⤷ 𝘊𝘢𝘱𝘪𝘵𝘶𝘭𝘰 𝑽𝑰𝑰𝑰 - ❝E, principalmente, tinha que proteger Percy. ❞ ϟ

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   Se aquela poodle rosa, tivesse gerado, em dinheiro, o equivalente a metade do estresse que havia causado, Astrid LeClark, estaria feliz.

   Mas é óbvio, que isso não tinha ocorrido. A final, caso tivesse, o quarteto não estaria a quase dois dias, tendo que dormir nos bancos duros e mal cuidados do trem.

   Graças a qualquer criatura divina, o estresse e as noites pessimamente dormidas, tinham entrado em pausa.

   Ou era isso que eles esperavam.

   Faltavam, aproximadamente, 8 dias, até o solstício de verão, quando, finalmente, chegaram em St. Louis.

   Annabeth Chase, esticava o pescoço para observar a maravilhosidade criada em nome de sua mãe.

   A filha de Zeus já havia ouvido falar sobre a beleza exuberante do Arco, localizado sobre o rio Mississípi, porém vê-lo, em toda sua glória, bem diante dos seus olhos, era avassalador.

   — Um dia... Eu quero fazer um desses. — Comentou a filha de Atena, completamente, hipnotizada pela enorme e, logicamente, perfeita arquitetura. A admiração era explícita em seus olhos, brilhando, quase de maneira obsessiva. — Vou construir o maior monumento aos deuses que já foi feito. Algo que vai durar mil anos. — Seu tom era, cada vez mais, recheado de orgulho, beirando quase uma arrogância hereditária.

   — Você? Uma arquiteta? — A pergunta de Percy, veio acompanhada de uma risadinha infantil. O garoto estava tentando fantasiar a cena, imaginando Annabeth, passando horas desenhando.

   — Esse sempre foi o sonho dela... — Interveio Astrid, falando com um ar nostálgico. — Tinha momentos, no acampamento, que era impossível tirá-la do seu chalé. Dizia sempre, estar muito ocupada com suas novas criações. — Um sorriso preencheu os lábios da mais velha, relembrando da pequena Annie, uma garotinha apaixonada nos seus desenhos arquitetônicos.

   — Nem me fale, lembra daquela vez que ficamos quatro horas a procurando, durante a colheita de morangos? — Perguntou Grover, na direção da filha de Zeus, recebendo um aceno, junto de um risinho em resposta. Assim, voltou o olhar para o menino Jackson, na intenção de explicá-lo o que ocorreu. — Ela havia se escondido, pois não queria participar, e ficou o tempo inteiro, desenhando seus futuros projetos.

   O sorriso na boca do filho de Poseidon se expandiu, não conseguindo pensar na garota que ele, até então acreditava ser super certinha, matando um dos eventos, apenas para desenhar.

   — Já fazem uns três anos! E eu não estava errada, vocês sabem o quanto a colheita é uma chatice. — Exclamou a filha de Atena emburrada, tentando, urgentemente, defender a sua "eu" do passado.

   Continuaram a pequena discussão até chegarem perto o suficiente do ponto histórico.

   Agradeciam, imensamente, que, por ser no fim do dia, as filas se encontravam menores que o esperado. Dessa maneira, podiam seguir até o museu subterrâneo, sem alguma pertubação.

   O local em si, não era tão empolgante para os mais novos - exceto a garota Chase, que não parava de falar curiosidades e fatos, sobre a história e a construção do Arco.

   Astrid, estava concentrada demais em roubar o máximo de jujubas amarelas que conseguisse, do pacotinho que o sátiro segurava.

   — Os engenheiros estruturais Severud, Elstad, Krueger & Associates relataram que sob uma carga de vento de 150 km/h o arco pode desviar até 46 centímetros a leste-oeste. Por isso, seus suportes são orientados na linha norte-sul — Leu Annabeth, logo em seguida, direcionando o olhar para a mais velha, que a encarava com cansaço. — Isso não é interessante? Eles pensaram em todos os detalhes, até mesmo no nível de desvio! — A animação era nítida no tom da mais nova, que não parou de tagarelar o quanto aquele relato era complexo e empolgante.

   — Sim Geniazinha, é muito interessante, de fato. — LeClark queria fingir certa emoção, mas aquela já era a décima quarta vez, então estava começando a ficar entediada.

   Antes que a filha de Atena, pudesse rebater o clássico comentário sarcástico - mesmo que não proposital -, Percy deixou de fofocar com Grover, para perguntá-las algo.

   — Vocês conhecem os símbolos de poder dos deuses? — O questionamento, fez ambas garotas o encararem confusas, não entendendo exatamente a o que ele se referia. — Tipo, Hades...

   — Estamos em um lugar público... Então, você quer dizer, o nosso amigo do andar de baixo? — Corrigiu Grover, juntamente de uma risadinha nervosa.

