Capítulo 39

Shawn P.O.V

  Eu andava pelas ruas de Boston na tentativa de virar uma esquina e esbarrar com a Maddy. Não seria mais fácil ir até a casa dela? Sim seria, mas a reação dela é o que me assusta, ela vai achar que me desenterraram e me colocaram ali, na frente da porta da sua casa e me controlam com cortões iguais as de um fantoche.

  Meu objetivo não era passear por Boston, e sim ir atrás do Jack.

— Aaron? Você já está aí? — perguntei mordiscando uns salgadinhos.

Sim, aliás o que você está comendo? FAZ DUAS HORAS QUE EU ESTOU TE ESPERANDO AQUI PORRA! — gritou me fazendo tirar o telefone do ouvido.

— Eu já estou chegando cacete. — disse desligando o mesmo.

  Estava tão nervoso. Às vezes pensava como as coisas poderiam ter sido diferentes. Poderia não ter mentido para minha família, amigos, para Maddy...

  Mas escolhi deixar todos em segurança até estar tudo resolvido. Não posso criar expectativas sem saber se vou sair vivo de novo ou não. Parei em frente ao motel/balada onde o Jack estava, encontrando o Aaron e o resto do pessoal.

  O plano seria o seguinte, eu e o Aaron entraríamos primeiro e renderia os dois seguranças do primeiro portão, enquantos os outros ficariam de vigia. Dariamos o sinal a eles assim que a barra estivesse limpa.

— Shawn, acabamos de descobrir que o Jack alugou todos os quartos por 3 dias. — disse o Aaron.

— Ele está armando alguma coisa. – disse o Nash.

— Pode ser uma armadilha. — sugeriu a Lydia. — Se ele alugou todos os quartos, é porque ele vai trazer alguém aqui ou algo que faça muito barulho. Ele está dando uma festa lá dentro, quer abafar o barulho. Estou com um certo receio de que ele já saiba que estamos aqui.

  Fiquei refletindo por um tempo, enquanto pensava no que iria acontecer, caso se o que a Lydia falou fosse verdade.

— Issac, chame reforço e entre no sistema de câmeras. — disse fazendo o mesmo pegar o rádio do bolso.

— Lydia você não vai entrar. — disse e a mesma bufou.

— Nash, Bruno, Holland e o John vocês venham comigo. Aaron, repasse o plano para o reforço quando chegarem.

— Shawn... — disse o Aaron, mas o interrompi.

— Você vai casar em menos de um mês. — disse com ironia.

— E quem vai ser o padrinho do meu casamento se você morrer lá dentro? — perguntou.

— Eu vou voltar. — disse pegando a minha arma, destravando-a. — E vamos resolver o que íamos fazer há cinco anos.

— Pode deixar. — disse o Aaron.

[...]

  Pouco tempo depois estávamos dentro da festa se misturando no meio daquela multidão, a casa estava lotada. Uns já estavam bebâdos caindo pelos cantos, outros faziam apostas com mulheres, ou estavam fazendo fileirinhas com drogas nas mesas, onde muita gente fazia um fila para terem um pouco daquilo em seus narizes. Fomos para o primeiro portão onde não havia muita gente e passei as ordens. Onde estão os comparsas do Jack no portão?

— Holland, você fica aqui nos esperando, caso se der merda você entra. Bruno, você fica lá na entrada esperando o reforço, assim que eles entrarem você fica com dois lá enquanto o resto entra com o Holland. — disse quase gritando por causa da música.

  O John saiu de novo naquela multidão, enquanto o Holland ficava mais afastado do portão para não dar muita suspeita. Eu, o Nash e o Jhon entramos pelo portão e naquele momento eu soube que não teria mais volta. Os corredores estavam vázios, fiz o sinal para os meninos e entramos em cada uma das portas, nenhum sinal do Jack.

— É bem provável que ele não esteja em nenhuma dessas portas. — disse o Nash.

— Vamos continuar, para termos certeza. — falei indo para o último corredor.

SHAWN! É O ISSAC. — coloquei o dedo no ouvido de imediato.

