⤷ 𝘊𝘢𝘱𝘪𝘵𝘶𝘭𝘰 𝑰𝑽 - ❝ Que Ares, é um psicopata narcisista? ❞ ϟ

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   Ficar algumas horas sem comer já deixava Astrid LeClark, irritada o suficiente.

   Agora, ficar UM DIA sem comer, a deixava possessa.

   Para piorar a situação, a jaqueta que a filha de Zeus usava, não parecia cobrir o frequente vento que os acompanhava, durante a extensa caminhada.

  Sono, frio e fome.

   Não poderia estar melhor.

   O quarteto havia abandonado o trem, após serem reconhecidos por um dos passageiros.

   Ou seja, nesse exato momento, eram quatro semideuses famintos, perambulando nas ruas, com uma enorme chance de algum bicho aparecer.

   O que poderia dar errado?

   — Gente... Acho que essa missão vai ser mais difícil, do que pensávamos. — Iniciou Percy Jackson, após os minutos em silêncio.

   Era impressionante a habilidade daquela maria faladeira, em não calar a boca.

   — Você percebeu isso agora? — Perguntou Annabeth Chase, com certa descrença. Ela o dizia isso, desde o início da missão.

   — Presta atenção. Eu não roubei o Raio. — Apontou para si mesmo. — Vocês não roubaram o Raio. Sabemos que Hades está com ele, mas...

   — Sabemos? — Questionou Ash, enquanto chutava as pedrinhas que estavam no caminho.

   O tédio a consumia.

   Odiava dias calmos, que não haviam nem uma emoção.

   Não é como se ela torcesse para uma Quimera aparecer, céus, não.

   Mas um pouquinho de diversão e comida, não faria nada mal.

   Talvez estivesse muito acostumada com o caos, para aguentar os mínimos minutos de calmaria.

   — Sim, mas quem mais iria querer ele? — Indagou Percy, em um misto de confusão e curiosidade, mesmo que sua mãe já o tivesse contado diversas histórias mitológicas. Não seria capaz de saber tudo o que passou.

   — Deuses menores, monstros conscientes, ninfas, uma das musas, sereias, ciclones, tit... — Cada um de seus dedos era erguido, depois que uma  opção era considerada.

   — Espera, todos esses bichos teriam motivos para roubar de seu pai? — O questionamento fez com que Astrid, caísse em uma gargalhada, deixando o menino Jackson, ainda mais confuso.

   — Qualquer um tem motivos para roubar de Zeus, até seus próprios filhos.— Respondeu Grover Underwood, enquanto assistia LeClark regular sua respiração.

   — Além disso, estamos falando da arma mais perigosa, já forjada em toda a divindade grega. — Afirmou Annie, ganhando, rapidamente, a atenção de Percy. — Foi a primeira arma feita, durante a guerra dos deuses contra os titãs. Com ele, Zeus, arremessou Cronos de seu trono. Sua importância e seu significado, são coisas imensuráveis.

   — Que maravilha! — Afirmou o menino Jackson, em desânimo. — Isso significa que, literalmente, qualquer um pode ter roubado o Raio.

   — Basicamente. — Concordou Astrid, enquanto tentava acertar o broche em sua jaqueta. Era incrível como, mesmo depois de todas batalhas, ele estava intacto. — O que você esperava "papai" é a pessoa menos agradável existente, e tem um objeto foda, até eu roubaria, se não... — Ia prosseguir com seu raciocínio, mas foi impedida pela face do trio.

   Eles a encaravam como se tivesse dito algo muito errado.

   — Como eu disse... Até seus filhos o roubariam. — A voz de Grover soou brincalhona, indo de forma oposta ao seu rosto desconfiado.

   Ele confiava em LeClark, mas tinha total consciência do rancor que ela guardava de seu pai.

   — Certo... — O filho de Poseidon voltou a falar seu raciocínio de maneira cautelosa. — O ponto é que, não fazemos ideia de quem roubou o negócio.

   Ash tinha certeza que chamar o Raio Mestre de "negócio", faria Zeus se revirar e querer matar a Cachinhos Dourados, ao seu lado.

   — Acho que... Eu sou o último a perceber isso, né? — Indagou Percy, olhando para as três confirmações que obtivera. — Eu não sei é só que, depois do rio... As coisas parecem estar mais... — Se interrompeu, buscando uma palavra que complementasse o que estava falando.

   — Óbvias? — Perguntou Annabeth, tentando encontrar a palavra, por ele.

   — Isso! É só que, parece que agora eu sei o que tenho que fazer, tenho um rumo, um objetivo.

   Astrid sorriu em direção ao menor, ela entendia exatamente o que ele queria dizer.

   — Faz sentido... Agora temos um caminho a seguir... — Complementou a Chase, claramente pensativa.

   Desde que saíram do Arco, a menina estava estranha, como se estivesse escondendo algo.

   A filha de Atena não era do tipo de guardar informações, durante uma missão. Então, essa ser a segunda vez, causava uma sensação esquisita no interior da filha de Zeus.

   Sentia que estava perdendo alguma coisa, que deveria saber.

   — Ele me salvou. — Afirmou Percy, com determinação. — Nunca pensei que ele fosse fazer isso, por mim.

   — Nenhum de nós pensou... — O tom pensativo atacara LeClark dessa vez. Porém ele não chegou aos ouvidos dos outros, visto que fora interrompida por um alto som de motor.

   — Carro. — Proclamou Grover, depois de um tempo perdido em seus pensamentos.

