Maddy P.O.V

— Sabe, eu nunca pensei que andaria por essas ruas de novo. — disse colocando as mãos no bolso.

  Ele riu e balançou a cabeça.

— O que foi? — soltei uma risada nasalada.

— Quer um sorvete? — perguntou.

— Sim. — disse sorrindo.

  Eu poderia estar bem brava com ele, mas sua presença era agradável. Fomos até uma sorveteria e pedimos dois sorvetes de morango. Sentamos em uma das mesinhas na frente da sorveteria enquanto observávamos as pessoas passarem.

— Como foram esses anos? Quero dizer, para você? — perguntou.

  Respirei fundo e depois soltei um suspiro pesado, ele procurava respostas, ele quer consertar as coisas...

— Difíceis. — disse de cabeça baixa. — Mas, para tudo existe uma saída e eu acabei por encontrar ela.

  Não, eu não tinha encontrado uma saída, eu estava presa nessa situação com o Henry. Não posso falar nada e nem expressar nada. Isso já estava ficando cada vez mais difícil. Quanto mais descubro coisas sobre ele, mais envolvida fico.

— Hm.

— E você? — perguntei quando os sorvetes chegaram.

— Não tenho muito para falar, eles foram os piores da minha vida. — riu. — Mas ao mesmo tempo aprendi com eles.

— Entendo. — falei colocando uma colher na boca.

  Terminamos de comer nossos sorvetes e fomos andar pelo parque.

— Por que voltou? — perguntei pela milésima vez.

— Maddy... eu...

— Tudo bem se não quiser conversar sobre isso. — disse o cortando.

  Continuei a andar agora sem olhar para o Shawn, até que me vi andando sozinha, olhei para trás dando de cara com o Shawn com as mãos no bolso e de cabeça baixa.

— Por que parou? — perguntei.

  Ele olhou para o meu rosto e vi um certo brilho no seus olhos. Não era raiva por eu ter feito aquela pergunta pela décima vez. Não era decepção por ter falhado comigo. Não era frieza pelo jeito que me tratava as vezes. Seus olhos estavam com lágrimas, pela primeira vez vi uma lágrima brotar nos olhos do Shawn Mendes.

  Fui até ele e sem pensar duas vezes o abracei. Eu odiava me sentir fraca. Mas naquele momento eu estava tão arrependida por não ter o perdoado antes que acabei chorando junto a ele. E naquele mesmo instante, soltei todo o ar que eu tinha mantido todas as vezes que eu estava com ele, não me sentia mais sufocada. As vezes achava que eu só precisava de um abraço. Desse abraço.

— Eu voltei por que precisa te ver de novo, eu precisava sentir seu toque de novo, não do jeito que você está pensando. — ri ao entender o que ele quis dizer com aquilo. — Se os meninos tivessem me dito que você estava casada e estava construindo sua própria família, eu juro que não teria voltado. Eu tinha deixado você ser feliz, sem culpa de nada. — disse olhando nos meus olhos.

— Obrigada por ter voltado. — sussurrei o abraçando de novo.

— Sei que perdi sua confiança em mim, mas me desculpe.

— Eu confio em você, Shawn. Sei que não faria nada de mal comigo. — senti seus braços enrolarem na minha cintura me puxando para o terceiro abraços. — Eu te perdoo.

— Então quer dizer que estamos bem? Quero dizer, você não está com raiva de mim né? — neguei rindo.

— Sim, estamos bem. — disse tocando seus ombros.

  Olhei para ele com os lábios prensados, se não tivesse feito isso sabia que iria sair um sorriso de orelha a orelha, ele não merece ainda. Vi o sorriso do seu rosto se desmanchar.

— Amigos então? — perguntou.

  Sabia que aquela pergunta doía nele. Ela doía em mim também.

— Amigos. — disse me afastando.

  Começamos a andar de volta ao estacionamento onde estava o carro. Em todo o caminho, nós fomos conversando, uma coisa que achei que nunca fosse acontecer.

  Eu me sentia mas leve por ter o perdoado.

  Eu gostava dele... ainda.

  Liguei o rádio do carro depois que o silêncio tomou conta. Estava tocando One do Ed Sheeran, encarei o Shawn de imediato que me olhou um sorriso fraco.

  Aquela música, de certa forma, havia se tornado a nossa. Podia sentir a mesma sensação que tive quando estávamos tomando banho de chuva e quando o Shawn sussurrou para mim, dizendo eu era a única enquanto dançamos aquela música. O Manny estava tão feliz por ver seu filho. A Aaliyah parecia um pouco apreensiva, mas acabou dizendo que eu o fazia bem e, por fim, lembrei do Mark e o quanto aquele garoto estava presente na minha vida nos momentos que mais precisava. Eu preciso tirar ele de perto do Henry. Ele é a única coisa que mais importa agora.

