☦︎༘💭 ❝ [ bad idea, right? ] ❞

⚠️ ESTA ONE-SHOT CONTÉM GORE, TERROR PSICOLÓGICO, MENÇÃO A DROGAS, DEPRESSÃO E ABUSO SEXUAL, ALÉM DE UM ASSASSINATO EXPLÍCITO. CASO SEJA SENSÍVEL, POR FAVOR NÃO LEIA. ⚠️

Não revisado.

Minho não sabia o que tinha acontecido, mas sua cabeça doía muito, parecia que tudo girava. Tudo que se lembrava era de ter deixado a namorada na porta de casa e começar a andar para a própria casa. Era de noite e o jovem casal voltava da faculdade calmamente, conversando e sorrindo, era um casal de dar inveja, todos da faculdade os conheciam, andavam sempre de mãos dadas, se olhando apaixonados... Sinto em dizer, mas aquilo chegava a ser grudento demais, pelo menos na minha visão.

Neste momento Minho parecia não sentir o sangue que escorria de sua cabeça, muito menos notar que suas mãos estavam amarradas, ele parecia estar acordando de um sono tranquilo. Suas bochechas e a ponta do nariz vermelhinhos, os olhos molhados pelo desmaio recente, a carinha de quem não está entendendo nada, essa é minha versão favorita de Lee Minho. Não que eu seja a vilã aqui, mas eu realmente estava adorando ver Lee Minho desnorteado e parece que o rapaz ao meu lado também adorava essa visão.

Pena que não demorou muito para ele notar que aquele com certeza não era seu quarto, muito menos o de Soohyun. Pela cara de perdido, suponho que ele nem sequer sabia onde estava, mas era especialmente divertido ver ele tentar levantar da cadeira de madeira, quase a derrubando, me fazendo segurar a risada e olhar para o lado, vendo o outro rapaz sério, ainda segurando a caixa de madeira.

— Mas que merda é essa? — O Lee resmunga enquanto continua tentando soltar suas mãos usando a força, ato tal que era inútil, Minho parecia ser um inútil às vezes.

—Por que você continua tentando? É tão óbvio que não vai sair daí. — Han sai das sombras onde se mantinha encarando o Lee, logo deixando a caixa bem aos pés do mais velho, sem menção alguma de abri-la. Sua voz soava entediada até ele abrir um sorriso horripilante. — Minho, Minho... Quanto tempo, não é mesmo?

— Han... Onde eu estou? Me solta! Você é um desgraçado! Você não sabe o quanto eu quero te esmurrar neste momento! — Exclamou irritado, o rosto todo vermelho. Aquilo era entediante.

— Me poupe de seus discursos de 'garotinho perfeito do colegial', já ouvi eles por tempo demais para ter que aguentar mais um minuto se quer. — O jeito que Jisung tirou o canivete do bolso e começou a brincar com ele entre seus próprios dedos evidenciava que ele estava entediado, seu olhar parecia perdido, tranquilo demais para alguém que sequestrou seu ex-namorado e estava sendo xingado de diversas formas diferentes.

Eu já presenciei cenas assim diversas vezes, sempre sou convidada para estes eventos. Muitas vezes saio sozinha depois deste evento, me retirando para fumar e pensar sobre as reações estranhas do ser humano. Pessoas matam por pouco, pessoas sequestram por menos ainda, isso é idiota, não veem que aquilo é uma vida? Qual a dificuldade de fazer coisas que mantenham a sociedade em ordem? Por que o ser humano é algo tão complicado? É algo inexplicável.

Em casos como este, vejo que um adolescente frustrado sequestrou seu ex-namorado pois não suporta vê-lo com outra pessoa. Ou talvez fosse a sede de vingança e mostrar ao mundo quem é o garotinho que eles tanto amam.

Decido sair de meus pensamentos e focar na situação na minha frente que parece esquentar quando o sorriso macabro de Han se abre mais ainda. Eu conseguia sentir os pelos de Minho se arrepiarem e suas pupilas se dilatam — mesmo que eu estivesse atrás dele, escondida no escuro do porão. —, eu adoro o cheiro de medo, ele é doce, saboroso, viciante.