   Não era estranho que todos estivessem mais quietos que o normal – exceto Percy, que nunca calava a boca.

   Haviam passado por muitas coisas em pouco mais de uma semana.

   Mas, querendo ou não, ver seus amigos, naquele estado, deixava a mais velha preocupada.

   Gostaria de poder fazer mais por eles.

   Mesmo que soubesse, que isso era impossível.

   Era uma via com dois caminhos.

   E ela já tinha escolhido o seu, a tempos atrás.

   — Não é um carro, é uma moto. — Afirmou Annabeth, já começando a puxar os outros três para atrás de um pequeno muro. — Venham, deixem ela passar.

   Caminharam para o lugar, escondendo-se ao sentarem, mas mesmo assim, o filho de Poseidon prosseguiu seu monólogo.

   — Estou falando sério, acho que não estamos só tentando recuperar um objeto.

   — Não, não estamos. — Dessa vez, a afirmação veio de Grover, que estava entretido demais com suas próprias mãos. — Estamos tentando impedir uma guerra divina.

   — Ótimo, acham que somos os super heróis dos quadrinhos. — Deboche escorria pela boca do loiro.

   — É...

   — Por que está estranha de novo? Achei que já tivéssemos superado isso.

   — Não estou estranha. — Sua voz era preenchida de teimosia, não querendo admitir estar preocupada com o desconhecido.

   — Você está sim, desde que saímos do Arco, Geniazinha. — Concordou LeClark, com certo rancor, apenas para incentivar a conversa.

   Não estava prestando muita atenção, o que não era novidade.

   Sua mente estava muito ocupada tentando compreender o motivo pelo qual, começou a se sentir tão irritada.

   As ondulações ao seu redor tornavam-se cada vez mais pesadas, e a sensação simulava a estar perdendo a pressão.

   Corpo pesado e quente, suor excessivo e uma certa tontura.

   Seu corpo estava brincando em uma mistura de ódio e medo.

   Porém não conseguia entender o porquê.

   Estava tranquila até o momento anterior. Nada que falavam havia a afetado dessa maneira, não tinha o motivo por trás.

   Cada vez que o barulho ensurdecedor do motor aumentava, seu cérebro ficava ainda mais confusa.

   Maldito TDAH, ela culpou.

   — Entendi... Não precisa ser um problema, aquele abraço. — Afirmou Percy, na tentativa de acalmar Chase, que soltou um suspiro cansada, enquanto murmurava sobre ele ser um "idiota". — É que a gente é amigo agora, e isso é algo que amigos fazem... — Seu olhar foi em direção a Underwood, que confirmou rapidamente. — Pelo menos, eu acho que...

   — Eu vi as Moiras. — A curta frase, esbranquiçou a mente de Astrid, a fazendo encarar Annabeth, automaticamente. — Eu vi as três Moiras, bem no momento em que Átropos, cortou um fio.

   — Isso é algo ruim, ou? — Questionou Percy. Não lembrava de sua mãe o contando algo sobre isso.

   — As Moiras tecem os fios da vida dos seres vivos. São elas quem controlam o destino dos mortais e determinam o curso da vida humana. No momento em que um fio é cortado, elas mostram que alguém irá morrer, nem Zeus poderia contestar suas decisões. — A explicação de Grover, havia sido perfeita, mas muito complexa para o menino Jackson, que o encarava de olhos arregalados.

   — Algum de nós irá morrer. — Resumiu LeClark, tentando deixar o mais óbvio possível, para o menor.

   — Todo mundo vai morrer um dia...

   — Logo. É um aviso. — As palavras da filha de Atena, eram diretas e precisas, não deixando nenhuma abertura para dupla interpretação. — Um presságio... — Os olhos castanhos da mais nova, se encontraram com os negros de Astrid.

   A mais velha, sabia o que a outra estava tentando a perguntar.

   Era algo óbvio.

   Um destino sobre a morte, traçado em uma missão, justamente perto de sua profecia, fazia com que a filha de Zeus sofresse um calafrio, ainda maior.

   Não bastava as ondulações, ainda presentes.

   Ou, o mal pressentimento que a perseguia por todos os lugares em que a visitava.

   Agora, também, havia um presságio.

   Annabeth a estar questionando sobre o envolvimento de seu destino no meio disso, não era algo surpreendente.

   E mesmo sabendo que essa era a maior chance de ocorrer, negou com um aceno.

   Isso fez com que a menor, soltasse um suspiro de alívio. Estava, durante toda a viagem, imaginando que a outra sofreria com as consequências de sua missão em conjunto.

   Então receber uma negação, dizendo indiretamente que não havia sinal da profecia, a tranquilizava.

   Era uma pena que Astrid, fosse uma ótima mentirosa.

   As frequentes dores em ambas suas cicatrizes a provaram isso.

   Sua profecia não só estava perto, como chegaria mais cedo do que planejava.

   — Sério isso? Três velhas com um rolo de lã, não sabem do futuro. Elas deveriam ser apenas senhoras fazendo croche, nem tudo tem algum envolvimento divino. Francamente. — Percy soara mais cansado que o normal, odiava quando envolviam presságios no assunto.

   A final, por que se importariam com isso? Já vai acontecer mesmo.

   — Precisam de ajuda? — Uma voz rouca surgiu em meio ao diálogo, o cortando de vez.

   Se antes, as poucas ondulações atingiam LeClark, agora elas pareciam ter triplicado.

   A voz causou reações inimagináveis em seu corpo.

   Um medo presente junto de um estresse, que só parecia crescer.

