00⠀𝄄⠀PRÓLOGO

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✦.˚ 𝓑𝐀𝐃⠀𝐅𝐎𝐑⠀𝓑𝐔𝐒𝐈𝐍𝐄𝐒𝐒 ❜ ⌗
©sweetinacai

P R Ó L O G O

ARYAN NÃO QUERIA ESTAR NAQUELE BAR. Ele poderia estar aproveitando aquela sexta-feira para fazer qualquer outra coisa, poderia ser alguma atividade que deixou para o dia seguinte ou, até mesmo, terminando a sua parte do relatório.

Entretanto, é claro, que seus colegas de quarto não pensavam da mesma forma. O que poderia esperar, quando se convive com quatro estudantes de educação física?

─ Qual é Ary, é só pedir mais uma rodada! ─ Foi o que Casey disse, empurrando o moreno na direção do balcão, tendo apoio dos outros rapazes.

Se aquele não fosse seu melhor amigo há mais de dez anos, o Hawkins já o teria chutado da cadeira. Ele estava se sentindo agressivo nesta noite em específico, e, bom... Nem mesmo alguns anos de amizade o salvaria de uma consideração que estava por um fio.

Por essa razão, ele não se sentiu um filho da puta quando pediu para a bartender entregar, para cada, um Cosmopolitan invés dos copos de cerveja que eles tanto queriam.

Foram eles que pediram para Aryan pegar mais uma rodada, a culpa seria realmente dele se todos tivessem apenas suposto que ele pegaria cervejas? Não é como se fosse ele que estivesse pagando de qualquer forma, estava na conta de um dos rapazes.

─ Ah, você tá vendo aquele ali? ─ Apontou justamente para Casey, e a forma como a bartender estava encarando ela sabia exatamente o que ele estava fazendo ─ Você pode deixar o copo dele decorado com cereja, é a fruta favorita dele.

Na realidade, é a fruta favorita dele e Casey odeia cerejas, mas ele pouco se importou. A expressão incrédula no rosto de cada um deles foi o que fez Aryan quase cuspir o seu próprio Cosmopolitan. Enquanto Matt e Luke franziam as sobrancelhas ao entregar para as primeiras mulheres que viram, e Josha ao menos tentou experimentar a bebida e fez uma careta.

Agora Casey? Olhou para a taça como se fosse uma bomba, até que ele levantou a cabeça e mostrou o dedo do meio para Hawkins, para logo depois engolir tudo com uma cara de desgosto. Isso fez Aryan se lembrar que estava na conta de Casey e ele nunca jogava bebida fora, então ele apenas riu, erguendo sua taça na direção da mesa dos seus colegas de quarto.

O rapaz se virou, ajeitando seus óculos e observando a bartender voltar aos seus afazeres com um semblante risonho. Aryan conhecia ela, já a tinha visto em outro lugar, mais específico, em uma boate gay. Então ele não se segurou ao dizer:

─ Saúde ao homem hetero com fobia de "bebida de mulher" ─ E como cúmplice, ela colocou uma cereja na taça de Aryan, gesticulou algo com os dedos e foi atender outro cliente.

Hawkins ficou confuso, mas tentou ignorar e enfiou a cereja na boca. Mordeu a pequena fruta e sentiu o gosto doce direto na língua. Porém, uma movimentação no seu lado esquerdo fez ele ficar em alerta, e se virou, se surpreendendo ao se ver de frente com um estranho.

─ Saúde! ─ A voz grossa pegou de supetão, mas não parecia se comparar com os olhos daquele homem, que lhe arrancou o ar ao ponto de Aryan sentir-se zonzo ─ Foi o que a Stella disse, mas também tenho que concordar...

Houve um suspense, sustentando o olhar diretamente para o rosto de Aryan.

Ele poderia estar um pouco alterado, mas conseguia ver como aquele loiro de rosto pálido e olhos azuis brilhantes pareciam ser um ataque contra a sociedade. Transformando as pernas de Aryan em gelatina, ele perdeu qualquer tipo de estrutura e estava praticamente deitado no balcão.

