Capítulo 24

Maddy P.O.V

  Acabei por ver o que estava acontecendo comigo em menos de dois meses, percebi que a minha vida estava um caos ou para falar a verdade estava aos cacos. Como se alguém tivesse me jogado de um prédio de mais de vinte andares e eu estivesse lá no chão, sem saber se eu morri. Esperava uma morte lenta e mais dolorosa. E poder sentir uma dor incondicional, porque é isso que eu merecia, muita dor.

–— E se o namoradinho de merda dela trouxer tiras? — perguntou o Murphy.

— Ai eu acabo com ela. — apontou com a faca na qual estava afiando para mim.

  Revirei os olhos e me inclinei.

— Eu não estou nem aí. — menti para parecer intimidadora.

— Sabe o que você é? — suspirei e voltei a me recostar na cadeira. — Você é uma modelo do caralho e uma psicóloga fodida.

— Você está usando as novas palavras do seu vocabulário? Porque puta que pariu você arrasou! — soltei uma gargalhada seguida de um soco no olho pelo Carl que estava do meu lado.

Shawn P.O.V

— Você conseguiu as armas necessárias com o entregador? — perguntei colocando balas no cartucho.

— Sim, e todos já estão esperando para...

  Coloquei minha mão para que o Aaron parasse de falar.

— Faltam duas horas para começar a escurecer, vamos esperar. — disse colocando o cartucho na arma e a destravando. Vi um sorriso malicioso em seus lábios e voltei a me sentar na cadeira.

— Shawn?

— Sim?

— Você sabe que isso vai resultar na morte de alguns do nosso grupo ou até mesmo da maioria, a Maddy vale isso? — levantei indo em direção à janela apoiando minhas mãos no seu batente.

— A Maddy salvou o Mark, acho que é mais do que apropriado salvá-la do Jack, mas pensando por outro lado, já éramos para ter acabado com o grupo do Jack há muito tempo. — disse olhando além das grandes construções de Miami à procura da costa. — Se fosse a Cloe no lugar da Maddy, o que você faria?

— Com toda certeza iria atrás dela sem nem pensar duas vezes.

— Ela vale tudo isso? — perguntei usando sua frase.

— Daria qualquer coisa para vê-la bem e feliz, mesmo se ela decidir que um dia não me quer mais.

— Saiba que com a Maddy não é diferente.

Maddy P.O.V

— O pessoal chega por volta da meia noite. — disse o Hussein se encostando na parede de madeira gasta. O Jack assentiu e levantou colocando a faca no calcanhar e a arma em suas costas.

— Liguei para Jonas e ele disse que já estava a caminho. — falou o Murphy saindo do banheiro.

— Vão ao encontro dele. — ordenou o Jack.

  Pouco tempo depois eles saíram fazendo com que o Jack começasse a me encarar – de novo, para variar.

— Jack?

— O quê? — disse ríspido.

— Por que você acreditou na Anne? — perguntei tocando no "assunto" depois de cinco longos anos.

  Ele pendeu sua cabeça, pensativo, mas logo voltou a sua posição anterior.

— Ela me mostrou provas.

— Que provas?

— Provas que mostrava que você tinha me traído. Provas que você tinha me traído com meu irmão! — gritou.

— Você sabe que isso não é verdade Jack. — expliquei pela milésima vez. — Sabe que eu fui fiel a você até o término do nosso relacionamento. Mas, uma coisa que mais me deixa intrigada é: como você conviveu com isso? Com a culpa de ter feito a cabeça da sua mãe, para que colocasse seu próprio irmão para fora de casa e ainda com a imagem manchada? Sabe qual foi a primeira pessoa a quem ele procurou?

— A minha avó que está a sete palmos debaixo da terra? — zombou.

— Ele disse que algo estava errado com você, e que queria o irmão que tanto amava de volta. Isso foi logo antes de você mandar matá-lo. — senti lágrimas quentes escorrendo em minhas bochechas. — E, quando surgiu a notícia de que ele tinha morrido e que você era o culpado, eu pedi com todas as minhas forças que fosse mentira e que você ainda tivesse um pouco de compaixão. Porque eu ainda te amava. Se você tivesse confiado em mim, isso nunca teria acontecido. Você ainda teria seu irmão e eu só conheceria o Shawn como um "amigo".

–— Belas palavras, Maddy Campbell! — exclamou. — Belas palavras, mas você ainda continua a mesma mentirosa na qual eu me apaixonei há tantos anos. Que pena que isso não possa continuar.

— Por que você não acaba logo com isso?

— Quero que o Shawn veja você morrer sem poder fazer exatamente nada, assim como o meu irmão vez assim que saiu de casa. Nada. — seu semblante era de raiva e nojo, provavelmente das próprias atitudes, o que eu achava muito difícil.

— O que o Shawn fez?

— O Shawn foi um tremendo filho da puta, acabou com minha reputação, com a empresa do meu pai o que resultou a morte do meu avô materno, e ainda teve a coragem de dizer que tinha 75% das ações da empresa dele. — levantou olhando pela janela. — E quando meu pai estava naquele maltido hospital teve a cara de pau de dizer que não só os 75% da empresa era dele, mas como as casas, as fazendas, os galpões onde meu pai armazenava drogas e as contas dos bancos exteriores. E sabe o que ele deixou para mim? Nada, exatamente nada.

  Era muita coisa para que eu absorvesse de uma só vez, tantas informações desnecessárias. Mortes, mortes e mais mortes, quantas pessoas o Jack teve que matar para poder chegar onde está?

— E agora ele quer pegar a única coisa que me resta. — disse se ajoelhando em minha frente tocando meu rosto. — Você. — disse por fim.

  Então por que ele quer me matar? Se ainda gosta tanto de mim?

— Assim como o seu irmão saiu da sua casa, exatamente com nada. E sobre você ter me perdido. — disse movendo meu rosto para livrá-lo dos seus dedos. — Simplesmente esqueci de quem você é ou deixou na ser na minha vida. Você não vale nem o prato que você come, não vale o irmão que teve e nem a namorada que um dia eu fui para você. Simplesmente nada.

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