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I'm the bad guy, duh
I'm only good at bein' bad
BARBARA DAYTONA
Não adiantava para aonde eu olhava, em todo lugar havia sangue. Meus olhos percorriam aquele lugar que eu cresci, que eu bem conhecia, tão vermelho e ensanguentado. Minhas mãos pingavam e meu rosto estava molhado de lágrimas, suor e culpa.
O barulho de sirene aumentava e eu já não sabia o que fazer, até olhar para os olhos azuis brilhantes da minha mãe e ela dizer com a voz toda embargada: "Corra, Barbie. Corra."
— Barbie! – ouvi meu nome ser chamado e fecho meus olhos com força. – Barbara!
Num pulo, arregalo meus olhos e acordo, percebendo que tudo não se passava de mais um dos pesadelos praticamente diários. Com as mãos tremendo, seco meu rosto ainda cheio de lágrimas e tento controlar minha respiração ofegante.
— Mais um pesadelo, huh? – Emma diz com a boca cheia de maçã após dar uma baita mordida na fruta. – Foi um dos piores porque dessa vez parecia que tu tava invocando um demônio.
— Não aguento mais essas merdas. – suspiro limpando minha mão suada no edredom e me levantando da cama. – Que horas são?
— Dez minutos para as aulas. – diz e abre um sorrisinho. – Quis dormir mais um pouquinho e pegar uma caroninha contigo.
Olho pra ela com uma expressão de tédio e ela sorri amarelo mais ainda. Isso que dá falar para sua melhor amiga que você tem poderes de super velocidade, agora eu sou um transporte pra essa babaca.
Em um piscar de olhos, tomo um banho rápido - literalmente - e visto uma calça jeans preta justa e toda rasgada com uma camisa qualquer que encontrei na bagunça do meu armário. Me olho no espelho e me assusto com as terríveis olheiras que haviam.
— Eu tô horrível, cruz credo. – falo fazendo uma careta e mastigando um chiclete que havia pego no meio da correria.
— Inacreditável! – bufa a loira me olhando com raiva. – Eu só queria ter um super poder desses, demoro cinco horas pra fazer uma maquiagem enquanto você se arruma toda em menos de um segundo. Por que, Deus?!
— Nem tudo é um mar de flores, Emmazinha. – aperto suas bochechas e ela revira os olhos. – Agora vamos logo. Só por favor não vomita no meu tênis quando a gente chegar lá, você estragou o meu tênis novinho.
— Cala a boca e corre logo. – diz ela rindo e se agarrando em mim.
Uma das coisas que eu mais amo é correr por Nova Iorque. Eu sou apaixonada por essa cidade, literalmente por tudo, mesmo tendo algumas coisas que não são tão maneiras. Apesar da poluição, muitas obras, muitas pessoas e ser uma cidade alvo de ataques alienígenas, aqui é perfeito.
Não demorou muito pra eu desacelerar faltando um quarteirão para chegar na escola, para ter certeza que ninguém veria, e começarmos a caminhar normalmente em direção daquele inferno de lugar.
Eu moro em Nova Iorque faz quase um mês, quando tive que morar com a minha melhor amiga e o pai dela, e juro que ainda não me acostumei com tudo isso. É bem diferente de Chicago, e sinceramente, bem melhor.
Quando eu e Emma entramos na escola, fui direto em direção á MJ, fazendo o aperto de mão esquisito de sempre com ela.
— Como vai, novata? – Michelle fala num tom brincalhão.
— Se eu não estivesse nesse inferno, estaria ótima. – admito bufando. – Odeio com todas as minhas forças estudar e ir pra escola, só tem gente desnecessária aqui.
Abro meu armário e pego minhas coisas de física, choramingando diversos palavrões por ter essa matéria logo de manhã cedo.
— Ei! Eu não sou desnecessária. – Emma Wilson me dá um tapa. – Veja pelo lado bom, pelo menos você pode ter um professor particular para te ajudar em física...
Nisso, o olhar da loira caiu sobre o outro lado do corredor, onde havia Peter Parker com o armário aberto e me encarando com um sorriso bobo. Fito o garoto de volta e ele acorda do transe, ficando com as bochechas vermelhas e tentando disfarçar conversando com seu melhor amigo, Ned. Mas como eu disse, tentando disfarçar.
