Capítulo 21
Maddy P.O.V
As buscas pelo Mark se tornaram intermináveis e eu nunca me preocupei tanto assim em toda minha vida.
Nesse momento estávamos todos na sala roendo as unhas e os olhos vidrados no telefone na espera de alguma notícia. Havíamos contatado os policiais do ocorrido e eles foram a procura do Mark logo após de 48 horas, o que eu achei um absurdo. Passava milhões de possibilidades na minha cabeça, umas até que eu gostaria de nem pensar.
O Shawn a maior parte do tempo nesses últimos três dias de procura do Mark, passava fora de casa como se soubesse de alguma coisa. Não se via mais o Jack em nenhum lugar há cinco dias. Eu pretendia ter ido embora há dois dias, mas prometi a mim mesma que só iria embora quando conseguisse encontrar o Mark, se eu não conseguisse encontrá-lo?
Fui até a cozinha beber água e me deparei com o Shawn falando com o detetive, quase sussurrando.
— Jack está com ele? — perguntou o Shawn desesperado.
— Sim, e disse que o senhor era para se decidir entre ele ou ela.
— Ele quer quanto para devolvê-lo? — questionou o Shawn de novo agora apoiando as mãos no balcão.
— Nada, só quer a resposta do senhor em meia hora. — disse com um copo de água gelada nas mãos.
— Me mantenha informado, isso é inaceitável. Não posso perder um e ganhar outro. Estaria de todo jeito na estaca zero. — protestou.
— Entre a Maddy e o Mark... complicado. Estamos tentando fazer uma emboscada...
O Jack está com o Mark, o que ele quer com ele? Que droga, Jack! Saí da cozinha na ponta dos pés e peguei as chaves do carro. Os olhos da Allison me seguiam como um olhar de cachorro faminto, ela sabeia de algo?
— Mocinha, aonde você vai? — questionou um policial na fachada.
— Preciso comprar alguns produtos de higiene. — arqueou a sobrancelha. — Pessoal. — completei e orgulhosa da minha facilidade de mentir. — No lugar mais próximo daqui.
— Tudo bem, volte em uma hora. Se não coloco um carro da polícia atrás de você.
— Sem problemas.
Entrei no carro e fui em direção em algum posto de gasolina mais próximo.
— Posso usar o telefone? — perguntei a atendente nada simpática.
— Estou nem aí. — disse fazendo uma bola de chiclete mascado.
Arregalei os olhos e disquei o número do Jack.
— Alô? — perguntou na pura simpatia.
— Aonde o Mark está? — perguntei ríspida indo direto ao ponto.
— Maddy, Maddy, Maddy... você não faz ideia de onde estamos. — disse e logo escutei alguém gritar meu nome ao fundo, e tive a vaga lembrança do Mark naquela tarde no parque. Olhei a atendente que me encarava, dei um sorrizinho e puxei uma nota de vinte dólares e ela saiu de onde estava.
— Me deixe falar com ele, Jack.
— Vai com calma. Acha mesmo que vou deixar assim? Sem nada em troca?
Sabia o que ele queria exatamente, seria igual a levantar bandeira branca em uma guerra ou estar começando uma. Preciso deixar uma pista para o Shawn...
— Tudo bem. Estou no posto no pé da colina, venha e traga o Mark, se você não deixá-lo ir... prometo que vou te mostrar como o diabo faz fogo no inferno.
— Estou morrendo de medo. — zombou. — Estarei aí em dez minutos.
Desliguei o telefone e coloquei de volta no gancho.
— Ei! — chamei a atendente que logo veio batendo os pés. — Uma criança vai chegar em menos de dez minutos. Logo após que ela chegar preciso que você ligue para esse número e peça para falar com Shawn Mendes. Mande ele vir o mais rápido possível para cá. Se ele perguntar diga que eu fui embora. — disse e entreguei o número a ela.
Alumas gotas de lágrimas caiam no papel me forçando a fungar o nariz várias vezes. Peguei outra nota de vinte dólares e entreguei-lhe juntamente com o papel. Ela pegou sem hesitar e sai limpando o rosto na minha jaqueta de couro.
Uma Van chegou minutos depois. O Jack saiu tirando o capuz de seu casaco, abriu a porta lateral da Van revelando o Mark, me aproximei devagar, mas quando vi o Mark não pude me conter... o pequeno correu em minha direção gritando meu nome, me ajoelhei para abraçá-lo e tocar-lhe o rosto.
— Vem! Vamos embora. — apontou para o meu carro com sua mochila nas costas. Neguei balançando a cabeça deixando as quentes lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.
— Mark, me escuta. O Shawn vem te buscar daqui a pouco, não se preocupe. Logo logo você vai me ver. Avise ao Shawn que eu não quero que ele leve você de novo aquele parque, ok? — ri e ele assentiu.
Levantei devagar e fui até a Van, entrei e o Jack fechou a porta. A atendente saiu com o telefone na mão, provavelmente ligando para o Shawn, achava que ela ligaria pelo telefone da loja. E minha última visão foi a do Mark chorando calado.
— Acho bom você não tentar fugir. — disse o Jack e duas silhuetas começaram a vir do fundo da van.
— Qual é o objetivo disso? O que você ganha com isso? — perguntei vendo meus planos descerem pelo ralo.
— Logo logo você saberá, não se preocupe, está mais perto do que você imagina. — disse dando a partida.
Encostei minha cabeça no vidro e parei para pensar na reação do Shawn. Na dos meus pais... da Cloe, ou até mesmo da Allison que estará dando pulos de alegria por eu estar fora do caminho dela para ficar com o Shawn, e me passou pela cabeça sobre a reação do Manny quando souber que eu fui sequestrada, a decepção estampada em seu rosto. Não sei como isso vai acabar ou até mesmo quando vai...
[...]
Não pude ver onde estávamos, mas o chacoalhar da Van indicava. – hipoteticamente. – que estávamos em uma estrada de terra. Chegamos em uma casa que mostrava que já fora usada muitas vezes. Sua aparência transbordava solidão. Entramos e logo o Jack me amarrou em uma das cadeiras de madeira podre que rangia a cada vez que eu me mexia.
— Ótimo! Agora é só esperar. — disse sacando uma arma do seu bolso, o que me fez puxar o ar até sentir meus pulmões quase explodirem. Ele repousou a arma sobre a mesa que fez um tilintar de metal contra a madeira.
Sentia meu sangue gelar a cada minuto que eu passava sentada naquela cadeira, o Jack me encarava conforme o tempo passava, parecia que ele procurava palavras para me provocar ou tentar me destruir com elas. Afinal, a qualquer momento ele poderia apontar aquela arma em minha cabeça e explodir meus miolos, mas ele não vai fazer isso, sou útil de alguma forma para ele.
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