   — Digo, nosso amigo do andar muito de baixo. Ele não tem um chapéu como o de Annabeth?

   — Você quer dizer o Elmo das Trevas? — O menino Jackson a respondeu com um pequeno aceno — Sim, é seu símbolo de poder. Eu o vi junto ao assento dele durante a assembléia do solstício de inverno.

   — Espera, solstício de inverno? Had... Ele estava lá?

   — Todos estavam presentes. — Afirmou LeClark. — Esse é o único dia em que o... Batman? Pode ir para a torre dos heróis... ? Sei lá, não entendo muito sobre a DC. — Deu uma pausa em sua frase, roubando mais balas de abacaxi. — O Elmo, é equivalente ao Raio Mestre ou ao Tridente. Todas armas são extremamente poderosas, cada uma de sua própria maneira. — Enfiou uma das gomas na boca. — O ponto que o diferencia do boné de Annie, é que, o Bat Capacete, não torna seu portador invisível, ele funde quem o utiliza com as sombras. Além de irradiar um medo tão intenso que é capaz de enlouquecer você, ou fazer seu coração parar de bater.

   — Mas, então... como sabemos se ele não está aqui agora mesmo, nos observando?

   — Nós não sabemos — Disse Grover, após os três veteranos se encararem.

   — Ah, que notícia maravilhosa!

   A filha de Zeus até pensou em tentar acalmá-lo, mas dizer: "Ele tem coisas melhores para fazer, do que espionar quatro crianças. Se quisesse isso, mandaria um de seus monstros." Não parecia algo tranquilizante, então, preferiu manter-se em silêncio.

   O estresse de Percy, só pareceu aumentar, no momento em que o loiro avistou o tamanho do elevador.

   Na realidade, a falta de tamanho.

   O espaço era minúsculo, e mesmo assim, certa quantia de pessoas entrou, deixando ainda menos espaço livre, no pequeno ambiente.

   Assim, que todos se encaixaram, na medida do possível. A porta fechou-se, e o transporte começou a subir.

   Se andar em um elevador normal já causava um sentimento de estranheza em Astrid, um curvado, só parecia piorar isso.

   Talvez não fosse nem, de fato, o ambiente em si, mas as memórias que ela havia em um local similar com aquele.

   — Sem os pais? — Perguntou uma senhora grande, enquanto, praticamente, espremia o chihuahua em suas mãos, para perto de si.

   A imagem da mulher, piorou a ânsia presente no estômago da filha de Zeus. Não conseguia entender o porquê, mas suas mãos começaram a doer em um solavanco.

   Os olhos pequenos, redondos e brilhantes percorreram cada um do quarteto, como se estivesse buscando por algo. Dentes pontiagudos, manchados por café, brilhavam de maneira esquisita. Esse último, só podia ser visto, por conta do sorriso gentil, direcionado a eles.

   — Estamos em uma visita técnica. — Afirmou Annabeth, direcionando sua mão para Astrid, antes de retornar a fala. — Ela é a nossa guia.

   — Parece divertido, espero que estejam aprendendo. Nunca se sabe quando precisaram, desse tipo de conhecimento. — Os lábios da falante, pareciam ter se expandido ainda mais, tornando-se esquisito, beirava uma deformação.

   Antes que pudessem responder, o cão começou a rosnar.

   — Vamos, vamos, filhinho. Comporte-se. — O cão tinha olhos pequenos, redondos e brilhantes como os da dona, inteligentes e malvados.

   Eles eram, estranhamente, parecidos.

   — Filhinho, é o nome dele? — Indagou Percy, na tentativa de voltar a um assunto mais claro.

   — Não. — Falou, enquanto sorria, parecendo esclarecer o assunto.

   Olhar a visão através das belas janelas, de alguma forma, afagava o temor antes sofrido pela filha de Zeus. Estar em um lugar tão alto, a transmitia uma paz desgovernada.

   Era tranquilo, de certa maneira, até pacífico.

   A vista era algo extraordinário.

   Agora, Astrid, entendia o fascínio da filha de Atena, pelo lugar.

   Não apenas a beleza exterior, mas interior também.

   Annabeth, prosseguiu falando toda orgulhosa, sobre o templo de sua mãe. Parecia que a garota era uma enciclopédia, recheada de conhecimento. E, provavelmente, ficaria por horas falando desse assunto, se não fosse o guarda a interrompendo, dizendo que o local fecharia em poucos minutos.

   Os quatro caminharam em direção à saída, Grover e Chase, entraram no elevador. Que, assim, ficou lotado.

   LeClark encarou os três turistas. Mas eles permaneceram imóveis, aos olhares da garota.

   — Próxima viagem, senhores. — Comentou o guarda, visualmente cansado do extensivo dia de trabalho.

