As escondidas
NARRODOR ON
Todos se calaram quando Joanna fez-se presente. Linda e altiva, mesmo sabendo as intenções de seu pai a mesma se comportava do modo esperado. Conduta impecável, eram oque todos pensavam ao vê-la descer as escadas. Ninguém imaginava que por dentro o ar Insistia em escapar de seus pulmões. Não era aparente, contudo intimamente, ela desejava sumir para qualquer lugar onde não seria uma relés mercadoria. Controlando cada impulso de seu corpo, Joanna desce lentamente aquelas escadas até finalmente encontra os olhos de Jun em meio a tantos jovens sedentos por sua atenção.
- Joanna minha querida, que bom que está aqui. – Diz seu pai lhe abrindo o sorriso mais falso possível. – Venha minha cara, desejo lhe apresentar a pessoas importantes. – Concluem ele.
- É claro que deseja..... papai. – Diz ela forçando um fraco sorriso que aquela altura era o máximo que ela conseguia esboçar. Um a um seu pai foi lhe apresentando os pretendentes ali presentes. Tudo sob o olhar atento de Jun que não os deixava nem por um segundo.
- Ah já ia me esquecendo, o distinto Senhor Andrew. – ele diz apertando levemente o braço da filha.
- É realmente uma honra estar em tão ilustre presença minha cara dama.
- Seria engraçado se não fosse uma afronta o senhor se dirigir a mim depois do que fez ontem no parque. – seu pai nesse momento apertou com ainda mais força seu braço.
- Joanna por favor. – Diz ele entre os dentes.
- Acho... que Joanna precisa de ar fresco meu amor. – Fala Evellyn intercedendo pela filha oque fez Thomaz a soltar e olhar em volta para se certificar que ninguém mais notará o acontecido.
Joanna sai ao jardim sendo acompanha de perto por Laila. Jun por sua vez queria largar aquela conversa pouco empolgante e seguir sua amada, porém isso não seria visto com bons olhos. Com o passar dos minutos a ausência de Joanna começará a incomodar o jovem que depois de muito ponderar, decide segui-la.
- Joanna minha querida sei que esta chateada, não tiro sua razão, porém seja prudente sim. Um deles pode ser seu futuro marido. – Dizia Laila tentando amenizar os ânimos.
- Eu jamais me casarei assim Laila, isso é uma afronta.
- Não diga isso, pode piorar a sua situação.
- A Situação já está horrível. Olhe como todos me olham como se eu fosse um corte de carne exposto em um açougue qualquer. – Joanna dizia isso enquanto andava de uma lado para o outro sem se dar conta da presença de Jun.
- Acredite, você não é a única incomodada. – Diz ele a fazendo parar o notando finalmente.
- Jun! Você está aí a muito tempo? Não me diga que veio me comprar também? – pergunta ela ainda meio atordoada pela irritação recente.
- O suficiente para perceber a sua insatisfação e com razão..... e não, não vim compra-la..... mais não nego que a senhorita tem habitado todos os meus pensamentos. – Responde ele a tomando de surpresa.
- Não acho que deveriam serem vistos conversando assim. – Diz Laila os interrompendo vendo que ambos estavam próximos de mais.
- Não seja assim Laila, os deixe conversar. – Diz Arthur arrancando um sorriso da mesma que logo em seguida concorda desde que ambos fiquem onde ela possa vê-los.
- Diga-me Jun, de onde você vem as mulheres são vendidas assim também a famílias ricas? – a pergunta incisiva de Joanna fez o estômago de Jun revirar.
- As pessoas casam-se por interesse é claro, tudo é um jogo político, porém os trâmites são sigilosos e feitos sem chamar a atenção. – ele responde sincero.
- Gosto da sua honestidade. – Diz ela o olhando nos olhos.
- Não fique triste Joanna, seu sorriso é como um raio de esperança para mim... e na verdade tem sido assim desde que nos vimos pela primeira vez naquela rua.- Jun agora já não conseguia controlar a própria respiração que falhava sempre que os olhos de sua amada pousavam nos seus.
- Ahh Jun eu queria ser como uma folha ao vento.... eu anseio por isso. Você fala de esperança porém eu já não a vejo em meu caminho.
- então olhe em meus olhos e me permita ser a sua esperança. – eles estavam tão próximos, Joanna sentia seu coração cavalgar acelerado e então, ela tomada por esse novo sentimento, sela seus lábios num beijos singelo e suave.
- JOANNA.... ONDE ESTA MINHA FILHA? - o beijo é quebrado pelo som horrível daquela voz. Senhor Thomaz procurava pela filha.
- Acho que devemos entrar. – Diz ela sorrindo corada.
- Espere, sei que vai parecer loucura, porem me encontre amanhã ao amanhecer no parque? – Diz Jun não querendo deixa-la ir.
