Recomeço

"Nota do autor, essa obra é meramente fictícia, não quero de maneira alguma desrespeitar a crença de qualquer pessoa. Tudo relacionado aos anjos em questão é meramente uma visão fictícia minha. Aproveitem a leitura."

NARRADOR ON

Desde dos primórdios da própria existência, os anjos habitam o plano espiritual, cada um com sua missão, muitos apoiando, guiando e cuidado dos seres humanos, outros que os desprezam e há aqueles que caíram ao serem consumidos por seus sentimentos mundanos. Sempre que necessário, esses anjos se fazem presente entre nós. É nesse cenário que vive Aurora. No geral anjos são belos por natureza e Aurora não era diferente. Seus longos cabelos pretos moldavam seu rosto angelical. dona de um olhar penetrante, Aurora tinha algo que lhe diferenciava dos demais anjos... ela simplesmente não lembra de nenhum detalhe de seu passado. Prestes a descer a terra para sua primeira missão, Aurora se via apreensiva.

- Não sei por que está tão nervosa? É apenas uma missão. - Diz Dina a observando com cuidado.

- Para você é simples, já fez isso muitas vezes.... porém pra mim é tudo muito novo. - retruca Aurora muito séria.

- Não se preocupe tanto, você vai se sair bem, afinal é um anjo e isso faz parte do seu ser. - finaliza Dina tentando alegrar a amiga.

- Posso saber oque tanto cochicham? Esse tipo de comportamento tão humano não é aceitável. - as duas são interrompidas de maneira grosseira por Celine, um anjo com um certo desprezo pelos homens.

- Perdão Celine, estávamos apenas conversando a respeito da minha primeira missão e...

- Acho completamente inadmissível que você se sinta tão insegura. Parem de perder e vá logo ver a santíssima, ela lhe aguarda. Dito isso, Ambas caminham lado a lado até entrar no grande salão onde a Santíssima se encontrava.

- Entrem minhas filhas. Não se acanhem. - Diz ela já as esperando. - Aurora sei que esta preocupada e por este motivo quis te dar um último conselho. - Diz Maria santíssima segurando em suas mãos. - Siga seu coração, não importa oque aconteça. Ele será sempre seu melhor conselheiro. - finaliza ela apontando para o peito de Aurora. As duas se despedem, porém antes de deixa-las irem, Maria pede que Dina fiquei.

- Dina, preste atenção no que vou lhe dizer pois é de extrema importância. Haja oque houver, não interfira nas ações de Aurora. - a mesma prestava atenção em tudo que lhe era dito se sentindo um pouco confusa, porém prometeu seguir ao pé da letra cada palavra ali dita.
Já em terra, Aurora opta por não se fazer presente fisicamente, ainda não estava certa se os homens deveriam vê-la ou não, em realidade ela precisava de tempo para se acostumar com a ideia.

- É tudo tão fascinante. - dizia ela observando a movimentação da rua central. - Dina me diga, como vou saber a quem devo proteger, existem muitos deles aqui!

- A alma, Aurora, a alma ira brilhar diferente aos seus olhos. - Dina mal tinha acabado e já via a amiga dar passos apressados em direção a um jovem. - Ei espera! Oque está fazendo?- pergunta a mesma seguindo Aurora tão apressada quanto. Ambas pararam observando a cena que se desenrolava, o encontro de dois jovens ao acaso.

- É ele Dina.... ele é o meu protegido e ela também. Lindo! - Diz ela e sem perceber seus olhos estavam marejados.

- você está a ponto de chorar! Por que tamanha comoção.

- Você não consegue ver? As almas ..... o encontro delas...- Aurora balbuciava palavras sem conseguir completar uma única sentença. - estão se separando..... venha dina por aqui. - Diz a mesma seguindo a moça quase que por impulso.

- Espere... tem certeza.... - Dina ia questionar porém lembrou-se das palavras de Maria e então se calou seguindo assim a amiga. Aurora sentiu no seu no seu íntimo a necessidade de permanecer ao lado da jovem e assim ela acompanhou os desdobramentos da história. Ficou horrorizado com a atitude do pai da jovem em tranca-la naquele sótão. Aurora se assustou quando Joanna passou a vê-la.

