Capítulo 52

Maddy P.O.V

  Senti a cabeceira da cama se espremer contra minhas costas. Os joelhos apertavam meus seios e, abraçava meus próprios braços. Estava encolhida igual a uma criança com medo de trovões.

— Sim. — senti minha voz falhar.

— Isso virou rotina? — perguntou.

  Senti um nó na minha garganta.

— Toda vez que ele bebe, acontece. — disse me encolhendo mais ainda sentindo as lágrimas vindo a tona.

— Eu quero que você tire sua roupa. — disse. Ela me olhou com um expressão acolhedora e mais nada. — Tudo bem se não quiser. — disse arrependida do pedido.

  Assenti levantando. Tirei meu casaco ficando só de sutiã e minha calça ficando só de calcinha.

  Ela colocou a mão sobre a boca e arregalou os olhos. Cruzei os braços e encolhi meus ombros, senti algumas gotas salgadas escorrerem sobre minhas bochechas, não queria enxugá-las apenas deixá-las escorrerem.

— Quando foi a última vez que ele te agrediu? — perguntou.

— Logo depois da festa do casamento da Cloe. — respondi. — Agora você já sabe. — dei de ombros.

— Por que não pede ajuda a alguém? — perguntou, ela parecia exaltada.

— Ele pode subornar quem ele quiser, e, ele trabalhava para o Jack ou trabalha, sei lá. Não conta a ninguém, por favor. — disse dando alguns passos na sua direção. — Principalmente ao Shawn. Por mais que eu saiba que você já disse a ele.

— Eu não disse, juro. — disse. — Ele fez alguma ameaça? — perguntou mudando de assunto.

— Sim, muitas delas envolve o Mark e, eu não quero que ele o machuque. Ganhei esse dinheiro, eu posso fugir com ele...

— Me escuta. — disse me cortando. — Você está segura aqui, eu já vinha percebendo que ele trabalhava com o Jack muito antes de vocês se conhecerem. Nós podemos trazer o Mark para cá também.

— E o papai e a mamãe? Ele está nesse exato momento jantando com a mamãe em Portugal fazendo seu teatrinho. — disse.

— Temos uma plataforma em Portugal e outra no México. Shawn mandou construí-las caso se as coisas saíssem do controle, o que está acontecendo agora. Eu comando parte da de Portugal e o Aaron a outra. Ele vai nos ajudar. Só vamos esperar ele chegar da lua de mel...

— Não dá mais para esperar Lydia! Você não entende, o Mark está correndo perigo nesse exato momento. — disse colocando meu casaco, logo depois minha calça. — Eu juro que tento não me exaltar, para não me tornar a Maddy que fazia o trabalho sujo, mas não dá.

— O que você quer dizer com isso? — perguntou com os olhos arregalados.

— Sabe aquele estúdio de tortura do Jack? — assentiu. — Vou abrir uma exceção. — disse andando de um lado para o outro.

— Maddy, não. Você sabe o que te levou a fazer aquilo...

— Está falando da morte da Mia? — perguntei.

— Sim. — murmurou.

— Por favor para de contar que foi o Jack, você sabe o que aconteceu naquela noite na Irlanda. Sabe que foi eu quem cortou os freios do Jack, não ele os meus. Mas não sabia que a Elizabeth seria tão traidora ao ponto de colocar minha filha dentro daquele carro junto ao Jack. No final todos sabem que eu sou a culpada pela morte dela.

— Não! O nosso plano era matar o Jack, não a Mia. E a culpa foi da Elizabeth, não sua.

— Viver com mais uma culpa não vai fazer diferença.

— ISSO JÁ FAZ 8 ANOS MADDY! VOCÊ TEM QUE APRENDER A SE PERDOAR! — gritou.

— Obrigado por lembrar. Agora só me dar mais vontade de quebrar cada osso do Henry. Se fingir de coitada e frágil esse tempo todo é difícil.

— Você sabe muito bem que por dentro você é frágil. No final você vai ver. — disse antes que eu saísse do quarto.

[...]

  Peguei a bandeja com o sanduíche e o suco e comi sozinha no balcão da cozinha. Sede de vingança. Dessa vez não fiz promessa, só apenas me afastei do meu fetiche de matar pessoas. Posso ser uma pessoa frágil como disse a Lydia, mas sou determinada e não vou parar até acabar com o Henry e quem quer que entre no meu caminho.

— Maddy, eu peço que você me responda uma pergunta. — disse o Shawn entrando na cozinha, me assustando.

— Fala. — respondi da forma mais natural possível.

— Você viu quem te emburrou da escada? — perguntou

Flashback On

  Não conseguia distinguir quem apertava meu braço por causa do capuz que cobria tanto sua cabeça quanto seu rosto. Consegui desferir um soco na sua garganta fazendo a certa pessoa cambalear. Tentei gritar, mas a pessoa desferiu o mesmo golpe no meu pescoço, minha traquéia fechou fazendo com que minha cabeça girasse, a pessoa ainda segurava meu braço agora com mais força, se fosse para eu desmaiar com o soco no queixo que aquela pessoa tinha dado em mim, preciso pelo menos saber quem era.

  Com um movimento rápido consegui desviar do seu soco e puxei o capuz para trás, um cabelo da cor ouro derramou sobre seus ombros e pude ver quem era.

  Anne...

  A mesma chutou minha barriga e cai escada à baixo.

Flashback Off

  Nesse momento entrou o Bruno, Jhon, Clary e a Mona.

  Olhei para o Shawn bebi o último gole do suco e disse:

— Foi a Anne.

  O Shawn olhou para o Jhon e abaixou a cabeça.

— É isso aí. — disse o Shawn com as mãos espalmadas no balcão.

— Não é possível. — disse o Jhon com os olhos marejados.

— Sua namoradinha é uma tremenda vadia. — disse a Mona.

— NÃO FALA ASSIM DELA! — gritou o Jhon apontando para Mona.

— EI JHON, VAMOS MANTER A CALMA! — gritou o Shawn.

— Maddy, tem certeza que não se confundiu com outra pessoa, tem certeza que...

— O Jhon. — chamou o Bruno. — O carro está no nome dela. Como você explica isso? — perguntou o Bruno mostrando o celular ao Jhon.

  Ele sentou na cadeira perplexo com o que via. As câmeras de segurança mostraram quem foi que entrou e saiu por volta das 10:00 da manhã.

  A Mona cochichava com a Clary de um lado. O Bruno estava mostrando as imagens para o Jhon enquanto ele continuava de boca aberta.

— Maddy. — o Shawn me chamou na outra extremidade da cozinha. — Quer dar um volta? — perguntou.

  Olhei ao redor de nós, tudo estava tão calado, o clima da casa estava tão pesado e, sentia que eles me culpavam.

— Sim, eu quero. — disse olhando para ele.

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