Minha esperanças

NARRADOR ON...

Olivia chega em casa cedo naquele dia 31 de Dezembro. Desejava comemorar a passagem de ano com sua mãe, por esse motivo se organizou, finalizou todos os trabalhos de faculdade antes do recesso e adiantou tudo que estava pendente no trabalho.

- Você já está indo Olivia? - Pergunta Lorena.

- Sim, quero chegar cedo em casa, ajudar minha mãe com ceia e quem sabe assistir algo divertido com ela, estou tão ocupada que mal temos nos visto. - Responde pegando seus pertences e abraçando a amiga.

- Feliz an..

- Não! Desejar feliz ano novo assim antes do tempo da azar! - Lorena a interrompe.

- Quem disse isso?

-Minha vozinha e ela sempre tem razão. Mais tarde eu te ligo.

Ambas se despedem e Olivia se põe a caminho de casa. Tudo estava indo como tinha planejado, passou no mercado e comprou tudo que tinha colocado na lista, estava decidida a fazer algo especial para a mãe, como forma de agradecimento e iria cozinhar do zero. Ela não era um exímia cozinheira, mais também não era péssima.
Apressou-se para casa pois tinha calculado o tempo que levaria para que tudo ficasse pronto a tempo.

Não imaginava que em sua casa, dona Lúcia escondia o quanto estava sofrendo. As dores eram terríveis mais ela simplesmente  não tinha coragem de contar a filha. Era sempre um "ainda tenho tempo" ou um "não é  o momento".

- Mãe  cheguei! - Olivia entra na cozinha carregada de sacolas surpreendo  assim a mar.

- O que são todas essas coisas? - dona Lúcia olha tudo com atenção e lentamente um sorriso brota em seus lábios.

- Vou lhe fazer uma ceia inesquecível. - Responde Olivia dando um forte abraço na mãe. - Agora sente-se e me deixe cozinhar. - finaliza guiando a mãe até o sofá.
Olivia então começa o preparo, decidiu fazer algo que a mãe ama. Preparou o pernil com mel, vinho branco e temperos, fez um arroz a grega e uma salada de batatas. Quando finalmente terminou já era quase meia noite, se dirigiu a quarto da mãe.

- Mãe?  A senhora está aí? A ceia está pronta. - Diz batendo na porta.

Dona Lúcia estava sentindo dificuldades para respirar, no entanto se recompôs da maneira que pode e abriu a porta.

- Uau a senhora está linda.

- Coloquei meu melhor vestido. Agora é  sua vez de se arrumar. Vá que eu te espero  lá baixo. - Olivia sorriu e fez oque sua mãe pediu.

Já na cozinha sentada sozinha na mesa Lúcia desabafa.

- Senhor.... só mais algumas horas, me dê mais algumas horas.

- Está falando com quem? - Olivia questiona entrando no ambiente.

- Com Deus minha filha. Sente-se e vamos jantar..... esta tudo tão lindo.

- Espero que esteja bom também, a senhora sabe que não sou muito boa nisso.

- Olivia, você pode ser boa no que quiser, basta fazer o seu melhor e ter fé. Sempre foi assim. Se desistir antes mesmo de tentar nunca alcançará oque seu coração deseja.

- A senhora sabe que me sinto insegura.

- Você é o meu milagre. Quando seu pai me abandonou  eu orei muito pedindo por um milagre, não por ele, mais sim por mim mesma, ele me mandou você e eu soube que tudo seria  diferente e especial. Você precisa acreditar em si mesma, confiar nos seus instintos e no seu anjo. Eu nem sempre estarei aqui. Queria estar....

- Por que está dizendo isso? - pergunta Olivia observando a mãe tentar se levantar e levar a mão ao peito.

- Mãe? Oque.... MÃE! - Os gritos de Olivia ecoam até a casa de sua vizinha e logo o socorro chega levando-as ao hospital.

- Mãe por favor...... fala comigo..... alguém me diz oque está acontecendo?

- Você  precisa ficar aqui, precisamos nos concentrar na paciente. Assim que soubermos a real situação lhe diremos. - o socorrista sai em direção a sala de emergência deixando Olivia completamente  sozinha.
Em meio ao choro, ela responde tudo que lhe é  perguntado e quando avista Lorena na porta do hospital, acaba por desabar de joelhos. Tudo parecia em camera lenta.

- Olivia! Calma estou aqui, vem levante-se. - Lorena se abaixa e auxiliar a amiga a se levantar a conduzindo até um dos bancos que tinha ali.

- Ela simplesmente  passou mal e eu fiquei lá me sentindo a pessoa mais impotente  do mundo. - Ali ambas ficam , Lorena amparando a amiga com carinho.

