Capítulo 103

Maddy P.O.V

  Depois daquela nossa conversa o Shawn parece menos tenso, até pensei na possibilidade dele ter cogitado a ideia de me deixar ajudá-lo, mas estava enganada. Ele havia marcado uma reunião com os meninos para falar sobre o Henry e suas ameaças e me deixou de fora.

  Claro, era meio que óbvio que ele não ia me deixar de forma alguma ajudá-lo. Mas vamos ver até quanto tempo o Shawn vai me esconder do seu plano.

  Desci as escadas e logo olhei a hora no relógio, 4:00 p.m. Hora de pegar o Mark na escola. Deixei o Dylan em seu carrinho em frente a TV e fui até a cozinha. Ao passar pelo corredor, me inclinei até conseguir ver o Shawn sentado na cadeira do seu escritório. Ele estava com a cabeça baixa, com os cotovelos na mesa e as mãos unidas tocando sua testa. Me aproximei mais dele e percebi que o mesmo estava com os olhos fechados.

— Shawn? — o chamei chegando mais perto dele. O mesmo levantou e abriu os olhos rápido e, notei que seus olhos estavam vermelhos e ele estava com olheras horríveis. — Você precisa descansar. — passei por detrás de sua cadeira encostando minhas mãos de leve nos seus ombros.

— Não enquanto eu não resolver isso...

— Shawn, eu já disse que posso ajudar. — nesse momento ele suspirou e tirou minhas mãos dos seus ombros com certa agressividade. Levantou e me olhou sério.

— Eu já disse que não vou deixar você fazer isso. Maddy, é perigoso demais...

— Então eu o procuro sozinha. — cruzei meus braços o olhando agora mais séria que ele.

— Maddy. — travou seu maxilar. — Eu não estou fazendo isso só por você.

— Acha que eu estou fazendo só por mim? — perguntei me aproximando ainda com os braços cruzados.

— Eu... eu só não quero te meter nisso. — me olhou com certa súplica para que eu parasse e deixasse esse assunto enterrado.

— Eu estou envolvida nisso até o pescoço. — respondi. — Shawn, nós precisamos ficar juntos nisso. Você não dorme há quase três dias! — exclamei.

— Você sabe muito bem que não importa o que me diga, eu não vou deixar você me ajudar. Eu deixei bem claro há um bom tempo que...

— Que eu não fosse atrás dele e o matasse. — revirei os olhos sabendo da resposta. — Você me fez prometer isso, eu sei! Mas Shawn...

— Sem mas. — disse aparentemente bravo.

— Não importa o que você me diga. Eu vou atrás dele com ou sem seu consentimento. — passei pelo seu lado, mas, antes que eu chegasse a porta o mesmo segurou me pulso.

  Levantei minha cabeça o encarando e o vi olhar para frente, um canto vazio e travar mais uma vez, o seu maxilar.

— Tudo bem. — suspirou

— Tudo bem o quê? — observei o mesmo me encarar.

— Tudo bem você me ajudar a achá-lo. — fechou os olhos brevemente.

  Suspirei e me desvincilei da sua mão em meu pulso passando logo depois meus braços ao redor do seu pescoço.

— Prefiro você me ajudando aqui do que o procurando sozinha. — falou meio a contra gosto.

— Sabia que uma hora ou outra você deixaria. — disse por fim, convencida.

— Olha que eu mudo de ideia. — me olhou com o queixo erguido.

  Sorri e o puxei para mais perto, sabia que naquela altura do campeonato eu não poderia mais deixar nossos corpos sem nenhum milímetro de distância. Aquela barriga grande era a causa disso.

— Você não foi ao médico esse mês. — falou olhando para baixo e colocou as mãos na minha barriga de leve.

— Eu pedi para marcar em outro dia. Com essa coisa toda acontecendo eu preferi esperar as coisas se ajustarem. — falei olhando os círculos que as pontas dos seus dedos faziam.

— Não devia ter feito isso. Talvez saber que o bebê e você estão bem fosse a melhor notícia que eu poderia receber essa semana. — sorriu de lado.

  Ele estava certo, eu não deveria ter feito isso, mas pensando por outro lado meu instinto materno disse que eu me sintia bem. O bebê se mexia frequentemente e eu sempre ultrapassava um pouco mais de um prato em casa refeição.

