Capítulo 66

Maddy P.O.V

— Gostou? — perguntou o Shawn com os braços abertos.

— Eu... nossa. — disse.

  Havia um grande quadrado de pedra colocado como tijolos no chão, onde a grama já crescia no meio de suas frestas. Tinha também várias árvores, que por causa do outono estavam mais que coloridas, no meio delas uma pequena plataforma de madeira se erguia contendo vários banquinhos e um sofá, lamparinas espalhadas por todo jardim a iluminavam de uma forma tão reconfortante. Mais ao lado havia uma piscina com um azul tão forte, que se apagassem as lamparinas o jardim ainda teria sua forma reconfortante e estaria iluminado.

— É lindo. — sorri. — Você fez tudo isso? — perguntei tocando em algumas flores.

— Sim, hoje faz um ano que fiz tudo isso aqui. — disse e veio para o meu lado ver do mesmo ângulo que eu. — Eu fiz uma promessa, ela ainda está em andamento, mas estou surpreso por ser a primeira a ser cumprida de várias que fiz. — ri.

— Você não existe, Shawn. — disse. — Eu acho que deve parar de ser cantor e virar comediante. — disse.

— Se bem que não é tão ruim assim. — disse. — Maddy. — falou me olhando. — Agora é sério, eu queria te pedir desculpas por aquele dia, eu não devia ter falado daquele jeito com você eu... saí de mim, e acabei por descontar a raiva que eu sentia toda em você. Se você me desculpar eu vou tentar fazer as coisas direito, mas se você não me perdoar eu vou continuar insistir em me redimir dando o meu melhor possível. Ok olha, eu errei e sei que fui um tremendo e grande idiota fazendo o que fiz, mas eu não vou desistir de você. — disse e ri.

  Ele parecia bem arrependido pelo ocorrido e era óbvio que queria que ficássemos bem um com o outro. Então, resolvi mais uma vez perdoá-lo.

— Tudo bem. Eu te perdoo, mas vem cá. — fui até ele e o puxei para um abraço.

  Ele pareceu hesitar no começo, mas me abraçou tão forte que pude sentir tanto a minha quanto a necessidade dele de nos tocarmos de certa forma.

— Eu senti sua falta. — sussurrei.

— Eu senti o dobro. — sussurrou de volta.

— Eu quero sentar naquele sofá. — disse saindo do seus braços.

  Subi os pequenos degraus e sentei no pequeno sofá para dois. Esperei o Shawn sentar do meu lado, mas ele simplesmente parou no primeiro degrau e me encarou maneando levemente a cabeça e rindo. Ele subiu os degraus e sentou do meu lado, encostei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos.

  Pronto, era isto. Estávamos bem um com o outro, queria saber até quando isso iria durar ou quanto tempo ele ficaria de bom humor, tanto comigo quanto consigo mesmo. Era isso que me dava medo. Ele brigou tanto para me deixar em segurança que eu acabara de destruir aquilo. Consegui saber onde o Henry morava, com quem estava se relacionando, onde ia assim que saia de casa, o quê fazia e o quê escondia. Descobri que ele havia aberto uma "empresa" multinacional sobre publicidade e que comandava junto com mais três pessoas, ele viajava a cada quinze dias para lugares diferentes, mas eram sempre os mesmos. As empresas na realidade não eram empresas, e sim o que ele dizia ser seu "castelo de vidro". Recebi um e-mail do meu informante mais cedo de que o Henry acabara de chegar na Flórida, e que logo em seguida viria para o Canadá, era minha chance de acabar com tudo aquilo.

— Eles parecem está se divertindo. — disse rindo assim que vi a Lydia descer até o chão com um copo na mão.

— Eu não via a Lydia se divertir daquele jeito faz um tempo. — disse o Shawn também rindo.

— Então quer dizer que você mora aqui? — semicerrei meus olhos.

— Sim. Eu fechei todas as minhas plataformas e dispensei meus homens, já chega de fazer aquilo. — suspirou. — Eu estou tentando ser o Shawn de antes, sabe? Não quero mais me machucar ou machucar as pessoas que amo. Simplesmente parar. Me diga quanto tempo perdemos... — disse.

  Engoli em seco.

— Eu gostaria de voltar há cinco anos e consertar as coisas, eu teria dado meu jeito sem fugir da situação...

— Shawn, nós éramos duas crianças que não sabiam o que queríamos das nossas vidas, não sabíamos quem iria chegar assim como não sabíamos quem iria partir. Eu não vou dizer que não gostei desses cinco anos. Aprendi tantas coisas com eles. Fiquei mais madura, mais orgulhosa e, o melhor de tudo foi que eu aprendi a conviver com a dor. Ela acabou se tornando parte de mim. — disse. — Fico feliz que você tenha se dado uma segunda chance. — sorri.

— Vem, vamos tomar alguma coisa para esquecer os problemas. — disse com a mão estendida esperando a minha.

  Andamos até a entrada da casa, mas parei no meio do caminho.

— OH MEU DEUS! — coloquei a mão na testa.

— O que foi? — perguntou o Shawn com os olhos arregalados.

— EU AMO ESSA MÚSICA! — gritei. — Você vai dançar comigo. — o chamei fazendo um sinal com a mão para o meio do quadrado de pedra.

  Ele colocou a mão na sua cintura e balançou a cabeça vindo em minha direção.

  O Shawn colocou as suas mãos na minha cintura e eu coloquei as minhas no seu ombro.

— Nem venha dizer que não sabe dançar porque você sabe sim. — disse. — Uma vez você me enganou. — disse fazendo o mesmo rir.

— Eu lembro desse dia. — disse. — Eu iria te pedir em namoro. — falou e eu encostei minha cabeça no seu peito.

— Por que não pediu? — perguntei.

— Porque eu não sabia se era recíproco o que eu sentia e, eu estava com um puta medo de você dizer não. — se justificou.

— Então, tecnicamente, você não me pediu em namoro por causa do medo? — perguntei.

— Eu estava mais preocupado com sua segurança do que pensar nos meus sentimentos. — disse.

— Aham, sei. — disse.

— O quê? É verdade, literalmente o Jack estava te caçando igual a um animal sedendo. Eu precisava fazer alguma coisa...

— E então você fugiu por cinco anos. — terminei sua frase.

— Eu não fugi, eu só fiquei escondido por um tempo. — fiquei calada, não queria entrar em uma discussão, não agora.

  Ele me girou e voltei para junto dele numa velocidade o suficiente para que ficássemos mais próximos do que antes. Ficamos nos encarando por um bom tempo enquanto ainda podíamos ouvir a música tocando sem parar. Vi que o Shawn fazia breves intervalos entre meus olhos e minha boca, sabia onde aquilo iria dar, então fingi uma tosse e sai de perto dele, o mesmo se afastou um pouco e colocou as mãos atrás da cabeça.

— Eu ainda topo a bebida. — falei.

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