Capítulo 79
Maddy P.O.V
Faziam exatamente dois dias que o Shawn não falava comigo, não atendia minhas ligações ou respondia minha mensagens. Isso estava me deixando muito preocupada.
— Maddy você já está me deixando frustrada de tanto que você anda de um lado para o outro. — disse a Cloe.
— Se fosse o Aaron aposto que estaria do mesmo jeito. — rebati.
— O Shawn não morreu não. Ele não é tão burro para deixar isso acontecer. — disse o Bruno, o olhei com um olhar desafiador e, ele parecia arrependido pelo que falou.
Já não sabia quantas vezes havia ligado para ele e sempre caía na caixa postal.
— Nós sabemos onde ele está, é só írmos até lá. — disse a Lydia. — Simplesmente simples.
— A gente pode saber onde ele está, mas eu garanto que ele não vai ser encontrado tão fácil. — disse o Jhon. — O Shawn nessas situações só aparece quando quer. E aposto que ele não quer ser encontrado.
— Se você não aparecer aqui em menos de vinte quadro horas eu vou enfiar a minha mão na sua cara. — disse brava para sua caixa postal.
— Se a Cloe falasse isso para mim, eu voltava em menos de meia hora. — disse o Aaron fazendo a Cloe rir.
— Agora é esperar e ver o pau comer. — disse o Holland.
[...]
Olhava através da janela enquanto as horas se passavam vagarosamente e me perguntava o que diabos eu fazia ali, parada sem fazer nada. Eu sabia onde ele estava, o rastreador no seu celular fora eficaz. Aproveitei que o Issac deixou o laptop aberto e dei uma breve olhada. Ele continua no mesmo lugar.
O Jhon disse que ele não queria ser encontrado, mas eu vou encontrá-lo.
Peguei as chaves do meu carro e dirigi até onde o Shawn se encontrava. Várias coisas passavam pela minha cabeça e uma delas era ter vindo aqui para nada, ele poderia ter jogado o celular em qualquer lugar.
O lugar era uma casa, mais aparentava ser uma clareira, era um pouco distante da cidade, mas quando vi sua moto na calçada, minha dúvida sobre ele ter jogado o celular se dissipara. Diante sua moto havia um carro, ele me era familiar.
Isso não era nada bom...
Estacionei o carro um pouco afastado da casa e fui andando até a fachada com passos leves. As janelas estavam fechadas e uma leve cortina branca, agora amarelada com o tempo, tapava minha visão. Vi duas silhuetas sob a luz que era lançada como um projetor de filme contra a cortina. Pareciam brigar e algo fora lançado contra a parede, o que fez com que eu me afastasse. Fui em direção a porta dos fundos e girei a maçaneta devagar. Estava destrancada.
Andei com passos leves e me escondi entre uma parede que dava para sala, pude ver o Shawn e ele parecia super nervoso.
— VOCÊ ESTÁ BLEFANDO! — Shawn gritou.
— Shawn, eu juro que não fiz por mal... — disse uma voz feminina.
— PARA DE DIZER QUE NÃO FEZ POR MAL! — gritou de novo. — Você vai sumir com... essa coisa. — pude sentir nojo na voz do Shawn.
Eu conseguia vê-lo, mas com quem ele gritava, não.
— Shawn, mas você vai assumir querendo ou não, o filho é seu. — disse a voz feminina e, nessa hora ela havia levantado e pude ver quem era, a Elizabeth.
— Esse filho não é meu. — disse o Shawn convicto do que falava.
— Eu posso mostrar os testes, eu posso comprovar. — disse a Elizabeth aos prantos.
— Não me interessa. — falou o Shawn.
— Por quê? Não quer que sua namoradinha saiba né? — perguntou com raiva. — Ah! esqueci que ela também não sabe que você vinha transando comigo, e que você ainda teve a cara de pau de dizer que era tudo mentira, ela acreditou, pobre Maddy. E para finalizar, pediu ela em namoro para oficializar o peso na consciência. — disse a Elizabeth
— Não fale da Maddy, não ouse citar o nome dela. — disse o Shawn bravo. — Posso ter omitido coisas para ela, mas nada é comparado ao que você fez com ela.
— VOCÊ TRANSOU COMIGO DURANTE DOIS LONGOS MESES E ELA NEM SUSPEITOU! Acha mesmo que ela vai te perdoar depois que descobrir o que você fez? — perguntou.
— Não, talvez ela nunca mais queira olhar na minha cara, mas valeu à pena. Agora posso acabar com quem queriam e que querem machucá-la. — disse. — Eu não sou o pai dessa criança, nunca transei com você sem camisinha.
Assim, em questão de segundos, senti meu sangue gelar e, nesse momento no lugar da preocupação, a raiva tomou conta. Sim, a vontade de entrar naquela sala e bater trezentas mil vezes no rosto do Shawn era tentadora.
Deus agradeço por não ter colocado rímel antes de sair...
— Não tente acabar com meu relacionamento com a Maddy. — disse o Shawn.
— Sinto muito, mas ele já acabou. — sibilei antes de sair pelo mesmo lugar que havia entrado.
[...]
A vida não tem sido justa, não comigo, nem com ninguém. Toda vez que eu sinto que vou me dar bem, acabo levando uma rasteira de quem menos imaginara que levaria na vida. Ele mentiu, me traiu, sumiu e vai ser pai. Bom, essa última eu juro que podia me imaginar no lugar de qualquer mulher, portanto que ele ainda estivesse comigo.
Observava atentamente a luz que pendia do teto, ela estava apagada, e podia me identificar com ela. Com medo. Raiva. Decepcionada. Ele tinha muito sangue frio para fazer o que fez.
Shawn 1
Maddy 0
Esse era o placar. Fui burra de ter me deixado levar pela ilusão de que eu poderia mudá-lo, mas a verdade é que ninguém muda, apenas evoluímos. Para o bem ou mal. Certo ou errado, é você quem escolhe. Ele poderia ter escolhido...
Escutei o telefone fixo que ficava no meu criado mudo tocar e, depois de alguns segundos entrar na caixa postal.
— Amor, desculpa. Eu estou voltando para casa e, você não atente seu celular então resolvi ligar pelo fixo, por favor atente. Você deve estar bem brava comigo, mas vou passar na sua casa para gente conversar. Eu vou levar alguma coisa para gente comer e depois assistimos um filme.
Escutei o bip da caixa postal. Desci vagarosamente para sala e fechei todas as janelas e portas, não queria o Shawn mais aqui.
Sentei no sofá e fiquei olhando para lareira apagada. Apenas deitei no sofá e fechei meus olhos pensando e repensando em tudo que eu faria e no que diria. Deixei que algumas lágrimas escorressem e caíssem deixando uma mancha no sofá. Mil palavras não ditas e um rastro de quem eu fora um dia.
"Era o doce e melancólico final da taça do vinho. Doce e sutil o ato de amar. Amargo o final que não era previsto, assim como foi sentido o toque de uma doce e ingênua mentira".
– Aryanne.
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