   Odiava ter seus poderes afetados por suas emoções, mas por que parecia estar acontecendo o contrário?

   Por que suas emoções estavam sendo afetadas pelos seus poderes?

   Mesmo com monstros fortes, as ondulações dos mesmos, não a atingiam daquela maneira.

   Então, como um humano faria isso?

   Essa era sua conclusão.

   Aquilo não era um humano.

   O quarteto se encarou, em busca de alguma confirmação sobre o que fariam.

   Astrid, que estava ao lado de Grover, se inclinou na direção do sátiro.

   — Está sentindo alguma coisa?

   Ele negou, com um aceno.

   Havia, claramente, alguma coisa errada.

   — Você está? Sabe, no vento... ? — O questionamento soara confuso, Underwood nunca entenderá muito bem como ela parecia prever o que aconteceria. Mas sabia, que isso era alguma coisa de Zeus.

   Acenou, logo prosseguindo com seu sussurro.

   — Raiva.

   Os olhos do sátiro se expandiram, principalmente após ver, Annabeth e Percy debruçados em cima da mureta.

   — O que disse? — Questionou Grover, completamente trêmulo.

   — Eu perguntei se precisam de ajuda. — A voz agora, soara ríspida, parecendo estar no começo de um estresse.

   — Não, não, tá tudo tranquilo. Mas obrigado por ter perguntado, até mais. — Disse Underwood, novamente, enquanto voltava a se abaixar até Astrid.

   — Não parecem tranquilos...

   — Não queremos nada do senhor. — Afirmou Annabeth, mantendo sua postura rígida.

   — Tem certeza? Porque vocês quatro já estão muito atrasados.

   — Ótimo, agora além de se intrometer das nossas vidas, você também quer estipular horários? Que adorável, senhor Motoqueiro Fantasma. — Disse Astrid, enquanto se levantava, juntamente dos outros.

   Um semblante de choque, passou minimamente pela face do homem estressado.

   Havia algo errado, ela não deveria estar aqui.

   Mesmo assim, na tentativa de encobrir a surpresa. Um sorriso assustador preencheu seus lábios.

   — Pirralha! Que bom te ver, novamente. — O tom beirava o sarcasmo, claramente, demonstrando sua insatisfação por ver LeClark.

   A fala do senhor, fez com que o trio a encarasse, tentando entender o que havia ocorrido anteriormente.

   — O que você quer, Branca de Neve? — A voz da menina era dura, curta e grossa. Não poupando o desprezo que sentia pelo deus.

   — O solstício de verão está chegando, faltam poucos dias. E apesar de eu adorar ver uma guerra explodindo, como o querido parente de vocês, pensei em ajudar.

   — Parente? — Indagou Percy.

   — Ares, o deus da guerra.

   — Você deve ser a filha de Atena, sempre a mais espertalhona do bando.

   — Primeiro, por que você ajudaria a gente? E segundo, como sabe o que estamos fazendo aqui? — Questionou Annabeth, com sua calma questionável.

   A vontade de Astrid, nesse exato momento, era empurrar Ares daquela enorme moto, e a utilizar para a ida até Santa Mônica.

   Não que ela soubesse como dirigir aquilo, mas aprenderia no caminho.

   — Porque estou fazendo a mesma coisa que vocês. Zeus, mandou todos os filhos na busca pelo Raio Mestre. Minha irmãzinha, sabe muito bem disso. — Assim que as palavras foram proclamadas, as três faces infantis se viraram, para encarar LeClark, tentando entender, novamente, o que o deus dizia.

   Parecia que eles se comunicavam com entrelinhas, algo que só eles saberiam decifrar.

   — Mas você, sendo o "vitorioso" que é, não fez o serviço direito. Deveria ficar impressionada? — A indagação veio de maneira gentil, brincando com as palavras e elogio.

   — Sua... — Ares tentava manter a pouquíssima compostura que tinha, sabendo que não era permitido atacar a garota. — Seus pivetes, eu estou com fome e há uma lanchonete no final da estrada. Se quiserem minha ajuda, me encontrem lá, mas não demorem, não esperarei. — Disse entre bufos, enquanto colocava seu óculos, e preparava o imenso maquinário para a próxima partida. 

   Antes que Astrid, pudesse, se quer, pensar em uma resposta irônica, a Harley acelerou, deixando apenas rastros de fumaça para trás.

   O trio ainda a encarava, exigindo por respostas.

   — Vocês ouviram ele, sem tempo crianças, corram corram. — Disse, quando começou a correr em direção ao fim da extensa estrada.

   Apenas querendo fugir do assunto fudido, em que Ares a colocou.

   Pelo menos, temporariamente.

   Alguns minutos depois, finalmente, chegaram num pequeno e reservado restaurante.

   Quando atravessaram o porta, ouviram um barulho de sino. Os despertando, para o cheiro delicioso que vinha de dentro.

   Estavam ofegantes pela correria que enfrentaram, e suas barrigas doíam de ver as famílias e amigos degustando dos suculentos hambúrgueres.

   Era melhor que não perguntassem o que Astrid faria, em troca de um lanche daqueles.

   Caminharam, aos poucos se distanciando da porta, avistando todos os conjuntos de mesas.

   A lanchonete em si, parecia com uma daquelas dos anos 90, um pouco similar com a loja de Medusa, se fossem analisar as luzes em vermelho brilhante.

   Uma risada alta soara, fazendo com que Ares chamasse ainda mais atenção para si.

   — Acho que encontramos ele. — Comentou Percy, já seguindo em sua direção.

