Capítulo 23

Shawn P.O.V

— Aaron?

— Sim?

— Peço que você faça um favor para mim. — pedi sentando na cadeira do escritório.

— Iiiiiii lá vem merda. — disse soltando um suspiro. — Fala aí.

— Quero que contate os meus homens e peçam a eles que se reúnam na plataforma 09.

— Tem certeza disso? Você disse que ia parar, Mendes.

— Eles me devem um favor, Aaron. Salvei suas vidas da miséria e eles vão salvar uma vida em vez de tirar uma, não era o que eu mandava eles fazerem? Eles vão me obedecer, você verá. — disse tirando da gaveta e colocando uma arma na frente do Aaron. — Na mala do meu carro tem mais, você e os outros vão precisar.

— Outros? — perguntou confuso.

— Chamei o Max, Alex, Holland e o Philips. Eles vão te ajudar.

— Como sempre sou o último a saber das coisas ruins. — disse se dirigindo a porta

— E o primeiro a saber das melhores. — completei o seguindo pela mesma. — Me ligue assim que você conseguir falar com o pessoal. — sussurrei em seu ouvido quando chegamos a sala.

  A Cloe estava sentada no sofá com as pernas cruzadas. A Clary e a Mona estavam conversando mais baixo que o habitual. A Anne e a Allison se encaravam indiscretamente, sem saber ao menos o nome uma da outra.

— O que você está olhando? — perguntou a Anne.

— O que tem para ver. — respondeu a Allison.

Eles chegaram aqui há dois dias, depois que eu liguei para eles e a Cloe surtou dizendo que viria para Miami o mais rápido possível, e já estavam se matando. Suspirei e me dirigi a garagem junto com o Aaron.

— Como você aguenta cara? — perguntou com as mãos no bolso.

— Na maioria das vezes, eu nem presto atenção. Deixa elas se roerem por mim. — disse dando uma piscadela.

— Se uma delas desaparecesse, você iria atrás delas assim como você está empenhado a ir atrás da Maddy? — perguntou me fazendo parar e encará-lo.

— Eu dava até dinheiro para eles continuassem com uma das duas. — falei o que tirou uma gargalhada do Aaron.

— Por favor me fala que as armas estão naquele carro. — choramingou apontando pra uma Ferrari preta. O olhei e comecei a rir automaticamente.

— Prometo a você que quando encontrarmos a Maddy, vamos fazer um jogo de adivinhação, porque você está péssimo. — disse e abri o porta-malas de um Ford Mustang GT.

— Ah fala sério cara. — reclamou.

— Acha mesmo que eu colocaria essas armas naquele carro? — perguntei tirando o tapete que cobria o porta-malas da verdade. Ele coçou a cabeça e me ajudou a pegar elas. — Mas eu não disse que você iria nesse carro. — falei o fazendo abrir um sorriso de orelha à orelha. — Toma logo a chave antes que eu desista da caridade. — disse dando-lhe a chave do meu carro, antes que ele pudesse pega-lá a puxei de volta. — Sem nenhum arranhão. — arregalei os olhos.

— Ok, chefe! — exclamou antes de entrar no carro e dar a partida saindo da imensa garagem.

Maddy P.O.V

  Mais um dia naquele casebre desgraçado, com os meus pulsos queimando, com fome e sede. Fazia exatamente dois dias que eu não comia ou bebia um pingo d'água, sendo observada pelo Jack enquanto ele comia sanduíches e os esfregava na minha frente, e olha que ainda por cima tinha um prato com outro sanduíche e um copo de água. O cheiro de bebida e cigarro daquele lugar me fazia querer vomitar, mas o que eu iria colocar para fora?

— Pretendo deixar você sem comida até o seu herói aparecer. — disse comendo o resto do sanduíche do seu prato. Sabia de quem ele falava então eu nem protestei atenção.

— Ele não vai vir atrás de mim. — disse ao lembrar do quanto ele ainda demostrava amor e carinho pela Allison.

  A porta foi aberta em um estrondo, me assustando.

— Aaaah velho amigo! — exclamou o Jack ao ver o homem misterioso.

  A claridade me impedia de olhar diretamente no rosto do seu velho amigo, mas quando ele entrou e sentou em uma cadeira do lado da do Jack... sua aparência me era familiar. Logo entraram mais dois caras, um estava com a metade do rosto em uma grave queimadura.

— Hussein, Carl e Murphy! — disse o Jack.

  A lembrança veio à tona daquele dia no Coffee Club.

— Essa foi a vadia que fez isso em mim. — disse o Carl apontando para seu rosto. O Jack fez uma cara de nojo e se voltou a sentar na cadeira em minha frente.