   — Vamos sair, é melhor esperarmos vocês. — Disse Annabeth, já pronta para se retirar da cabine.

   Por um segundo, a filha de Zeus, sentiu um arrepio passar por seu corpo. Chegou, tão rápido, quanto desapareceu.

   Porém, por conta desse pequeno, e possível, devaneio. Acabou dissociando da conversa entre as crianças, reparando a ondulação estranha presente no ambiente.

   Podia sentir com clareza, seu instinto alertando o perigo eminente.

   Mas o que estava errado?

   O que ela não foi capaz de notar?

   Os olhos da mais velha, foram em direção aos de Grover, poucos segundos antes da porta do elevador se fechar.

   Conseguiu captar pouco da reação do sátiro, mas mesmo assim, havia sido o suficiente.

   Quando Underwood, notou a face em um misto de espanto e confusão da garota, inspirou o ar em busca do que tinha a atormentado.

   Monstro.

   Um monstro, muito mais perto do que eles podiam imaginar.

   Grover se jogou na direção da porta, em uma tentativa inútil de abri-la, mas já era tarde demais.

   — Grover, o que houve? O que você está fazendo? — Perguntou Annabeth, desesperada pelo surto repentino do amigo.

   — Tem algo com eles. — Respondeu, sem se importar com os turistas que os encaravam com estranheza.

   A face de Chase, tornou-se similar a do garoto meio bode.

   Expressando claro pavor.

   Era óbvio que algo assim aconteceria, foram ingênuos de pensarem que duas quebras do acordo sagrado, seriam passadas de lado.

   E pior, tinham os dado de bandeja, deixando ambos juntos, com seu futuro predador.

   Clamavam, veementemente, para que eles conseguissem sobreviver do que estivesse pela frente.

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   No topo do Arco, havia sete pessoas: Astrid, Percy, um garotinho com seus pais, o guarda, e aquela senhora com seu cachorro.

   E talvez fosse esse o exato motivo que estava deixando a filha de Zeus, tão paranoica.

   Não sabia de onde vinha aquelas ondulações estranhas.

   Muito menos aquele cheiro familiar.

   O ar que entrava em suas narinas, causava uma opressão descomunal. Cada passo dado pelos ali presentes, parecia ecoar no fundo de sua mente.

   LeClark, sentia o erro, a falha, e, principalmente, o perigo.

   Escondido em algum lugar, bem debaixo de seu nariz.

   A dor em suas mãos se intensificou, no mesmo momento que um arrepio percorreu sua espinha.

   — Ash, o que houve? — Indagou Percy, enquanto tentava decifrar o porquê da mais velha, estar tremendo tanto.

   — Percy, se algo acontecer, me prometa que irá me obedecer. — Sua voz estava, completamente, séria, sem nenhum resquício das suas frequentes brincadeiras. Isso assustou o garoto Jackson, o fazendo a encarar em estado de êxtase. — Perseu, isso não é um pedido. Me prometa.

   — Eu prometo. — Ele afirmou, quase contra a sua própria vontade. Parecia que alguma força dentro de si o obrigava a fazer aquilo, não saberia explicar ao certo do que se tratava.

   — Tem algo aqui... Nos seguindo, e isso, quer que saibamos da sua presença.

   — Pode ser Hades, usando o Elmo. — Disse, em meio a conversa de sussurros.

   — Não, ele não faria um serviço tão porco. — O tom de voz da jovem subiu, no nível em que os outros presentes, finalmente conseguissem ouvir o que ela dizia.

   O filho de Poseidon a encarou, sem entender o porquê dela aumentar o tom de voz.

   O ar se tornou ainda mais denso, quase sendo possível enxergar a névoa, que antes escondia a criatura.

   Uma sensação de terror silencioso se apoderou de ambos, quando perceberam, enfim, o mostro que os perseguiam.

   Ou melhor, a mãe dos monstros.

   Disfarçada como uma senhora gorda, agora revelava a sua verdadeira forma.

   A língua bifurcada tremulando sobre os dentes pontiagudos, agora, brilhando em uma espécie de tom amarelado.

   O chihuahua, pareceu notar que a máscara havia caído, pois ele jogou-se ao chão e começou a rosnar para os dois semideuses.

   — Vamos, vamos, filhinho. Não está divertido? Temos todas essas pessoas simpáticas aqui. — O sorriso da senhora, pareceu aumentar ainda mais, ao ver a cara de espanto de Astrid.

   O medo, presente era nítido em seus olhos.

   E, principalmente, a memória, de encontrar Equidna, pela segunda vez.

   — Cachorrinho, mamãe! Olha, um cachorrinho! — Disse o menininho ali presente, todo animado, ao lado dos pais.

   Era óbvio que a criatura sabia, exatamente, o que estava fazendo.

   Juntando-se ali, em um lugar com humanos.