   Durante a corrida que fizeram, Ash não deu abertura a fazerem perguntas.

   Por isso, o trio estava a lançando olhares similares a um "conversamos mais tarde."

   Mesmo sabendo que isso seria necessário, ela faria o seu melhor para adiar a conversa o máximo possível.

   Se aproximaram do homem não humano, ouvindo os barulhos irritantes de digitação.

   — Esperem um pouquinho, comecei uma briga no Twitter. — Proclamou, de um jeito presunçoso. — Genuinamente, não sei quais fandoms são mais perturbados, chutaria DC X Marvel, bando de insuportáveis.

   Um resmungo pode ser ouvido, vindo dos semideuses e sátiro.

   — Ah, desculpa aí pirralhos, lhes ofendi? — Perguntou em puro sarcasmo. — Ótimo, não sabia que vocês faziam parte dessas comunidades patéticas... Combina com vocês.

   — Olha aqui...

   — Como eu ia dizendo. — A interrompeu, com um sorriso ainda maior em sua face, transbordando orgulho. Ele podia sentir o quão irritada Astrid estava ficando, e essa era a melhor parte. — A missão de vocês falhará, me perguntem como eu sei disso. Pergunta vai.

   — Nossa missão não vai falhar. — Teimou Percy.

   — É claro que vai. — Era engraçado a maneira como Ares se comunicava, sempre com movimentos rígidos, e um sorriso ladino. Querendo, sempre, expressar sua dominância. — Para começar, olha isso aqui.

   O deus da guerra estendeu sua mão, mostrando o celular que ele mexia minutos antes.

   Nele, passava uma reportagem. Uma reportagem de um homem, que apenas o menino Jackson parecia reconhecer.

   "— Percy sempre foi um menino problemático, mas nunca achei que fosse capaz disso."

   — Quem é esse? — Questionou Grover.

   — Meu padrasto...

   — E por que caralhos esse velho, tá dando a entender que você desapareceu com sua mãe? — Indagou após ler o título da reportagem: "ALERTA!!!!! Garoto torna-se suspeito do desaparecimento de sua mãe, e padrasto CONFIRMA!!!"

   — Dando a entender? — Ares riu. — Espera ai pirralha, não seja impaciente, tem mais.

   "— E o senhor acha que ele está envolvido no desaparecimento da sua mulher?

   — Uma criança problema? O que ele não faria?"

   A face do filho de Poseidon se encheu em fúria, provavelmente, parte sendo influenciada pela aura que exalava do deus em sua frente.

   LeClark, sentiu algo parecido, sabendo muito bem qual era a sensação de ser acusada de "sumir" com sua figura materna.
  
   — Eu vou matá-lo. — Afirmou Percy.

   — Sabia que gostaria de você. — O sorriso de Ares aumentou, deixando escapar sua faceta cruel. — A final, ouvi dizer que você foi o mané, que quebrou a lança de Charlisse.

   — Clarisse. — Corrigiu Astrid, imediatamente.

   — É a mesma coisa, Charlisse, Clarisse, Charlie. Um bando de incompetentes.

   A filha de Zeus tentava, urgentemente, voltar ao controle dos seus próprios sentimentos e pensamentos.

   Porque, naquele momento, se seguisse o que seu cérebro a mandava, já estava em cima de Ares, com uma adaga enfiada em seu pescoço.

   Ele não morreria. Logo, qual seria o problema?

   — Tanto faz, não me meto nas brigas dos meus filhos. Vim aqui, para fazer uma proposta para vocês.

   Foram interrompidos pela garçonete, que chegou com uma montanha de comida.

   — Aqui está, sejam bem-vindos! — Falou animada, enquanto retirava peça por peça de cima da sua bandeija. — Temos cheeseburgers, batatas fritas, anéis de cebola empanados e milk-shakes de chocolate.

   Ares entregou-lhe alguns dracmas de ouro, fazendo as sobrancelhas da mulher, se unirem em confusão.

   — Senhor, acho que há um engano, estas não são...

   Imediatamente, o deus retirou de seu cinto, um enorme facão, esse que utilizou para "limpar" as unhas.

   — Algum problema, benzinho?

   A moça, preocupada com sua vida, retirou-se rapidamente.

   — Não pode fazer isso. — Começou Annabeth, indignada com a cena sem escrúpulo que havia presenciado. — Não pode ameaçar as pessoas com uma faca.

   No mesmo instante, o senhor da guerra, caiu em gargalhada.

   — Está brincando? Depois de Esparta, esse é o melhor país, justamente por não existirem regras sobre andar armado. Quem não possui uma, é otário, entendeu? O mundo lá fora é perigoso. O que me traz de volta a minha proposta. Preciso que me façam um favor.

   — Que favor poderíamos fazer para um deus? — Perguntou Percy.

   — Olha, posso dizer para vocês que a chance de conseguirem uma carona até Los Angeles, sem serem pegos é igual a zero.

   — Então, o que você quer em troca disso? — Indagou Annabeth. — Se também está em busca do Raio Mestre, não deveria estar por aí atrás dele?

   — Hm, você não tem medo nenhum, né? — A questionou, recebendo um aceno negativo, como resposta. — Não importa, mesmo que ele seja recuperado, Zeus irá entrar em guerra.

   O trio se entre olhou em confusão, não compreendendo o que ele havia dito.

   Mas para LeClark, era óbvio. Seu pai era como o pecado do orgulho. Tendo um ego, facilmente destrutivo.

   Ele jamais admitiria que errou sobre quem roubou o Raio. Se disse que fora Poseidon ou Hades, faria de tudo para comprovar seu ponto.

