lado da minha mãe e principalmente do Shawn, eu realmente não estava acreditando no que estava acontecendo. Foram tantas risadas das histórias malucas que minha mãe contava. Não vou dizer que estava confortável com o Shawn ali, em toda manhã, não havíamos trocado uma palavra sequer. Depois de duas horas o Shawn foi embora Eu soltei o ar que nem sabia que segurava nos meu pulmões. A Lydia também foi, e só ficou eu e minha mãe comendo pãezinhos numa mesa na calçada observando as pessoas passarem. O clima foi piorando o que começou a deixar minha mãe tensa.

— Eu percebi que o Shawn estava te olhando a todo tempo. — disse bebericando seu café.

— Se eu fosse ele, levantaria as mãos e agradeceria por ter essa visão maravilhosa. — debochei.

— Você não me surpreende mais em nada. — riu.

— Ainda não cheguei no meu limite. — respondi.

— É porque você já está nele, querida. — disse.

— Palavras do seu novo vocabulário, Madelim. — chamei-a pelo seu nome.

— E você está aprimorando sua língua afiada. — estreitou os olhos por detrás da xícara. Ri.

— Por que veio para cá? — perguntei. — Sei que não foi para nos ver, nem muito menos passear pela cidade. — disse.

  Ela suspirou e tirou o cabelo do rosto quanto um vento frio passou por ali. Olhou as pessoas que passavam e voltou a me encarar.

— Você tem razão, não vim para passear pela cidade. Mas vim especial para ver você. Não sou, nem nunca vou ser a melhor mãe. Eu queria realmente ter tido aulas de como ser mãe. — sorriu. — Você não tem noção do quanto eu me sinto culpada por ter culpado você pela morte do seu avô. Sinto falta dele. — falou e olhou para o céu, fugindo de me encarar. — Sua vó estava fazendo greve. — riu. — Falou para que eu pensasse nas minhas atitudes, e o quanto elas pesavam não só em mim, mas em outras pessoas. Em você. Maddy, eu quero te pedir desculpas, por aquilo. — disse deixando a xícara de lado e tocando em minha mão.

  Recolhi a mesma em um gesto um tanto abrupto, ela vez o mesmo e voltou a pegar sua xícara.

— Por aquilo, ou por tudo que você fez comigo em toda sua vida? — perguntei.

— Do que está falando? — perguntou.

— Cá entre nós, mãe. Você sempre me maltratou em toda minha infância e adolescência, colocando a culpa em tudo que a Lydia fazia em mim. — ela riu.

— Você acha mesmo que eu fazia isso? — perguntou, assenti. — Isso é ridículo, Maddy Campbell. — disse.

— Você falou que queria que eu fosse como ela. — falei sentindo repugnância.

— Aquilo foi no calor do momento, eu nunca faria isso com você.

— Pois você fez. Você fez com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo e, principalmente, a mais inútil que existe. — disse.

— Desculpe-me se fiz com que você se sentisse assim! Maddy, eu realmente venho me culpando por tudo que já fiz com você. Eu sou sua mãe, sei que não estive presente nos momentos que você mais precisava, mas eu te amo. — voltou a segurar a minha mão, agora com mais força. — Tudo que eu te peço é que me perdoe, mas se não quiser, tudo bem. Eu vou entender que é assim a forma que eu tenho que pagar por tudo que eu fiz. 

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