Capítulo 29

Maddy P.O.V

  Acordei com alguém me cutucando.

— Maddy, acorda. — sussurrou.

  Esfreguei meus olhos e olhei para o relógio do lado da cama.

— Puta que pariu 5:00 da manhã!

— Para de gritar. — sussurrou de novo, mas parecia querer me esganar.

— O que foi então, Cloe? — perguntei com as mãos nos olhos.

— Eu queria dormir aqui, como quando éramos mais novas. Queria pelo menos voltar no tempo, quando ainda não estávamos metidas nisso tudo.

  Olhei para os lados e lembrei que eu tinha dormido com o Nash e queria tanto que ele ainda tivesse fazendo cafuné em mim. Sorri com o que tinha pensado.

— Quem me trouxe para o quarto?

  Sabia que tinha sido o Nash, só precisava saber da boca de outra pessoa para ter a certeza de que eu não estava ficando louca.

— A Beatrice me disse que tinha sido o Shawn.

  Naquele momento suscitou algo em mim que eu não gostaria nem de sentir. Tirei o sorriso de fininho e abri espaço para que ela pudesse deitar do meu lado.

[...]

  Não dormi pensando nele. Me xingava e queria dar um tapa em mim mesma por ser tão idiota. Ele tinha a oportunidade, ou para falar a verdade, eu estava tão ao seu bel prazer que ele poderia ter me levado para o quarto dele.

  Ele entendia meu lado.

  Quero ir embora. Aliás, preciso ir embora. Ficava me remexendo na cama na tentativa de dormir, mas quando fechava os olhos me perguntava como ele se sentia, e com isso vinha várias dúvidas e com toda certeza preocupações. Me perguntava também se ele estava desse mesmo jeito que eu, pensando e repensando no que fazer. Nunca pensei que eu fosse dizer isso mas, eu preciso dele. Me sinto tão segura. Levantei e peguei meu maço de cigarro, meu isqueiro e fui para varanda, fechei a porta e me sentei no sofazinho de madeira, pronta para ver o sol nascer. Acendi um cigarro e o levei a boca.

  Essa varanda acessa o quarto do Shawn.

  Aliás todas dão, então não me sinto especial. Sinto falta das seções de fotos para capas de revistas e de consultas com meus pacientes, principalmente com crianças, não que isso fosse bom, quero dizer, gosto de cuidar delas e isso me reconforta. Gosto quando elas chegam nas minhas seções e dizem que fizeram novos amigos na escola, ou que perderam o medo de fazer certas coisas. Elas superam e eu estou lá para ajudá-las. Não senti todas as dores do mundo, mas sei o quanto dói quando acontece algo com o que é valioso e único para nós. Quero odiar o Shawn pelo que ele fez, mas não consigo.

Shawn P.O.V

  "Disk", era o barulho que o aquecedor fazia em meia em meia hora. Sinceramente aquela noite foi a noite mais longa da minha vida, ansiava em ver a luz do sol e muito mais em ver o rosto da Maddy.

  O outro Shawn resolveu atacar!

  Tentava não pensar nela, mas era como se eu agisse por instinto. Abri a janela na tentativa de ver o céu. As incontáveis voltas que eu dava pelo quarto estavam fazendo calos nos meus dedos, passava as mãos pelo meu cabelo e AAAAARGH. Eu odeio a Maddy por me fazer pensar nela toda hora!

  Éramos para ter passado uma semana legal, só minha e dela. E, merda! Deu exatamente tudo errado. Toda vez que tento fazer uma coisa boa, alguma atitude de confiança... tem que dar errado, literalmente. Abri a porta da varanda e pus minha cabeça para fora, o céu tinha lá seus motivos para estar com umas nuvenzinhas pesadas, mas no fundo dava para ver no meio daquelas nuvens pedaços do céu azul e, fiquei impressionado com a rapidez daquele temporal ter chegado ali, provavelmente na costa estava chovendo.

  Para dentro. Para fora. Para dentro. Para fora. Para dentro. Para fora. Era exatamente esse o ritmo da minha respiração, fechei os olhos e pus a minha cabeça na direção do céu, esperando a chuva, mas apenas escutei os trovões ao longe.