   Mesmo que para isso, seja necessário, criar falsas provas.

   — Não. O Oráculo disse que se devolvessemos o Raio, não haveria guerra.

   — Isso foi o que ele disse? Ou foi a influência da interpretação de Quíron? — Todos ficaram confusos com essas perguntas, demonstrando que Ares estava, pelo menos, um pouco certo. — Você é novo na família, primo. Então, seria melhor deixar os mais velhos te explicarem. — Os olhos flamejantes do deus, se encontraram com os da filha de Zeus, buscando uma confirmação. Esta que, rapidamente, viera. — Anos atrás, antes mesmo de eu nascer. Cronos, nosso avô, comeu todos os meus tios e tias. Mas meu pai apareceu, e salvou todo mundo, transformando o titã em milhões de pedacinhos, para jogá-lo na puta que pariu do submundo. Isso já dá o tom da história, vai lá pirralha.

   Os olhos de todos da mesa se voltaram para Astrid, esperando, ansiosamente, que ela continuasse com a explicação.

   — Se você acha que a nossa família é complicada, Peixinho... Você não viu nem a metade. — Um suspiro saiu de seus lábios, contra sua própria vontade. — Desde o Solstício de Inverno, tudo se tornou uma confusão, pelo menos é isso o que o Senhor Birita, me contava. Zeus, obviamente, não aceitou calado o roubo de sua arma, e mandou um monte de deuses para uma "caçada imortal". Acho que um resumo seria: Meu pai é um filho da puta inconsequente, que obriga os outros a seguirem suas ordens, mesmo que, tudo que ele queira, seja provar seu orgulho.

   O deus da guerra gostaria de não ter rido da afirmação final, da mais nova. Mas, mesmo que ele não admitisse, tinha horas que a garota falava coisas "aceitáveis".

   No fim, talvez, Afrodite não estivesse tão errada, assim.

   — Vamos completar essa missão, e impedir essa guerra. — Afirmou o menino Jackson, com determinação. — Você prometeu me ajudar, e eu confio na sua palavra. — Disse, na direção de LeClark, que o lançou um sorriso gentil.

   Ele estava certo, cumpriria sua promessa, salvaria a mãe dele.

   Mas, não lembrava de ter dito que impediria uma guerra.

   Não queria se envolver, ainda mais, com o orgulho de seu pai.

   — Você vai nos ajudar, ou não? —  Continuou sua repudia em direção ao deus.

   — Tá, o trato é o seguinte. Tem um parque de diversões nessa estrada, deixei meu escudo lá. Se vocês o buscarem, levo vocês até o mundo inferior antes do almoço de amanhã, com um plano para invadir o palácio de Hades.

   — Você deixou seu escudo? Esqueceu em um carrossel, por acaso? — Indagou Annabeth, com a arrogância brilhando em sua fala

   — Fala sério, pestinha. Suas falas foram, minimamente, engraçadas por um momento, mas tá começando a me irritar. — Sua voz aumentou de tom, quando as veias começaram a saltar em sua testa.

   Os olhos incendiaram em fogo, cobrindo, completamente, suas pupilas. Um chiado pareceu sair de sua jaqueta, parecendo que algo estava queimando. Dentro de suas pupilas, haviam coisas que nenhum dos presentes queriam ver – sangue, fumaça e corpos no campo de batalha.

   — Então, vocês vão fazer isso, ou eu terei que mostrar que não passam de uns covardes? Será que vai ser necessário que eu mate vocês quatro, para poder comer em paz?

   — Tá bom. — Percy, aceitou, sentindo seu corpo relaxar.

   Ares estava usando sua aura contra eles, por isso sentiam as pernas bambas de pavor, e a intensa força em seus corpos.

   Ele seguia, exatamente, o que os mitos falavam sobre si.

   Era um deus da guerra.

   Aterrorizante, irritadiço e cruel.

   — Lindo! — Exclamou com um sorriso, que mostrava, claramente, todos os seus dentes amarelados e pontudos. — Mas tem um detalhe. Preciso muito daquele escudo, então vou ficar com o sátiro e a pirralha, como garantia que não fujam.

   Uma sequência de negações vieram em seguida.

   Percy e Annabeth, estavam indignados com a audácia do deus, nem pensar que deixariam os dois amigos para trás.

   — Tudo certo. — Afirmou Grover, com certeza do que falava.

   — Nem comecem, não vamos nos separar. — Interrompeu o filho de Poseidon.

   — Relaxa Aquaman, ele só tá com medinho de ser roubado, de novo. — Agora que o medo passara, um sorriso brincalhão surgiu na face de Astrid.

   — MEDO? DE VOCÊ? — Ares caiu em gargalhada, porém com veias saltadas em sua testa. — Aquilo foi um ACIDENTE, nunca mais irá ocorrer, você me entendeu?

   — Claro claro, se é isso o que você acredita. — O sorriso padrão "Astrid LeClark", brilhava em sua face.

   Percy e Annabeth ainda a olhavam desacreditados.

   — E... Bem, se ele quisesse nos matar, já teria feito. — Sua voz, mantia o tom certeiro. — Pelo menos, podemos levá-los até a porta?

   O deus da guerra soltou um longo suspiro, com os olhos ainda em chamas. Foi possível enxergar uma fumaça semi transparente saindo de suas narinas.

   — Vão, mas sejam rápidos.

   O quarteto se levantou, e foram caminhando depressa até a porta.

