⤷ 𝘊𝘢𝘱𝘪𝘵𝘶𝘭𝘰 𝑰𝑰 - ❝ Boa noite, Princesa de olhos tempestuosos.❞ ϟ
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"Minha mãe sempre me dizia que não deveríamos criar muitas expectativas, porque é melhor sermos surpreendidos, do que decepcionados."
A fala da figura materna ecoava na cabeça do jovem, ao perceber, como as crianças de Hermes eram gentis e prestativas com ele.
Isso foi algo que o chocou. A possibilidade de ter novos amigos - contando Grover, visto que era o único, que possuía -, eram quase nulas, se não fossem.
Por isso que, mesmo com todo o caos que ocorria em sua vida, e toda a confusão presente em sua mente. Percy Jackson, caminhava feliz, ao lado de Luke Castellan, até o exterior do seu novo lar - o chalé 11.
O garoto mais velho, discursava sobre a palavra glória, em grego antigo... Pelo menos, era isso que ele achava. Não estava conseguindo focar na voz do outro, pois seus pensamentos, frequentemente, se desfocavam, para com as coisas ao seu redor. Sua visão, tentava captar os detalhes de cada chalé, enquanto sua mente tentava relevar o que Luke dizia - mesmo que parecesse impossível.
E foi tentando manter sua atenção nele, que algo esbarrou em Perseu.
Ou melhor, alguém.
Antes que pudesse pensar, ou até mesmo tentar desviar, seu corpo é lançado ao chão. Ele solta um grito agudo, reclamando pelo empurrão que recebeu de uma garota. Sua aparência era intimidadora e imponente, ainda mais, quando está sendo vista do chão.
- Para com isso, Clarisse. É o primeiro dia dele, calma aí - Repreendeu Luke, se aproximando dela, para tentar defendê-lo.
- Espera, então, esse é o garoto que matou o minotauro? - Percy, concorda, desviando o olhar. - Não acredito que, LeClark, estava desesperada atrás... disso. - Sua voz saía com uma tonalidade de desgosto, como se o garoto fosse tão inútil, quanto um grão de areia no meio do deserto.
Jackson, não fazia ideia de quem era essa tal "LeClark", porém, se havia alguém - que parecia ser amiga daquela garota, "desesperada" atrás dele, preferia evitar.
O menino ainda não sabia, mas aquela seria a primeira vez, de muitas, que escutaria esse nome.
Sua atenção só voltou para a pessoa em frente a si, quando ela retornou sua fala.
- Olha, se quer chamar atenção por aqui, Persiana. Melhor se preparar, porque nós temos uma cerimônia de iniciação para novatos. - O que falava, não se parecia com uma ameaça, mas sim, com um aviso. Logo em seguida, partiu na sua direção, novamente, na tentativa de assustá-lo.
E conseguiu.
Risadas podiam ser ouvidas, vinda dela e das crianças que a seguiam. Percy, sentiu-se falando com Nancy. Não era possível que aquilo iria se repetir, até mesmo naquele lugar. Ou era? Para a felicidade dele, o grupinho de idiotas, se retirou, indo até um dos chalés próximos.
- Muito legal ela, né? - Comentou ironizando o acontecimento anterior. Já estava acostumado a passar por aquilo, então, acabava não sendo afetado - pelo menos, não tanto quanto era antes.
- Filhos de Ares, é a característica deles.
- Por que não mexeram com você?
- São espertos.
- Luke é o espadachim mais forte do acampamento. - Interrompeu um garoto de Hermes, chamado Chris. - Isso, claro, se desconsiderarmos as adagas de Astrid. - Percy não entendeu, quando viu, o garoto que falava, lançar um sorriso malicioso em direção a Castellan. E entendeu muito menos, quem era "Astrid". A confusão era evidente, em seu rosto.
- Não o escute, Percy, ele não sabe do que está falando. - O olhar, minimamente, raivoso era notório, até mesmo para o novato. - Chris, só está dizendo esse tipo de coisa para me irritar.
- Se ele fica irritado com a verdade... - Cochichou para o caçula, logo soltando uma pequena risada.
Porém, essa conversa paralela, só deixou a mente do mais novo em desordem. Agora, havia milhares de perguntas em sua mente, duas pessoas desconhecidas, e um objetivo.
- Então... Eles te deixam em paz por causa da glória? - Recebeu um pequeno aceno como resposta. - Isso quer dizer que, se eu conseguir glória, Clarisse, não mexe comigo?
- Exatamente.
- E, LeClark, vai parar de me perseguir? - Assim, que sua pergunta terminou de ser pronunciada, recebeu olhares confusos de todos ao seu redor. Enquanto, o menino em sua frente possuía uma face chocada e desconfiada.