— Deus que me livre esse nerdzinho. – digo voltando minha atenção para as duas garotas. – Esse garoto me dá raiva às vezes.
— Ah, qual foi! Eu gosto dele. – MJ exclama. – Ele nem é tão ruim assim, só é esquisito e lerdão. Você tá com inveja que ele é mil vezes mais esperto que esse teu cérebrozinho minúsculo.
— Ow! – me finjo de ofendida, mesmo sabendo que era verdade. Não sou uma das pessoas mais espertas mas eu sou legal. E bonita.
— Pois eu acho ele e o amigo dele bem gatinhos. – a loira fala e eu faço uma careta.
— Você é retardada, é diferente, eu como uma garota sã... – nem pude terminar de provocar Emma, que o sinal tocou para todos entrarem dentro de suas respectivas salas.
— Tchau, bocó. – Wilson me dá um tapinha na cabeça. – Se divirta com o Pênis Parker.
Até pensei em retrucar, mas decidi ficar calada e ir para a minha sala antes que eu mate ela. Nem sei como eu tô aguentando morar com essa menina, meu pai amado.
De repente, sou acordada dos meus pensamentos após um baque forte contra alguém e meus livros se espalharem por todo chão. Com raiva, cato minhas coisas até me levantar rapidamente e olhar para cara do garoto que estava assustado.
— M-Meu Deus, desculpa, mil desculpas. – Peter fala nervoso e pego meu último livro das mãos dele bruscamente.
— Olha por onde anda. – digo rude e desvio dele para entrar na sala.
Ok, definitivamente física era a pior matéria do mundo. Eu não consigo entender nada dessa merda! Pra que tanta fórmula, pra que tanta conta, é simplesmente demais pra minha cabecinha oca.
— Você teve alguma notícia da Liz? – ouço uma voz atrás de mim e percebo que era Abraham.
— Não, depois do que aconteceu com o pai dela, nunca mais a vi. – diz Parker, com aquela voz serena de sempre.
Me viro para trás curiosa e franzo as sobrancelhas.
— O que aconteceu com ela e o pai dela? – pergunto interessada.
— Você não soube, novata? – Flash solta uma pequena risada nasal. – O pai dela era um vendedor maluco de armas alienígenas ou algo assim. Coisa doida pra caralho. Acho que o apelido dele era Abutre, porque ele usava aquelas asas fodas.
— E o que aconteceu com ele?
— Foi preso, até onde sabemos. – Ned responde se intrometendo. – O Homem-Aranha deu um jeito nele, foi épico!
— Ah, sim. – murmuro, voltando a prestar atenção no que o professor estava falando.
-~-
Quando finalmente tocou o sinal da saída da escola, não esperei um segundo para sair correndo daquele lugar. Apesar de eu odiar ter que vir para cá todo dia de manhã, era uma boa escapatória da terrível realidade que eu tinha que enfrentar.
Avisei Emma que precisava resolver um assunto importante em Manhattan e que ela teria que voltar sozinha para casa, o que ela entendeu bem, até porque ela entendia o que eu precisava fazer e inclusive iria me ajudar, como sempre.
A verdade era que eu precisava muito arranjar dinheiro. E o mais rápido possível. Demorou um mês pra eu entender que arranjar um simples trabalho com horas limitadas por eu ainda ser adolescente, não adiantaria nada e não conseguiria progresso algum. Principalmente pela grande quantidade que eu estou precisando.
É muito difícil ter que lidar com tudo que eu tenho passado agora, mas foi uma decisão minha, e pode até ter dado um pouquinho errado mas eu não me arrependo nem um pouco. Talvez se os pesadelos parassem de acontecer e se eu não tivesse todo esse estresse pós traumático, seria bem melhor pra mim e pra minha saúde mental. Mas de uma coisa eu sei, eu não paro até tirar minha mãe daquele lugar.
— E aqui estamos nós. – digo olhando para um garoto que parecia ser um pouco mais velho que eu, provavelmente alucinado de tanta maconha. Ou até outras coisas, quem sabe. – E aí, vai me emprestar ou não?
— Então você quer que eu te empreste esse pé de cabra pra você assaltar aquele posto de gasolina? – repete o garoto um pouco devagar. – Porque precisa de dinheiro?
