A Despedida!

JOANNA ON

Enfrentar meu pai não foi algo planejado, simplesmente  me ergui e quando dei por mim já tinha desatinado a falar. Meu coração havia disparado, minhas mãos suavam e minha respiração se tornará irregular.  Assim que acabei de proferir aquelas palavras, senti o impacto da mão daquele que um dia eu chamei de pai em meu rosto. O encarei incrédula.
- Oque pensa que está fazendo Thomaz, perdeu o juízo! – Ouço a voz de minha mãe se erguer. Olho nos olhos daquele homem e digo.
-  Pode me bater e me humilhar porém não vai tirar de mim oque tenho de mais precioso, meu caráter coisa que o senhor perdeu a muito. – Prevejo outro tapa no entanto ele não vem. Arregalo os olhos  ao perceber que minha mãe havia segurado a mão dele.
- Não ouse tocar na minha filha com essas mãos imundas. – Diz ela o olhando com fúria o homem a sua frente. – Você não é  nem a sombra do homem com quem me casei. – Ela finaliza soltando seu braço.
- Como pode me enfrentar? Estou fazendo o melhor.
- Se tivesse sido mais cuidadoso com nossos negócios não teria que obrigar sua única filha a casar-se com esses indivíduos. – Diz ela me guiado até as escadas.

-Laila leve Joanna ao seus aposentos e fique com ela. – ordenou minha mãe e enquanto subia as escadas pude ouvir ainda suas palavras fortes. – E você, não pense que esqueci  oque fez a Joanna. Você pode até tê-la comprado, mais saiba que nunca a terá.
Já no quarto deito-me em minha cama e o desespero toma conta do meu ser. Meu rosto ardia como brasa e minhas mãos tremiam.

- Acalme-se menina terá uma sincope se continuar assim.- dizia Laila tentando do me consolar. Ouço a porta abrir e a voz de minha mãe.
- Eu estou aqui minha filha, deixe-me ver seu rosto.... por Deus oque aquele traste fez, Laila vá preparar um compressa precisamos cuidar disso o mais rápido possível. – Laila logo sai apressada.

- Mamãe..... por que ele quer me usar para saldar dívidas que não são minhas? Por que não posso viver o amor que a tanto esperei? Andrew é  uma péssima pessoa. – Digo entre soluços.

- Meu amor me perdoe por não conseguir te proteger das loucas de seu pai. – apesar do meu desespero, eu conseguia sentir a dor nas palavras dela também. Ali ficamos abraçadas até o retorno de Laila com as compressas.
- Preciso vê-lo mamãe! – digo me sentando de súbito.

- Acha prudente fazer isso agora?  - minha mãe pondera.

- Mamãe por favor permita que pelo menos Laila entre uma carta a ele. – suplico a ela.
- Está bem escreva a carta,  marque seu encontro como de costume e que Deus nos ajude. – prontamente me sento em minha mesa e relato tudo que decorrerá até o momento. Laila prontamente  sai as escondidas para entregar aquilo que naquele momento era minha última esperança.

NNARRADOR ON

Já na saída da residência dos Browns  pode ouvir senhor Thomaz reafirmando o compromisso  selado com Andrew. Enquanto a noite caia, Laila se locomovia rapidamente entre as ruas em direção a casa de Jun. Ofegante, ela finalmente bate na porta.

- Oque está acontecendo? – Pergunta ele ao abrir a porta e ver a moça descabelada e com o semblante entristecido. – Senhorita Laila, por Deus oque houve?

- Não temos muito tempo senhor, vim em nome de Joanna, tome, ela lhe escreveu esta carta. Leia com cuidado e não se precipite. – Diz ela atropelando as palavras.
- Aconteceu algo? – Ele indaga já assustado.

- Sim aconteceu, mais será melhor que entre e leia a carta com cuidado. Eu preciso voltar antes que deem por minha falta.- Diz ela aguardando um resposta. Mais que depressa Jun pediu que Laila entrasse e o esperasse na ante sala, trancou novamente a porta, dirigiu-se a sala e pôs-se a ler a carta prestando atenção em cada detalhe. Horrorizado com oque lerá, voltou-se a Laila que o aguardava impaciente.
- Como ela está? Machucou- se muito?
- Seu rosto provavelmente  ficará marcado, mais é  seu coração que está em pedaços senhor. – Diz a moça com os olhos marejados.