   Humanos, normais, com nenhuma ligação a vivência greco antiga.

   — Você chamou esse chihuahua de "filhinho"? — Questionou Percy, em choque com a situação que estava surgindo em sua frente.

   — Quimera, querido. — Imediatamente, após o nome ser pronunciado, LeClark empurrou Jackson, para atrás de si. — Vejamos... Para uma garotinha assustada, você até que tem alguma atitude. — Ela arregaçou as mangas jeans, mostrando que a pele de seus braços era escamosa e verde. Em um piscada, sua pupilas tornaram-se fendas verticais, como as de um réptil. — É uma pena, que esteja com tanto medo... Essa poderia ser um ótimo teste, para o meu novo filho.

   Parecendo que tinha ouvido a um chamado, o cachorro começou a latir, e a cada latido seu tamanho duplicava. A pele esticava-se e contorcia-se, dando luz a uma imagem tenebrosa. Protuberâncias grotescas surgiam por todo o corpo do animal. Não era possível identificar qual criatura o antigo cão havia se tornado, pelas proporções inacreditáveis, era obviamente um animal sobre-humano.

   O latido, aos poucos foi se tornando em um rugido, mais alto e forte do que o de um leão adulto.

   O menininho gritou, correndo e agarrando seus pais, na tentativa de salvar sua própria pele. O guarda e a família encontravam-se em estado de choque, em frente a porta do elevador - que ainda estava fechado.

   Garras afiadas romperam as extremidades de suas patas, enquanto sua boca se alongava em um rosnado feroz, repleta de presas afiadas como facas.

   A Quimera estava tão alta que suas costas tocavam o teto. Tinha cabeça de leão, com a juba untada de sangue, o corpo e os cascos de um bode gigante e uma serpente no lugar da cauda.

   Ainda tinha no pescoço a coleira de falsos brilhantes e a placa, do tamanho de um prato, escrito: QUIMERA – RAIVOSA, HÁLITO DE FOGO, VENENOSA – SE ENCONTRADA, FAVOR LIGAR PARA O TÁTARO – RAMAL 954.

   Astrid e Percy, estavam paralisados, logo abaixo da boca da criatura. Qualquer movimento em vão, ocasionaria na morte de ambos, e eles tinham consciência disso.

   — Sintam-se honrados. O Senhor Zeus, raramente, me permite pôr um herói à prova com um de minha prole. Pois eu sou a Mãe de Monstros, a terrível Equidna!

   — Esse não é o nome daquele bicho que come formigas? — Perguntou Jackson, obviamente confuso com a situação.

    — Detesto quando as pessoas dizem isso! Detesto a Austrália! Dar meu nome àquele animal ridículo. Por causa disso, Percy Jackson, meu filho o destruirá!

   Aproveitando, o pequeno momento de distração da criatura, LeClark, apertou a ponta de seu bracelete, fazendo seu chicote cair em um estalo, enquanto ela se aproximava do animal.

   Viu a Quimera avançar, com os dentes de leão rugindo em plenos pulmões. Em um gesto rápido desviou, empurrando o filho de Poseidon para a porta. Ele estava junto da família e do guarda, todos gritando, tentando desesperadamente abrir a porta da saída de emergência.

   O animal, ficou confuso, por milissegundos, esperando pelo comando de sua mãe.

   — Ataque-a, filho, mostre a Zeus o quão inútil sua filha é. — A voz soava maléfica, sabendo exatamente quais palavras usar para atingir a menina.

   Com uma velocidade, claramente, não natural, a criatura investiu contra Astrid. Essa, que por pouco acertou o monstro com seu chicote de bronze.

   O som de queimação percorreu o ambiente, quando o metal atingiu a pele do bicho.

   O golpe fez a Quimera virar-se para Percy, imediatamente, no momento em que Contracorrente surgiu na mão do mais novo. Assim, o garoto a acertou no pescoço.

   Porém, antes que ele pudesse erguer sua espada novamente, ela abriu a boca, e lançou uma coluna de chamas na direção do menino Jackson.

   LeClark, encarava aquilo embasbacada. Tudo repetia-se em sua mente de uma vez, as memórias, a voz do Oráculo.

   Não, estava cedo demais para a sua profecia.

   A dor nem havia se tornado extrema.

   Ou talvez, fosse isso que dizia para si mesma, tentando ignorar a dor, cada vez pior em suas mãos.

   Estava ali, tudo ocorrendo em sua frente, de novo, e de novo.

   E não faria nada.

   Como sempre fez.

   Viu o garoto ser completamente tomado pelas chamas, juntamente do carpete que estava no chão. Quando os sons de explosão diminuíram e a fumaça começou a se esvair, não conseguia ver o menino.

   Era isso.

   A missão havia acabado.

   E mais uma vez, tudo tinha sido sua culpa.

