Capítulo 11

Maddy P.O.V

  A chuva derramava sobre meu corpo deixando meu vestido colado o que aumentava minha bunda. Todos a essa altura já tinham ido embora. Estavam eu e o Shawn pulando e correndo no jardim enquanto chovia. Já havia caído duas vezes, todas foram culpas do Shawn. A primeira por ter me segurado de cabeça para baixo, e a segunda foi eu que corri graças as cócegas que ele fez em mim. Alcoolizados e molhados.

— Nós vamos ficar doentes. — disse indo para debaixo de uma árvore, mas não conseguia parar de rir.

— Você tem razão, vamos entrar e nos enxugar.

  Fomos até a porta onde a Aaliyah, irmã do Shawn, olhava para nós com uma sobrancelha arqueada.

  Não vou negar que estou um pouco chateada com o Shawn, ele escondeu uma coisa grande de mim quem sabe até seu primeiro amor. Se a Cloe tivesse aqui ela diria "ele tem seus motivos, e você não é nada para se meter na vida dele". Ela estaria certa, mas também tenho meus motivos.

— Aonde a mamãe está? — Shawn perguntou se esgueirando pelo corredor.

— Na estufa com o pestinha do Mark, Allison e o Jack. E ela pediu para dizer que deixou roupas limpas em cima da sua cama para vocês dois.

— Ótimo! Não diga a ela que entramos em casa todos molhados. — disse me levando pelo lado contrário do corredor que dava para sala de estar.

  Subimos as escadas onde o Shawn escorregou me fazendo rir escandalosamente. Entramos em uma das imensas portas de carvalho escuro, Shawn me puxou me beijando e me colocando contra a parede. Amava quando ele dava chupões em meu pescoço, sempre ficava uma marquinha ou outra no dia seguinte.

— Shawn... — gemi baixinho. — Não! — disse o empurrando, vi seu rosto se contorcer em confusão, mas estava brava, irritada e chateada demais para transar com ele.

— Não estou te entendendo. — disse tirando seu blazer.

— Vai ficar sem entender, vou tomar meu banho. — disse me dirigindo ao banheiro, ao entrar fechei a porta deixando os pensamentos tomarem conta de mim.

Então vamos aproveitar o agora e deixar o que tem que acontecer para depois?

 Como ele pôde ter me dito isso? Encostei minhas costas na porta e me sentei no chão, não conseguia ficar de pé como também não podia segurar minhas lágrimas. Precisava colocá-las para fora deixá-las limpar meus olhos e me ajudar a enxergar como tudo estava confuso e complicado na minha vida. Maldita viagem. Eu odeio a Cloe por ter chamado o Shawn para a casa dela, e me odeio ainda mais por ter ido dar aquela volta pela cidade, tudo isso por causa de um Muffin com gotas de chocolate.

  Quando não tinha mais lágrimas para derramar ou até mesmo força para isso, me levantei, tirei aquela roupa molhada e liguei o chuveiro. Encostei minha cabeça na parede fechando meus olhos e pensando como fui parar naquilo e como eu era uma garota tola. Me sentia em um oceano onde não tinha nenhuma terra firme ao meu redor nadava. Nada parecia diferente, só água. Não me permitia afundar. Tubarões ou águas-vivas não me machucavam, eles faziam parte daquele mundo como um todo, como se eles fossem meus sentimentos, mas só que eles brigavam para ver quem ficava mais forte. Meus pulmões imploravam por ar, não via mais as nuvens roxas e laranja do entardecer, tudo que conseguia ver era um borrão bonito e irresistível. Ele era gracioso e imprudente e era isso que eu gostava nele. Preciso voltar à superfície. Saí do banheiro renovada ou melhor, decidida a voltar a superfície.

  Coloquei... um pijama? Ao abrir a porta vi o Shawn sentado na beira da cama sem a camisa e uma calça de moletom, ele olhava para suas mãos e o seu cabelo estava bagunçado deixando alguns fios cair sobre seu rosto.

— Não vai tomar banho? — perguntei secando o cabelo.

— Já tomei. — disse ríspido. — O que você tem? Às vezes, você procura agradar ou proteger algumas pessoas e elas não se importam com suas preocupações e seus motivos. São egoístas e acabam machucando com seu egoísmo quem, em nenhum momento, desejou seu mal. Eu estou tentando te agradar. — falou levantando.