Ombros largos cobertos por uma jaqueta de couro pareciam uma tentação, isso sem contar a calça jeans que parecia justa na medida certa. E a droga de um cinto que parecia chamar a atenção de Aryan de forma obscena.

Se aquele estranho virasse apenas mais um pouquinho, Aryan iria enxergar com clareza uma marca de nascença rosada no canto do olho esquerdo. Iria notar que possuí o mesmo tom dos lábios grossos que Aryan descaradamente encarava.

Não era realmente culpa dele, o loiro parecia querer provocar ao lamber os mesmos, deixando-os brilhantes e rosados. E então, o homem à sua frente se inclinou na sua direção e Aryan perdeu o controle de seus pulmões.

─ Homem héteros não sabem o que estão perdendo ─ disse baixinho, fazendo seu hálito quente com cheiro de morango bater no rosto de Aryan ─, bebidas doces são ótimas se você quer ficar chapado mais rápido.

Aryan precisava tirar aquela dúvida o mais rápido possível, pois a forma como aquele homem se portava na sua direção estava fazendo-o ficar louco. De pé para mostrar que era alto o suficiente pra deixar a cabeça tombada e mesmo assim obrigar Aryan a olhar para cima.

Sem contar o peso do corpo apoiado no braço esquerdo - e que braço, meu Deus - que estava no balcão e o maldito dedão da mão direita enfiada no cinto.

O pensamento nublado, com a língua pesada, Hawkins questionou sem pudor: ─ Hetero?

Jesus Cristo, ele soou tão desesperado que Aryan estava por um triz de pedir licença e se estapear no banheiro. Podia se visualizar saindo do bar sem olhar para ninguém e arrumaria um táxi para se enfiar debaixo das cobertas.

Não é só por que ele se juntou à piada de Aryan que ele faria parte da comunidade colorida, não é mesmo? E mesmo se fosse, quem garante que Aryan seria o filho da puta sortudo que ele levaria pra casa? Seu pai pode odiar gays, mas até ele ficaria desapontado em como seu filho parecia um desesperado.

Porém, o estranho sorriu. Este sendo um sorriso gigante que fez os olhos azuis dele se esconderem, um formato de fenda adorável, olhando ao redor deles com um brilho que fez Aryan prender a respiração. De novo.

─ A vida é curta demais para apreciar apenas um gênero.

Então ele voltou a encará-lo novamente, observando-o da cabeça aos pés, e cada centímetro da pele de Aryan ficou arrepiada debaixo da roupa. A boca do estômago se revirou ao ponto de Hawkins precisar respirar fundo para não deixar um palavrão sair da boca dele.

─ Meu nome é Johnny ─ O estranho- bom, agora ele sabe o nome. Johnny disse ajeitando a postura, mas em nenhum momento se distanciou de Aryan, na realidade, ele conseguia sentir o joelho do loiro cutucando a lateral da sua coxa.

─ Estranho ─ Se lembrando apenas agora da fruta que ele estava mastigando minutos atrás, Hawkins retirou o cabo da cereja com o olhar de Johnny seguindo cada movimento ─, não lembro de ter perguntado seu nome.

Uma risada fraca saiu da boca do loiro, com os olhos dilatados presos nos lábios de Aryan. Se aquele homem o beijasse naquele instante, ele não se importaria de escutar xingos e ofensas. Contando, é claro, que sua boca se mantivesse ocupada demais para não devolvê-los.

─ Queria facilitar, além do mais, você precisa de um nome pra gritar hoje a noite, não é?

Johnny sabe flertar, e muito bem, já que suas pernas fraquejaram em surpresa e seu coração errou uma batida. O sorriso ladino de Johnny cresceu cada vez mais ao ver o rosto vermelho de Aryan. Não saberia dizer se era pelo cômodo abafado do bar ou o desejo que corria em direção ao meio de suas pernas.

Segurou qualquer miséria de pedido ou um puxar grosseiro para tirá-los daquele lugar, e Aryan decidiu flertar de volta. Ficou surpreso com a própria decisão, mas até os mais covardes se tornam verdadeiros herois com álcool suficiente.

