Capítulo 68
Maddy P.O.V
Deixei o celular de lado e fui ajudar a Cloe a fazer a pipoca enquanto ninguém havia chegado, além de mim, da Lydia e do Fê.
— Eu quero fazer um doce típico do Brasil, quando eu ia nas confeitarias havia muuuuuuito. — disse.
— O brigadeiro né? — perguntou a Cloe com um saco de milho nas mãos.
— Sim. — disse.
— É bom demais. — disse a Lydia.
— Acho que só eu ainda não comi essa coisa.
— Não é essa coisa, é a coisa. — disse.
Pouco tempo depois batidas desesperadas na porta chamaram nossa atenção.
— Já vai porra. — disse o Fêlix.
O Fê abriu e vi o Shawn e o Aaron entrando com umas sacolas.
— Para que isso tudo? — perguntei vendo o tanto de refrigerantes, doces e salgadinhos.
— A sua querida amiga é exagerada ao extremo. — disse o Aaron apontando para Cloe, ri ao vê-lo ofegar.
— Eu estou exausto. — disse o Shawn deitando no chão.
— Levanta daí seu imundo e venha colocar os salgadinhos dentro dos potes. — ordenou a Cloe.
— Só um minuto, mulher. — disse o Shawn.
Ela jogou milhos nele e o mesmo levantou e colocou a Cloe de cabeça para baixo e andou pela casa. Rimos da posição torta que ela ficou quando o Shawn a colocou nas costas.
— Agora você. — disse o Shawn vindo na minha direção.
— Nem pense nisso. — disse e peguei uma colher de madeira.
— Você não vai bater em mim com isso. — disse apontando para colher.
— Eu usei uma arma de choque em você, por que eu não bateria com uma colher?
— VOCÊ USOU O QUÊ? — gritou o Aaron.
— Eu achei que tinha um ladrão na minha casa quando ouvi barulhos de panelas caindo e peguei a arma de choque do Fê, daí usei a arma no pescoço do Shawn. — o Aaron morria de rir enquanto imaginava a cena.
— VOCÊ USOU MINHA ARMA DE CHOQUE?! — disse o Fê. — O que foi eu falei sobre a arma?
— Desculpinha. — disse.
E sem que eu percebesse o Shawn me pegou pela cintura e saiu andando pela casa comigo no seu ombo..
— SE EU CAIR EU TE MATO. — disse.
— Mata nada. — disse e saiu para o jardim que ficava atrás da casa.
Ele me levou até a plataforma me colocando deitada no sofá e caiu por cima de mim.
Ele tinha uma namorada não só a mídia sabia, mas como todas as suas fãs. Mas não me importaria ter um relacionamento escondido com ele, algo com que pudéssemos nos divertir. Era engraçado que antes que ele pudesse me beijar nós ficávamos nos encarando, era a forma que tínhamos de nos comunicar, entende? Eu já havia arriscado tantas vezes, e em todas elas eu fracassei horrivelmente. Nunca ganhei um sorteio, imagina conhecer uma pessoa e poder compartilhar um sentimento afetivo. A questão não era deixar alguém entrar, era o simples fato de não ter achado ninguém que fizesse com que eu me sentisse única.
— MADDY E SHAWN O RESTO DO PESSOAL JÁ CHEGOU! — gritou a Lydia.
Ela não conseguia nos ver, o que eu achei muito mais que ótimo. Dei um leve empurrão no Shawn para ele sair de cima de mim, assim foi feito. Logo estávamos de volta a sala onde realmente não faltava ninguém para começarmos nossa sessão de filmes.
— Eu senti tanto a sua falta. — disse a Mona e me deu um abraço seguido do Holland, Bruno, Issac, Margo e por fim o Jhon.
— Eu preciso falar com você depois. — sussurrou o Jhon.
Depois que todos estavam sentados nos seus lugares, eu disse que iria fazer o brigadeiro e saí de lá o mais rápido que consegui. A cozinha da casa da Cloe ficava do outro lado, então passei um tempinho para chegar lá. Andava pensativa e nenhuma informação entrava direito na minha cabeça naquele momento, apenas um. Tinha dado um basta naquilo que eu chamava de sentimentos, mas não era o bastante para que eles não pudessem me dar uma rasteira e eu voltasse a ter as intensas borboletas no estômago, era assim como eu me sentia na presença do Shawn. Eu sou fraca e odiava a ideia de ter que admitir isso. Era péssimo me sentir desse jeito, desprotegida e sem ter ninguém para me ajudar. Cheguei na cozinha e peguei algumas latas de leite condensado e chocolate em pó, coloquei tudo em uma panela e levei ao fogo por uns 15 minutos. Deixei o brigadeiro queimar um pouco, meus devaneios estavam agora mais longe e mais prolongados. Estava ficando paranóica.
Levei o doce para sala com algumas colheres, a Cloe pareceu perceber minha expressão e me chamou para o quarto dela.
— Ei, que está acontecendo? — perguntou fechando a porta. — Desde que o Shawn chegou que você mantém seus pensamentos em outro lugar. — dei de ombros.
— Eu não sei o que está acontecendo comigo, uma hora eu estava me divertindo e a outra eu estava pensando nas soluções de tantos problemas...
— Quais problemas? — perguntou.
— O Shawn é um problema. — falei e soltei um suspiro de alívio por contar aquilo a alguém.
Ela maneou a cabeça e sentou do meu lado na beira da cama.
— Isso já virou rotina...
