Almas apaixonadas

NARRADOR ON
Joanna acorda mais uma vez no meio da noite, isso vem acontecendo desde o dia que seus olhos cruzaram com os olhos do jovem que as ajudou na rua principal. Joanna tinha a nítida certeza que já o conhecia, porém sabia que isso era impossível, já que nunca em sua vida esteve diante de qualquer pessoa asiática. Mesmo vivendo na cidade aonde tudo acontece e por onde circulavam inúmeras pessoas das mais variadas nacionalidades. Com muito custo ela volta a dormir. Jun por outro lado ao ver que seu amigo Arthur conhecia a jovem, lhe fez mil perguntas a respeito da mesma, para ele o tempo havia parado naquele momento. Os olhos tão marcantes da linda Joanna o haviam encantado como nunca havia acontecido antes. Ele ansiava ter a sorte de vê-la novamente. Naquela típica manhã de Londres já haviam passado exatas duas semanas do fatídico encontro. Os convites para a grande festa na casa dos Browns  começaram finalmente a serem entregues e para espanto de Jun, um mensageiro estava prontamente de pé em sua porta.
- Como posso ajuda-lo? – Pergunta ele estranhando a presença  do tal homem.
- Bom dia jovem mestre. Venho em nome do Sr. Thomaz Brown. – O nome imediatamente  soa família aos ouvidos de Jun. – trago – lhe um convite. – Diz o homem entregando o cartão muito bem adornado. O mesmo se despede e parte. Já em sua aconchegante sala, o jovem se acomoda  numa poltrona qualquer e se põe a ler o tal convite.
“ Ao distinto senhor Park Jun Ho.
O senhor Thomaz Brown e sua esposa Evellyn tem o prazer de convida-lo a sua residência  na noite do dia 12 de Janeiro, as 18 horas para a celebração de um novo começo.”
O convite terminava enigmático e o jovem ficou se perguntando se deveria ou não acerta – lo.
Na casa dos Browns, a notícia repentina da tal festa  fez a senhora Evellyn ficar aflita e brava com o marido.
- Como Thomaz  resolve dar uma festa sem me consultar  antes?! – Esbravejava ela para suas criadas que apenas a observavam atentas. – Isso é  inadmissível! Agora terei que organizar tudo as pressas. TOLO! – dizia ela. Todo aquele alvoroço acabou por chamar a atenção de Joanna que prontamente  vai verificar oque causou toda a irritação de sua, visto que em todos os seus 17 anos ela jamais virá a mãe daquele jeito.
- Oque está acontecendo mamãe? – pergunta ela entrando rapidamente na sala.
- Seu pai  que agora depois de tantos anos de casado resolveu esquecer que precisa consultar a esposa para tomar certas decisões. – Diz mulher atirando-se numa espreguiçadeira.
- Ainda não entendo oque a deixa tão irritada. – joanna indaga porém antes que sua mãe possa responder, sr Brown pôs-se porta a dentro com cara de poucos amigos.
- Ora, ora, ora se não é  meu amado marido! – Diz Evellyn irônica. – Posso saber por que marcou um evento tão importante  sem me consultar? -  agora ela já estava de pé e o observava com aquele olha inquisidor que só ela sabia fazer. Thomaz então suspira profundamente e se dirigi a filha primeiro.
- Joanna vá para o seu quarto e fique lá até segunda ordem. – Diz ele autoritário.
- Mais papai eu...
- AGORA! – grita o pai assustando a filha que sobe as pressas. Ela jamais virá o pai assim.
- E vocês? Oque fazem paradas? Vão organizar os preparativos.... andem suas fuxiqueiras.  – uma ordem dada por ele era lei e prontamente fora atendida. Thomaz então vira-se ignorando a esposa partindo assim para seus escritório. Mas Evellyn não era uma mulher a ser ignorada, a mesmo o segue.
- Você enlouqueceu? Como tem coragem de me ignorar assim? – Thomaz por sua vez apenas senta- se em sua cadeira levando as mãos ao rosto tentando manter a calma. -  Thomaz Brown eu te conheço melhor que qualquer outra pessoa nessa terra e eu exijo saber oque a de errado!
- ESTAMOS SEM UM TOSTAO! -  grita ele a fazendo calar-se. – Eu contrai dívidas por conta da crise e agora estou sendo cobrado. Pronto Evellyn aí está a verdade, se não conseguirmos um bom casamento para Joanna, perderemos  tudo, incluindo essa casa. – Evellyn agora sentada e atônita lentamente fala. – você quer usar nossa filha como moeda de troca? – Diz ela finalmente.