Aryan fez um barulho, como se estivesse pensativo, e finalmente se levantou. Deixou de apoiar o corpo todo no balcão e ficou cara a cara com Johnny.

Ambos tinham a mesma altura, isso poderia ser notado e ele viu como isso parece ter afetado Johnny. De maneira positiva, já que as bochechas dele ficaram vermelhas e um suspiro saiu sem freio da boca dele. Johnny estava prestes a dar um passo para trás, porém, Aryan pensou mais rápido e deu um para frente.

─ Geralmente é ao contrário comigo... ─ Colocou a mão no apoio do banquinho que tinha atrás de Johnny, encurralando o homem em seus braços. Deixou seu rosto próximo do ouvido do loiro, tentando parecer casual, como um amigo sussurrando um segredo ─ Acho que é você quem vai precisar saber meu nome.

Se alguém possuía alguma desconfiança sobre os dois, as cartas foram jogadas na mesa quando Johnny colocou uma mão sobre o quadril de Aryan e o puxou para perto. A boca quente do loiro praticamente grudada em sua orelha, causando arrepios e respiração entrecortada. Tentou respirar fundo e seu tórax deu de encontro com o do homem.

─ Então por que você não facilita pra mim e me diz?

Ainda com Johnny colado praticamente contra seu peito, Aryan pagou Stella com tanta urgência que perdeu o olhar que a mesma lhe entregou. Ela apenas riu, puxando as notas e vendo os dois rapazes tropeçarem até chegarem à saída.

Johnny tinha ido àquele bar por uma razão, e ele não tinha vergonha em admitir que queria uma companhia.

Então esse alguém apareceu. Não veja isso de modo ruim, mas o estereótipo de nerd nunca foi realmente o tipo de Johnny, pelo menos ele achava que não. Pois, em algumas palavras trocadas, ele viu por detrás daqueles óculos uma expressão arrogante que fez Johnny se agarrar internamente para não implorar por ele num chão de banheiro sujo.

Quando eles saíram do bar, eles tiveram que chamar um táxi e Johnny logo entregou o endereço do apartamento dele. Pelo pouco que ele escutava o homem dizer - ele ainda não tinha dito o seu nome, isso estava fazendo o estômago de Johnny remexer de antecipação -, tanto ele quanto Johnny não estavam com seus pŕoprios carros.

O maior problema foi no carro. Havia espaço suficiente para eles ficarem separados, cada um para seu canto, mas isso parecia impossível. Johnny conseguia sentir o calor da coxa dele contra a dele, ombros colados a ponto dele seguir a respiração alheia sem notar.

As ruas estavam escuras, com apenas alguns postes de luz, então Storm o encarava descaradamente. Engolindo cada detalhe que conseguia, perdendo o ar com as luzes de alguns carros que passavam correndo do lado do táxi. Até que ele virou o rosto para Johnny.

Eles ao menos haviam se beijado, mas Johnny sentiu o corpo esquentar como se, apenas com um olhar, aquele estranho tivesse roubado qualquer ar que estava dentro dos pulmões dele.

A corrida foi silenciosa, com as mãos de Johnny suadas de tanto segurar a própria calça. A cada segundo que passava, com aquela troca de olhares, ele sentia vontade de rastejar sua mão até as coxas do homem que estava sentado ao seu lado, notando em como elas pareciam grossas comparada às dele.

Num piscar de olhos, Johnny estava no lobby do prédio, cumprimentando o porteiro enquanto segurava a mão do moreno atrás de si. Ele conseguiu escutar a risada do homem quando ele apertou umas três ou quatro vezes o botão do elevador.

Ele não deveria julgá-lo, as próprias roupas chegavam a incomodar na pele arrepiada, mas a intenção dele parecia provocar cada vez mais. Costas largas grudaram em suas costas, com uma respiração forte e invejavelmente estável se alastrou como fogo vivo no pescoço, e com uma voz grossa que arranhava a boca do estômago de forma deliciosa.