- Eu farei o possível.- Diz ela lhe beijando a bochecha e entrando ainda tentando se recompor.
Joanna entra mais que depressa senso seguida por Laila que estava louca para indagar a amiga acerca do beijo, porém se conteve para não levantar suspeitas.
- Ah aí esta você.... venha estão todos te esperando a mesa. – Diz seu pai a fazendo baixar a cabeça e segui-lo em silêncio. O jantar seguia de forma ordeira e sem maiores problemas, até senhor Thomaz resolver tocar no assunto casamento novamente.
- Vejam bem o quão bela é minha Filha educada para ser uma esposa a altura de qualquer herdeiro que se preze. – Dizia ela erguendo a taça de vinho da qual bebia. O rosto de Joanna se contorceu bem como o de Jun sentado próximo ao anfitrião.
- Deveras ela é.... imagino que possua outros encantos também. – Diz um dos convidados, Joanna que a essa altura se controlava ao máximo para não sair da mesa correndo, apenas encara seu prato.
- Bom meu caro amigo, saiba que ela é minha...... afinal paguei uma bela quantia para tanto. – Diz Andrew e essa foi a gota d’água para a jovem que pôs-se de pé.
- Não serei sua esposa nem nessa ou em qualquer outra encarnação. Tudo que terá de mim é desprezo.
- JOANNA! – senhor Thomaz agora de pé ergue de maneira grosseira a Palmas de sua mão direita e a leva em direção ao rosto da filha que apenas fecha os olhos esperando o impacto. Porém ele nunca veio.
- Oque pensa que está fazendo estrangeiro? – Jun estava de pé e segurando o braço de Thomaz enquanto todos o olhavam com espanto. – De onde você vem nunca te ensinaram a não se intrometer quando um pai corrigi uma filha?
- Sim senhor .... mais também me ensinaram que não é de bom tom fazer isso na frente de convidados, muito menos quando estes são futuros interessados na mercadoria. – As palavras dele atingiram Thomaz como uma flecha no peito.
- Oque está sugerindo? Que eu estou.. – Ele não seguiu terminar sua sentença.
- Oras o senhor a esta leiloando? – Joanna o olhava de maneira atenta e o viu piscar para ela e entendeu a crítica feita ao pai. Thomaz simplesmente senta-se atônito em seu lugar novamente.
- Bom acho que já não é necessária minha presença aqui... Senhora Brown eu peço perdão pelo acontecido, Joanna cuide-se.- Lhe estendeu a mão depositando um leve selar ali. – Arthur, você pretende ficar? – Pergunta sem cerimônia.
- Eu irei com você meu amigo. – Ele então se despede de Joanna e sua mãe, saindo porta a fora.
- Você só pode ter enlouquecido, como pretende se aproximar dela agora que praticamente chamou o pai dela de interesseiro desalmado? – Pergunta Arthur acompanhando os passos rápidos do amigo.
- Arthur eu encontrarei um jeito, nem que tenhamos que fugir, claro se assim ela desejar. Eu jamais a compraria daquele jeito.
- Está mesmo apaixonado... nem parece o homem que chegou dizendo que não faria a vontade do pai.
- Simples caro amigo, ele encontrou seu destino. Amanhã temos um encontro às margens do rio.
- Se eu fosse um puritano diria que estão indo rápido demais, porém como não sou..... divirta-se, mas sem exageros, Joanna é como uma irmã para mim então estarei de olho em vocês.
De volta a casa dos Browns, vendo a situação lastimável na qual o marido se encontrava, senhora Evellyn tratou de encerrar a fatídica festa o mais breve possível. Não permitindo que os convidados, em especial Andrew se despedissem de sua filha. Enquanto a jovem se recolhia ao seus aposentos, uma longa e triste conversa se iniciava entre o casal.
- Como pode erguer a mão contra nossa filha! Já não bastasse tentar vende-la agora também quer agredi-la? – falava Evellyn com a voz contida porém cheia de ressentimento.
- Agora não mulher. – Diz ele ainda sob o efeito da bebida. – Se não quer morar em baixo da ponte sugiro que dobre sua filha.
- Que tipo de homem você se tornou..... espero que encontre um lugar para passar a noite, pois em minha cama e sobre meus lençóis, não irá ser. – Diz ela retirando-se do escritório em lágrimas. Thomaz por sua vez decide que será melhor ficar em seu comércio ate os ânimos se acalmarem. Pegando uma muda qualquer de roupa, ele sai se dirigindo ao mesmo. Já nos aposentos de Joanna, Laila em extasie pelos acontecimentos da noite, questionava a amiga sem parar.
- Eu não acredito que você o beijou.- dizia ela quase aos gritos.