- Do que você está falando? Ela já conversou contigo? Vocês se conheceram? - A enxurrada de perguntas vinda de Luke, fez o garoto estranhar.
Castellan, na verdade, estava apreensivo, por conta da aposta. Jurava ter tomado frente, ao acordar super cedo e ficar esperando o outro levantar. Era impossível que Astrid, tivesse o conhecido. Exceto, o fato, dele saber que, nada é impossível, quando se tratava da Tempestade.
- Clarisse disse que ela estava desesperada atrás de mim. LeClark, é mais uma das filhas de Ares?
- Não, ela é filha de alguém pior. Não chegue perto dela, é perversa, manipuladora e cruel. - Sua voz soava ameaçadora e também raivosa. Era uma pena, que o menor não soubesse que tudo aquilo, era uma farsa.
Bem... Era?
Os olhos de Percy, se arregalaram, encarando-o preocupado. Ele deveria ter medo por uma criatura como essa, estar atrás dele? Provavelmente.
De repente, quebrando o clima colocado segundos antes, uma risada alta foi ouvida. Fazendo o novato direcionar o olhar para Chris, que segurava a barriga com a mão, inclinando seu corpo para frente. Parecia que o garoto, havia escutado algo muito engraçado, porque seu gargalhar não tinha fim.
Não até que, Luke, o deu um tapa nas costas. Não saberia dizer se era brincadeira, ou não. Mas, pela pressão e força colocada, Jackson, só poderia deduzir que aquilo era sério.
- Mais alguma pergunta, Percy? - Castellan, direcionou sua face para o caçula, ignorando o garoto que agora reclamava da forte dor em suas costas, e como aquilo ficaria vermelho.
- Se eu tiver glória... Vai ficar difícil para o meu pai fingir que eu não existo, né? - Aquela pergunta em específico atraiu a atenção total de Luke.
Ótimo. Era ótimo, para ele, que o menino pensasse dessa maneira.
- Talvez... - Seus pensamentos, estavam focados em algo além do presente momento. Algo do futuro, porém... Mal sabia ele que seria bem próximo.
- Então tá, por onde começamos?
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Sabe o quão frustante é testar milhares de coisas, e descobrir que você é péssimo, em todas elas?
Pois bem, era exatamente assim que o menino se sentia.
Já tinham tentado: arco e flecha, em que quase acertou um campista; forjaria, incendiou parte do chalé nove; e cuidados médicos, melhor vocês não saberem o que aconteceu com seu "paciente".
Se sentindo um inútil, fizeram o último teste.
Luta.
A primeira vez que Percy, havia, se quer, tocado em uma espada, aconteceu, no máximo, três dias atrás.
Então, como podiam esperar que ele fosse bom? Era óbvio que perderia.
E foi, exatamente, isso que aconteceu.
Por isso que, agora, ambos garotos voltavam para o chalé, se sentindo, um pouco - da parte de Castellan - decepcionados.
- Sabe, nem sempre dá certo de primeira. As vezes você precisa se tornar bom em algo para ser determinado. - Afirmou o conselheiro do chalé onze, enquanto tentava, claramente, aliviar o mal humor presente em Jackson.
- E como eu sei o que tenho que aprender? Meu pai quer que eu brinque de adivinha? Não sou o Gênio de Aladim. - Afirmou, já irritado com toda a situação.
- Não fique fissurado nisso. Se pensar demais sobre o assunto, vai acabar enlouquecendo. E nenhum deus, vai proclamar um maluco, como filho, P...
Luke parou sua fala abruptamente, travando seus pés no chão. Ele havia, simplesmente, paralisado no local. Fazendo, Percy, o encarar confuso. Ele seguiu o olhar do garoto mais velho, encontrando três pessoas conversando.
Uma menina e dois meninos, extremamente, parecidos - seriam, praticamente, iguais, se não fosse pela óbvia diferença de altura.
Jackson, continuava sem entender o porquê, Castellan, parecia tão perturbado com aquela cena. Quando percebeu que a pessoa ao seu lado começou a caminhar em direção ao trio. Apenas o seguiu atrás, sem ter o que fazer.
Um dos meninos da tríade disse algo, depois começou a circular a garota, ficando atrás dela.
Nessa hora, Percy e Luke, estavam perto o suficiente para ouvir a pergunta feita pelo garoto.
- Temos informações que te interessam, Tempestade?