─ Acho que se você apertar demais, a gente não vai conseguir entrar.

Só pode ser uma frase de duplo sentido, Johnny fechou os olhos com força, sentindo as mãos do moreno agarrar a mão que ele pressionava o botão do elevador de forma fervorosa. Foi como se alguém tivesse ouvido ele e, sentindo pena, fez as portas se abriram.

Johnny puxou-o para dentro do cubículo, soltando sua mão para apertar o último andar. A vantagem de ter dinheiro é a possibilidade de ter a cobertura e um andar inteiro para si, sem vizinhos enxeridos.

Assim que as portas se fecharam, Storm não perdeu tempo. Se virou tão rápido que por pouco perdeu como ele estava encarando sua bunda descaradamente. Johnny queria rir, talvez provocá-lo de alguma forma, mas ele não teve tempo para raciocinar, simplesmente puxou-o pelo colarinho do suéter e finalmente o beijou.

A primeira coisa que notou foi o gosto de cereja, intenso e doce, que chegou arrebentando seus lábios. Não demorou muito para Johnny resmungar e sua boca abrir, pedindo, implorando, para que aquele estranho pudesse se apressar e fazê-lo sentir cada vez mais.

Como choque, ele se lembrou que em nenhum momento questionou o nome do homem que agora ele beijava, entretanto, qualquer dúvida que tivesse se esvaziou assim que sentiu suas costas batendo na parede do elevador.

O corpo quente contra a parede gelada não durou ao menos minutos, pois o corpo do homem a frente dele cobriu, esquentando-o enquanto explorava sua boca. Cada esfregar de língua contra a sua, fazia-o sentir arrepios pelas costas, bem na lombar. O suficiente para um choque delicioso o atingir contra o membro pesado em sua calça.

Ele puxava alguns fios de cabelos curtos na nuca de Johnny, investindo o quadril contra o dele. Conseguia sentir ambas intimidades duras em suas calças, circulando seus quadris para sentir um ao outro cada vez mais.

Johnny gemeu contra a boca carnuda do homem, as pálpebras tremendo com o revirar de olhos escondidos por detrás delas. O pensamento ficou confuso e ele ergueu as mãos aos ombros revestidos pelo suéter, tentando puxá-lo desesperadamente cada vez mais para perto de si.

Isso até sua companhia se afastar, dando uma risada baixa ao vê-lo tentar seguir com a boca. De olhos fechados e pernas trêmulas, Johnny sentiu o homem segurá-lo firme na cintura e rastejar beijos castos da bochecha até a lateral do rosto dele.

─ Coisinha impaciente você, não é Johnny?

E então escutaram o ding do elevador, abrindo as portas e dando de cara com o hall do seu apartamento. Johnny empurrou gentilmente o homem, caminhando apartamento adentro de costas, mirando ele enquanto começava a tirar as próprias roupas.

Primeiro foi a jaqueta preta, jogando ela no chão sem se importar. Ele iria se preocupar apenas pela manhã, pois aquele cara aparentava se tornar a melhor transa que Johnny poderia ter e ao menos tinha tirado sua roupa por completo. Se tudo desse certo, seria mais do que justo tratá-lo com um bom café da manhã no dia seguinte.

─ Você sabe que eu poderia muito bem ficar aqui ─ disse apontando para o chão do elevador, mas uma mão estava estendida, segurando a porta do elevador ─, esperar as portas se fecharem e descer, não é?

É claro que Johnny sabia, porém, não sendo nem um pouco besta, ele puxou a camiseta que tinha pelo colarinho e deixou à mostra seu tórax. A camiseta deslizou de sua mão assim que viu o moreno praticamente comê-lo com os olhos, traçando todo centímetro de pele desnuda.

─ Eu sei que você pode ─ As mãos foram para a fivela do cinto, abrindo de forma lenta ─, mas eu também sei que você não vai.

Foram necessários apenas dois passos largos na direção de Johnny e mãos nervosas agarraram sua cintura, arranhando a pele exposta com um grunhido na ponta da língua. A boca dele colou direto com o pescoço de Johnny, arrancando gemidos.