Shawn P.O.V

  Ao chegarmos em casa demos de cara com a polícia em frente a casa.

  Saímos do carro e a Maddy correu em direção a casa, mas segurei seu pulso antes que ela conseguisse. Passei meu braço em seu pescoço e fomos até a Lydia

— O que aconteceu? — perguntei

— Saímos todos para praia e quando voltamos demos de cara com isso. — disse e logo pediu que seguissemos ela.

  Vi a Maddy colocar a mão na boca enquanto olhava para a sala.

  Dois olhos mortos a encarava enquanto o sangue escorria de sua testa. O corpo sem vida estava de cabeça para baixo pendurado por cordas ao lustre que ficava no meio da sala. A boca aberta da pessoa mostrava que ela fora talvez estrangulada. Ele estava nu. Vi marcas roxas no seu pescoço. E com toda certeza foi estrangulado.

— É, é vovô. — disse a Lydia.

  A Lydia não chorava, talvez ela nem fosse tão próxima quanto a Maddy que soluçava. Puxei a mesma para um abraço e afaguei seu cabelo a embalando devagar.

[...]

  A essa altura minha camisa preta havia um círculo encharcado de lágrimas. Olhava a Maddy atentamente enquanto ela dormia no meu peito, deitada no meio das minhas pernas no sofá. Era para ter sido um dia legal, um passeio legal. Tantos os meninos quanto as meninas olhavam para o meu rosto.

— Vocês olharam as imagens da câmera de segurança? — perguntei fazendo cafuné na Maddy.

— Sim, o rosto deles estavam cobertos. — disse o Bruno.

— Quantos eram? — perguntei.

— Oito. Eles trouxeram o corpo já morto para cá... — respondeu o Jhon com os olhos fixos num furinho da almofada, talvez ainda chateado por causa da Anne. — Eles estavam sem camisa, com os rostos cobertos, mas notei que todos tinham duas únicas tatuagens.

— O que dizia?

— "Somos um de vários". E o outra que tinha "Castelo de vidro".

  Senti cada pelo do meu corpo arrepiar e olhei para o Nash que me encarava com a boca aberta. O Jack não me falou nada sobre "castelo de vidro". Talvez o novo líder tenha estabelecido novas regras.

— Precisamos tirar a Maddy e o Mark da cidade. Quero que vocês monitorem a família da Maddy vinte quatro horas por dia, não quero saber se é primo, prima, tia, tio... todos. Mandenha-os em segurança. Preciso achar quem é o próximo "peixe pequeno", que comanda o castelo de vidro do Jack agora.

— Shawn, raciocina comigo, não é só um "peixe pegueno", mas vários. Esse é o propósito do castelo de vidro deles. Exemplo: você abre muitas empresas e precisa de muitos gerentes para mantê-las em ordem, o que esses gerentes junto com você formam? — perguntou o Nash, fiquei impressionado por ele não estar com raiva de mim por ter batido nele ontem.

— Um conselho. — disse. — Precisamos pegar eles todos juntos.

— Mas como? — perguntou a Lydia.

— A Elizabeth. — disse.

  Os olhos da Lydia se arregalaram.

— Como vamos subornar ela? — perguntou o Bruno

— Aquela gorota só quer saber de pênis. — disse o Holland fazendo todos rirem.

— Se vocês acordarem a Maddy corto o salário de vocês por três meses. — disse a olhando.

— O Shawn está todo apaixonadinho. — disse o Bruno imitando uma voz de garota.

— Vocês se reconciliaram? — perguntou a Lydia.

— Por mais que não seja na forma como queria, mas sim, nos reconciliariamos. — sorri.

— Sabia que meu OTP ainda estava vivo. — disse a Clary dando ênfase na palavra

— Vê se não faz merda de novo. — disse a Mona.

— Dessa vez não. — disse na mesma hora que ela começou a se aconchegar ainda mais no meu peito.

Hi guys! Queria muito dar um abraço em cada um de vocês, gente sério. Eu estou muito emotiva esses dias escrevendo esses caps, sério. Queria desejar a cada um de vocês um feliz ano novo, e que 2018 não seja parte 2 de 2017, pelo amor kkkkkk MUITO, MUITO, MUITO OBRIGADO POR ME INFLUENCIAREM A CONTINUAR COM A FIC CADA DIA MAIS!♥