   — Tá bom, para começar, o que foi isso, Ash? Você tá maluca, o que diabos você roubou dele? — A menina Chase começou seu interrogatório, antecipando todas as possíveis dúvidas dos garotos.

   — Não tenho culpa nisso, foi uma missão que fiz a poucos anos atrás. Imaginei que esse fosse o porquê ele quis que eu ficasse. — Assim, que a palavra "missão" fora pronunciada, olhares aliviados surgiram na face do trio.

   — E fiquem tranquilos, não precisam se preocupar, eu e a Nuvenzinha, sabemos, exatamente, o que fazer.

   — Sabemos?

   — Sim, nós sabemos. — A fala acertiva, gerou um sorriso curioso nos lábios de LeClark.

   — Você quem manda, Bambi.

   Annabeth e Percy, continuavam preocupados. Ainda mais, porque não faziam ideia do plano da dupla.

   Mesmo assim, se despediram, e saíram, determinados a cumprirem sua nova missão.

   Diferentemente, de Grover e Astrid, que se encararam com sorrisos confiantes, quando o sátiro começou a explicar seu plano.

   Underwood e LeClark, já estavam de saco cheio.

   Nos dois sentidos.

   Já tinham comido além do suficiente, e, também, não aguentavam mais ouvir aquela risada irritante do deus da guerra.

   Até tentaram puxar um assunto, mas todas as vezes eram barrados pelo estresse do homem parrudo.

   — Sabe, eu amo videogames, tem uns jogos de luta, bem legais lá. — Comentou o sátiro em mais umas de suas tentativas falhas, de iniciar o seu plano.

   — Nossa, que interessante.

   — Você deveria jogar algum um dia desses, talvez poderíamos jogar juntos.

   — Nem fudendo, pivete.

   — Eu não sou tão ruim assim... — A fala atraiu o olhar de Ares, por meio segundo, até ser desviado novamente para o aparelho tecnológico em suas mãos.

   Para Astrid, era engraçado ver os dois interagindo. Mas já estava cansada daquela conversa vai e vem, que não tinha nada como resposta.

   — Eu vou no banheiro. — Comentou, já se levantando.

   — Espera ai, mocinha. Por que eu deixaria você sumir assim? Nem pense em ir atrás dos outros, entendeu? — Ares fez uma ameaça em vão. Ele sabia que a garota não iria fazer nada, por isso nem se esforçou. Apenas queria mostrar certo domínio, perante sua meia irmã.

   — Tá legal, já posso ir? Ou prefere que eu faça minhas necessidades aqui?

   — Nos poupe dessa cena, vá.

   Com um sorriso vitorioso e brincalhão, caminhou em direção ao banheiro.

   Encontrando um corredor com duas portas, uma para cada lado, feminino e masculino.

   Abriu a porta com o símbolo de um vestido, e entrou. Dando de cara com o lugar, claramente, antigo e limpo

   "Pelo menos isso", ela pensou, quando se direcionou até uma das três cabines.

   Fechando a porta, sentou-se sobre a tampa do vaso sanitário, puxando em seguida o pergaminho de seu bolso.

   "Infelizmente, não tenho muitas informações. Sou um péssimo mensageiro, que irônico kkkkkk"

   Era a última mensagem que Luke Castellan, a escrevera.

   Não conversaram nada demais nos dias anteriores, tendo apenas um breve diálogo sobre como estava e o acampamento e as suas meninas.

   Foi assim que, Astrid, descobriu sobre o possível casal Silena e Charlie.

   Algo que, sinceramente, a preocupava.

   "E Zangado? Ela está bem?"

   Escreveu em uma caligrafia engarranchada, visto que não possuía apoio algum.

   Continuou lendo e relendo as poucas partes das conversas anteriores que ainda não haviam desaparecido.

   Quando a resposta chegou de volta a si.

   "Bem, é uma palavra muito forte. Chego a ter pena do time vermelho, ela está pegando pesado demais com eles."

   "Quantas crianças está tendo consolar por dia?"

   "5? 6?"

   "Mande ela se acalmar, fale que são ordens minhas."

   "Ainda não estou querendo morrer, mas muito obrigado pela dica, Tempestade."

   Uma risada saiu de sua garganta, mesmo que estivesse tentando segurar suas emoções.

   Não bastava ter um sorriso bobo em sua face, durante toda a conversa, ainda tinha que soltar risos.

   Sentia-se como uma idiota, sinceramente.

   Fazia algum tempo desde que tiveram uma conversa descente, então estar interagindo bem com ele, e lendo aquele apelido tosco, estava a causando mais coisas do que ela gostaria de admitir.

   "Não está mais aqui quem falou, Herói."

   "Inclusive..."

   A palavra surgiu, mas nada veio em complemento.

   "Sim?"

   Alguns minutos se passaram, até que ela escrevesse outra pergunta.

   "Herói, está por aí?"

   Quando nada a chegou pela segunda vez, parou de enviá-lo novas mensagens.

   Seu ego a permitia enviar dois chamados, mas acima disso, já considerava humilhante.

   Voltou a guardar o papel em seu bolso, quando a imagem de Clarisse La Rue xingando os campistas veio em sua mente, a fazendo rir, novamente.

   Era engraçado pensar o quanto a menina e Ares tinham tanto em comum, mas mesmo assim não eram nem um pouco parecidos.

   Ambíguo, talvez. Mas, acima de tudo, curioso.

   LeClark, pela primeira vez, se perguntou como deveria ser a mãe da garota.

   Um erro.

   Pois a imagem de sua mãe, chegou, rapidamente, em sua mente.