   O pavor tomava o corpo de Astrid, pedaço por pedaço.

   Ansiedade a corroía, como o próprio aço do Arco.

   Sua respiração acelerada demais e seus batimentos descompassados.

   Estava se deixando levar, aos poucos, para o abismo da culpa.

   Talvez, Tisífone estivesse certa, e a culpa a mataria.

   Falharia de vez no Acordo.

   E não conseguiria salvar um parceiro... mais uma vez.

   Sua mente falava alto o suficiente para que o barulho ao seu redor, fosse, completamente, anulado.

   A imagem de Percy desaparecendo em meio a chamas, havia sido demais.

   Pensaria que na terceira vez, já teria se acostumado um pouco, mas isso deveria ser impossível.

   Um estalo avassalador, trouxe a jovem a tona.

   Jackson, acabara de enfiar sua espada flamejante no pescoço da Quimera, enquanto se pendurava no enorme buraco que fora criado

   Céus, Astrid, não sabia como.

   Mas ele estava vivo... Não era tarde demais.

   E era só isso que a importava.

   Foda-se o medo inútil, presente em si.

   As consequências dos seus erros anteriores, já foram feitas, não poderia voltar atrás.

   Mas poderia fazer diferente dessa vez.

   Poderia o manter vivo.

   Se quisesse ser uma heroína, e derrotar aquele animal, teria que fazer muito melhor do que apenas atingi-lo uma vez.

   Por isso, LeClark, em um ato muito além do desespero, lançou-se sobre a cauda de serpente, no exato momento em que ela tentou agarrar Percy.

   A perna do filho de Poseidon ardia em fogo, quando a espada voou e caiu no rio Mississípi.

   Ele pensaria que havia sido derrotado, se não fosse pela garota com um chicote flamejante azul agarrada na cauda.

   Astrid LeClark o encarou, com os olhos em um tom de cinza brilhante.

   Lá estavam eles, os famosos olhos tempestuosos.

   A Quimera avançou, rosnando e soltando espirais de fumaça pelos lábios. A mulher-serpente, Equidna, gargalhou.

   — Bela tentativa Astrid, mas foi tarde demais... Assim como da última vez.

   A filha do deus das tempestades, não parecia se afetar com o comentário.

   Algo que a poucos minutos atrás, a faria desistir da batalha.

   O olhar da garota foi em direção a família e ao guarda. Desesperados, acreditando com todas suas vidas medíocres, que a morte estava batendo em suas portas.

   Podia sentir seu corpo inteiro ardendo em fogo, mas, agora, isso não importava.

   Tinha que proteger aquelas pessoas.

   E, principalmente, tinha que proteger Percy.

   — A promessa. — Afirmou, quando voltou seu olhar para o garoto mais novo. A voz da mãe dos monstros ecoava no fundo, porém não a dava a menor importância. — Você confia em mim?

   Ela tinha um objetivo.

   Um objetivo, que seria cumprido.

   Percy não precisou pensar em sua resposta, quando acenou em concordância.

   — Vocês não tem fé, não confiam nos deuses. Mas eu não posso culpá-los. Melhor que morram agora. Os deuses são infiéis. O veneno está no seu coração.

   Astrid, a encarou, e com um sorriso no rosto proclamou o que acreditava.

   — Está errada... — Trovoada, sacudiu ao redor da cauda, pronta para ser usada. Pronta para seguir o comando da única pessoa que a merecia. — O veneno, está nas minhas mãos.

   Com um aperto preciso o suficiente, o chicote incandescente dilacerou, completamente, o rabo da Quimera, que soltou um rugido ensurdecedor.

   Assim, desaparecendo.

   — Pai, me ajude. — Implorou Percy, quando sentiu seu corpo ser pressionado com força contra o de LeClark, enquanto caíam Arco abaixo.

   As roupas de ambos estavam em chamas, veneno correndo em suas veias, no momento que despencavam.

   Um único pensamento passava na mente da filha de Zeus.

   "Pai, cumpra sua promessa... Pelo menos dessa vez."   

   Afundar.

   Afundar, significa ir ou fazer ir ao fundo; naufragar, submergir(-se).

   Um verbo interessante, para quem estava a queda livre, em uma velocidade sobre humana.

   O vento zunindo em seus ouvidos, enquanto o chão se aproximava rapidamente.

   Ambos corpos, envoltos de uma mistura entre pavor, adrenalina e pânico, tentando inevitavelmente encontrar uma solução para sobreviverem ao impacto - já que seus pais, aparentemente não quiseram seguir com o que haviam dito.

   Quando estava prestes a proclamar maldições, perante ao ato negligente, outrora cometido, sentiu uma presença familiar ao seu redor.

   Um brilho irradiante a rodeou, quando sentiu a paz dissipar todo aquele terror momentâneo, que antes a envolvia.