— É.
— Irado. – ele fala balançando a cabeça com um sorriso chapado e me entregando o objeto vermelho. – Gostei da máscara preta.
— Obrigada, Josh. – sorrio dando um tapinha nas costas dele. – Você é um homem incrível.
Ok, não posso mais perder tempo. Corro até o posto de gasolina, que por algum motivo estava fechado mais cedo, e consigo entrar no mesmo após quebrar o vidro de uma das janelas com o pé de cabra. Digamos que eu já não seja tão nova e tão inexperiente nesse ramo como parece que sou, se é que me entendem.
Sem deixar de roubar um salgadinho, vou em direção à porta trancada atrás do balcão do caixa. Arranco a presilha que estava no meu cabelo e tento abrir a fechadura com a mesma, que depois de alguns minutos, conseguira abrir a porta com sucesso.
— Barbara, você é uma gênia. – exclamo entrando no cômodo cheio de bugingangas e materiais que nem eu consigo nomear. Me olho no espelho grande que havia pendurado na parede, observando a máscara preta que apenas cobria a região dos meus olhos e o macacão justo e preto bastante prestativo que Emma teve o trabalho de fazer. – Uma gênia muito bonita inclusive.
Dando alguns passos no pequeno quarto, já era possível observar um cofre escondido perto de um armário empoeirado, me fazendo dar um sorrisinho.
— Emma? – pergunto apertando o botão para falar no walkie-talkie que eu guardava dentro do decote do macacão que usava. Precisamos urgentemente fazer uma evolução nessa comunicação porque essa merda incomoda bastante os meus pobres peitos. – Conseguiu hackear o celular do Sr. Carl e conseguir a senha do cofre?
— Ai, caralho. – ouço ela responder no outro lado da linha. – Me dê mais um minutinho.
— E se a polícia ver? – retruco.
— Ninguém te viu entrar.
— Tô com medo do Josh contar.
— Que porra é Josh? Já falei mil vezes pra você parar de ficar conversando com estranhos na rua, sua tapada. – ouço a voz da Emma pelo aparelho e bufo.
Ouço um barulho de passos e estremeço, engolindo á seco. Alguém estava vindo, e isso não era nada bom, porque sempre alguém sai machucado nessas situações. E pode ter certeza que na maioria das vezes não sou eu, mesmo eu odiando ter que lutar contra alguém. Os passos se aproximam e no instante em que seu pé entraria dentro do cômodo, eu sou mais rápida.
Como se tudo ficasse em câmera lenta ou até mesmo como se o tempo congelasse por completo, pego uma corda que estava perdida no meio daquela bagunça e amarro as mãos da pessoa como se estivesse algemadas e a pressiono contra a parede. Quando vejo quem era, não me surpreendo, afinal, uma hora ou outra isso iria acontecer.
— É um enorme prazer conhecer o famoso Homem-Aranha. – digo dando um sorriso falso.
Num momento de distração, o de vermelho e azul se aproveita e dá uma banda com seus pés nos meus e desamarra suas mãos, me derrubando, mas sem antes de me dar tempo para puxa-lo para o chão comigo.
— Deveria ter amarrado os pés também, papa-léguas. – ele zomba, em cima de mim e com os nossos rostos mascarados perto um do outro.
— PUTA QUE PARIU, O HOMEM-ARANHA TÁ AÍ?! – ouço a voz da Emma pelo walkie-talkie que se encontrava derrubado no chão.
𝘾𝙊𝙉𝙏𝙄𝙉𝙐𝘼...
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oi galerous, entao esse eh o primeiro cap meu deus omg
nunca escrevi uma fanfic da marvel ou uma fic que tipo a personagem tenha poderes e pa entao por favor tenham paciencia com a mamae lily ta
opinioes sao muito bem-vindas, de verdade!!! saber o que voces tao achando, o que voces gostariam de ver aqui e pa seria muito muito interessante! ou se voces preferem caps grandes assim ou menores, enfim, sintam-se a vontade
espero que tenham gostado e que nao fiquem confusos, pois todas as dúvidas aqui de primeiras vao ser tiradas ao decorrer da fic (se tudo der certo amem)
eh isto amo vcs
xoxo, lily
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