As mãos de Storm começaram a ficar afobadas, perdendo a firmeza quando tentou tirar o cinto. Precisou mordiscar forte os seus lábios ao sentir dentes mordiscando seu ponto sensível, com mãos ágeis tomando lugar das suas e o som do cinto batendo no chão repercutindo o apartamento todo.

─ Achei que ─ As palavras atingiram o pescoço sensível e já vermelho pelas lambidas longínquas que o moreno distribuía sem pudor algum. Johnny sorriu só de imaginar como sua pele ficará marcada no dia seguinte ─, num apartamento desses, você não iria se importar em fazer barulho.

Johnny conseguiu rir, escutando o tom de provocação na ponta da língua que o tocava. Abriu os olhos, tentando recuperar o fôlego que já não tinha, e disse: ─ A intenção foi essa mesmo ─ E puxou-o para um beijo ardente, tentando tirar o suéter dele sem fazer muito alvoroço ou até mesmo derrubar os óculos sem querer.

No entanto, de nada adiantou, pois se separaram e assim que Johnny puxou o suéter o óculos voou. Ele pensou em pedir desculpas na hora, se não fosse por uma mão ardilosa o segurando pela cintura enquanto a outra puxou o seu cabelo. Um gemido alto e descarado escapou, e o estranho logo encostou seus lábios, não para voltar a se beijar, mas como se quisesse sugar aquele som de Johnny.

─ Então por que está se segurando?

─ Se esqueceu? ─ Colou sua boca contra o maxilar, chupando a pele e caminhando em direção a orelha, suspirando pesadamente contra a área, sensível pelo jeito que sua pele ficou arrepiada debaixo dos dedos de Johnny ─ Preciso de um nome pra gritar.

Uma risada baixa soou diretamente pra ele, rouca e num tom de desdém. Isso fez o membro de Johnny pulsar e investir involuntariamente contra no que deveria ser a coxa coberta do moreno. Quando seu quadril deu de encontro com o nada, choramingou baixinho e abriu os olhos, estes que tinham se fechado sem ao menos perceber, observando como o homem à sua frente tinha se afastado do seu corpo e apenas o segurava pelos fios da nuca.

─ Vamos ver se você vai merecer.

As costas quentes de Johnny entraram em contato com as paredes frias do seu apartamento, seu chiar foi engolido por uma boca quente. Storm estava se irritando por dentro, não saberia dizer se era pela falta de fricção contra seu pau ou pelo fato de que ele estava quase implorando de joelhos por um homem que ele ao menos sabia o nome. Um pouco dos dois, ele diria.

Johnny abaixou um pouco das próprias calças jeans até entrar em contato com o meio de suas coxas, mostrando a cueca já manchada com o pré-gozo. Um riso surpreso saiu de Johnny, vendo o homem se abaixar lentamente, e logo o som foi interrompido com um puxar de ar brusco. Storm sentia os lábios do moreno em sua pele, mas não a tocando realmente, apenas deixando um rastro com lufadas de ar que parecia arrancar um pouco do que tinha em seus pulmões.

Com um maneirismo, a calça e os sapatos de Johnny foram descartados com agilidade. Ele colocou a culpa da sua falta de atenção nas provocações do moreno. Estando semi-nú enquanto o outro ainda estava com a calça jeans, uma maldita regata e o tênis converse nos pés, Johnny se sentiu exposto.

Em desvantagem, ao ser o único mostrando o corpo, e em vantagem, ao ver os olhos azuis a sua frente dilatando mesmo com a pouca iluminação do corredor.

Quando Johnny viu que ele iria se aproximar, parou o mesmo de qualquer investida ao colocar suas mãos sobre os ombros dele. A expressão dele mudou rapidamente, de algo sedento e desejoso, transformou-se em preocupação. Johnny logo o confortou ao arrastar suas mãos até a ponta da regata e puxá-la para cima.

