1. Survivor

Eu era apenas uma garota normal. Era o que eu pensava, era o que eu achava naquela época. Eu tinha crescido fazendo aquilo, aquele era o meu trabalho. Na minha cabeça, eu não estava fazendo nada de especial, eu não era especial, fazia o que todo mundo fazia, que era conquistar o seu espaço e nas horas vagas se divertir como todo mundo.

***

MUITAS HORAS ANTES...

As luzes piscavam combinadas com as batidas da música vibrante, alguns estavam apenas sentados no bar ou em algum canto da área VIP bebendo alguma bebida e conversando, mesmo com o ruído ensurdecedor. Mas outros...Ah! Meu caro, mas outros queriam dançar, se perdendo no ritmo da música por mero prazer ou uma forma de exorcizar seus próprios demônios.

Era o caso da loira, de curvas generosas, estatura mediana, olhos azuis, que dançava ao som de uma versão remix de Heathens do Twenty One Pilots, que trouxe um sorriso no rosto da mulher, enquanto um moreno alto de aparência sedutora, do tipo Don Juan, que gritava a palavra modelo por todos os poros, era daqueles homens autoconfiantes, que se sentiam cheios de si por estarem dançando, se esfregando em uma bela mulher.

Assim que a música acabou, ela começou a cruzar a multidão, com o vestido preto colado ao corpo e decote abundante, não davam muito espaço para a imaginação, deixando bem claro os braços musculosos e as pernas, fruto da rotina de treinamento, afinal, ela era uma atleta, ela cumpria não tão a risca sua rotina de exercícios, só até onde era cômodo, a suas obrigações para com o esporte.

Subiu as escadas para a área VIP, seguida de perto pela montanha de músculos arrogante. Ao se aproximar da mesa onde amigos estavam reunidos, os gritos empolgados da pequena torcida puderam ser ouvidos.

— MACALLISTER! MACALLISTER!

— Obrigada! Obrigada! — Ela fez uma pequena mesura como uma atriz que agradece ao seu público. — Aproveitem! Por que a partir de amanhã não poderei fazer farras! Talvez no Ano Novo, quem sabe, Vegas, hum?

Uma onda efusiva tomou o lugar, com todos comemorando.

— Mas por hora, já está tarde, meus caros! Tenho que ir! Amanhã o dever me chama!

Ela se despediu de todos com um aceno, quando se virou para ir embora, o modelo egocêntrico segurou o braço da loira e sussurrou no ouvido dela.

— Se quiser, posso acompanha-la até o hotel, dar a você uma grande despedida dessa noite, a melhor que pode ter.

Ela ergueu uma das sobrancelhas, olhou de cima a baixo, impressionada com a arrogância que ocupava toda aquela massa muscular.

— Você acha que é a oitava maravilha do mundo, tipo o Colosso de Rodes, não é bonitão? — Ela abre um sorriso condescendente. — Mas sinto dizer, você não é. — Ela coloca a mão no ombro dele e continua com o sarcasmo ácido. — Notícia de última hora, você não é tudo isso que pensa, tudo bem?...E não, você não está fazendo um favor em trepar comigo...Entendo, todas caem nesse seu papinho...Mas ai está a questão, eu não sou todas, entre estar só e o seu... — ela olha com desdém para baixo. — ...pau, advinha só? Eu prefiro a solidão.

— Sua vadia! — Ele responde enfurecido.

— Como é que é? — Ela pergunta surpresa. — Só que me faltava, ainda é daqueles que não sabe ouvir não. Imagina se eu falasse que tem um pau peq...

Antes que terminasse, ele deu um tapa na cara da mulher. Mas ela ergueu o rosto com os olhos vermelhos, olhou para ele o fuzilando com os olhos, enquanto dizia:

— Ah, seu filho de uma puta!

E em um estalar de dedos, ela já estava em cima do homem com toda sua fúria, urrando enquanto o socava. Não, ela não era de tapas, como fariam a maioria das mulheres, nada contra, apenas sei que é instintivo isso, diferente do modo violento que ela entrou, cujos músculos viraram força pura, como uma verdadeira Amazona. A mão em punho viajou, dando um soco encaixado que fez o homem cair no chão.

Ela sacudiu a mão sentindo uma leve dor, então apontou para ele furiosa, berrando.

— PRIMEIRO, SEU ANIMAL, SAIBA OUVIR "NÃO"! SEGUNDO, TORÇA PARA QUE ESSA MINHA MÃO NÃO PREJUDIQUE MEU TRABALHO, SENÃO ACABO COM A SUA RAÇA, OUVIU?...MANTENHA A DISTÂNCIA DE MIM.

Olhou em volta e todos estavam chocados, não esperavam aquela reação de uma mulher, ainda mais derrubar um brutamontes daquele apenas usando a força da raiva. Então deu as costas, desceu a escada, e toda a bebida que tinha ingerido, havia passado o efeito. Em questão de minutos, ela estava guiando o Lamborghini pelas ruas que em breve teriam uma importância fundamental para a sua vida.

Pisou fundo no acelerador, o motor roncando voraz como a sua indignação com o machismo daquele imbecil e da surpresa dos que assistiam. Por que uma mulher pode derrubar um homem, ok que estava com raiva, pode ter certeza que sim, e daí?

Afinal, era isso que ela fazia para ganhar a vida, furava bloqueios, chutava o traseiro de alguns homens, e ganhava a raiva de volta. E não podia ser diferente, ela era a força que ninguém esperava, aquela que veio sacudir a árvore para ver o que cairá dela, invadiu o sacrossanto lugar deles. Ela era a sexta mulher a fazer isso, e não baixaria a cabeça, pois queria ser a primeira que ia ficar e incomodar.

***

NOTA DA AUTORA:

Uma nova história começando, como cada capítulo é inspirado em uma música, por que acho que daria um ótimo ritmo a narrativa, não perca a playlist que tem lá no Spotify: https://goo.gl/o8UCa1 

Acompanhe também as notícias, spoilers, elencos, papo direto da mente da autora no meu twitter: https://goo.gl/BSX5sy 

E vamos lá começar essa nova história, a Alexandra veio com tudo em uma crise criativa, espero que gostem das emoções que vem por ai. Atualização todo sábado.

Beijinhos!

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