Capítulo 75
Shawn P.O.V
Por que eu não disse logo a verdade para Maddy? Essa história iria acabar muito, mas muito mal. Eu preciso fazer com que ela esqueça toda essa história.
Eu preciso falar com alguém.
Seria muita burrice falar com ela, mas naquele momento deveria ser a única pessoa que me entenderia. Peguei meu celular e liguei para Lydia.
— Você está em casa? — perguntei.
— Sim. — respondeu.
— Vem aqui em casa, agora. — disse.
— Tudo bem, mas se for para falar merda avisa logo. — falou.
Desliguei e fui para o banheiro e tomei o banho mais rápido de toda a minha vida. Sai do banho e coloquei uma camisa junto com uma calça de moletom. Enquanto descia as escadas, pensei seriamente em dizer que era besteira.
É a irmã da Maddy! Pode muito bem atravessar a rua e dizer tudo a ela.
— Vim assim que me ligou. — falou. — O que houve? — perguntou franzindo as sobrancelhas.
— Olha. — disse sentando em uma poltrona à sua frente. — Tudo bem. Enquanto eu estava em NY a Elizabeth me achou e veio falar comigo.
— Está de sacanagem comigo, Mendes. — disse.
— Me escuta, porra.
— Continue. — disse.
— Na manhã seguinte que a Maddy estava comigo, a Elizabeth chegou no meu apartamento e pediu para que fossemos conversar a sós. Fomos até meu escritório e ela me ofereceu um acordo...
— Shawn, espera aí. Se for o acordo que eu estou pensando. Você nunca vai ter o perdão da Maddy, você sabe disso, não sabe? — perguntou.
Eu queria muito dizer que não era esse tipo de acordo ao que ela se referia, mas era tarde demais para que eu dissesse o contrário. E, infelizmente, eu não posso voltar no tempo e desfazer tudo o que fiz de errado na minha vida.
— Sim. — respondi e baixei a cabeça.
— Que merda, Shawn! — disse sentando de volta ao sofá. — Qual era a parte dela no acordo? — perguntou.
— Informações sobre o Henry. — falei.
— Ego idiota. — falou. — Quando foi o último encontro? Semana passada? — assenti. — Ótimo, e quando será o próximo? — perguntou.
— Hoje. — respondi.
— Certo, agora trate de acabar o que vem fazendo com ela, seja lá o que for. Tenho toda as informações necessárias para que possamos acabar com o Henry. E antes que você me pergunte, não eu não vou dizer nada a Maddy, até porque quem vai fazer isso é você e, espero que seja o quanto antes. Por que puta merda, eu não aguento mais ver ela choramingar dizendo que ela foi a culpada dessa história.
Ouvi tudo calado enquanto permanecia sentado e com a cabeça baixa e as mãos juntas. O peso de poder sentir a culpa da Maddy, era absurdamente insuportável, estava me corroendo por dentro.
A Lydia foi embora me deixando sozinho assim, sem mais nem menos.
[...]
Era 00:00, quando estava deitado na minha cama olhando para um ponto que nunca fora visto antes. Até que vi uma luz ofuscante vinda da rua, levantei indo até uma janela próxima, era o carro do Fêlix, ele havia se mudado para morar com o seu namorado.
As coisas já estavam ficando feias na casa da Maddy, pelo visto ela tava pior do que eu imaginara.
Peguei as chaves da minha moto e fui até a garagem, tirei a mesma e fui em direção ao ponto de encontro das outras noites escuras e sem vida.
Está na hora de acabar com tudo isso.
Cheguei no Motel e me dirigi até o quarto onde a Elizabeth já me esperava com as pernas abertas. Peguei a sua camisola em cima do criado mudo e joguei em cima dela.
— Está de mal humor hoje, Shawn? — perguntou.
— Não, mas como você já está acostumada fazendo as pessoas de idiota e bonequinhos, eu estou sim de mal humor, mas é só e exclusivamente com você. — disse.
— Eu fiz alguma coisa de errado? — perguntou.
— Depende, você fez? — perguntei logo vendo a mesma piscar várias vezes em sinal de confusão. — O que você disse a Maddy no dia da briga de vocês? — perguntei agora sendo mais exato.
— Eu não falei nada. — disse. — Shawn... — disse se aproximando.
— Não. — falei. — A questão é, o que você realmente quer? — perguntei.
Bufou.
— Quero que você seja único e exclusivamente meu. — falou.
— Eu sinto muito, mas não posso te dar o que você quer.
— Claro que pode, só deixar a Maddy. — disse. — Aposto que ela acreditou no que eu falei sobre a gente, até porque, é tudo verdade. — murmurou.
— VOCÊ FALOU O QUÊ? — gritei.
— Falei toda verdade, contei que estávamos transando e que você à trai. Pronto. — falou.
— EU DISSE PARA ISSO SÓ FICÁSSEMOS ENTRE NÓS SUA INÚTIL! — gritei de novo.
— NÃO ME CHAME DE INÚTIL! VOCÊ NÃO FOI CAPAZ DE MANTER A FIDELIDADE COM ELA!
— E NEM VOCÊ COMIGO! — falei.
Peguei a primeira coisa que estava do meu lado e joguei contra a parede.
— Nosso acordo acaba aqui e, se tentar machucar a Maddy ou qualquer pessoa da minha família ou amigos, se considere uma pessoa marcada pelo resto da sua vida. Garanto que vou fazer dela um tremendo inferno. — disse e peguei minha jaqueta.
— Pense bem no que vai fazer depois que sair por esta porta Mendes, garanto que a sua vida não será diferente da minha assim que o Henry descobrir que você me usou. — disse.
— Que seja. — disse bem perto do seu rosto.
Saí de lá e dirigi até a casa da Maddy, precisava conversar com ela, mas não vou contar que dormi com a Elizabeth. Preciso de tempo para pensar em quando dizer e como dizer. Provavelmente ela me odiará pelo resto da sua vida.
Toquei a campainha e esperei. A porta foi aberta revelando a Maddy com os olhos inchados e os bochechas molhadas. Ela revirou os olhos e ia fechar a porta quando coloquei minha mão na frente.
— O que quer? — perguntou.
— Precisamos conversar. — disse e entrei.
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