   — Demorou... — Um sussurro aliviado foi o que conseguiu pronunciar. Não estava confiante das ações que seriam cometidas, por isso, ao sentir a massa de ar gélido a tocar com certa agressividade, parecia um calmante descomunal.

   Abriu os olhos, e deparou-se com uma visão fantástica. Seu corpo, abraçado com o filho dos mares, flutuava no meio dos céus.

   Não havia algo, de fato, a segurando, parecia apenas Astrid... E o vento.

   Era tranquilizador.

   De repente, observou uma enorme mão feita de água os alcançarem, como se pedisse permissão para pegar o menino. Algo que LeClark concedeu de bom grado, a final, não era toda vez que uma criatura aquática era tão bondosa.

   Percy, foi levado mar abaixo, provavelmente coletando informações necessárias.

   "Pobre garoto", pensou Ash, sabendo como era estar naquela opção.

   Ser invisível no mundinho de todos, era uma experiência horrível. Porém, acreditava veemente, que ser "o escolhido", era milhares de vezes pior.

   Tomar decisões contra sua própria vontade, apenas para suprir necessidades alheias.

   Agir como se seu corpo, aguentasse resistências, muito superior aos seus próprios limites.

   E fazer tudo isso, com um sorriso no rosto, porque, no fim, você não pode ser mais uma decepção.

   Tudo sempre se repetia, outra e outra vez.

   Soltou outro suspiro, quando sentiu seus pés aterrissarem.

   Viu o "ar" que a levava, se enrolar, fazendo movimentos, quase coreografados, em sua frente.

   — Está esperando que eu agradeça? — Indagou, observando como sua movimentação pareceu tornar-se ainda mais agitada, após a pergunta. — Envie meus agradecimentos a Éolo, você fez um ótimo trabalho.

   O comentário, tornou a causar uma espécie de sentimento no vento, esse que girava e perambulava ao redor de LeClark, feliz pelos cumprimentos.

   για τίποτα αγαπητέ.

   A voz jovial, gerou um sorriso na face da menina, que se despediu da criatura amigável com um acenar de suas mãos.

   Assim que o viu se afastar, um sentimento de preocupação a percorreu.

   O quão perigosa é essa missão, para seu pai enviar o principal poder de um deus menor para salvá-la?

   A percepção de Astrid sobre o Acordo, e a jornada em que se encontrava, parecia estar em frequente mudança.

   Estavam a escondendo muitos segredos, além do esperado.

   E ela descobriria, um por um.

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   LeClark, sentou-se próximo a uma espécie de Mc Donalds flutuante, uma ponte com a loja de fast food acoplada em sua lateral.

   Estava concentrada demais na água, para notar qualquer coisa ao seu redor, incluindo as diversas pessoas.

   Esse não era o foco, no momento. Percy, encontrava-se há muito tempo submerso.

   E por mais que Astrid torcesse para que Poseidon esteja sendo um pai minimamente descente, ela não pode deixar de desconfiar dos seus próprios pensamentos.

   O famoso deus dos mares nunca havia sido especialmente amigável consigo, e por mais que entendesse o motivo, achava desnecessária toda a repulsa que ele mantinha, sobre si.

   O que ele queria que ela fizesse? Se enfiar novamente no útero de sua mãe? A ideia era surreal, até mesmo para os deuses.

   E quando se deparava prestes a se perder na imensidão de sua mente, ouviu um barulho de algo emergindo.

  O som era similar a quando uma onda, bate na areia da praia, algo reconfortante para muitas pessoas.

   — Percy! — A garota exclamou, alto o suficiente para que o mesmo a ouvisse, quando jogou-se em sua direção o abraçando, de maneira apertada.

   — Por que você está agindo como se eu quase tivesse morrido? — Perguntou o garoto, sendo sarcástico sobre a situação que presenciaram juntos.

   Ao contrário, do menino Jackson, LeClark, poderia sentir os resquícios de veneno em suas veias. Não era uma quantidade grande o suficiente para a matar, mas causava certo desconforto.

   Não saberia dizer, quando, exatamente, o efeito passou. Acreditava ter sido o vento de Éolo, mas não tinha certeza quanto a isso.

   — Apenas... Cale a boca. — O abraço da garota se intensificou. Neste momento, agradeceria a todas as divindades por ele estar o vivo.

   Mesmo que, aquela voz dentro de si, repetisse as palavras do Oráculo, sem parar.

   Mas isso não a fazia temer, pelo menos, não por agora.

   Astrid, sentiu o garoto apoiando sua cabeça no vão de seu pescoço, enquanto a segurava firme

   No fim, mesmo após enfrentar monstros tão assustadores, quanto a Quimera, Percy, ainda era um menino de 12 anos.