- Oque está acontecendo? Por que ela pode me ver? - Perguntou incrédula a dina.

- Sinto muito em lhe dizer isso, mais esse é um sinal que ela irá fazer a passagem em breve. - Respondeu Dina cabisbaixa.
Aurora deixou aquele sótão somente uma vez para auxiliar Molly na entrega do recado a Arthur.

- tem certeza que quer fazer isso? - pergunta Dina ao ver oque a amiga pretendia fazer.

- Apenas vou deixar o destino fazer seu trabalho. - respondeu Aurora se colocando bem no meio do caminho da moça. Depois de lhe indicar o caminho, ela prontamente volta a velar o leito de Joanna... algo naqueles jovem a impulsionava simplesmente a agir. Assim quando o plano de tirar joanna daquela prisão foi posto em pratica, Aurora usou de suas energias para manter o caminho livre. Infelizmente como Dina havia previsto, Joanna estava fazendo sua passagem. Ali naquela que deveria ser a casa onde ambos constituíram sua família, Aurora assistiu a despedida do casal apaixonado. Porém algo mudou dentro de si e em meio ao desespero, suas lágrimas simplesmente transbordaram e pôr uma ironia do destino no exato momento em Jun e Joanna faziam sua promessa de se encontrarem e pertencerem um ao outro por todas as suas encanações, duas lágrimas de Aurora caíram sobre os jovens, essas primeiras foram seguidas de uma chuva fina de lágrimas intermináveis.

- Aurora! Oque você está fazendo? - questiona Dina assustada com o desenrolar dos acontecimentos. Porém algo ainda mais incrível aconteceu a seguir. As assas de Aurora apareceram e se abriram e delas uma luz muito forte tomou conta do quarto todo. Num piscar de olhos Aurora acordou no plano espiritual em seu quarto. Lentamente abrindo os olhos e recobrando a consciência ela pode ouvir vozes alteradas próximas à si.

- ISSO É UM ABSURDO.... ELA COMETEU UM ERRO IMPERDOALVEL. - pela voz, ela reconheceu como sendo Celine que esbravejava sem parar.

- Por favor não grite.... respeite esse lugar. - essa voz calma era com certeza de Dina.

- NÃO ME DIGA OQUE FAZER. NÃO DEVIAM TER DADO MISSAO ALGUMA PARA ESSE SER INFERIOR. ELA NÃO É COMO NÓS. - continuava ela até ser interrompida.

- JÁ CHEGA.- a voz da santíssima ecoou por todo o lugar sendo seguida de um silêncio quase ensurdecedor. - Celine e dina por favor nos deixem a sós. - Diz Maria olhando diretamente para Aurora que agora já estava de pé atrás das duas. - dina... depois preciso conversar com você também. - Diz ela dando espaço para que as duas passem.
- E Celine.... cuidado com os sentimentos baixos. - Diz ela olhando a mesma com intensidade. Maria então olho com compaixão para Aurora que fitava o chão. - Não tema minha querida. - Diz ela carinhosa.

- Eu cometi um erro? - pergunta ela Receosa.

- Você fez algo inimaginável e isso causou medo em alguns e espanto em outro.

- Eu não sou como eles? - Maria a observa atenta e então diz.

- Você é exatamente aquilo que deve ser e ainda descobrirá muitas coisas, tudo no seu devido tempo. Agora precisamos conversar sobre a sua verdadeira missão e ela não será fácil. - nesse ponto Aurora finalmente a fitou espantada. - Hoje você selou o destino daqueles jovens por toda a eternidade. Ambos estão ligado eternamente, suas lágrimas causaram isso. A você cabe agora voltar a terra, entenda isso não como um castigo, mais sim como uma consequência de seus atos. Ficará na terra por todas essas encarnações e em todas elas será responsável pelos dois.

- Eu .... eu ... - Aurora não conseguia formular nenhum pensamento.