— Minho, todo dia eu me pergunto o que passou na minha mente de deixar alguém podre como você encostar em mim, me beijar... Me usar.

— Eu nunca fiz i-- — Antes que o Lee pudesse terminar sua frase, Han aponta o canivete para seu rosto, entre seus olhos.

— Cala a boca que eu não deixei você falar. — Neste momento o clima se tornou tenso, tão tenso que parecia ser palpável, era como se a qualquer instante eu pudesse estender minha mão e tocá-lo.

— Você, um homem... Homem não, um moleque. Um moleque egocêntrico, narcisista, pensa que o mundo gira em torno de você. Sim, você mesmo me teve em mãos e não fez esforço algum para me manter com você, parecia que me queria longe... Mas nos momentos de carência eu era seu namorado, nestes momentos eu era a pessoa que você "mais amava". — O Han faz aspas com os dedos, os olhos estudando Minho de uma forma assustadoramente deliciosa enquanto rodeava a cadeira calmamente. Nenhum dos dois tinha me visto ainda, mas o Han sabia que eu viria, ele me chamou.

O mais novo pega o estilete que estava em sua mão e passa lentamente sobre o rosto do Lee, fazendo um pequeno rasgo em sua bochecha enquanto o mais velho tenta fugir de sua ação, falhando totalmente. Han observa o sangue escorrer, é como se sua felicidade dependesse disso, era até mesmo prazeroso ver como ele se sentia vitorioso com este simples ato, o sorriso cruel brincando em seus lábios.

— Isso dói, seu canalha! Quando eu sair daqui, vou te arrebentar até você esquecer seu nome!

— Eu já disse que não mandei você falar! — A mudança repentina de humor fez com que Minho se encolhesse na cadeira, um tanto assustado com o grito. — Você diz que isso dói, mas quando era você me batendo estava tudo bem, né? Aí não tinha problema algum se a dor estava ali ou não, não é?! Eu tenho trauma de relacionamentos até hoje por causa de você! — Jisung aponta o dedo bem no rosto de Minho, já perdendo sua paciência.

Os gritos de Jisung deixavam Lino cada vez mais apavorado e transparente, agora eu tinha acesso a todas suas emoções. Consigo me lembrar bem de observar Minho bater no mais novo nos dias que não queria sexo, também lembro dele ser forçado a isso. Por mais que eu estivesse ali, não poderia interferir, era um evento canônico.

— Eu nunca te bati, Jisung! Eu nunca faria isso! Eu nem me lembro disso!

— Claro que você não se lembra! Pra mim foi um evento traumático, pra você foi uma sexta-feira igual a qualquer outra!

O ambiente ficou em silêncio por alguns minutos, era um silêncio mórbido e ensurdecedor.

— Sua namorada é bonita dormindo, sabia? — A voz do Han quebra o silêncio que pairava ali, agora parecendo calmo demais para a situação.

— O que você fez com ela? — Minho berrou, levando um tapa ardido no rosto e ficando em silêncio logo em seguida.

— Bom garoto, adoro quando fica em silêncio. — Um sorriso singelo e angelical aparece no rosto do rapaz que estava em pé, era como se ele tivesse cometido o ato mais santo existente. A respiração de Minho ofegava quando ele decide perguntar em um tom baixo, com medo de estressar ainda mais o Han:

— Jisung, o que você fez com ela?

O mais novo não se dá ao trabalho de responder, apenas continua o que dizia.

— Você sente um déjà vu quando está com ela? — A expressão confusa de Minho entregava que ele não estava entendendo nada do que o Han dizia, era como se fosse outra língua. — Minho, tudo o que você faz com ela, nós fazíamos quando nosso relacionamento era saudável. Eu vi você levar ela para aquele parquinho abandonado, vocês se beijaram nos balanços mas quem mostrou aquele lugar para você fui eu.

