Capítulo 107

Maddy P.O.V

  Nesses últimos dois dias o Shawn passara a maior parte me fazendo compainha e sempre ficava calado e pensativo. Era como se ele estivesse se despedindo de mim aos poucos e isso me assustava. Só de pensar que daqui há meia hora encontraria o Henry meu estômago embrulhava.

  Não estava com medo do que me acontecesse, mas havia uma vida dentro de mim e agora eu me pergunto se esse encontro com o Henry não acarretaria em alguma consequência. O Shawn não sabia, mas eu havia contado a Cloe e a Lydia, por mais que elas apoiassem, elas sentiam medo, mesmo que não adimitissem isso e eu entendia, porque eu também sentia.

  Havia deixado a maleta de dinheiro na casa da Lydia, longe do Shawn e longe dos nossos amigos. Naquela altura, eu estava com meus tornozelos inchados e eu não conseguia andar por mais de cinco minutos sem ofegar.

  Terminei de tomar aquele maldito chá de flores que o Shawn me obrigara e subi entrando logo depois debaixo do chuveiro. Coloquei uma roupa prática e que não me impedisse de correr.

  Depois encontrei o Shawn limpando sua arma na sala de estar, ele parecia concentrado. Ele sorriu quando me viu e me chamou para sentar do seu lado.

— Você não está com uma expressão muito boa. — disse deixando a arma de lado. — Dormiu bem? — assenti colocando minhas pernas por cima das suas.

— Shawn. — toquei sua pele depois de uma segundo de silêncio. — Eu não quero te perder. — senti meus olhos marejarem.

  Ele se aproximou de mim e me puxou para um abraço.

— Pensar na possibilidade que você não volte hoje e nunca mais me dói. — suspirei.

— Escuta. — se apromixou colocando uma de suas mãos na minha nuca e logo suas orbes estavam penetrando as minhas. — Eu preciso tentar. — sorriu. — É como você disse, não quero voltar a deitar no travesseiro sem saber se posso acordar amanhã.

— Eu te amo tanto, Shawn. — o abracei com força.

  Eu queria ter ficado naquele abraço pelo resto das nossas vidas, sem nenhum temor eminente, eu só queria ser dele.

  Eu precisava ser forte, mesmo que só ele demonstrasse estar, mas eu precisava tentar. Decidi me afastar dele quebrando aquela conexão quando batidas na porta chamaram nossa atenção.

  Estava na hora, e eu não estava pronta.

  Os meninos entraram, todos vestiam preto para se disfarçarem na escuridão da noite, eu só esperava que eles fossem embora para conseguir sair de casa a tempo.

  Logo o Issac e a Cloe tomaram conta da sala com computadores e fios enroscado em todos os lugares.

— Onde está a Lydia? — perguntou o Shawn.

— Ela disse que encontraria vocês lá. — falou a Cloe logo me olhando de relance.

  Ela viria me pegar para irmos juntas.

  Todo o mesmo trabalho de repassarem o rádio, verificar o colete de balas, o estoque de munição e se os pneus dos carros estavam calibrados foram feitos. O Shawn me chamou para conversar com ele no quarto e o segui, ele fechou a porta assim que eu entrei e me beijou.

  A Lydia estava certa, no final eu sou uma pessoa fraca, mas odiava ter que adimitir isso, eu odeio de todo meu coração adimitir isso.

  Eu estava deixando um pedaço de mim ir a uma briga, a minha briga. Se o Shawn não voltar com esse pedaço, ambos morrem.

— Eu não vou te desejar boa sorte. — disse e voltei a beijá-lo.

— E nem deveria. Shawn Mendes sempre volta. — falou se distanciando e andando com passos rápidos até a saída do quarto e fechou a porta.

  No começo eu achei que era uma brincadeira até escutar o barulho da trava. Andei até a porta e girei a maçaneta.

— SHAWN! — bati na porta com a mão espalmadas. — ABRA A PORTA SHAWN!

— Eu não posso deixar você fazer o que vem planejando com a Cloe e a Lydia. — escutei sua voz por trás da porta. — Eu te amo demais para deixar que isso aconteça, Maddyson.

— PORRA SHAWN! EU NÃO SEI DE NADA DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO! PELO AMOR DE DEUS EU NÃO CURTO FICAR TRANCADA! — gritei.

Shawn P.O.V

  Desci as escadas e todos já estavam do lado de fora, me esperando. Voltei até a sala onde encontrei a Cloe e o Issac em frente aos computadores.

— Quem abrir aquela porta para a Maddy sair... — respirei. — Não queiram saber o que eu vou fazer. — disse olhando para o Issac e a Cloe.