- Diga a ela que eu estarei no mesmo lugar a sua espera amanhã nos primeiros raios de sol. Diga para não se preocupar que arranjarei  um jeito de tira-la dessa situação ridícula. – Era nítido na voz do jovem a preocupação e a angústia que sentia.
Com o recado dado e recebido, Laila voltou a casa dos Browns sem saber que forá vista por Andrew. Ao gerar em casa ela relata tudo a mãe e filha e as três bolam um plano para que o encontro possa se concretizar. Na manhã seguinte Jun já de pé as margens do rio vê sua amada se aproximar, seu coração fica pesado ao perceber a marca em seu rosto e ali ele deposita um beijo cheio de amor.
- Escute não temos muito tempo, comprei um residência no Campo para nós. Fuja comigo.

- Você comprou uma casa? Mais Jun.... e minha mãe?

- Tempos desesperados requerem medidas desesperadas. Ela irá entender. – Diz ele a abraçando firme. – Agora escute com atenção, vá para casa, converse com sua mãe, arrume suas coisas.... apenas as necessárias, vamos partir neste sábado.
- Jun eu preciso ir. – Diz ela selando assim seus lábios.
- Não esqueça, enviarei as instruções de como vamos proceder por Laila. Você é  a minha esperança.
E assim ambos se despedem crentes que poderão viver este amor. Joanna voltou o mais rápido possível para casa e assim que pôs os pés para dentro sentiu um puxão em seu braço.

- COMO VOCE TEVE CORAGEM DE MANTER ENCONTROS ESCONDIDOS COM AQUELE ESTRANGEIRO?  EU DEVERIA LHE ARRANCAR O COURO, MAIS SE O FIZESSE JÁ NÃO VALERIA UM TOSTÃO. – senhor Thomaz tomado por uma fúria nunca vista arrastava a filha escada acima enquanto Andrew os observava satisfeitos.

- Que gritaria é  essa.. Thomaz oque est fazendo largue ela agora! – Evellyn tenta a todo custo faze-lo largar a filha que só fazia se debater e chorar falando aos gritos. – O senhor não pode me obrigar a casar quem esse homem. Thomaz a arrastou até o sótão da casa e a jogou para dentro trancando a porta em seguida. Voltando-se para Laila e Evellyn bem como para as demais empregadas que assistiam a tudo boquiabertas disse.

- Eu já tolere esse comportamento selvagem por tempo demais. Está porta não irá ser aberta para nada e lá está proibida de sair ou receber visitas sem a minha aprovação. Joanna ficará trancada até o dia de sua casamento, receberá três refeições  diárias  e nada mais. E se eu ver que você está tentando ajuda-la de alguma forma as consequências  serão terríveis. – Sua voz em nada lembrava o homem gentil com quem Evellyn  havia se casado. Por fim a mãe foi obrigada a ouvir os lamentos da filha por dias sem fim.
Laila mesmo temendo por sua vida contou a Arthur o acontecido a Arthur na esperança que o mesmo passasse o recado a Jun e assim foi feito e juntos eles planejavam tirar Joanna de seu cárcere. Os dias na residência dos Browns passaram a ser carregados de tristeza, Joanna recusava-se a se alimentar e pouco a pouco foi definhando. Senhora Evellyn agora com a permissão do marido, passava mais tempo com a filha lhe incentivando a se alimentar, porém sem sucesso
- Joanna meu amor por favor você precisa comer. – implorava a mãe.
- Olha mamãe ali, ela está ali, tão linda, seus cabelos.... são... são negros e sua pele tão clara.... veja. Eu não quero partir sem vê-lo.  – dizia Joanna ao encarar um canto escuro daquele sótão.  Ela, a essa altura tossindo muito chegando a cuspir sangue. mesmo assim seu pai não permitia que a tirassem do local, nem mesmo para que o médico a examinasse.