Enquanto eles trabalhavam em silêncio, aquele ardor e urgência pela pele um do outro diminuíram, mas não o suficiente para o desejo sumir. Havia uma cumplicidade, distribuída de forma íntima com pequenos risos e caretas quando uma peça da roupa demorava para sair. Enquanto podia escutar a voz de Ben ou Susan dizendo o quão emocionado ele era com alguns ficantes, ele poderia dizer que facilmente colocaria um anel no dedo desse homem caso o sexo fosse sempre assim.

Sentiu dedos longos traçar sua lombar, descendo até chegar a parte de trás de suas coxas e deixou ser erguido ao fincar seus dedos no ombro alheio para servir como apoio. As intimidades cobertas pelas roupas íntimas fizeram pouco trabalho ao roçarem um no outro, causando um gemido falho sair do fundo da garganta de ambos quando o moreno ajeitou Johnny em seu colo.

Um ou dois beijos foram roubados, algo que Johnny perdeu as contas enquanto se mexia provocativamente no colo dele. Um acesso de risos de fez quando sentiu um tapa forte em sua bunda, só assim ele parou e respirou um pouco, tentando se acalmar.

─ Onde? ─ ele perguntou contra a bochecha de Johnny, raspando os lábios na barba que estava começando a crescer.

─ Qualquer lugar.

Eles adentraram mais a fundo no corredor, e como se tivesse finalmente a noção que de eles estariam entrando em um cômodo no escuro, Johnny apenas estendeu a mão e encontrou o interruptor que acende todas as luzes dos cômodos principais. Enquanto via o lugar se iluminando, seu corpo logo trombou com o que seria a mesa da sua sala de jantar.

Arregalou os olhos, vendo que eles não iriam a lugar nenhum a não ser ali e logo questionou: ─ Cara, na mesa?

─ Você mesmo disse que poderia ser em qualquer lugar ─ Observou os cachos balançarem enquanto ele tentava tirar alguns fios que entravam em contato com os olhos dele. Em nenhum momento ele parecia querer desgrudar suas mãos das coxas de Johnny ─ Além do mais, você derrubou meus óculos e estava escuro, tenha um pouco de compaixão.

Sem querer deixar o assunto se estender mais, Johnny apenas balançou a cabeça rindo e deslizou da mesa, na procura do lubrificante que ele deixava no armário de canto na cozinha, um extra que ele deixava na parte de cima onde ninguém além dele mexia.

─ Johnny, por que você tem lubrificante na cozinha?

─ Acho que a gente já chegou a conclusão que toda superfície é válida.

Johnny quis rir com a expressão confusa dele, que apenas revirou os olhos quando o loiro voltou para a posição anterior. O desespero já estava começando a atingir o ego de Johnny, mas não durou muito tempo. Lábios grossos e uma língua quente se chocaram contra seu peito esquerdo, o pegando de surpresa.

Dedos ardilosos de uma mão subiam em direção ao mamilo livre, e assim, alternava as carícias entre o polegar e o dedão com a boca. A outra mão, antes parada contra a coxa, agora provocava o pênis negligenciado de Johnny. Cada toque parecia roubar um pouco da sanidade dele, fazendo o se sentir estúpido e carente quando o moreno começou a descer os beijos ao mesmo tempo que retirava lentamente sua peça íntima.

Quando sentiu um hálito quente contra seu pau, agora já exposto, Johnny não segurou o gemido fraco que saiu de seus lábios. A respiração ficou entrecortada em antecipação, ansioso em sentir qualquer coisa que pudesse aliviar a excitação que sentia.

Johnny não era do tipo que implorava, mesmo sendo bem versátil quando se tratava de seus amantes, isso ele declarava como fato. Porém, quando encarou o moreno, que agora estava ajoelhado entre suas pernas, apenas o encarando, saboreando cada reação que ele fazia... Johnny não conseguiu se segurar.

─ Por favor.

Não demorou muito e ele logo foi atendido. Foi envolvido pela boca alheia com maestria e Johnny sentiu seus olhos se revirar sem que ele pudesse controlar. Ele conseguia sentir a língua passando por cada veia, unhas arranhando a parte interna de sua coxa e o que não cabia na boca dele, dedos seguravam a base do seu membro como estímulo a mais.

