050 | SHAWN
— Bom dia, flor dia. — falei animado, assim que Brooke entrou no carro. — Você está horrível.
— Tenta dormir às 6 da manhã pra acordar às 7 pra ver como você vai ficar maravilhoso. — murmurou irritada e eu a olhei confuso.
— Por que você foi dormir a essa hora? — perguntei e ela me olhou dando de ombros.
— Insônia. — respondeu. Ela com certeza estava dormindo, afinal, suspirou em seguida e é assim que descobrimos quando está mentindo. Mente e depois suspira.
— Eu sei que você está mentindo pra mim. Eu espero que você tenha um motivo pra não confiar em mim e não dizer a verdade. — falei e ela respirou fundo.
— Não é assim tão fácil, Shawn. — disse ela colocando a mão na cabeça. — Tem coisas que ninguém precisa saber.
— Pode me dar um exemplo? — perguntei e ela negou.
— Tudo com o seu tempo, Pity. Tudo com o seu tempo.
• • • •
— Eu não acredito que eu vou perder a minha aula favorita porque resolvi me preocupar com você e te buscar em casa. — falei é Brooke deu uma risadinha espontânea.
— Desculpe. — se desculpou e eu dei de ombros. — Aonde vamos, Pity?
— Confia em mim? — perguntei e ela negou. — Ah, qual é?
— Nós fomos quase roubados porque você decidiu comer cachorro quente perto de uma boca de fumo.
— Errar é humano, Troublemaker, e você é a que mais sabe. — falei é logo escutei a garota bufando. — E respondendo a sua pergunta: nós vamos pra baixo das arquibancadas e eu não soube que lá tenha uma boca de fumo.
— Que engraçadinho.
— Obrigado, tento fazer o meu melhor.
Continuamos a caminhar até o destino que eu queria. Adorava esse lugar. As vezes, no intervalo das aulas, eu vinha aqui pensar na vida ou compôr músicas. Cantar era a minha paixão. E ficar com a garota que eu gostava no lugar que eu gostava era coisa de outro mundo. Eu só queria saber o porque de Brooklyn mentir para mim. Não que sejamos tãooooo próximos mas próximos o suficiente pra ela poder confiar em mim..... Certo?
Nos sentamos na grama verdinha. Brooke fez perna de índiozinho e eu abracei meus joelhos. Começamos a olhar para um ponto fixo do muro, que separava o estacionamento e a quadra. O barulho dos adolescentes conversando nas salas de aula, as árvores chacoalhando e s pássaros cantando eram as únicas coisas que se podia ouvir. Troublemaker deitou sua cabeça em meu ombro me pegando de surpresa, mas meus músculos se relaxaram e um sorriso brotou nos meus lábios assim que eu notei o que havia acontecido.
Senti algo molhando a minha camisa. Olhei para cima para ver se estava começando a chover mas o céu estava tão lindo quanto o meu quarto. Escutei um choramingo. Era Brooke.
— Shawn? — chamou e eu a olhei. — Você sabe o que aconteceu com o meu pai?
Sabia.
— Ele morreu, né? — perguntei e ela negou arrumando a sua posição e limpando as lágrimas. — O que aconteceu? Por que você está chorando?
— Porque eu não aguento mais. — disse e caiu no choro. Eu não sabia o que fazer. Quando a minha irmã chorava, eu falava pra ela parar de chorar senão eu tirava algo que ela gostava. Isso funcionava mas eu duvido que vai funcionar com Brooklyn. — Eu preciso desabafar, eu tenho que colocar tudo pra fora.
— Não vomita na minha frente. Tenho trauma. — falei com a intenção de fazer a garota rir. Tentativa extremamente falha.
Brooke foi pro meu colo e me abraçou. Fiquei surpreso mais uma vez mas não sorri quando percebi o que tinha acontecido.
— Meu pai não morreu, Shawn. — falou enquanto ainda me abraçava.
— como assim o seu pai não morreu, Troublemaker? Ele sofreu um acidente de carro. Claro que ele está morto!
— Não, Pity. Ele não está. Os únicos que estão mortos é a família que ele matou.
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