— Filho da puta. — disse sentindo uma dor aguda.

Desculpa, eu consegui as imagens das câmeras de segurança. Bom, eu estou vendo vocês e eu agredeceria se vocês parassem de andar nessa direção. — disse fazendo com que eu e os outros parassem aonde estávamos. — Se vocês andarem mais uns cinco metros e virarem do lado esquerdo darão de cara com dois seguranças, aparentemente eles não estão armados, então se previnam. O reforço chegou e eles estão a 30 metros de vocês. Ficarei acompanhando vocês pelas câmeras. O Jack está atrás daquela porta então tome cuidado, ele e mais dois caras. Parecem planejar alguma coisa.

— Entendi. — disse e voltamos a caminhar, mas agora com passos mais lentos. As armas estavam na altura de nossas cabeças, prontas para qualquer movimento distinto.

  O Jack é um assassino, não sou diferente, mas quando ele completou 15 anos, ele levou uma arma para escola, do nosso avô. Ele era da polícia e aquela foi a primeira arma que nós dois havíamos pegado. Estava ocorrendo tudo bem até que o garoto que zoava o Jack todos os dias foi bater nele, o Jack pegou a arma e desferiu seu primeiro tiro nos miolos do adolecente. E foi aí que surgiram seus pensamentos homicídas. Pouco tempo depois ele estava no mundo das drogas. Contrabandeando e vendendo em gangues, entramos para uma gangue e o líder me fez dele seu braço direito, a cada vez que eu olhava para o Jack via a fúria nos seus olhos. Ele causou a morte do líder da gangue e os membros fizeram uma votação, me fizeram o líder deles e o Jack se enfureceu mais ainda. Ele tentou me derrubar, mas acabei derrubando ele antes, ele saiu da gangue em busca de construir a sua e até hoje ele tenta me destruir.

  Chegamos até o corredor onde o Issac disse que estariam os seguranças e logo após o reforço chegou.

— O gás. — sussurrei para o Bruno.

  O mesmo pegou o gás tirando a pequena argola e logo lançou na direção dos seguranças. Fomos rápidos, demos coronhadas nos seguranças fazendo eles desmaiarem, arrombamos a porta e mandamos todos ficarem de mãos para cima, assim fizeram. Os garotos pegaram os comparsas do Jack e saíram do quarto deixando eu e o Jack sozinhos.

— Como você conseguiu sobreviver? — perguntou o Jack ainda de mãos para cima.

— Hoje é 30 de outubro, dias dos mortos. Eles vem para acertar as contas com pessoas do seu tipo. — disse com ironia.

  Ele está na minha mira, é só puxar o gatilho...

— Temos que conversar. — falou.

— Cansei desse seu papinho, Jack.

— Se você me matar a Maddy também morre. — falou se sentando na poltrona. — Abaixa essa arma. — pediu abaixando os braços.

— Não caio mais nos seus joguinhos. Aposto que em baixo dessa mesa tem uma calibre 38 com um cano.

— Droga... — murmurou tirando a mesma de baixo da mesa.

— Diga, fale o que você quer.

— Enquanto você paga de babaca estando aqui, a Maddy está dando para outro. — sorriu com desdém. — Aliás, acho melhor você fazer sua vida amigo, porque ela, você já perdeu.

  Cheguei perto dele colocando o cano da arma na sua cabeça, o mesmo fechou os olhos e suspirou.

— Me mata, aí eu vou ter o gostinho de vir no próximo dia 30 de outubro puxar o seu pé junto com o da Maddy. — disse com ironia.

— Você já fodeu demais com a minha vida e a das outras pessoas que são importantes para mim. O diabo deve estar fazendo uma festa esperando só a sua presença, quem sabe em um futuro bem longo a gente não se encontre no mesmo lugar? — falei colocando o dedo no gatilho. — Já está na hora de fazer o que eu já deveria ter feito há oito anos.

— Eu sou um, de vários. O mal dorme na cama da Maddy. — disse e logo apertei aquele maldito gatilho.

— Até o próximo ano. — disse perto do seu ouvido sem vida.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top