Johnny lutou contra a vontade de levantar o quadril.

Sua boca secou e salivou ao mesmo tempo, contraindo o abdômen a cada chupar forte direto na cabeça sensível, o corpo esquentava a cada segundo e Johnny não conseguia pensar.

O barulho de sucção se alastrava pelo apartamento, assim como os gemidos que saiam descontrolados pela boca de Johnny. Ele abaixou a cabeça, observando a aquela cena obscena com adoração.

─ Por favor.

Ele não sabia pelo o quê estava implorando, não quando sua mente ficava nublada conforme sentia a boca daquele homem em todos os cantos de seu íntimo. Johnny já tinha compreendido como aqueles dedos eram ágeis para tirar sua roupa, ele apenas não estava preparado quando finalmente estava o tocando.

Johnny pegava fogo, de dentro para fora. Sua voz de soltava cada vez mais, alcançando notas que ele poderia ter vergonha caso ouvisse a si mesmo. O corpo apenas implorava por mais, chegava a doer, como se fosse uma necessidade.

Como um raio, ele logo se lembrou e entendeu. Ele não estava implorando por um orgasmo, não apenas isso.

─ Seu nome, por favor.

Seu corpo ficou paralisado, os dedos do pé contraídos enquanto os da sua mão se agarravam ao que podiam. Uma quase arrancava um pedaço da mesa, enquanto a outra segurava firmemente os cachos rebeldes que estavam entre suas pernas, fazendo um gemido abafado vibrar contra sua intimidade já sensível.

Relaxou o corpo em instantes, quase caindo para trás se não tivesse pensando rápido e encontrado apoio em seus braços. Escutou um sutil tilintar, mas não focou tanto, tentando recuperar o fôlego ao ver o homem se erguer e mostrar que nenhum vestígio do gozo de Johnny foi deixado para trás.

Se ele pudesse ficar excitado em apenas segundos, seria com essa imagem, Johnny tinha certeza.

─ Aryan ─ ele rosnou, tão sério e estável que o barulho do lubrificante sobre os dedos dele quase fez Johnny achar que estava alucinando.

Mas então ele sentiu os dedos entrando devagar, cada vez mais fundo dentro de si mesmo. Revirou os olhos e tombou a cabeça para trás com tanta força que ele sentiu o pescoço estalar, ficando sem ar conforme se sentia preenchido apenas com dois dígitos. Gemeu alto, em protesto quando não sentiu Aryan aprofundar cada vez mais.

O loiro abriu os olhos com tanta rapidez que nem se importou quando a luz acima da mesa praticamente o cegou. Aryan, agora ele sabe o nome dele.

─ Aryan... ─ gemeu chamando atenção do moreno, sentindo o gosto do nome dele em sua língua. Pesava a ponto dele se sentir tonto.

Mãos grandes e quentes chegaram ao seu pescoço, a visão da lâmpada amarela sumindo e dando espaço para o rosto esguio e avermelhado de Aryan. A parte superior do corpo de Johnny estava erguida com o apoio de seus cotovelos, mas a mão de Aryan parecia ser a única coisa que o puxava para cima, forçando ele a encará-lo.

Choramingou um pouco mais alto ao sentir os dedos se movimentando lentamente, tentando respirar fundo e abrindo mais ainda suas pernas, como se pedisse silenciosamente por mais. Aryan riu e Johnny decidiu adorar aquele som.

─ Agora que sabe meu nome, vai ficar quieto? ─ De dois dedos passou a ser três, e Johnny viu suas pernas tremerem. Aryan se aproximou de seu rosto, roubando um selinho casto, nada comparado com o que ele fazia dentro de si. Olhos azuis dilatados o encararam de volta, uma ferocidade que estava comendo Johnny por dentro ─ É melhor você gritar direito, se quiser que eu continue.

Johnny estava pouco se lixando se por acaso viria alguma multa no dia seguinte com uma reclamação de barulho. Ele apenas tinha um único interesse: ficar rouco gritando o nome de Aryan.