- Moeda de troca? Não seja tola...... ela é  mulher e isso é  comum. Durante a festas receberemos os mais importantes herdeiros da região e aquele que eu julgar ser o mais adequado, firmará compromisso  com nossa filha. Será uma bom negócio para ambas as famílias.
- Joanna jamais irá concordar com isso Thomaz. Você está praticamente a vendendo para quem der mais. – Diz Evellyn já de pé.
- Ela fará aquilo que eu desejar. Foi educada pra isso e agora cumprirá seu dever de boa filha..... e você seja uma boa esposa e cale-se. – finaliza ele de modo rude.
- Eu sempre estive ao seu lado Thomaz, nunca lhe questionei, nem mesmo quando tomou decisões que eram obviamente equivocadas, mas desta vez eu vou falar abertamente oque penso... nossa filha vai odiá-lo e com razão. Você tem se tornado um ser desprezível e só está nos afastando. – Diz ela sob o olhar incrédulo do marido.
- Acha que é  fácil manter seu luxo Evellyn, suas roupas, joias, empregados?! A responsabilidade de manter tudo fluindo recai toda sobre meus ombros e você? Oque faz para ajudar? – retruca ele. O silêncio reina por longos minutos. Evellyn com os olhos marejados dirige-se a porta, porém antes de sair vira-se para o marido e diz.
- Você é  inacreditável. Espero que não se arrependa. Farei minha parte e organizarem o evento, contudo não conte com meu apoio nesse seu grande plano. – Ela então sai deixando o marido atordoado e sozinho.  Por mais que amasse sua filha, Evellyn não teve coragem de lhe contar o destino que lhe aguardava.  Com os afazeres e preparativos, a casa dos Browns estava abarrotada de pessoas que entravam e saiam pelos dias que se seguiram. Joanna questionava sua mãe e as empregadas o tempo todo acerca do que de fato estava acontecendo.
- Laila por favor se sabe de algo me conte. – Perguntava ela porém sua dama de companhia nada sabia também. No dia anterior a festa Joanna levantou-se sentindo-se estranha, como se algo estivesse fora do lugar. Tomou seu café em silêncio, oque era completamente contra sua natureza.
- Está tão calada minha filha. Aconteceu algo? – Pergunta Evellyn preocupada.
- Nada de mais mamãe. – responde ela fitando o próprio prato. – A senhora me permite tomar ar fresco no parque? Toda esse entra e sai de gente tem me deixado sufocada. – Confessa ela de maneira repentina. Normalmente  Evellyn não permitiria que a filha fizesse tal passeio sem sua presença, mas naquele dia achou por bem deixar a menina aproveitar a natureza.
- Vou permitir desde que Laila a acompanhe e que esteja em casa para o almoço. – Diz Evellyn arrancando  o primeiro sorriso dos lábios da filha desde que seu pai inventaram essa festa. Logo Joanna termina seu café, se arruma e parte com sua amiga.
Os dias se arrastam para Jun, desde que recebera o tal convite ele tem ponderado se deve ir ou não. A essa altura ele já havia se aconselhado com Arthur que o encorajara a ir. O jovem vivia em um eterno conflito interno, de um lado tinha seu próprio desejo de tomar as rédeas de sua vida e por outro a obediência  que devia ao pai. Perdido em seus pensamentos, Jun nem toma seu café. Sentado a mesa a espera de seu amigo ele apenas encara sua comida. É retirado repentinamente de seus devaneios pelo barulho da campainha.
- Finalmente você chegou Arthur, já estava achando que teria um passeio solitário. – Diz Jun ao receber o amigo em sua sala. –  Vejo que que noite foi boa, esta com a mesma roupa de ontem.
- A vida é curta demais para perdemos tempo com bobagens Park. – Responde Arthur rindo. – E respondendo a sua pergunta, ela foi extraordinária.
- As vezes queria ser como você meu amigo. – Diz Jun sorrindo pequeno. – Está pronto para nosso passeio? – Diz mudando de teor da conversa ao que o amigo apenas assenti com a cabeça e assim ambos saem em direção ao parque.
Na entrada sul do enorme parque, Joanna caminha com Laila.
- Gostaria de saber por que eles brigaram naquele dia. Ah Laila eu sei que algo está acontecendo, mesmo que mamãe se recuse a me contar.
