Maddy P.O.V

  As luzes coloridas batiam no rosto do Shawn deixando seu olhar mais tentador, parei de respirar por alguns segundos quando seu rosto se aproximou do meu. E mais uma vez a tentativa de recuar não funcionou. Podia sentir seu hálito de tão próximo que ele estava de mim, minhas pernas tremiam e minhas mãos suavam. Lancei um olhar dilacerante na sua direção, mas ele pareceu não se importar...

— Shawn...

  Fui interrompida por um beijo voraz e impiedoso. A língua do Shawn pedia passagem e eu cedi, como uma bela idiota. Nossas línguas se exploravam e exploravam nossas bocas, era tão viciante quanto o gosto amargo do cigarro.

  MAS QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!

— Shawn, por favor não... — pedi quase como um sussurro.

— Vamos para outro lugar. — puxou meu pulso em direção a porta de saída da boate.

— Shawn, espera. — disse. — Eu já vi aqueles caras antes. — disse apontando para saída.

— Merda, estamos sendo seguidos. — disse me levando em outra direção. — Ótimo agora estamos cercados.

— E isso é bom? — perguntei sarcástica.

— Não é uma boa hora para ironia, Maddy. — disse o Shawn.

— No banheiro das mulheres tem uma janela que dá para uma beco, talvez possamos sair por lá.

  Saímos serpenteando por entre as pessoas até chegarmos no banheiro das mulheres. Assim que entramos no banheiro, 3 meninas não paravam de olhar para o Shawn com uma expressão confusa. Fui até o final das cabines e abri a janela com ajuda do Shawn.

— É alto. — disse me inclinando. Tinha entre 5 a 4 metros de altura.

— Eu pulo e seguro você lá embaixo. — disse e pulou sem que eu pudesse falar outra coisa. — Vamos logo, Maddy.

  Tirei meus sapatos e sentei no batente da janela com as pernas esticadas...

— EI! VOCÊ AÍ PARADINHA! — vi um dos caras vindo em minha direção.

  Pulei na esperança de não quebrar nenhuma costela nem bater minha cabeça. Estava cansada de acordar em hospitais.

— Vamos correr, eles me acharam no banheiro.

— Presumi que isso acontecesse, eu vim com um carro vamos. — disse e puxou minha mão.

  Assim que saímos do beco olhei para entrada da boate e a vi cheia de homens mal encarados.

— Mais rápido. — disse o Shawn.

— OLHA ELES ALI! — gritou um dos caras.

— Ai merda! — disse. — Onde está o carro Shawn? — perguntei.

— Na outra esquina. — disse.

— Por que tão longe? Não poderia ter colocado na frente da boate? — disse.

— O que eu ia fazer dentro dele requeria privacidade. — disse.

— Pervertido. — murmurei.

  Chegamos no carro arfando um mais que o outro.

— Abre logo essa droga! — falei.

— ESTOU PROCURANDO A MERDA DA CHAVE! — gritou.

— VOCÊ PODE GRITAR COMIGO O QUANTO QUISER SE SAÍRMOS DAQUI SEM NENHUM ARRANHÃO! — gritei de volta.

  Os homens se aproximavam mais rápido e eu estava fazendo uma prece como um sussurro.

— Consi... — esperei nem o Shawn terminar a frase eu já estava dentro do carro.

— VAMOS LOGO!

  Vi o Shawn dar a volta com as mãos para cima.

— Merda.

  Preciso de alguma arma...

  Sai abrindo tudo dentro do carro do Shawn em busca de alguma coisa que pudesse defendê-lo. Toquei embaixo do banco e senti algo gelado em meus dedos, uma arma. Puxei-a e pude ver uma calibre 38. Sorri. Como era bom a sensação de poder.

Shawn P.O.V

  Olhei para trás e vi o Henry com uma arma apontada para minha cabeça.

— Está com a Maddy? — perguntou

— Não vou responder exatamente nada do que me perguntar seu verme. — falei

— Entra no carro. — disse. — Vamos dar uma voltinha Shawn, aposto que a Maddy vai adorar. — sorriu.

  Entrei no carro e vi a expressão de pânico no olhar da Maddy. Maneei a cabeça em sinal de reprovação assim que a vi com uma arma na mão. Ela a abaixou imediatamente e olhou para trás quando ouviu a porta destravar.

— Ora, ora, ora. — riu o Henry. — Olha quem encontramos aqui, poxa Shawn, você poderia ter sido mais esperto. — disse.

— Mas não fui. — disse.

— É mesmo, você não foi. Sabe, eu estava aqui pensando, há quanto tempo você não recebe um bom boquete? — o encarei com os olhos semi-cerrados. — A Maddy faz um... que MEU DEUS QUE BOQUETE! — disse.

  Ele puxou outra arma e aponto para cabeça da Maddy.

— Eu deixo você se defender pelo que eu vou falar agora. — disse o Henry. — Eu sei que quando eu vim para Portugal você foi para casa dos pais da Cloe em Malibu, também sei que sua irmã chupou meu guarda-costas para que você pudesse ir para uma boate, agora eu te pergunto. — destravou a arma. — Transou com o Shawn? — olhei para mesma que olhava para o Henry com a sobrancelha arqueada.

  Estava tentando dirigir o mais rápido possível para uma das minhas plataformas, falta pouco...

— Sim. — disse a Maddy o que me surpreendeu.

— Era só o que eu queria saber. — disse o Henry. — Se eu o matasse agora. — destravou a outra arma. — Você choraria como da "primeira vez"? — perguntou.

— Não. — respondeu.

— Por quê? — perguntou.

— Porque no primeiro ano foi mais dolorido do que nos últimos, e simplesmente ele não faria mais falta a mim, nem muito menos iria na sua cerimônia fúnebre, porque a primeira foi uma farsa assim como todos esses anos.

  Aquilo doeu, mais que qualquer tiro que eu tenha levado em todos esses anos. Aquelas palavras me dilaceraram por completo, agora sabia o que eu tinha causado a ela e quanto fui um tremendo filho da puta.

— Pare o carro, morto-vivo. — fiz o que ele pediu. — Maddy, você vem comigo.

— Não. — disse. — Ela não vai com você nem fodendo, eu não vou deixar.

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME DAR ORDENS OU ME DESAFIAR?! — gritou

— AQUELE QUE FEZ A SUA MULHER GOZAR! — gritei de volta sarcástico. — ELA NÃO VAI COM VOCÊ!

— Shawn, vai ser melhor assim. — disse a Maddy e saiu do carro deixando a arma em cima do banco, sabia o que ela queria dizer com aquilo.

  Se eu pegasse aquela arma e atirasse contra o Henry chegaria até os outros "peixe pequenos" e não só a Maddy estaria num perigo maior, como exatamente como todos da sua família. E mais uma vez a vi ir embora. Eu estava tão perto da plataforma...

— Eu sacrifico se ela estiver feliz. — disse a mim mesmo. — Mas ela não está. Eu retiro o que eu disse. – falei para mim mesmo.