Algum tempo se passou e a  porta da emergência se abre e um médico vem na direção delas.

- A senhorita é a acompanhante da senhora Lúcia Moraes?

- Sou eu! - Olivia da um salto do banco em que se encontrava. - Sou filha dela.

- Você precisa ser forte, as notícias não são boas. O câncer avançou rápido e apenas a estabilizamos.... lamento mais não há nada que possamos fazer, a não ser amenizar o sofrimento por ora.

- Minha mãe está com...... câncer? Eu.... eu....

- A senhorita não sabia? Perdão. Achei que. - ele para por alguns instantes, talvez buscando as palavras corretas. - Ela está em fase terminal de câncer de ovário..... você poderá vê-la. Lamento.

Olivia cai nos braços da amiga chorando muito. A dor era absurda, sua mãe havia suportado tudo sozinha enquanto ela estava alheia a realidade.
Minuto depois uma enfermeira lhe chamou e a conduziu ao leito de Lúcia que exibia quase nenhum traço de consciência. Ela entrou e sentou-se ao lado da mãe. Chorou ao vê-la ligada a todos aqueles aparelhos. Ficou ali sem dizer nada por um bom tempo, debrucou-se sobre o corpo da mãe e ali ficou.

- Devia ter me contado...por que sofrer sozinha? Não confia em mim o suficiente?

- Não diga isso. Ela te ama mais que tudo. - Aurora sai das sombras do quarto causando espanto em Olivia.

- Quem é  você? De onde conhece minha mãe? - diz dando alguns passos para traz.

- Eu Olivia, sou seu anjo e estou aqui apenas para te dar suporte.

- Anjo? Que história é  essa? Eu não posso lidar com isso agora, minha mãe está morrendo.

- Olivia.... sua mãe já fez a passagem e está bem, está sendo cuidada num hospital em outro plano. Aqui ficou apenas o corpo e são esses aparelhos que a mantém. Você não entende agora, mais irá entender. Quando chegar a hora procure pela esperança e diga sim.

Olivia acorda de sobressalto, ela havia adormecido  debruçada sobre as pernas de sua mãe.... estava assustada com o "sonho" que acabara de ter mais o barulho insurdecedor  dos aparelhos a fizeram despertar. Tudo aconteceu muito rápido, os médicos  enfermeiros entraram correndo no quarto, enquanto alguns socorriam dona Lúcia, outros empurravam Olivia para fora. Por uma fração de segundos, ela teve a impressão  de ver a mulher de seu sonho no canto do cômodo com os olhos marejados. Longo foram os minutos até confirmarem a partida de sua mãe.
Tudo se tornou uma grande bagunça na vida de Olivia, agora ela tinha que lidar com a burocracia de um enterro, com a dor de estar sozinha e com tudo que o luto trás consigo.

- Acha que ela ficará bem? - Pergunta Dina.

- Ela é  muito forte e eu ficarei sempre de olho. - Aurora responde.

- Como vai se aproximar?

- Eu não vou.... eles irão se encontrar naturalmente.

QUEBRA DE TEMPO DOIS MESSES.

- Olivia você precisa comer. - Lorena insiste com a amiga.

- Não sinto fome nenhuma.

- Mesmo assim, precisa!  Eu não vou sair daqui até que coma.

Lorena falava sério e Olivia se viu obrigada a comer.

- Vou deixar isso com você. - Diz Lorena virando o notebook  para a amiga. A tela pausada em uma imagem estática, o título da música "Mikrocosmos".

Tenho certeza que depois de ouvir isso você vai se sentir melhor. - Lorena aperta o play e deixa a o vídeo rolar. Era uma versão live da música e Olivia a ouviu por um  tempo de cabeça baixa porém ao ouvir uma voz, ela fitou a tela e sentiu seu coração aquecer. Aquela era a primeira vez que prestava atenção nos meninos.

- Por que me sinto assim? - Pergunta a si mesma. Por parece que o conheço?

"밤이 깊을수록 더 빛나는 별빛

도시의 불, 이 도시의 별
어릴 적 올려본 밤하늘을 난 떠올려
사람이란 불, 사람이란 별로 가득한 바로 이 곳에서
We shinin'

You got me
난 너를 보며 숨을 쉬어
I got you
칠흑 같던 밤들 속에

Shine, dream, smile (shine, yeah)
Oh let us light up the night
우린 우리대로 빛나 ((oh oh oh oh, oh oh oh)
Shine, dream, smile
Oh let us light up the night
우리 그 자체로 빛나
Tonight"






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