- ELA ESTA MORRENDO, SERA QUE NÃO VE ISSO?! – Evellyn enfrentava o marido porém sem sucesso. Todas as vezes que Thomaz saia para o trabalho, deixava um homem que contratará especificamente  para isso, vigiando a casa. Esperando que o mesmo saísse, Evellyn em desespero chama uma criada qualquer e através dela envia um bilhete a Arthur. Não poderiam enviar Laila pois a mesma era vigiada de perto.

- Aonde essa criada acha que vai? – Pergunta o homem a porta.

- Deixe-a passar. Ela está sob minhas ordens e irá à costureira, não sabe que o casamento se aproxima e o vestido precisa ter  minha aprovação? – Fala Evellyn fazendo o homem torcer o nariz e permitindo a passagem da mesma. Seguindo as instruções da patroa, Molly como era chamada segue pelo parque na esperança de encontrar Jun ou Arthur. A moça já estava praticamente correndo sem prestar muita atenção e acaba por esbarrar em uma jovem de longos cabelos pretos.
- mil perdões senhorita não foi minha intenção. – Molly se apressa em falar porém uma paz toma conta de seu ser assim que seus olhos encontram com os da moça.

- Não se preocupe com isso, esta procurando alguém? – Sua voz era tão doce e calma.
- S-sim mais acho que não o encontrarei. – responde molly cabisbaixa.

- Apenas siga naquela direção Arthur estará no fim desse caminho.
- como sabe que...

- Não perca tempo com detalhes sim! VA. – Molly tinha muitas perguntas porém era como se seu corpo não a obedecesse e ela apenas seguiu o caminho indicado. A alguns metros mais a frente ela sente o impulso de olhar para traz e para sua surpresa  a jovem não estava mais lá. Assustada, Molly agora já corria e para seu assombro total Arthur estava de fato no fim  do caminho e junto com ele estava Jun muito abatido.
- Senhores... pelos céus os encontrei. – Molly assusta os dois homens que logo seguram a mesma pelos braços lhe auxiliando a sentar-se.

- Você  é  empregada dos Brown certo?
– Arthur pergunta e sem conseguir falar, Molly apenas entrega o bilhete. Ambos leem com muita atenção e Jun logo se desespera.

- Preciso tira-la de lá hoje ainda ou ela irá morrer. – dizia ele com as mão o rosto..

- E nós  iremos fazer isso, porém vamos seguir o plano... certo meu amigo. – responde Arthur. – Volte a sua patroa e de o seguinte recado, senhor Thomaz  irá receber um convite irrecusável que o fará deixar a cidade por um fim de semana. Leve esse chá com você, aqui estão as instruções de como usa-lo, depois que Thomaz sair ofereça o chá ao homem que fica sempre vigiando a casa.

- i-isso é  veneno?

- Não, isso o fará dormir e nos dará tempo suficiente para tirar Joanna daquela prisão. Agora vá e não esqueça oque conversamos. – Molly já recuperada faz como ordenado relatando tudo que ouvirá a senhora Evellyn.  De fato o dia se passou e quando Thomaz retornou trouxe consigo a informação que estaria fora da cidade naquele fim de semana e deu as instruções  ao seu capanga. Joanna estava cada dia mais fraca e agora ela passara a conversar com a mulher que somente ela via.

- Você promete que ele virá? Não posso ir sem me despedir.

- Com quem está falando minha querida? – Pergunta Laila ao entrar no sótão trazendo consigo a refeição de Joanna. A mesma torce o nariz para o prato, porém algo estranho acontece dessa vez.

-  Devo comer? – Diz ela encarando o nada. – Promete que se eu comer ele vira? – e então ela finalmente se alimenta. Laila assombrada com o acontecido, logo conta em detalhes a Evellyn  que fica feliz por sua filha finalmente  estar comendo, porém preocupada com as visões dela. Na noite de sexta-feira finalmente o plano para salvar Joanna foi posto em pratica. Assim que ao substância no chá fez efeito o homem desabou no chão, Jun e Arthur que estavam à espreita os arbustos próximo a propriedade se apressam em direção a mesma.