— Como você sabe disso? — Era óbvio que Minho estava com mais medo do que antes, eu conseguia sentir, uma pena que Han não dava a mínima para isso, ele parecia nem ouvir o que Minho dizia.

— Você disse para ela que sua banda favorita é Arctic Monkeys e até mesmo tocou 505 para ela... Mas você não disse que quem te apresentou essa música fui eu, nem mesmo disse que eu te ensinei a tocar, não é? Uma tremenda falta de consideração, eu diria. No verão, vocês foram juntos para a praia, compraram lanches de fast-food e comeram na beira do mar, riram muito. Uma gracinha... Infelizmente você é covarde demais para dizer a ela que isso é reaproveitado e que na verdade você queria uma versão melhorada minha, você só queria mais uma pessoa para enganar, fazer de seu fantoche para suprir suas próprias necessidades, você não passa de um egocêntrico mesmo.

Um suspiro e logo sentia o ódio de Jisung voltando com força, com muita força, eu diria que ele renasceu das cinzas como uma fênix mas na verdade ele nunca deixou de existir, o ódio sempre esteve ali, Jisung simplesmente soube usa-lo de forma inteligente até o momento.

— Você disse que não se lembra de ter me batido então suponho que não se lembre de ter me forçado a usar drogas, não é? Começou com a nicotina, você me ofereceu um cigarro e eu não quis, insistiu tanto que eu aceitei. Depois me forçou a usar LSD numa festa alegando que a diversão só começaria se eu usasse aquilo. Eu usei. Você abusou do meu corpo e eu não consegui responder por mim mesmo. Essa não foi a única vez que esse tipo de coisa aconteceu.

O olhar sério de Jisung me fez lembrar da vez que eu estava sentado na janela vendo o pequeno corpinho de Jisung jogado sobre a cama, coberto por um fino lençol enquanto Minho fumava algo ao meu lado, ele nem havia me notado ali. Minho sempre foi alguém que não pensa nas consequências, ele nunca se importou se aquele seria seu último momento, ele sempre quis viver ao limite e levava Jisung a fazer o mesmo.

— Você é um maníaco, sabia? — Ouvi um longo suspiro vindo de Minho, ele com certeza não estava entendendo mais nada. — Você estava com seus amigos, numa festa, quando o álcool bateu, você disse que me queria morto, você surgiu na minha casa, sozinho com uma pá e uma flor... Você acha que eu sou uma piada?

O silêncio reinou novamente, Jisung esperava que Minho o respondesse mas nenhuma resposta parecia vir, ele havia perdido todas suas palavras.

— Diga a todos seus amigos que sou louco e te deixo maluco, que eu sou um stalker, um observador, um psicopata. E diga a eles que me odeia e saiu comigo só pelas risadas! — uma pequena pausa. — Então, porquê você me liga e diz que me quer de volta? Seu maníaco!

As lágrimas de Jisung escorriam por todo seu rosto, ele estava muito irritado e frustrado, eu entendia seu lado.

— Você foi longe demais, quebrou seu carro, me ligou chorando no escuro, eu apareci na sua casa em seguida, te ajudei, limpei suas lágrimas do seu rosto enquanto você implorava que eu ficasse, eu pensei que você iria mudar, nada aconteceu, você sempre foi esse maluco.

O Lee abriu e fechou a boca diversas vezes, ele tentou falar mas nada saia, no fundo ele sabia que era verdade, Jisung estava falando a verdade.

Han coloca a mão por baixo da camisa e tira uma arma, carregando ela e apontando para Minho. Seu semblante era sério e ele parecia mais irritado do que antes, eu não duvidaria se ele atirasse no Lee. O mais novo vai até a cadeira e solta as mãos do mais velho, ele sabia que Minho estava assustado demais para fazer qualquer coisa.

— Chega de papo, abre a caixa.

— Han, podemos conversar e resolver isso amigavelmente, por favor...

— Você não vai querer conversar comigo, abre a caixa.

— Mas Han...

— ABRE A CAIXA!

Sem mais uma palavra, Minho se levanta da cadeira, se abaixando na frente da caixa e a abrindo, sentindo seu estômago revirar e o ódio lhe tomar.