   Ficaram poucos minutos, apenas curtindo a calmaria que o outro transmitia, quando foram interrompidos por berros chamando ambos nomes.

   Quando separaram-se, puderam observar as duas figuras correndo em sua frente.

   Não foi necessario, nem um minuto, até que Grover se jogasse sobre LeClark. Estava desesperado demais com a possibilidade de perder sua melhor amiga.

   Mesmo sabendo de sua força sobre humana, e a resistência ainda maior, o sátiro se manteve extremamente em alerta.

  Astrid e ele se conheciam desde novos, visto que ela era uma das mais antigas no acampamento. Dessa maneira, desenvolveram uma forte relação.

   Por isso, o mínimo pensamento de a perder, por sua própria culpa, estava o consumindo internamente, lentamente.

   — Pensamos que tivessem ido pro Hades, pelo pior caminho! — Disse, a espremendo cada vez mais, em seus braços.

   Com o canto dos olhos, LeClark, pode observar quando Annabeth copiou os movimentos do sátiro, abraçando o filho de Poseidon.

   — Não podemos deixar vocês cinco minutos sozinhos! O que aconteceu?

   — Foi como um tombo! — Exclamou Percy, após a filha de Atena soltar seu corpo. — Resumindo... Temos que ir para Santa Mônica. Meu pai vai me encontrar lá, ele disse que vai nos ajudar.

  Astrid soltou-se dos braços apertados do sátiro, tentando enfim encarar o menino peixe.

   — Só tem um problema... — Iniciou Underwood, virando-se para apontar na direção da multidão.

   Diversas pessoas e câmeras.

   Repórteres, vítimas, paramédicos, todos os tipos de pessoas haviam se juntado para ouvir sobre as duas crianças que lutaram contra um monstro enorme, antes de se jogarem a cento e noventa e dois metros de altura.

   Parecia que todas as vizinhas fofoqueiras, tinham se reunido em um só ambiente, em busca da fofoca mais chocante e surreal de suas vidas.

   — Eu não estou louca! Eles pularam pelo buraco e o monstro desapareceu. — Gritava a mãe do menininho, que estava presente no local, quando tudo ocorreu. Parecendo ouvir um chamado desconhecido, seus olhos foram em direção ao quarteto - mais especificamente, Jackson e LeClark — Lá estão eles! Bem ali!

   Antes que o grande grupo de pessoas pudesse notá-los, se infiltraram, tentando esconder o máximo possível. Não poderiam ser reconhecidos, porque isso dificultaria ainda mais as coisas.

   — Espera aí, do que ela estava falando? Era sobre o chihuahua? — Indagou Annabeth, tentando entender com urgência, o ocorrido.

   — Prometo que explicaremos tudo no caminho, Annie. Mas antes, precisamos sair logo daqui. — O restante do grupo concordou, com o que a menina mais velha havia dito, assim seguindo o seu caminho entre a multidão.

   Quando passaram próximo o suficiente de um jornalista, puderam ouvir o que ele dizia em sua reportagem.

   — Percy Jackson. É isso mesmo, Dan. O canal 12 soube que o menino que pode ter causado essa explosão se encaixa na descrição de um rapazinho procurado pelas autoridades por um serio acidente com um ônibus em New Jersey três días atrás. E acredita-se que o menino esteja viajando para o oeste. — Então, ele retirou uma imagem da face de Percy, do bolso. — Para os nossos espectadores de casa, esta é a foto dele. Infelizmente, a imagem e nome da garota que estava junto a ele, permanecem desconhecidas.

   — Teremos que sair da cidade, agora!

   Mais uma noite, era passada dentro de um vagão de trem.

   Como não tinham dinheiro, para conforto, eram obrigados a dormir nas duras poltronas.

   Estavam famintos e fedendo. A final, não tinham um lugar onde poderiam se banhar.

   O quarteto fantástico, poderia ser descrito facilmente pela palavra: imundice.

   A noite, finalmente, caiu, após o longo dia.

   O que, para as crianças, era uma vitória, visto que essas duas semanas estavam sendo, praticamente, "eternas".

   Astrid, observou quando, Grover, se aninhou no banco, parecendo um passarinho tentando se proteger em seu ninho. Também notou quando, a cabeça de Annabeth, começou a tombar repentinas vezes, em seu ombro.

   — Você pode deitar aqui se quiser, Geniazinha. — Encorajou a garota, com um leve sussurro.

   A pequena Chase sorriu, e agradeceu, logo apoiando-se sobre o ombro da mais velha.

   LeClark, estava concentrada, tentando ler o jornal, em busca de alguma coisa que a denunciasse, mas não encontrou nada.

   Na verdade, estava fazendo isso, para ignorar a preocupação presente dentro de si.

   Desde as cartas trocadas, na casa de Medusa, Luke Castellan e a filha de Zeus, não conseguiram conversar direito.