- Laila pelo amor de Deus fale baixo. – pediu Joanna a puxando para sentarem na cama. – Ele é um sonho, o mais belo que já tive. Seus lábios são doce e macios.
- Fiquei completamente estupefata quando os vi aos beijos. – Diz agora brincando com os cabelos da amiga.
- Eu apenas segui meu desejo e tem mais.
- mais.... como assim mais? – pergunta Laila.
- Ele marcou um encontro às margens do rio, onde cai na água. – Diz com um largo sorriso.
- Um encontro?
- Sim, Amanhã ao amanhecer.
- Joanna eu deveria dizer-lhe para não ir, contudo sei que seria inútil, então siga seu coração. – Agora vá deitar-se logo se não como vais acordar a tempo?
Joanna prontamente faz oque Laila lhe diz e mesmo com seus batimentos acelerados, adormece rapidamente. Acordou de sobressalto nos primeiros instantes da manhã. Ainda estava escuro quando se vestiu e saiu as escondidas de casa. Na cama havia deixado apenas uma pilha de travesseiros e um recado através de Laila, para que não fosse incomodada. Saiu com a promessa que voltaria o mais rápido possível.
Jun estava ansioso, nem havia dormido na realidade. Pôs-se de pé muito cedo e partiu sem ao menos tomar um café. De pé a beira do rio, ele esperou com o coração cheio de medos e esperança. Quando avistou Joanna, seu coração acelerou ao máximo.
- Minha esperança.... você veio. – Diz ele acariciando seu rosto.
- Eu não poderia deixar de vir.
- Me perdoe. – Diz ele se aproximando.
- Perdoar pelo que? – pergunta ela segurando suas mãos ainda pousadas em seu rosto.
- Por não conseguir esperar mais. – Dizendo isso, ele a beija de forma suave no começo, porém lentamente ele vai intensificando o beijo até finalmente pedir passagem com sua língua. Joanna sem ter experiência alguma apenas deixou-se ser guiada por ele, se permitindo assim sentir cada sensação que aquele beijo lhe causava. Ele são obrigados a quebrar o ósculo pois a falta de ar já se fazia presente. Ambos ofegantes, ali ficaram até regularem suas respirações.
- Não posso ficar muito tempo, logo mamãe acordará e se não me encontrar em casa será um grande problema.
- Tudo bem eu entendo, mais prometa-me que irá se encontrar comigo aqui todos os dias neste horário. Ah Joanna prometa-me!
- Eu prometo fazer o possível. – ela responde sorrindo.
O tempo havia de fato parado para os dois apaixonados. Ali conversaram por mais algum tempo e logo se despediram. Mesmo Jun insistindo em leva- lá até sua casa, joanna era uma mulher decidida e não permitiu que isso acontecesse. A jovem logo avista sua casa e entra pelos fundos de forma silenciosa. Passando pela cozinha, precisava apenas atravessar a sala e subir as escadas. Na pontinha do pé ela começa sua jornada.
- MUITO BONITO JOANNA! Posso saber onde você estava? – Sua mãe lhe indaga de um canto escuro da sala.
- Mamãe e fui tomar ar fresco.
- Não minta pra mim. Quem é ele? – Pergunta a mãe da jovem a olhando de maneira incisiva. Vendo que não poderia escapar, joanna conta a mãe a verdade.
- Joanna minha filha, você está trilha do um caminho perigoso e você você disso.
- mamãe eu o amo e ele me ama, viu como me defendeu ontem. Eu juro que serei prudente, não tire ele de mim.
- Eu deveria faze-la parar, mais eu confesso que gosto do rapaz. Apenas tome cuidado, se seu pai descobrir, será terrível. Com a aceitação de Evellyn as coisas entre Jun e Joanna começaram a ficar sérias, ele fazia planos de um futuro junto a ela. Ambos se encontravam todos os dias com a permissão de sua mãe. Já haviam se passado quase um mês de seus encontros secretos.
- Joanna, Evellyn venham a sala por favor tenho uma assunto sério a tratar com as duas. – Diz Thomaz ao adentrar a residência.
- Para que essa gritaria toda? – Diz Evellyn se acomodando ao lado da filha que o olhava sério.
- Ótimo, aguardem aqui.- ordena ele enquanto dirige-se a porta abrindo a mesma. Por ela vê-se passar Andrew e o estômago de ambas revira.
- Bom oque tenho para comunicar é simples. Dentro de 30 dias você irá firmar matrimônio com Andrew. – Diz ele e a expressão no rosto de Joanna revela o pavor que está sentindo. De um salto ambas se põe de pé.
- EU JAMAIS IREI ME DOBRAR SUA VOTADE. EU PREFIRO A MORTE. – grita Joanna furiosa .
"homines parvanimi semper levibus perdere conantur"
"as pessoas de alma pequena sempre irão tentar desteuir as que possuiem luz"
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