— A espera de um milagre? — conhecia aquela voz...

— Eu não sabia que você fumava. — disse sentindo o cheiro de tabaco.

— Tem muita coisa sobre mim que você não sabe, Shawn.

  Sentia que na sua voz havia uma coisa de diferente, algo misterioso e sombrio, mas eu não quero forçar a barra, já fiz muita merda nesses últimos dias. Sentei ao seu lado com as mãos fechadas enquanto olhava para ela de relance toda vez que ela tragava o cigarro. Era estranho porque eu me sentia confortável no silencio que nos envolvia.

— Você é um grande idiota. — disse esfregando o cigarro no cinzeiro que eu nunca tinha visto ali.

  Ri do seu comentário.

— Do que está rindo, idiota? — disse rindo também. Maneei a cabeça negando qualquer comentário.

— Grande idiota. — repeti. — Já fui chamado de muitas coisas, agora, grande idiota é nova.

  Aquele sorriso acaba com qualquer um...

  Chegou um momento que ela parou de rir subitamente e eu sabia porquê. Ela sente nojo de mim, e isso é pior do que sentir raiva.

— Eu tento te odiar pelo que você vez, mas eu não consigo. — disse se aproximando. — Eu estava pensando e, você tinha seus motivos para ter matado aqueles filhos da puta, então. Eu te peço desculpas.

— Me diga você, o que você faria se tivesse um assassino do seu lado, como agora?

— Se eu fosse outra pessoa ficaria assustada, mas como não sou outra pessoa não sei o que faria. Talvez tentasse bater na sua cabeça com esse cinzeiro, isso se você fosse muito burro para deixar isso acontecer. Talvez eu tentasse te seduzir e te jogar dessa varanda embaixo, igual as sereias fazem com os pescadores. Seduzi-los até a morte. Ou talvez deitasse em seu colo e fazer com que você fizesse cafuné em mim.

— Então venha aqui. — disse batendo em uma das minhas pernas.

  Ela veio, mas em vez de deitar ela sentou no meu colo, de frente para mim.

— Não era bem isso que você tinha dito. — senti seus dedos dentro dos meus cabelos.

— Ah não? — disse dando uma de confusa. — Sabe, eu mudo de ideia muito rápido.

  A chuva chegou, no começo caía calma e suave era só um chuvisco, mas depois caiu com voracidade e nesse estado já estávamos ensopados.

Maddy P.O.V

  Deixava a água escorrer pelo meu corpo e, não achava que podia sentir aquela sensação de novo. A sensação de ser desejada como nunca fora sentida antes, tão intenso, tão confuso, mas ao mesmo tempo tão compreendido. Algo que nem mesmo os poetas conseguiriam decifrar. Ele chegou tão perto que prendi minha respiração e, sempre serei grata ao barulho da chuva por ter abafado o som que fiz. Shawn chegou perto do meu ouvido e sussurrou:

— Nenhum afogado pode saber qual a gota de água que fez sua respiração parar...

  Nesse caso, não foi a água...

  Nesse momento ele puxou minha cintura próximo ao seu corpo e fez um trilha de beijos no meu pescoço. Era bom, era muito bom.

— Sir Charles Ledley. — murmurei o nome do poeta do qual o verso Shawn recitou.

  O Shawn encostou seus lábios nos meus e não fora tão ruim por estarmos na chuva. Ele me fazia parar de pensar no que me trazia preocupações e desconfianças. Simplesmente meu cérebro parava de pensar e agisse naquilo que tinha importância naquela hora. Não era algo que eu conseguia explicar, só me dava tesão.

  Cinco dias, faltava apenas cinco dias para que eu deixasse o Shawn e decepcionasse seu pai por completo. Cinco dias para acabar aquilo que durou dois meses e meio. Cinco dias para que tudo voltasse ao normal. Cinco dias era necessário para acabar com tudo que nós tivemos. Não sabia se chorava ou se beijava o Shawn. Seria difícil se eu me entregasse a ele, não.