   Sempre que um escrevia, o outro demorava horas para responder.

   O que seria algo normal, se Astrid não tivesse um sentimento estranho em seu coração.

   Um sentimento, que escolheu ignorar.

   — Ash... — Uma voz baixa a chamou, no meio da escuridão.

   — Sim, Percy?

   — Eu só... Queria te agradecer por hoje. — O garoto havia se levantado, e agora encontrava-se sentado do lado da mais velha.

   — Não foi nada, eu fiz o que deveria fazer. — Comentou, mantendo um leve sorriso gentil em sua face.

   O silêncio reinou por alguns minutos no ambiente, quando Percy o interrompeu.

   — Quando a Quimera me agarrou... Eu pensei que tinha perdido. Eu tinha desistido. — A face de Jackson, estava completamente voltada na direção de LeClark. — Porém, você não desistiu de mim.

   — Porque é isso o que heróis fazem, Aquaman. — A mão da garota, esfregou delicadamente, os cachos loiros na cabeça do mais novo.

   O filho de Poseidon pareceu pensar por alguns minutos, antes de continuar seu raciocínio.

   — Medusa tinha dito que podemos escolher quem seremos... Eu acho que já me decidi. — Suas pupilas brilhavam, com um ardor incontrolável. — Quero ser um herói, igual a você, Ash.

   A farsa de LeClark caiu, momentaneamente, não sendo capaz de aguentar aquele sentimento.

   Sorriu na direção do garoto, rapidamente agradecendo pelas palavras emocionantes.

   Mas, por dentro, seu interior queimava.

   Dilacerando a si própria, com o gosto da hipocrisia.

   Um único pensamento, passando repetidas vezes em sua mente.

   "Não, você não quer."

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˚₊‧꒰ა ϟ ໒꒱‧₊˚

   Avisos da autora:

ϟ 001. Me sentindo naquele áudio: DARLIIINNNGSSSS, GUESS WHO IS BACK FROM JAILL!!!!! KKKKKKKKKKKKKK MAS SIM MEUS BENS, ESTOU DE VOLTA AEEEEEEEEEE COMO VCS ESTAO??? Espero que muito bem, como sempre. Hoje tenho algumas coisinhas importantes para conversar e explicar.

ϟ 002. Como primeiro tópico, OBVIAMENTE, quero agradecer vocês pelo IMENSOOOO carinho!!!! Vocês não tem noção o quão feliz eu fico por cada notificação de voto, e cada comentário, simplesmente adoro lê-los e interagir com vocês juro!! ♥︎♥︎♥︎♥︎ Então saibam que eu fico, extremamente, grata pelo amor, interação e repercussão, que vcs sempre fazem aqui, de verdade, young Mi, estaria, completamente, em choque, com o alcance que essa fic está tomando. M U I T O   O B R I G A D A !

ϟ 003. Segundo tópico, meu sumisso! Peço perdão a todos, sei que fiquei uma semana sem postar aqui e acabei tbm não tendo tempo de respondê-los (farei imediatamente!!!!!!!!), oq me deixa muito chateada pq eu realmente amo responder os comentários de vocês. Sumi sim, e o motivo foi o mesmo de sempre KKKKKKKKK Minha rotina continua caótica, e estou tendo provas todas as semanas, por isso, pela minha saúde mental, tirei uma semana de férias e voltei com tudo na fic para vcs!! INCLUSIVE COM NOVIDADES.

ϟ 004. Não teremos perguntinha hoje, MASSS, deixarei esse desenho que fiz para a fic (que é meu wallpaper) como recompensa, para vcs:

   Inclusive, caso queiram fazer alguma arte, manip, edit e etc. Sobre a minha fic, sintam-se a vontade, só peço que me marquem para eu poder ver a obra-prima de vocês ♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎

ϟ 005.  Espero que tenham gostado desse capítulo, de verdade. Se possível, deixem aqui o seu feedback do episódio e deixem também sua estrela (o votinho de sempre), porque ambos me motivam muito a continuar a escrever ♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎ Próximo capitulo será lançado DOMINGO ÀS 23H.

ϟ 006. Para finalizar, as novidades. RUFEM OS TAMBORES!!!!!!!! Estou com duas fics em produção MUAHAHAHAHHA, uma delas vem daqui a pouquinho, que será: "Better than OUR movies — Charlie Bushnell", que contará sobre a relação entre os atores, dos nossos QUERIDOS Ashllan, nessa fic teremos: cenas de bastidores, entrevistas controversas, premieres, fake dating, second love e claro, nosso eterno haters X lovers.

Obs: Eu ouvi alguém pedindo... O MINI SPOILER?????

É bom te ver de novo, pirralha! Por que não continuamos aquela nossa discussão... Em um lugar privado?

© paracossmo

˚₊‧꒰ა ϟ ໒꒱‧₊˚

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