   Tentou apagá-la, porém já era tarde demais.

   Respirou fundo, saindo da cabine, enquanto começou a se encarar no espelho.

   Jurava a si, que estava fazendo um ótimo trabalho, em não pensar nela.

   Algo que se tornava impossível, durante a época próxima ao seu aniversário.

   Sentiu, então, sua garganta começar a se fechar, em um sinal claro, de ansiedade.

   Tentava respirar fundo, o que só pareceu piorar a situação.

   Merda.

   Fora forte o bastante para ignorar isso até o momento, mesmo que fosse tudo o que mais a movesse.

   Sua mãe.

   Mesmo depois de quase dez anos de sua morte, ainda se castigava.

   Não só os pensamentos, como a culpa.

   A dor em sua perna, se iniciou, de maneira fraca, mas ainda presente.

   Apenas um pequeno sinal, do que futuramente a viria.

   Tentou manobrar sua mente para um caminho diferente.

   A final, estava ali por um motivo, não estava?

   Só entrou nessa missão, por um motivo.

   Um Acordo.

   E seguiria com ele, até que fosse cumprido.

   Respirou o mais fundo que conseguia, e desviou sua atenção para a porta. Caminhando de volta para a mesa em que estava.

   — ... Eu adoro o meu trabalho, mas naquela noite, em que todos aparecem para o Solstício de Inverno e tenho que assistir aquelas "apresentações". É a pior do ano, sem dúvida.

   Imediatamente, a ansiedade de Astrid, começou a aliviar. A final, seu ódio crescia em escala.

   Era claro, que ele odiaria isso, o que poderia esperar de mais um deus ausente, que adora ter filhos por todos os cantos do mundo?

   — A última, principalmente. Já que uma das crianças conseguiu roubar o Raio Mestre. — Falou Grover, como se também odiasse aquele festival colorido e cheio de cantorias.

   Algo que, definitivamente, não era verdade.

   Se não estivesse tão focada em agir dentro da personagem, LeClark, riria da ironia de sua fala.

   Underwood, era o tipo de pessoa, que durante o Solstício, dançava junto dos sons das Musas e tecia fofocas com os animais que perambulavam por ali.

   — Você viaja, né? Quem sabe quem, realmente pegou? Existem muitas pessoas que odeiam meu pai, para tentar.

   — Eu disse a mesma coisa! — Exclamou a filha de Zeus, com uma gratificação falsificada. Assim, tornou sua presença válida, novamente no ambiente.

   — Então! Eles ficam falando e falando sobre quem roubou, quando de fato qualquer um pode ter roubado. É tão óbvio, não precisa ser Atena, para ver isso. — A voz do deus soara com felicidade contida, animado por encontrar alguém que compreendesse seu ponto de vista.

   — Mas... Não são todos que conseguem fazer isso. — Disse Grover, aproveitando a animosidade do senhor da guerra. — Talvez uma pessoa que o próprio Hades tenha recrutado? Ou alguém que pudesse sumir um bom tempo, sem ser notado? Corajoso o bastante para enfrentar Zeus, mas invisível o bastante para pensarem nele como...

   — Chega! Nem tudo é um enigma que precisa ser resolvido. Céus, você é um porre, igual a minha irmã.

   — E ela sempre foi assim? — A pergunta do sátiro atraiu ainda mais, a atenção de Astrid, tentando entender para que rumo o plano deles estava indo.

   — Que?

   — Sua irmã... A Atena.

   — Como assim?

   — Sempre complicando tudo, apenas para pensarem que ela é mais inteligente que você.

   — Rebaixando você a somente um deus da guerra, quando você é muito mais que isso. Seus filhos são a prova, ótimos em criarem novas estratégias. Só podem ter puxado isso do pai, não é? — Completou LeClark, na tentativa de puxar o saco de Ares.

   O deus encarou ambos. Seus olhos de chamas, revezando atenção de um para o outro.

   Então, um barulho alto foi ouvido.

   Quando Ares, bateu ambos punhos na mesa.

   — AHA! Sabia que não era só eu quem enxergava isso.

   — Claro que não...

   — As vezes parece que é, como ela pode ser considerada tão inteligente? ELA FALA COM UMA CORUJA! Uma coruja! Aquele rato de asa gorda e nojenta, é tipo a sua melhor amiga. E todos juram, que ELA é a gênia. Enquanto eu, que nem falo com os bichos, não sou?

   — Com certeza!

   — É como se só vissem o que querem, ignorando toda a história por trás.

   — Não era a Dona Coruja que tinha o poder de Esparta, era você!

   — ERA EU!

   — É tipo você encontrar o ladrão de raio, invés dela.

   O silêncio reinou, novamente, mo ambiente. A presença do deus se tornando cada vez mais forte.

   Ódio e medo, se entrelaçando entre si, em uma harmoniosa dança de auras.

   Juntos, formavam algo muito maior, e mais temido.

   O pavor.

   O coração de Grover e Astrid, aceleraram com o susto que tomaram, vendo a face do deus se fechar.

   Os olhos, queimando de maneira horripilante.

   Milhares de guerras passando por ali.

  — O que você quer dizer com isso? — A indagação soara ríspida, cortando qualquer resquício do clima amigável, que sobrara.

   — Com o quê?

   — Encontrar o ladrão. Sabemos que não foi o amigo de vocês.

   — Mas não é isso que Zeus pensa.

   — E no fim, é isso que importa, não é?

   — Cala a boca! — A voz do deus, começou a esbanjar dúvida. Com os pensamentos, quase escapando de sua mente.