- Mais uma coisa que precisa saber antes de partir... o rapaz está destinado a algo grandioso, ele será um farol de luz em meio a tempos obscuros para a humanidade. O seu sentimento no momento em que selou o destino de ambos foi tão forte que você não será responsável apenas pela alma dele, Caberá a você cuidar de todas as almas que esse rapaz tocar. Agora vá e lembre-se siga seu coração. - Maria se inclina beijando a testa de Aurora que imediatamente se vê na terra novamente. A sua frente se vê o cortejo fúnebre de Joanna, ao lado de seu caixão está Jun muito abatido. Evellyn seguia aparada por Laila que chorava copiosamente. Chovia muito e Aurora sentiu o peso daquele momento em seus ombros. Uma comoção a tira de seus próprios pensamentos, tentando se aproximar completamente desesperado, vinha Thomaz que acabou por se jogar aos pés da sepultura da filha, implorando seu perdão.

- Oque faz aqui? Como ousa manchar o local de descanso dela com sua presença? - indaga Evellyn.

- Perdoe-me.... eu não fiz por mal, eu..

- Você foi o algoz da nossa filha, não merece perdão. Espero que apodreça naquela casa por toda a eternidade. - Diz ela enquanto o mesmo tenta toca-la. - Não ouse encostrar em mim.
Aurora sentia o rancor incrustado na alma de Evelly, ela sabia que nada bom sairia daquela situação.
O tempo foi passando e Aurora foi se adaptando a sua nova realidade. Quatro anos haviam se passado desde a morte de Joanna, sua mãe passou a morar na casa de campo que Jun deu a ela. Arthur e Laila casaram-se, ele finalmente tomou juízo naquela cabeça desmiolado. Thomaz padeceu em meio as dívidas e o julgamento da sociedade que não perdoava pelo oque ele havia feita a própria filha. Em 1921 Jun se formou e realizou quase tudo que seu pai havia planejado para si com exceção de uma coisa, casar-se. Tudo parecia estar entrando nos eixos até Aurora começar a perceber mudanças em Jun.

- Ah meu amigo, fico feliz que finalmente casou-se e está formando uma família. - Diz Jun dando um grande abraço em Arthur.

- Como tem passado? - pergunta o amigo.

- Ah para ser Franco, sinto como se fosse enlouquecer.

- conte-me... quem sabe consigo ajuda-lo.

- Eu tenho a nítida impressão de ver uma mulher a minha espreita. Não tenho dormido direito.

- Deve ser a pressão da viagem, afinal você retornará sem uma esposa e você conhece seu pai.

- Pode ser. - Diz Jun apreensivo.
Amigos de longa data, ambos se despedem com um forte abraço com a promessa que logo tornariam a se ver. Infelizmente aquilo que Aurora pressentia aconteceu, o Navio no qual Jun voltava para sua terra naufragou e assim ele fez a sua passagem. Agora Aurora estava sozinha e teria que esperar até que ele estivesse pronto para voltar ao plano dos homens.

QUEBRA DE TEMPO 1994

AURORA ON

O mundo mudou muito nesse últimos 73 anos. Minha caminhada pelo plano terrestre tem sido triste e solitária, sempre mudando de forma e esperando minha missão. Dina as vezes aparece, passa alguns dias comigo e depois parte, parece estar sempre de olho em mim.

NARRADOR ON

Hoje seria mais um dia normal, Aurora levanta-se para mais um dia da sua rotina interminável. Porém assim que se põe de pé ela sentiu algo diferente. De repente todas as células do seu corpo vibraram e ela correu para a janela de seu apartamento, olhando para o horizonte, ela finalmente vê o sinal que esperara por tanto tempo. Ela prontamente parte em direção a luz. Em um hospital qualquer de Gwangju, Coreia do Sul, as 07:30 da manhã do dia 18 de fevereiro de 1994 nascia Jung hoseok. Sua mãe abre um grande sorriso quando lhe pega nos braços.
- Seja bem vindo meu filho. Você será um grande homem, já chegou trazendo Consigo muita esperança e amor. - Diz ela tocando seu nariz. - logo a enfermeira o leva para o berçário para que sua mãe possa prontamente se recuperar.

- Finalmente você voltou. - Diz Aurora ao observar o pequeno em seu berço dormindo tranquilamente. - Eu esperei muito tempo por você.... irei te guiar em sua jornada.

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