— O que virou rotina? O fato de você gostar do Shawn e dizer a si mesma que não? Deve ser péssimo, você sente que precisa do carinho mas ao mesmo tempo diz que não, que é só coisa passageira. Sinto em dizer que você está sendo uma tremenda filha da puta fazendo isso. Se passaram cinco anos e o que você sente por ele não mudou nada.
— Cloe, o que eu sinto por ele ou o que eu sentia, não é coisa do meu governo. Eu sou uma pessoa prática e direta, você sabe disso. Você trata o amor como prioridade em tudo.
— Você não é muito diferente, mas em vez do amor você coloca o orgulho, simplesmente simples. — disse. — Por favor me responda com honestidade, e seja verdadeira.
— Diga. — disse.
— Gosta dele? Você gosta realmente dele? — perguntou.
Sabe, esse tempo todo eu dizia a mim mesma que não precisava de ninguém, mas na realidade eu preciso. Eu preciso de alguém que me ame verdadeiramente e completamente, sem traições ou decepções. Só me ame. O Shawn havia se tornado uma parte de mim tão grande que ele acabou por ser uma das pessoas que mais me decepcionavam, quando o assunto era reciprocidade e prioridade. Eu sentia mais que uma amizade naquilo que nós tínhamos, nós dois sabíamos disso. Não iríamos chegar a lugar nenhum com aquilo de esconder sentimentos, não sou mais aquela adolescente de cinco anos atrás. Havia me tornado uma mulher e precisava agir como tal.
— Sim. — disse olhando para os meus sapatos.
Ela suspirou e se jogou na cama.
— Você precisa dizer isso a ele. — a encarei. — É, você precisa mostrar seus sentimentos, um dos dois terão que mostrar interesse. Pensa nisso. — disse. — O Mark ficaria feliz de ver vocês dois juntos. E o Shawn se importa com você.
— Mas ele está namorando com a Anne.
— Ele me disse que ia terminar com ela, não está dando certo para ambos. É sua chance de mostrar interesse. Só vai amiga.
Ela sentou e eu deitei no seu colo.
— O que é amor, Cloe? — perguntei.
— Ele não tem uma resposta concreta, só é sentido e desejado por muitos. Ele chega de surpresa e nos surpreende com sua invasão, porque estamos tão bem na nossa zona de conforto que, nem sequer pensamos que podemos amar outras pessoas além de nós mesmos, não existe amor se não amar a si mesmo. É o mesmo que amar por pena de deixar aquela pessoa sozinha, ninguém merece isso. Se entrega, o que eu posso falar sobre o amor para você, é que é algo novo e complexo para qualquer um. Não se preocupa. Existe quase oito bilhões de pessoas no mundo, se não der certo "segue o baile".
— Quem falou isso foi os brasileiros? — perguntei, ela assentiu.
— Vamos lá para baixo, vamos assistir o filme e comer pipoca e beber refrigerantes até ficarmos com o tamanho da barriga de uma grávida.
Ri ao vê-la fazer aquilo. Sabia que não demoraria muito para que ela fizesse aquilo na frente do espelho como todas as grávidas faziam, pelo menos eu fazia...
Desci as escadas e encontrei todos se divertindo, passei meus olhos por todos e naquele momento senti minhas pernas congelarem...
Sentada entre o Issac e o Bruno estava a Elizabeth.
— Se controla. — sussurrou a Cloe quando percebeu para quem eu estava olhando.
Vi que tinha um espaço do lado do Shawn, fui até lá e sentei. Ele me olhou com as sobrancelhas franzidas, cara de quem perguntava o que havia acontecido. Balancei a cabeça tirando as lembranças de lá e prestei atenção no filme.
— De que se trata o filme? — perguntei.
— Sexo. — respondeu o Bruno.
— O nome é 50 tons de cinza. — respondeu a Margo.
Fui até a cozinha e peguei um copo de Vodka misturando com refrigerante, assim ninguém iria perceber o que eu estava tomando. Voltei com o copo em mãos e vi que o lugar ao lado do Shawn já havia sido ocupado. A Anne estava de volta. Ela me lançou um olhar de quem queria me matar. Fui até o outro lado da sala e sentei no chão de lado da Cloe.
— Isso aqui está melhor que novela Mexicana. — murmurei para ela.
Prestamos atenção no filme até o final, senti uma certa excitação nas cenas quentes, mas logo saía da minha mente quando pensava com quem gostaria de fazer aquilo. Eu podia gostar do Shawn, mas ele tinha um alguém com ele, um alguém que era obcecada por ele. Tomei o resto da Vodka de uma só vez e me levantei sentindo uma breve náusea. Fui até a cozinha de novo e coloquei o copo na pia, senti uma presença e olhei para trás rapidamente.
Vi o Shawn me olhar com os braços cruzados e com a cabeça encostada na parede.
Suspirei.
Me encostei no balcão e coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. O Shawn veio até mim e segurou minha cintura com força, cruzei os braços deixando um espaço maior entre a gente. Vi sua sobrancelha arqueada, eu podia estar como fosse mas mesmo assim iria sentir o quão ele se importava comigo, era estranho porque eu nunca me importei com uma pessoa que tanto me magoou. E então ele me beijou, sabe eu pensei que eu iria sentir a mesma coisa de todos os outros beijos, mas esse não era voraz nem excitante. Era calmo e suave, eu podia sentir seus lábios pedindo por piedade. Sua língua não explorava a minha boca com tanto desejo. Eu me sentia protegida e, sei que é bem clichê, mas eu parecia uma manteiga derretida. Oh Deus como aquilo era intenso. Foi como da primeira vez que nos beijamos, ele modelou suas mãos no meu rosto com medo de que eu pudesse me afastar ou me sentisse desconfortável. Me fez sentir única.
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