— Shawn. — chamou a Cloe. — Por que ela está presa lá em cima? — perguntou corrigindo sua postura.

— Você sabe muito bem porquê. — falei e depois saí de casa.

  Olhei para cima, onde podia ver a Maddy tentar abrir a janela. Ela pareceu perceber que alguém a encarava e olhou para baixo. Eu não queria ter feito isso, mas também não ia deixar ela ir atrás de mim. Ela havia me ajudado muito nessa investigação atrás do Henry, mas agora eu tomava à frente.

  Ela passou a mão pela bochecha possivelmente onde escorria uma lágrima e depois sentou no batente.

— Vamos. — disse e todos começaram a entrar dentro dos carros.

  O caminho inteiro eu fui pensando em como tudo iria acontecer e qual seria a minha sensação e a de todos que estavam envolvidos nisso. Nós estávamos contando com uma ronda maior de policiais, já que a Maddy havia combinado de encontrar o Henry. A Lydia não é tão boa assim em esconder coisas, principalmente uma mala de dinheiro.

  Já havia pessoas nos esperando em uma distância aceitável do hospital, então só fizemos repassar o plano.

— Não esqueçam que assim que dermos conta dos poliais, de instalarem as pequenas bombas nas portas e de colocarem o spray nas câmeras de seguranças. Provavelmente o Henry estará esperando a Maddy na sala de reuniões dele junto com seus outros dois aliados. Aaron, seu trabalho é encontrar a sala de vigilância e nos guiar até essa sala de reuniões. Bruno, Holland, Beatrice e vocês dez. — apontei para cada um deles. — Nós vamos invadir a sala e matar todos eles, mas o Henry deixem comigo. Um grupo de vinte e cinco pessoas vão até as mulheres e crianças que estão no subsolo e tirem todos de lá. Para o resto, se escondam nas árvores e arbustos, sejam silenciosos. Se o Henry conseguir sair de lá, acendam os lasers na direção dele, se ele contiar avançar para fora do perímetro de vocês, estão liberados para atirar, entenderam?

— Sim! — disseram em uníssono.

— Se conseguirmos, vocês estarão livres de todas as suas dívidas comigo. — disse e balancei a cabeça para que começacem a se espalhar. — Vamos. — avancei com meu grupo em direção a mata.

  Estava contando com o silêncio e isso era assustador, não sabíamos se estávamos sendo observados ou se o Henry estava me esperando. Conseguia ver luzes por sobre a copa das árvores, a lua e as estrelas estavam lindas. Fazia 11 meses que eu havia matado o Jack e a sensação de adrenalina que eu senti naquele dia parece nunca ter se dissipado.

  Bela noite para morrer, Mendes.

Maddy P.O.V

  Eu precisava sair dali o mais rápido possível, saber que o meu plano estava indo por água a baixo me deixava furiosa.

— Droga, Shawn! — bati com a mão espalmada na porta.

  Sabia que a Cloe estava lá embaixo junto com o Issac, então comecei a gritar seus nomes e nada deles me ouvirem ou virem até aqui.

— Pensa, Maddyson. — coloquei as mãos na cabeça e andei de um lado para o outro.

  Fui até a cômoda e peguei um copo de água, coloquei um pouco entre a brecha da porta e molhei a minha calça.

— CLOE! CLOE A MINHA BOLSA ESTOUROU. — gritei mais duas vezes antes de ameçar ligar para o 911. Passos rápidos vindo das escadas cessaram meus gritos, o tilintar da trava na maçaneta me fizeram respirar de alívio.

— Merda! — disse o Issac vendo o chão molhado. — Eu posso te ajudar a descer e... — fui mais rápida do que eu pensei e consegui desacordar o Issac com um soco no seu queixo.

  Desci as escadas pronta para fazer a mesma coisa com a Cloe, mas lembrei que o Shawn estava contando com a Cloe e o Issac para dar suporte a eles.

  Peguei meu celular e liguei para a Lydia do corredor, ela me disse que já estava no caminho e que não iria demorar muito.

— Já ia pegar a chave do carro e, você parece bem para quem vai ter bebê e para quem estava gritando desesperada no quarto — me olhou com dúvida. —, ou não, cadê o Issac? — perguntou a mesma franzindo a testa.

— No chão do meu quarto ensopado com a água que usei para dizer que minha bolsa havia estourado. — disse colocando meus sapatos.

— Maddy, eu nunca subestimaria você — sorriu sem mostrar os dentes. —, mas o Shawn está cuidando disso, deixa ele terminar.

— Não, a pessoa que vai matar o Henry essa noite, serei eu. Agora, me conte o plano do Shawn.

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