- Arthur vá buscar a carruagem e você venha comigo. – Diz Evellyn já a porta esperando os dois. Prontamente suas palavras foram cumpridas. Jun subiu aquelas escadas a toda velocidade e quando  entrou naquele cômodo caiu de joelhos aos pés de Joanna. A mesma estava muita magra e pálida, com certeza estava doente.

- Perdão meu amor. – dizia ele aos prantos. – Me perdoe por ter demorado tanto.

- você veio.... Aurora estava certa. – sua voz saiu fraca demais.

- quem é  aurora? – questiona ele olhando Evellyn.

- não há tempo para isso.- Diz Evellyn. – Precisam partir agora. Jun então pega Joanna em seus braços e ela solta um grito agonizante.

- Por Deus o corpo dela está muito frágil. – Diz Arthur horrorizado com o estado no qual ela se encontrava.

- Vamos em frente, Jun me tire daqui. – ela sutura e isso foi o suficiente para que ele seguisse em frente. Desceram as escadas como puderam, a acomodaram na carruagem  no colo de Laila.

- A senhora não vem? – Pergunta Arthur estendendo a mão a Evellyn que poderá por alguns segundos. Jun então vai por impulso em sua direção.

- Sua filha precisa de vice, muito mais do que o homem que causou isso a ela.
– Tomada de uma coragem ímpar e agarrada ao último fio de esperança que lhe resta, ela entra na carruagem e assim eles partem.  A viagem durou a noite toda sem nenhuma pausa sequer. Quando o dia raiou eles avistaram a bela casa de campo que Jun adquiriu para viver com Joanna. Evellyn fica impressionada ao perceber que um médico já os esperava.

- Você  realmente é  abençoado meu filho. – disse ela lhe dando um abraço.

- Eu amo sua filha senhora, se possível daria minha vida por ela. – disse sincero. Seguindo as ordens do médico, os quatro aguardaram na sala que o exame fosse finalizado. Longos minutos passaram-se e ele finalmente abre a porta.

- E então diga-me oque ela tem ? – pergunta Jun aflito. – Ande por favor.... sem rodeios. – complementa ele vendo a cara do médico.

-  Sinto muito pelo que vou dizer, mas ela está com tuberculose e prognóstico  não é  bom. Para ser bem Franco não sei como ainda está entre nós. – Diz ele de cabeça baixa.

- Não... não pode ser verdade. Tem que haver um meio.... uma cura..... QUALQUER COISA. – Jun já estava aos berros enquanto Laila e Evellyn choravam em silêncio.

- Eu lamento mais os pulmões da jovem estão comprometidos, tudo que pude fazer foi deixa-la confortável. Vá ficar com ela senhor pois seu tempo está contado. – o medico fala com as mãos no ombro de Jun o encorajando a entrar no quarto.

JUN ON

Desolado, era assim que eu estava. Maldito seja aquele homem..... Era oque eu queria pensar, mais não conseguia, só tinha ela em meus pensamentos. Entro naquele quarto e me sento ao lado do seu leito, ela dorme e respira com dificuldade. Tomo suas mãos pequenas entre as minhas e lamento não ter sido mais rápido, lamento não ter estado ao seu lado.

- Não chore meu amor. – ergo a cabeça ao ouvir sua fraca voz e vejo seus olhos me encarando. – Tão pouco se culpe, você não tem culpa de nada..... muito menos eu.

- Eu não devia tê-la deixado voltar aquela casa.

- Essa não era uma decisão sua.  Queria ter mais tempo, queria uma vida com voce...  eu vou amar você nessa e em todas as vidas que estiverem a minha frente, eu prometo isso.  Prometa-me que não irá desistir, que viverá ima vida plena. prometa que irá me encontrar. – ela pede com a voz ainda mais fraca.

- Prometo. Você ira me reconhecer quando me escutar dizer.... Você  é  minha esperança. – Digo entre meu choro velado.

- Eu então irei responder....  e Você é  a minha. – nesse momento vejo seu último suspiro e entro em desespero a pegando em meus braços. Meus gritos fazem os demais entrarem no quarto e sinto como se uma chuva fina caísse em cima dos nossos corpos e então tudo se iluminou.

"Dolor damni metiri non potest... sentiri non potest"

"A dor da perda nao pode ser medida... apenas pode ser sentida"

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top