  Hussein tinha uma cicatriz na testa e lembrei das cinco vezes que havia batido sua cabeça contra o chão até deixá-lo desacordado, ri ao ter essa vaga lembrança.

— Já causou demais a todos nós, não acha mesmo, Maddy? — supôs o Jack.

— Ao Murphy eu não fiz nada, mas em questão ao Carl e ao Hussein... nada a declarar, e você Jack? O que eu te fiz? — disse me aproximando do seu rosto. Seu rosto se contraiu e ele me deu um tapa.

— Não é você que eu quero matar, Maddy. É ao Shawn. — disse logo antes de me dar outro tapa.

  Outro estrondo na porta me fez fechar os olhos abruptamente, para mais uma rajada de sol em meu rosto.

— O que foi agora Taylor? — perguntou o Jack com tédio

— Acho que eles nos encontraram. — disse o Taylor com os braços cruzados.

— Ótimo, se alimente. O jogo vai começar. — disse arrastando o prato de sanduíche na minha frente com um copo de água. — Quero que você assista a morte do seu querido namorado.

Shawn P.O.V

  O pôr do sol me fez ter a vaga lembrança do dia que eu tinha levado a Maddy a costa, ela tinha adorado aquela vista, amado as tonalidades da água. A plataforma 09 se baseia em uma fileira de galpões perto de um porto, cada galpão uma plataforma, mas essa era maior que qualquer uma. Cheia de salas e equipamentos proibidos.

— O resto do pessoal chegou. — disse o Aaron entrando na minha sala.

— Obrigado. — disse arrumando minha gravata no reflexo do vidro da janela.

  Sai da sala minutos depois e encontrei em torno de uns quarenta e cinco homens armados e prontos para irem a procura do Jack. Eles olhavam para mim em cima da escada todos com os olhos atentos e calados, dispostos a ouvir minha proposta.

— Prometi a todos vocês que não iria ter mais matanças e nem sangue escorrendo em nossas mãos, mas, alguém mexeu com algo que é meu e, como vocês sabem ninguém pega o que é meu sem permissão. Agora peço a vocês que procurem em cada lugar de Miami, em cada beco. Nossos alvos são Jack Peter Mendes e seus comparsas, ele sequestrou a minha garota e a quero de volta, Maddy Campbell Maslow. Vocês me devem um grande favor, amigos. Vamos encontrar a localização deles e o Aaron, toquei em seu ombro. — Mostrará a vocês o que fazer depois. Coloquem Miami de cabeça para baixo se for necessário, mas só voltem quando encontrarem ela! — disse e logo murmúrios tomaram conta do lugar. — Issac, quero que você tente achar a localização deles pelo satélite, deve ter algo que você possa fazer. Eles não vão passar muito tempo sem usar um aparelho de celular. — assentiu entrando em sua sala.

— Vai levar isso adiante? — perguntou o Aaron com uma expressão preocupada. — Saiba que se continuar estará declarando guerra ao Jack e o resto do pessoal dele.

— Sim, quero levar isso adiante, Aaron. Ele começou, acho bom que ele saiba com que está se metendo. — disse e logo entrei na minha sala sentando na cadeira giratória.

[...]

  Longas horas de espera e diversos copos de cafés espalhados pela minha mesa, me deixavam frustrado pela falta de informação e por não poder fazer exatamente nada, além de ficar sentado e esperar, planejando planos incontáveis com o Aaron. Batidas frenéticas na porta dispensaram meus pensamentos, dando lugar a esperança.

— Encontramos eles, senhor! — exclamou o Issac ao entrar na minha sala. — Todos estão lá fora esperando pelas ordens do senhor, caso pergunte.

— Juntei as peças do nosso plano de ataque, só precisamos do seu consentimento para colocá-lo em prática. — disse o Aaron em meu ouvido.

— A localização deles é em uma estrada de terra, perto da fazenda da Sra. Santos. — disse o Issac colocando seu óculos no devido lugar.

— Sra. Santos... — murmurei tentando encontrar aquele nome em minha cabeça. - Ela é do nosso grupo? - perguntei o fazendo enrolar a língua nas palavras.

— S-Sim ela é do nosso grupo. Ela que movimenta o comércio de armas e, dele 70% vem para nós. — explicou.

— Tudo bem. — o dispensei com um único movimento com a mão.

  Escutei atenciosamente ao plano do Aaron o fazendo se encher de orgulho. Era a primeira vez que eu trabalhava em organizar planos com ele, a primeira vez que colocava essa responsabilidade em seus ombros. Depois de todos aplaudirem e concordarem com o plano, o Holland os instruiu para a sala de armas entregando-lhes armas grandes e pequenas, facas e granadas. Meu Deus! Não acredido que isso tudo seja necessário, mas queria cortar o mal pela raiz...

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