Capítulo 105

Maddy P.O.V

  Depois de ter deixado aquelas informações com eles havia voltado para casa, pegado o carro e fui até o médico com o Shawn.

  Estava ansiosa para saber o sexo do bebê – mesmo para termos deixado para saber no último mês –, mas diferente do Shawn, eu não demonstrava.

— Amor, como descobriu aquilo tudo? — me encarou.

— Ah Shawn! Eu aguentei o Henry por quase três anos e, eu trabalhei para uma gangue matando pessoas. Era o meu dever buscar informações sobre elas. — falei calma olhando através da janela.

— Essa pessoas eram más? — perguntou colocando sua mão em meu joelho nu.

— Na maioria das vezes... — parei de falar e o olhei.

  Eu não queria rebobinar o meu passado e lembrar das pessoas que eu matei, mas o Shawn está comigo e, o nosso passado não é tão diferente assim.

— Pais de família, filhos rebeldes, mães prostitutas e no final, pessoas que só queriam a droga para se suicidarem ou ficarem loucos nas festas de fraternidade.

  Um silêncio se instalou depois daquilo e ele percebeu que eu precisava dele.

— Quer comer alguma coisa depois da consulta? — ri balançando a cabeça. Ele me encarou e sorriu de lado.

— Quero.

[...]

  A sala estava gelada e o Shawn entrelaçou seus dedos nos meus enquanto olhávamos a imagem na tela preta e branca.

  Observei a médica tirar o gel da minha barriga atentamente.

— O bebê está ótimo, o coração bate bem e os órgãos estão se desenvolvendo maravilhosamente. Você já está no seu nono e último mês e o cuidado deve ser redobrado. — jogou o papel na lixeira. — Querem saber o sexo do bebê? — perguntou desligando a pequena tela.

  Olhei para o Shawn e ele apenas assentiu.

— Sim. — respondi.

— Vocês vão ter um grande trabalho com essa pequena garota. — sorri.

[...]

— Terra chamando Maddy. — disse o Shawn balançando a mão na minha frente.

  Eu estava tão empolgada em saber que nós estávamos esperando uma garotinha que eu nem percebi que o Shawn estava na minha frente.

— Desculpa. — o olhei.

— Já paguei a conta, vamos. — disse levantando.

  Procurei fazer o mesmo e comecei a pensar na decoração do quarto.

— Você prefere rosa ou roxo? — perguntei entrando no carro.

— An... que tal os dois juntos? — pigareei.

— Não sei não. — disse e o observei dar a partida.

  Depois que a médica disse que era uma menina o Shawn ficou em um estado de transe e me perguntava se ele  estava fora de si ou se ele tinha gostado de saber que era uma menina. Preferi deixá-lo sozinho em seus pensamentos e fiquei observando a formação de nuvens carregadas.

[...]

  Naquela noite levamos os garotos para o aeroporto e me certifiquei que as meninas fossem tomar conta deles.

— Acha que as crianças vão ficar bem? — perguntei vendo o aeroporto se distanciar e com o passar do tempo.

— Você estaria mais segura se tivesse com eles...

— Já conversamos sobre isso, Shawn. — o olhei o interrompendo.

— Só estou falando a verdade. — me olhou. — É a verdade, não é?

— Chato. — murmurei aumentando o rádio.

  Além disso tudo nós tínhamos que nos preocupar com a mídia que não saía de cima de nós. Por mais que o Shawn havia assumido que seria pai e que teria muitas responsabilidades novas, parece que eles querem mais – o que é óbvio –, então tínhamos que manter tudo em segredo, um passo para os paparazzis já eram um motivo de comoção entre as fãs do Shawn.

— O que contou ao Andrew? — perguntei lembrando do seu surto quando contei sobre a volta do Henry.

— Disse que precisava resolver umas questões familiares, ele não perguntou muito. — falou olhando a rodovia em nossa frente.

— Como anda o plano com os meninos? — perguntei. Eu sabia como estava o planejamento de tudo, mas queria saber minha posição no plano.

  Eu com toda certeza não vou ficar de fora depois de ter chegado até aqui.

— Estamos ainda dando algumas finalizadas nele, mas não é nada assustador. Sabemos onde são todas as portas e saídas, mas não sabemos se elas estão lacradas, possivelmente sim pelo fato dele ter mulheres grávidas lá dentro. — respirou fundo e vi que ele dera uma olhada para minha barriga. — Sabemos a base de quantos polícias e capangas dele tem no local.

— Como?

— Pedi que um grupo da Plataforma de Vancouver fosse averiguar. — assenti.

— Quantos homens tem nesse plano?

  Ele me olhou depois que virou uma curva com uma cara de que perguntava o que eu realmente queria saber.

— 144 homens. O prédio não é tão grande.

— Mas o número de pesssoas sim. — falei. — O que eu irei fazer? — perguntei logo de vez.

  Ele me olhou com as sobrancelhas franzidas e os olhos semicerrados. Quando finalmente ele parou na garagem de casa ele voltou a me olhar agora com um ar mais sério.

— Você vai ficar em casa ajudando o Isaac na vigilância das câmeras, são muitas.

  Estava pronta para protestar de novo quando o Shawn abriu a porta e saiu do carro.

— Shawn! — o chamei. Tirei o cinto de segurança e sai do carro em seguida entrando dentro de casa.

  O encontrei sentado na mesa do seu escritório enquanto passava por entre seus dedo uma pedra azul, muito bem polida por sinal. A cadeira reclinada enquanto seus pés estavam um colocado em cima do outro na ponta da mesa.

  Cruzei meus braços enquanto ficava em frente da porta sem me mover um centímetro.

— Não adianta discutir comigo, Maddy. — levantou seu olhar na minha direção. — Eu não vou te pôr lá dentro. — falou com uma voz suave.

— E se eu quiser? — ergui o queixo.

— Mesmo se você quisesse, você está grávida.

  Eu compreendia seu medo, isso também me assustava.

— Ele matou o meu avô... — senti meus olhos lacrimejarem.

— Eu sei. — falou levantando e vindo na minha direção. — Eu já perdi muita coisa nessa vida, perdi pessoas e me perdi. Eu não posso perder vocês. — disse enquanto encostava sua testa na minha. — Me prometa que você vai ficar e ajudar o Issac nas câmeras.

— Shawn. — tentei me afastar, impossível. Ele mantinha um braço enrolado em minha cintura e o outro segurava minha nuca.

— Me prometa. — me olhou com súplica. 

  Talvez o Shawn já tivesse perdido a paciência comigo há muito tempo, ou talvez eu estava sendo rebelde demais em não concordar com ele em quase nada nas últimas semanas, e isso parecia que nosso relacionamento estava afundando, eu não queria isso. Então apenas concordei e o abracei.

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