Capítulo 35

Shawn P.O.V

Shawn! se você não tirar ela daí de cima eu juro que vou bater essa frigideira na sua cabeça! — gritou da cozinha

A mamãe vai ficar brava, vamos descer. — disse pegando ela pelos braços.

  Ela era brincalhona e briguenta, muita semelhança com a mãe. Mas tinha puxado o lado marrenta e desengonçado do pai, me perguntava quantos namoradinhos era teria no colégio quando ficasse mais velha. Vou dar uma surra em cada um.

— Mamãe, quero que você me coloque para dormir. Papai amanhã quero mais histórias de terror. — sorri mais logo desmanchei ele quando vi a Maddy me lançar um olhar com os olhos semi-serrados.

— Hora de colocar o pijama. — disse sorrindo.

[...]

  Acordei atordoado, preocupado com a Maddy, sabia que isso iria acontecer. Era temporário até que eles nos achasse. Falhei tremendamente em tentar mandê-la segura. Sentei na beira da cama e fiquei fitando-a, seria tão ruim assim deixar a Maddy ir? Não, não seria ruim. Eu fui só, eu sou sozinho. Nunca fiz questão que qualquer outra ficasse.

  O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO?!

  Fui até a cozinha e me deparei com o celular no balcão com 13 ligações do Aaron. Resolvi retornar elas.

Shawn, aconteceu alguma coisa?! — perguntou preocupado.

— Sim, eles nos acharam e eu preciso tirar a Maddy daqui, amanhã cedo saiu com ela. Não se preocupa.

SHAWN VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO! VOCÊ PRECISA SAIR DAÍ AGORA! ENTENDEU? ELES DESCOBRIRAM A LOCALIZAÇÃO DE VOCÊS. — gritou do outro lado da linha.

  Escutei barulhos de tiros vindo da parte da frente da casa.

— Acho que já nos encontraram. — falei antes de correr na direção do quarto.

[...]

— Shawn? O que está acontecendo? — perguntou a Maddy com sua voz doce.

— Olha, precisamos sair daqui, rápido. — disse ajudando ela a levantar. Abri a janela e ajudei ela a passar por ela.

— SHAWN PETER RAUL MENDES, ABRA A PORRA DESSA PORTA! — gritos eram abafados pela porta.

— Isso foi a voz do Jack? — perguntou.

— Prometo que vou responder suas perguntas, mas agora não é uma boa hora. Toma as chaves do carro.

— Você não vem?! — perguntou com os olhos marejados.

— Eu alcanço você, agora vai. Maddy vou ajudar você a ganhar tempo, vai!

— Shawn...

— Maddy Campbell, eu quero que você desça essa sacada agora!

— Shawn eu não vou sem você, dar para você vir junto.

— Por mim. — disse dando-lhe um beijo na testa antes de fechar a janela.

Maddy P.O.V

— SHAWN! NÃO! ABRE ESSA JANELA! SHAWN POR FAVOR! — supliquei.

  Ótima hora para o ferimento começar a sangrar. Um tiro atingiu a janela me fazendo escorregar pelas telhas, subi até a janela de novo e pude ver o Shawn brigando com um homem. Senti alguém me puxar por um dos buracos que tinham no telhado e depois disso eu não lembro de nada.

[...]

  A forte luz ofuscava minha visão fazendo com que eu esfregasse meus olhos freneticamente. Senti uma mão sobre a minha e ouvi os "bips" que a máquina fazia ao contar meus batimentos cardíacos.

— Cloe? — murmurei.

— Oi. — disse com um sorriso fraco.

— Minha cabeça dói. — reclamei sentindo ela quase explodir.

— Tudo bem, os médicos já vinheram te dar uns analgésicos. — disse calma.

— Onde está o Shawn? Ele está aqui?

— Maddy, calma. Você levou uma pancada forte na cabeça... — disse.

— Não peça para que eu fique calma numa situação dessas, onde ele está? — perguntei de novo. — Cloe, ele conseguiu sair de lá? CLOE PORRA ME RESPONDE! — gritei.

— O Shawn não conseguiu.

— O quê?! Como assim não conseguiu?! Cloe, ele não... espera... Cloe...

— Desculpa. — disse e desabei em lágrimas.

  Não, não, não, não.

— Cloe, diga que isso é mentira, diga que ele está bebendo ou transando com a Anne ou a Allison, mas isso não.