   Ares pareceu se perder em sua mente, algo surpreendente.

   Mas alguns minutos depois, voltou a mexer no celular.

   Astrid e Grover se encararam. A semideusa sem entender se tinham conseguido, e o sátiro, percebendo que seu plano havia dado certo.

   Por estarem, novamente, presos no ciclo do tédio, se concentraram nos frequentes barulhos de sino, que a porta fazia.

   Era impressionante, a quantidade de pessoas que decidiram ir até o restaurante, nesse dia.

   Pois, de cinco em cinco minutos, o som da campainha soava.

   Em um momento, ela tocou, novamente, e mesmo que desacreditados, ergueram os rostos para a porta.

   Vendo Annabeth e Percy a atravessarem, com o escudo em mãos.

   Caminharam até a mesa e jogaram o objeto, sobre ela.

   Ares emitiu um pequeno sorriso ladino.

   — Cadê a nossa carona? — Perguntou o menino Jackson, parecendo exausto, após toda a excursão.

   — Me sigam, pivetes. — Disse o deus, indo para o estacionamento do restaurante.

   Quando chegaram no local, depararam-se com um grande caminhão. Nele, havia uma placa na parte de trás, escrito algo tipo: CARIDADE INTERNACIONAL: TRANSPORTE HUMANITÁRIO DE ZOOLÓGICO. CUIDADO: ANIMAIS SELVAGENS VIVOS.

   Ares, só poderia estar brincando.

   Foi isso que o quarteto pensou. A final, dois deles, tinham passado por uma missão completa, apenas para conseguirem essa tal "carona segura".

   O senhor da guerra estalou os dedos, fazendo a porta traseira se escancarar.

   — Entrem, ou não. Eu tô pouco me fudendo. Mas daqui a algumas horas, esse caminhão estará no Cassino Lótus, em Vegas. Hermes estará lá, e se fizerem tudo certo, seu motorista o deixaram em Los Angeles. — Lançou sobre Percy, uma mochila. — Aí tem roupas, dinheiro, dracmas para invocar Hermes. Até desejaria boa sorte, mas isso seria uma perda de tempo.

   — Não iremos fracassar. — Exclamou o filho de Poseidon, com ainda mais certeza, do que anteriormente. — E eu já cansei de te ouvir falar isso.

   — Percy... — Tentou avisar Grover.

   — Acha que sabe quem eu sou, mas não sabe. — Falou, enquanto se aproximava do deus. — E se não tomar cuidado... Irá descobrir.

   — É, sabe como é, né? Valeu pelo abuso psicológico, comida e pelo papo. — Começou o sátiro, tentando puxar seu amigo para trás. — E pela carona também, iremos aceitá-la.

   Subiram, lentamente, no caminhão, sentindo o fervoroso olhar do antigo Motorista Fantasma.

   — Bem que você podia arranjar umas toalhas, tá meio sujo aqui dentro... — Pediu Underwood, logo em seguida sendo interrompido pelo estalo de dedos do deus.

   Assim, ambas portas se fecharam.

   — Que merda, isso aqui tá deplorável. — Afirmou Astrid, quando percebeu a quantidade de bichos presentes no ambiente.

   — Se isso nos levar para onde queremos, para mim, está ótimo. — Respondeu Annabeth.

   — Se Ares tiver falado a verdade, né? — O tom sarcástico, estava concentrado em sua fala.
 
   — Ele não falou. Não, completamente. Estava escondendo alguma coisa. — A voz de Grover perambulava entre dúvida e certeza. — Você sabe do que eu estou falando, Nuvenzinha?

   — Que Ares, é um psicopata narcisista? Ou que ele sabe quem roubou o Raio?

   — Ambas questões, mas não só ele... Eu sei quem roubou o Raio Mestre.

   A afirmação confiante do sátiro, impressionou a todos presentes.

   Mas, principalmente, a Astrid LeClark.

   Que estava preocupada, com o que ele diria a seguir.
 

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˚₊‧꒰ა ϟ ໒꒱‧₊˚

   Avisos da autora:

ϟ 001. EAI MEUS BENS???? COMO ESTÃO??? Espero que muito bem, de verdade. Hoje iremos conversar pouquíssimas coisas, surpreendentemente KKKKKKKKKKKKKK

ϟ 002. Em primeiro lugar, COMO ASSIM HOJE NÃO É FERIADO NACIONAL????? Descobri isso após já ter atrasado o capítulo de hoje, e ainda continuo chocada com esse fato kkkkkkkk.

ϟ 003. Segundo, sim, como eu disse nos comunicados, estou terminando de produzir a comemoração de 5k, e postarei assim que estiver pronta. As comemorações acontecerão de 5k em 5k, então logo logo virá a próxima (AMÉM!!!!). E já de aviso, não, vocês não terão que esperar até domingo por elas KKKKKKKKKKKKKK Farei quando eu estiver livre, e quando prontas, serão postadas, sem espera.

ϟ 004. COMO SEMPRE!!!!! Espero que tenham gostado desse capítulo, de verdade. Se possível, deixem aqui o seu feedback do episódio e deixem também sua estrela (o votinho de sempre), porque ambos me motivam muito a continuar a escrever ♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎ Próximo capitulo será lançado DOMINGO ÀS 23H.

Obs: MAIS UM MINI SPOILER PARA CONTA, MEUS BENS!!!!!

Não pensei duas vezes, quando lancei minha adaga na direção do deus.

© paracossmo

˚₊‧꒰ა ϟ ໒꒱‧₊˚
 

 

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