Quando acordou no dia seguinte, Aryan ficou confuso com duas coisas. Primeiro, estava quente demais para o gosto dele, e, segundo, ele sentia algo pesado sobre sua cintura, prendendo ele como uma raíz. Poderia mentir e dizer que era extremamente desconfortável, mas a respiração em suas costas era extremamente agradável e essa foi sua deixa pra tentar acordar o mais rápido possível.

Abrindo os olhos ele logo se viu fechando na mesma velocidade, não conseguindo segurar os palavrões que pareceu derreter para fora da boca contra a sua vontade. Cortinas arreganhadas até o canto da parede era a razão de seu estresse, e por muito pouco ele não acordou a sua companhia para criar um pouco de noção e fechar as cortinas antes de dormir.

Uma risada fraca saiu da boca de Aryan, lembrando-se vagamente disso ser culpa dele.

Aryan ficou alguns segundos a mais na cama, tentando acostumar seus olhos com a luminosidade. Entretanto, no fundo, ele apenas queria aproveitar aqueles últimos momentos. Sabia que teria de levantar, pegar suas roupas e se trocar sem fazer muito alarde. Ele queria poder acreditar que Johnny queria acordar e ter Aryan ao lado dele.

Era apenas algo de uma noite, Aryan podia lidar com isso e ele não se importava realmente. Só era um pouco incômodo quando o parceiro o tratava tão bem, a ponto dele desejar querer mais.

Mas da última vez que ao menos pensou na possibilidade, acabou lhe custando caro.

Quando ele chegou à calçada para chamar um táxi, viu pelo celular ser umas nove horas da manhã e era tenebroso como uma simples buzina fez sua cabeça explodir. Aryan não se sentiu mal em pedir para o taxista - assim que parou na frente dele e ele entrou praticamente derretendo no banco de trás - baixar o volume o máximo que pôde.

─ Eita rapaz, noite agitada é? ─ Podia ver ser um senhor de idade, talvez a voz rouca e falhada o tenha entregado, mas assim que Aryan levantou os olhos cansados e viu apenas uma silhueta de cabelo branco meio borrada-

Ergueu a mão tão rápido que bateu na própria testa. Sentiu apenas agora falta dos seus óculos, que lembrava de terem sidos arremessados contra o chão do corredor quando Johnny tentava arrancar o seu suéter. Hawkins apenas suspirou, querendo arrancar os próprios cabelos. Como alguém, míope com astigmatismo, esquece a porra do próprio óculos? Aryan preferia se jogar do carro em movimento invés de pedir para o taxista dar meia volta.

─ Tão agitada que perdi só meus óculos, e não a carteira.

O senhor apenas riu dele, oferecendo chiclete logo em seguida que ele aceitou de bom grado. E o silêncio que teria preenchido o caminho todo, logo foi substituído por histórias pessoais sobre sua família.

Quando chegou ao apartamento compartilhado, atravessou os corredores e quase trombou com uma mulher que saia do quarto de Josha. Ela não ficou muito tempo pra bater papo, parecia atrasada, e pareceu aceitar a oportunidade de pedir pra ele entregar o número dela pro amigo dele.

Enquanto estava entrando no quarto de Josha e colocando o papel que ela - o nome parecia ser Kat, mas ele realmente não estava conseguindo ler, lembrando mais uma vez da falta de óculos - escreveu na mesa de canto da cama dele. Saindo do quarto, Hawkins começou a se perguntar se não deveria ter ao menos entregado o número dele para Johnny.

Aryan apenas deu risada, indo para seu quarto, agora sem interrupções.

Por que se preocupar com um número se Aryan sabia como iria terminar? Ele se apegaria mesmo entendendo que seria algo casual, sem muito compromisso e sem desenvolver sentimentos, algo que da parte dele ele nunca conseguia cumprir, como sempre acontecia. E além do mais, quais seriam as chances de Aryan encontrar Johnny de novo?

Aryan colocou a cabeça no seu travesseiro e dormiu tranquilo acreditando ser zero.

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