— Shawn, eu não posso...

— Não complica as coisas, Maddy. — pediu me puxando de novo. — Não complica as coisas. — disse entre beijos.

  Ele não avançava para as mãos na minha bunda ou nos meus seios. Era só beijos e carícias.

  Ele está me dando espaço.

  Se ele não iria tomar uma iniciativa, então eu tomo. Pus minhas mãos por dentro de sua camisa e arranhei suas costas, ele apertou minha cintura, mas eu queria mais. Aranhei suas costas com mais força, isso foi mais que um pedido. Ele levantou e me sentou no para-peito da varanda. Nesse ponto, eu lutava para tirar aquela blusa colada no corpo dele, até que ele tirou por si só e jogou-a em cima do sofazinho. Ele me levou até seu quarto e me prensou na parede, em nenhum momento ele tirou seus lábios dos meus. Ele me colocou na cama e passou a mão pela minha bunda. Tirei minha blusa deixando meu sutiã de renda vermelho há mostra. Puxei ele pela bainha do seu jeans. Levantei ficando de joelhos e logo emburrei ele na cama. Fiquei por cima dele e rebolei até sentir seu membro na minha intimidade. Seus gemidos roucos me deixavam excitada. Passei minhas unhas pelo seu abdômen e minha língua em seguida.

— Não esqueça que eu estou no controle. — disse tirando sua calça e logo após sua boxer.

  Fiz movimentos de vai e vem no seu membro com as duas mãos até ver ele ficar rígido. Shawn me puxou pelos cotovelos e logo em seguida segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou. Precisava daquilo, realmente eu precisava daquilo. Eu pedia por mais, não falava, mas meus olhos me entregavam completamente. Ele me deitou na cama e fez uma trilha de beijos e leves mordidas na minha barriga. Passou o dedo na bainha do meu short e voltou a beijar minha barriga. Com um movimento rápido ele me virou, fazendo com que eu ficasse de costas. Ele deu um tapa na minha bunda e retirou delicadamente meu sutiã. Estava surpresa pela mistura de suas atitudes. Autoritárias mas ao mesmo tempo tão arrependidas. Era isso que eu gostava no Shawn, a redenção.

— Invertemos nossas posições, não? — sussurrou no meu ouvido o que me fez rir sarcástica.

— VAI LOGO SHAWN! — gritei e ele logo tratou de tirar aquele short de mim. Ele me virou e logo penetrou dois de seus dedos na minha vagina, a língua ia na meu clítoris e continuou até que eu sentisse uma onda de eletricidade passar pelo meu corpo. Shawn voltou a ficar por cima de mim e me penetrou sem mais nem menos e, sem a camisinha. Shawn colocou sua cabeça no meu pescoço enquanto ia e voltava. Sentia ele ofegar a cada penetrada e meus gritos abafados quando ele ia com mais força.

  Ainda estávamos molhados e quando o Shawn se distanciou de mim pude ver os pingos de água na minha barriga. Ficamos nisso até que nossos corpos haviam se tornado um só. Cheguei no meu ápice e o Shawn logo em seguida. Ele deitou ao meu lado e me puxou para junto de seu peito.

  Era algo tão imprudente da minha parte se eu dissesse aquilo, ele ficaria chateado. Deixa isso só para mim...

  Passamos longos minutos desse mesmo jeito, colados um no outro. Eu desejava tanto o Shawn, que por mais que ele tivesse aqui do meu lado. Eu queria ele mais próximo ainda.

— Sabe aquele dia que eu te levei até a costa para ver o pôr do sol e te disse que gostava de você? — assenti.

— Nunca vou esquecer daquele dia. — murmurei.

— Eu não menti, eu gosto de você. Sei que isso tudo está sendo confuso, mas eu gosto da confusão. Minha vida nunca fora fácil, eu sou oco por dentro e, esse vazio me consome a cada dia. Me desculpa se eu não consegui sua confiança, eu sinto muito se não posso dar o que você quer ou falar o que você quer ouvir.

— Você já me deu o que eu queria e disse o que eu queria ouvir. Eu também gosto de você, Shawn.

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