- Menina se aquieta, irá piorar  as coisas caso não o faça. – Laila aconselha a amiga. Nesse momento Joanna vê o pequeno porém volumoso riacho que corta aquelas terras. Mais que depressa  ela se dirige a suas margens.
- Vá com calma Joanna, vai acabar se machucando. Espere mais devagar. – grita Laila praticamente correndo atrás da jovem. Um pequeno descuido e Joanna esbarra na última pessoa que ela gostaria de encontrar ali..... Andrew Lowes. Com o choque Joanna se desequilibra e estava prestes a cair na água porém o homem a segura.
- Ora, ora nossos caminhos se cruzam novamente e agora numa situação bem mais interessante. – Diz ele a puxando pra si e aproximando demais seus rostos.
- Agradeço por me ajudar. Agora solte-me.
- Você vai ser minha de uma maneira ou de outra Joanna, já estou tratando tudo com seu pai. Nem sei por que ele insiste em fazer essa festa para te arranjar outros pretendentes. – Diz ele apertando ainda mais o braço de joanna que tenta se desvencilha.
- Do que está falando? – Questiona ela surpresa por tamanha revelação.
- Não é de bom tom segurar uma dama contra sua vontade senhor. – Responde Laila tentando ajudar Joanna.
- Seu pai deveria ensinar melhor a criadagem a apenas falar quando solicitado.
- E o seu deveria ter lhe ensinado como verdadeiros cavalheiros agem. -  Diz Jun atraindo a atenção de todos. - Solte a dama ou terei que tomar providências. – Quem você pensa que é  para falar assim comigo?! – indaga Andrew.
- Faça oque ele pede ou eu mesmo resolverei  a questão. Não se esqueça dos favores que seu pai deve ao meu. – Diz Arthur.
- Humm. – sussurrando entre os dentes. -se fazem tanta questão..... fiquem com ela. – responde ele empurrando Joanna que acaba por cair no riacho. Arthur nesse momento teve que segurar o amigo para não partir para cima do outro que sai cantarolando como se nada tivesse acontecido.
- Senhorita Joanna. – grita Laila tentando ajudar a amiga. O riacho não era fundo, no entanto poderia ser perigoso devido às pedras.
- Abra caminho. Deixe- me passar. – Diz Jun entrando de roupa e tudo na água para auxiliar a jovem.  Com o peso de sua roupa a Joanna acaba por afundar oque dificulta o auxílio. De repente  Joanna sente duas mãos em volta de sua cintura, as mesmas a abraçam de maneira tenra. Prontamente sendo retirada da água, ela finalmente vê o rosto de seu Salvador.
- Obrigada senhor Park. – Diz ofegante.
- Me chame de Jun.- Diz ele a colocando delicadamente no chão. – E não precisa agradecer. Você está bem? – Ele pergunta e seus olhares se cruzam novamente.
- Meu Deus sua mãe vai me matar. Perderei o emprego. – interrompe Laila vindo ver como a amiga estava.
- não diga isso. A culpa não foi sua. – Diz Joanna toda encharcada.
- Conhece bem sua mãe.
- Iremos com vocês. – Diz Arthur.
Assim eles auxiliaram as duas mulheres a fazerem seu caminho de volta. Laila e Arthur vinham mais atrás dando espaço  para que ambos conversassem.
- Está é  a segunda vez que nos encontramos assim. Peço desculpas por causar problemas.
- senhorita Brown não me causou problema algum, na realidade eu diria que iluminou meu dia. – responde ele sorrindo. – lógico que eu preferia tê-la encontrado em um momento menos irritante quanto esse último. Vejo que nem todos os homens de Londres são educados.... uma pena. – Diz ele a olhando e sorrindo.
- Sim nem todos são.... ah e por favor me chame de Joanna. – ela para por alguns segundos observando o lindo sorriso do homem a sua frente.
- Assim você me deixa acanhado.
- Perdoe-me mas seu sorriso realmente é encantador. – ela responde encantada.
- Não tanto quanto seus olhos.
O tempo decorreu tão rápido que nem se deram conta que já estavam em frente a casa dos Browns. Quando as empregadas viram o estado que Joanna chegara em casa, logo correram contar à Senhora Brown.
- Por Deus! Oque aconteceu? – diz ela correndo porta a gora em direção a filha. – Como permitiu que isso  acontecesse? – indaga ela para Laia que apenas abaixa a cabeça.
- Eu posso explicar. – intromete-se Arthur se fazendo ser notado.
- Óh Arthur meu querido nem o notei aí. – Diz Evellyn.