— Eu não quero um robozinho disposto a fazer tudo o que eu quero ou para tentar me agradar, não quero que ninguém mude por minha causa. Eu quero que você seja sincero comigo. E drama não é seu estilo, Mendes.

— Eu estou sendo sincero com você, ou ainda não percebeu? Acha mesmo que eu te trouxe aqui para discutir? Trouxe aqui para conhecer minha família....

— Assim como trouxe a Allison também.

— Que... quem te disse sobre a Allison? — seu rosto expressava confusão, soltei uma risada sarcástica.

— Os segredos vêem a tona, eles nunca ficam guardados você querendo ou não. Escutei muitas pessoas falarem sobre ela, mas quero escutar da sua boca. Quem é Allison? — perguntei me aproximando dele.

— Uma garota legal...

— Não perguntei sobre as qualidades dela, quero saber quem é Allison para você.

— Por que a curiosidade? — perguntou sentando em uma das poltronas do seu quarto.

— Eu fiz a pergunta primeiro tenho o direito de saber a respeito.

— A menos que eu não queira contar quem ela é ou deixou de ser para mim. Você está com muita moral para uma garota em um pijama de ursinho.

  Olhei as mangas do pijama e vi que ele estava certo.

— Olha, não é mesmo? Eu tenho muita moral, comparado a que você tem sobre mim e, deixa eu te dizer uma coisa, se afasta enquanto ainda não resolvi fazer coisas piores. Por que não me disse que o Jack era seu primo? — cruzei os braços.

— Achei melhor te poupar disso.

— E esconder era a melhor solução? Ele fez parte da minha vida de um certo modo, e eu contei isso a você. Era mais que sua obrigação me contar que ele fazia parte da sua família.

— Como eu disse, eu queria te poupar.

— Então me trouxe aqui por quê? Você sabia que ele estava aqui, por que me trouxe?

— Eu só queria sair daquela casa, aposto que você também. Estava começando a sentir pena de você. Você ficava o dia todo todos os dias trancada naquele quarto, então resolvi te chamar para sair.

— Então é isso que você sente de mim... pena. — disse sentado na beira do sofazinho. Meus olhos lacrimejaram, pisquei, mas não o suficiente para afastar minhas lágrimas e elas vinheram como uma onda que sai derrubando tudo.

— Eu não quero brigar com você, ok? Me desculpa pelo que eu disse...

— Vai ser assim então? Toda vez que você fizer merda comigo vai vir com o rabo entre as pernas e me pedir desculpas? Acha mesmo que eu sou as outras ficantes suas que imploravam para serem penetradas por você? É ai que você se engana, porque eu não preciso de ninguém, mas pelo visto você precisa mais de mim do que nunca.

  Suspirei, fui até a cama e comecei a jogar os travesseiros no chão.

— O que você está fazendo? — questionou enquanto me observava.

— Indo dormir. — falei jogando um travesseiro nele.

— Olha, a princesinha está irritada. — provocou.

  Olhei para ele lhe lançando um olhar dilacerante.

— Espero que o tapete lhe faça companhia porque você não vai dormir aqui comigo. — disse apalpando o meu travesseiro.

— Ah, mas eu vou dormir aí sim, estava até com saudades desse colchão. — disse entrando debaixo dos lençóis. Ele estava com alguma coisa na boca e não parava de mastigar.

— Pretende passar a noite toda mastigando isso? — perguntei ficando de costas para ele.

— Uhum.

— Argh.

  Me levantei colocando os travesseiros no tapete e me deitei, mas antes puxei o travesseiro do Shawn fazendo sua cabeça bater no ferro da cabeceira da cama.

— Aí! Vem cá! Agora você vai dormir aqui! — falou puxando o travesseiro da minha mão colocando de volta debaixo dele.

  Levantou vindo em minha direção me pegou pelos braços e me colocou na cama, me debati tentando afastar suas mãos de mim, mas seus músculos era maiores que meus bracinhos de palitos de fósforos.

  Ele deitou no meu lado me abraçando, bati em seu peito com força, mas ele pareceu não se importar.

— Me solta. — sussurrei. — Estou ficando sem ar. — menti.

  Ele tirou os seus braços de mim, comecei a chorar desesperadamente.

— Ei. — sussurrou.

— Não encosta em mim! — gritei.

  Me levantei indo até o sofá, não sei o que ele fez depois, mas eu estava tão cansada que assim que fechei os olhos apaguei por completo.

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