— Eu vou buscar o Mark na escola. O Dyl acabou de acordar e está no carrinho em frente a TV, daria uma olhada nele depois? — perguntei me dirigindo a porta.

— Vou responder alguns e-mails e vou para sala ficar um pouco com ele. — assenti.

[...]

— Mãe, no dia que você não se atrasar para vir me buscar na escola eu prometo que arrumo minha cama por um mês. — resmungou entrando no carro.

— Gostei dessa promessa. — disse dando partida.

— Retiro o que eu disse. — ri. — Sabe aquele campeonato de música? — assenti. — A banda do Paul estava precisando de um guitarrista e me chamaram.

— Isso é ótimo. — o olhei surpresa.

— Só não apareça com aqueles típicos cartazes de "meu filho é um campeão", "orgulho da mamãe" ou "Mark é o vencedor" pelo amor de Deus. — disse se inclinando para ligar o rádio.

— Eu não sou tão clichê assim. — o olhei indignada.

— Vamos ver.

— Chega de falar baboseira e aumenta logo esse rádio.

[...]

  Terminei de fazer o jantar e olhei para o Shawn que dormia com o Dylan no sofá, evitei de fazer tanto barulho na tentativa de não acordá-los.

— Mãe? Você poderia ver se a minha guitarra está no escritório do Shawn? — perguntou o Mark do alto da escada. Assenti e segui pelo corredor.

  Vi a guitarra do Mark em um dos canto e fui até ela. Ok, não era da minha conta, mas o notebook estava aberto bem na hora que o e-mail chegou. Deixei a guitarra no mesmo lugar que achei e me aconcheguei na cadeira macia. Voltei alguns e-mails e os li do começo:

Aaron

  Shawn, isso seria uma boa e estaríamos polpando tempo.

Shawn

  Eu não vou fazer isso. Já quebrei uma regra a deixando me ajudar na procura do Henry. Usá-la como isca é, sem exceções, pedir para matá-la.

Aaron

  Sei que você a ama, mas você já quebrou sua própria regra a deixando nos ajudar. Agora quem tem que tomar a decisão é ela.

Shawn

  Ela não vai ficar nem sabendo disso e minha resposta é não.

Aaron

  Os garotos aceitaram o plano, só falta você e, garanto que a Maddy não iria perder a chance de matar o Henry.

Shawn

  Ela está grávida, Aaron! De um filho meu, acha mesmo que vou deixar ela quanto meu filho correrem riscos? Nem pensar.

Aaron

  Se não contar sobre o "plano" para ela eu conto.

  Nesse momento escutei batidas vindas da porta. Tomei um susto quando vi que o Shawn se encontrava parado com as mãos no bolso.

— O Mark pediu para que eu vinhesse verificar se você não tinha desmaiado e batido a cabeça no caminho de volta com a guitarra dele, sabe que ele tem pavor de sangue. — riu.

  Hora de colocar o Shawn contra parede.

— Talvez me fazer de isca não seja uma má ideia. — me recostei colocando a ponta da minha unha entre meus dentes.

— Você leu meus e-mails? — se aproximou rápido e bravo.

— Por quanto tempo você pretendia me esconder e não me contar isso? Qual é?! — perguntei levantando furiosa da cadeira.

— ISSO NÃO TE DEVIA RESPEITO! — gritou fechando o notebook com agressividade. Aquilo fez um barulho tão estrondoso que cheguei a me perguntar se o notebook não se partiria em dois pedaços.

  Recuei por impulso do Shawn, por mais que eu estivesse do outro lado da mesa, presentia que a qualquer momento ele pularia por ela, e o olhei fascinada com sua transformação de humor. Naquele momento eu pude me sentir inferior a ele. Engoli em seco, igual a uma criança faz quando seus pais ficam o encarando em meio a uma briga e nenhuma palavra sai. Pisquei algumas vezes saindo do meu breve transe e passei por ele pegando a guitarra do Mark.

Hi guys! Eu queria desejar um feliz 2019 (atrasado), e que esse ano consiga superar todas as suas perspectivas. O ano começou tão bom, inclusive até o Shawn postou as datas da tour no Brasil! Corram no insta dele e saibam mais amores. 💖😄

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