— O Aaron conseguiu rastrear vocês pelo celular do Shawn, o que achamos que ele deixou ligado de propósito. Quando chegamos lá... era tarde demais. Encontramos você caída na sacada com um pulso fraco, então trouxemos você para cá. O Aaron não achou o Shawn, ele pode estar vivo. Pensa pelo lado positivo.

— Ou podem ter levado ele para qualquer vala e ter jogado ele lá, sequestrado ele ainda vivo, podem estar torturando ele!

— Com licença? — disse o médico entrando no quarto.

— Quando receberei alta? — perguntei furiosa.

— Daqui a duas horas se seus exames estiverem todos estáveis. — disse medindo meu pulso. — Ótimo. — disse saíndo do quarto com um sorriso idiota na cara.

  Logo depois o Aaron entrou no quarto e me deu abraço apertado. Não conseguia fazer com que meus soluços parassem, era tão cheios de angústia e sofrimento.

— Vai ficar tudo bem, Maddy. — disse baixinho. — Se sente bem? — perguntou.

— Eu pareço bem? — perguntei enxugando as lágrimas do canto dos olhos.

— Eu prometo que vou achar ele, eu prometo.

[...]

  Depois de exatamente duas horas, como prometido, os resultado dos exames saíram e eles me deram alta. Eles só tinham duas opções: me davam alta ou me davam alta. Fui o caminho inteiro pensando no Shawn, onde estaria ou como estaria. A preocupação tomava conta de mim em todos os minutos. O médico tinha me dado alguns envelopes com os resultados dos meus exames, e disse que eu verificasse em sinal de dúvida, assenti e o Aaron e a Cloe logo me tiraram de lá.

[...]

— VADIA DESGRAÇADA! SE O SHAWN APARECER MORTO... EU JURO QUE VOU ATRÁS DE VOCÊ NO INFERNO SE FOR PRECISO! — disse a Allison correndo na minha direção assim que coloquei os pés dentro da casa.

— MINHA PERNA ESTA MACHUCADA, MAS VOCÊ AINDA PODE VER A UTILIDADE DAS MINHAS MÃOS, QUER TESTAR?

— SE O SHAWN NÃO ESTIVESSE COM VOCÊ COM CERTEZA ISSO NÃO TERIA ACONTECIDO! — gritou.

— EU JÁ ESTOU PERDENDO MINHA PACIÊNCIA COM VOCÊ, VADIA!

— Allison fica caladinha ai que é melhor que você faz. — disse o Aaron entrando na minha frente.

— Eu te ajudo a subir. — disse a Cloe segurando minha mão.

— GUARTE MINHAS PALAVRAS MADDY: VOCÊ AINDA VAI PAGAR POR TUDO QUE VOCÊ FEZ, ENTENDEU? — gritou tentando subir as escadas sendo impedida pelo Aaron.

[...]

— Maninha, posso entrar?

— Pode. — disse desanimada.

— Sente dor? — perguntou sentando na beira da cama.

— Está falando psicologicamente ou fisicamente? — perguntei.

— Os dois. — disse deitando do meu lado.

— Não sei, minha perna não dói tanto e nem minha cabeça. — suspirei. — Não consigo acreditar que o Shawn morreu. Essa história ainda me causa muitas dúvidas. A Cloe disse que não acharam o corpo dele, então era bom que eu mantesse o pensamento positivo. — disse deixando algumas lágrimas caírem. — Eu poderia ter ajudado...

— Não fica se culpando, foi a escolha dele. Ele queria só te proteger, não esqueça disso. Fiz uma coisa que você queria faz tempo.

— O que você fez? — perguntei.

— Comprei sua passagem para Boston, seu voo sai amanhã bem cedinho. Você vai estar segura até que a gente ache o Jack. — disse me dando um abraço.

— Obrigado. Toma cuidado. — cochichei no seu ouvido.

— Espero que você se recupere logo. — disse

— Maddy?

  Ouvi alguém chamar meu nome fazendo com que eu e a Lydia olharmos na direção da porta.

— Mark! — exclamei e ele veio na minha direção tendo dificuldade de subir na cama.

— Vou deixar vocês sozinhos. — disse a Lydia fechando a porta.

— Não era para você está na cama?

— Eu não quero. — disse baixinho e vi um certo brilho de medo nos seus olhos, o mesmo brilho que eu vi nos olhos do Shawn antes dele fechar a janela.

— Você quer dormir aqui comigo? — perguntei abrindo espaço para que ele pudesse deitar.

— O Shawn costumava dizer, "Shawn Mendes sempre volta". Ele vai voltar. — falou antes de bocejar e fechar os olhos devagar.

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