- Mamãe eu..
- Apenas entre e vá se banhar antes que fique resfriada. Eu saberei do ocorrido pelo cavalheiros aqui.
Assim Joanna finalmente obedece a mãe, mais não antes de se dirigir uma última vez a Jun que a olha atentamente.
- Obrigada pelo auxílio senhor ... – ia dizendo porém para ao ver os olhos dele lhe encarando. – Digo Jun. – Ela então toma uma atitude fora dos padrões lhe dando um pequeno selar na bochecha.
- JOANNA! – grita Evellyn repreendendo  a atitude da filha que corre casa a dentro.
- Perdoe minha filha senhor? – indaga ela agora se dirigindo a Jun.
- Ah me perdoe senhor Brown, este é meu amigo de longa data, Park Jun Ho. – O mesmo muito educado toma a mão da dama com um leve selar, mais foi o suficiente para fazer Evellyn corar.
- Vejo que é  o jovem de quem tanto ouço falar. Bom agirá me contem oque aconteceu. Assim ambos explicam o acontecido. Cada detalhe é a cada palavra Evellyn ficava mais preocupada e enojada. Por fim a mulher agradeceu a ajuda prestada a filha e reforçou o convite a Jun. Despediu-se dos dois e assim que entrou em casa foi interrogada.
- Porque não me contou oque meu pai pretendia fazer? – Joanna ainda molhada a esperava no patamar da escada. Vendo o olhar de tristeza no semblante de sua filha, Evellyn cai de joelhos aos seus pés chorando copiosamente.
- Perdoe essa sua mãe por falhar em proteger  você. – Dizia ela.
Ambas ficaram ali abraçadas aos prantos. Quando finalmente se acalmaram, Evellyn contou tudo a filha.
- Mamãe eu não vou me casar com aquele crápula. Olha como ele me tratou hoje. Se não fosse por Jun não sei oque teria acontecido. – Ao falar o nome dele seus olhos esboçaram um brilho diferente.
- Vejo esperança e amor em seus olhos..... ah minha filha. Ele parece ser um jovem muito cordial e polido.
- Ele é  mamãe... – Diz ela suspirando.
A conversa foi interrompida pela chagada do senhor Thomaz. Assim que o vê, Joanna ergue-se do sofá e sobe em direção ao sei quarto sem ao menos olhar na cara do pai.
- Joanna! Onde estão seus modos? – Resmunga ele.
- Eu lhe avisei que ela iria odiá-lo quando descobrisse. – Diz Evellyn. – Casa-la com Andrew? Com tantos homens mais adequados? Ah não se preocupe ela irá se comportar durante sua festa, mas não vá esperando o carinho da sua filha muito menos que ela trate aquele rapaz bem. – diz ela se retirando também.  Thomaz ainda incrédulo pelas palavras duras da esposa, tranca- se em seu escritório bebendo doses generosas de licor.  Finalmente o dia da festa chegara e Joanna prepara-se sem vontade alguma.
- Joanna, Joanna. – Laila entra correndo no quarto da jovem com um sorriso largo no rosto.
- Aí que susto Laila! Por que diabos entrou correndo  desse jeito?
- Tenho uma notícia que vai te animar. – Diz ela puxando a mesma para sentar- se na cama. – Jun virá a festa..... Arthur me confirmou isso na... – Ela interrompe a frase.
- Esteve com Arthur né sua safadinha. – joanna exibia uma cara engraçada.
- Estive, mais isso eu conto depois, vamos você precisa estar impecável.
- Acha que ele está interessado ? – Pela primeira vez Joanna estava insegura.
- Você está mesmo apaixonada..... nunca imaginei vi assim. Deve estar com febre. – Diz Laila aferindo a temperatura da amiga com as costas da mão.
- Deixe de graça. Venha me ajude a escolher algo. – Diz ela animando- se com a possibilidade de vê-lo novamente. Jun estava tão ansioso quanto ela e vestira seu melhor traje. Assim no horário marcado lá estava ele adentrando a residência dos Brwons. Sendo vigiado de perto pelo patriarca da família que o olhava desconfiado. Arthur permanecia ao lado de Jun e ambos ficaram sem palavras quando Joanna Desceu aquelas escadas.
- Deslumbrante. – Diz Arthur.
- Seria muito errado dizer que a amo?!- Sussurra Jun.

“Una anima in amore semper cognoscit alterum”

"Uma alma apaixonada sempre reconhece a outra"

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