A cabeça de Soohyun estava dentro da caixa, seus olhos fechados e a pele pálida, seu rosto com uma expressão serena como se somente dormisse ali, descansando um sono tão leve e suave.

— SEU FILHO DA PUTA, EU VOU TE MATAR.

Jisung sabia que Minho tentaria lhe matar, isso ele sabia bem então a arma já estava apontada para sua cabeça e, quando o mais velho se levantou, três tiros soaram, os três acertando em cheio o meio da cabeça de Minho, este por sua vez que caiu sem vida alguma, deixando uma grande poça de sangue em sua volta. O Han parecia satisfeito.

— Te encontro no inferno, Minho.

Eu não sei o que ele faria a seguir, não sei se tiraria a própria vida, se iria sumir mundo afora, se tentaria esconder o corpo do casal e continuar vivendo até descobrirem... Eram tantas possibilidades...

Me levanto de onde estava e ajeito meu vestido longo e preto, andando até o corpo de Minho, vendo a pequena chama azul em cima de seu corpo, pegando ela com cuidado.

— Você foi uma pessoa horrível, Minho... — Digo para a alma em minhas mãos. Eu sei que ele não poderia responder mas ele estava me ouvindo, isso eu sei. — Agora vai descansar, seu destino não é problema meu.

Coloco a alma dentro da bolsa preta que carregava comigo. Lá era onde eu colocava todas as almas que recolhia.

Algumas pessoas dizem que eu sou a vilã da história mas nunca notam que quem faz o mal são elas, eu só recolho as pessoas, eu sou somente a morte.

Olho para o canto da sala, vendo Éris sentada ali, seu sorriso macabro encarando o corpo de Minho.

— Por que fez isso? Eles eram um casal bonito, não precisava terminar desse jeito...

Ela é a verdadeira vilã. Nunca fui eu, sempre foi ela. Éris é conhecida como a deusa da discórdia: em tudo o que toca ou participa, inevitavelmente gera antagonismo, confronto, disputa, ódio, violência e destruição. Sua simples presença vai sempre prejudicar alguém. Suas palavras trazem brigas, desavenças, discussões.

Mas a culpada pelos assassinatos sempre sou eu.

— Você sabe que essa é a vida, chegou o tempo dele, querida.

Sua calma era tão grande enquanto ela vinha até mim, seus cabelos pretos e lisos contrastando com a pele pálida e o vestido vermelho carmesim, seu andar sofisticado fazia-a parecer a pessoa mais doce e gentil do mundo.

— E ele? O que vai acontecer com ele?

Pergunto me referindo a Jisung que continuava parado olhando Minho, seu sorriso já havia desaparecido e o rosto estava sério.

— Ele vai ficar bem, querida... Pensei que já estava acostumada com isso, você lida com isso todos os dia, morte. — Suspiro cansada, não querendo estender o assunto.

Eu sou a morte mas não gosto de ver pessoas morrerem de formas tão trágicas. Eu vi a morte de Soohyun, eu vi a de Minho e com certeza verei a de Jisung.

Vejo Éris sumir, provavelmente indo fazer seu trabalho, então olho para a bolsa onde a alma de Soohyun e Minho estavam. Haviam mais diversas almas ali, mas as deles pareciam chamar mais minha atenção.

No fim era um assassinato de ex como qualquer outro que eu já tinha visto.

𖧷 ˑ ִ ۫ 💭ִ ᵕ̈ ָ ֙⋆

Fim! Odeio fazer fim de one shot por que sempre parece meio sem graça mas até que esse ficou decente, ainda vai ter um bônus para complementar.

Vocês descobriram só no final que a morte narrava ou já sabiam antes? Conta aqui nos comentários e por favor, me ajudem a engajar essa fic, deu mó trabalho pra escrever e estou com medo de flopar.

Vou deixar alguns edits só pra completar a fic

obs.: não me matem, usei a Sullyoon por que não achei foto decente do Minho com mulher.

Enfim, beijão little rabbits, amo vocês!

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