O caçula podia jurar ter escutado um forte e profundo suspiro vindo do menino ao seu lado. Quase como, se tivesse, tentando manter seu autocontrole. Mas antes que ele, se quer, notasse a cara fechada, que durou milissegundos, um sorriso apareceu na face do mais velho.
Um sorriso assustador.
- "Tempestade", Stoll? - A voz oscilava entre a suavidade forçada e acusação. Tendo um toque de autoridade, que tentava afirmar controle sobre a situação, mesmo que fosse apenas algo ilusório.
Parecendo que recebeu um choque automático. Travis, saiu do ombro de Astrid, possuindo uma cara de espanto e um olhar vidrado direcionado a Luke. Ambos abriram a boca, na tentativa de falarem algo. Mas foram interrompidos pela menina ao lado. Essa que sorria docemente, para Percy.
Ela tinha o encontrado. Não diretamente, mas tinha.
Com toda a confusão da cena, o caçula não tinha tido tempo de admirá-la.
Com longos cabelos que, fluíam como a escuridão, suavemente ondulante. Sua pele pálida parecia um contraste hipnotizante, juntamente de seus olhos negros amendoados, que transmitiam a determinação de quem possui o brilho divino.
Astrid, irradiava o orgulho de uma descendente de Zeus - não que Percy, soubesse disso -, sua presença era dominante, como se fosse feita pelas próprias tempestades - o que combinava com o seu apelido.
Os lábios da mesma subiram em um gesto gentil, ao seu olhar encontrar com o do menor. Fazendo ele se perguntar se ela era uma das filhas de Afrodite que Luke havia citado, anteriormente.
Mas, imediatamente, para contrariar os pensamentos de Jackson. Ela se apresenta.
- Muito prazer, Perseu, me chamo Astrid LeClark. Mas sinta-se a vontade para me chamar de Ash, caso queira. - Seu sorriso era amigável, enquanto ela estendia a mão direita para comprimentá-lo.
Dizer que Percy, estava chocado, seria eufemismo.
Primeiro. Como assim Astrid e LeClark eram a mesma pessoa?
E segundo. Como aquela pessoa que, Castellan, descreveu como uma bruxa má de um filme infantil, parecia ser tão simpática e encantadora?
- Você está tentando me manipular? - Perguntou o loiro, encarando a menina com dúvida e desconfiança.
- É o que? - Sua resposta parecia muito mais genuína que o normal. O sorriso saiu da face, e a mão antes estendida desceu para a lateral do corpo.
Só com esse movimento que, Percy, notou o metal prateado entrelaçado em seu braço. Não saberia dizer onde começava, pois a ponta superior estava escondida dentro da blusa laranja, que a menina vestia. Porém, percebeu, que a estrutura contornava toda a extensão, até sua palma. Possuía pequenos cristais azuis, que brilhavam com o Sol do fim da tarde. Enquanto pequenos arabescos metálicos decoravam a peça.
Que tipo de acessório estranho era aquele? Nunca havia visto ninguém o utilizando. Exceto, se fosse contar, os desfiles estranhos de moda que passavam na TV.
- Não é nada demais. - Comentou a garota, notando o que ele estava observando. Foi assim, que trouxe a atenção dele de volta para o que falava. - E então, será que pode me responder o porquê eu estaria te manipulando? - Por mais que tentasse esconder, a voz da garota, tinha um fundo de irritação.
O que era compreensível. Quem gosta de ser chamado de manipulador, sem ao menos ter feito algo?
- Ele disse que... - O olhar de ambos foi direcionado a Luke, que estava com uma das mãos presas na camisa do "gêmeo" mais alto. Eles estavam conversando sobre algo em sussurros, fazendo com que, nenhum dos outros dois conseguisse ouvi-los.
- Conversamos mais tarde, Travis. - Disse, após perceber os olhares em si. Assim que solto, Travis segurou a mão de Connor e saiu correndo de lá, sem, ao menos, olhar para trás.
Já sabia que estava fudido o suficiente, quando a hora chegasse.
O olhar de Castellan, voltou para a dupla restante, um sorriso amigável aparecendo em seu rosto. O que era, totalmente, contraditório a expressão em seu rosto, anteriormente.
- Você, realmente, me chamou de manipuladora, de novo, Herói? - A voz de Astrid soava mais irritada que o normal, até mesmo, direcionada a ele.
- Não é como se eu tivesse mentido. - Rebateu de maneira brincalhona.
- Claro claro, VOCÊ quem engana essas pobres criancinhas, e EU sou a manipuladora? Tá certo, sua inteligência me surpreende cada dia mais.
Percy Jackson, não fazia ideia do que caralhos estava acontecendo. Duas pessoas, muito mais velhas que ele, haviam começado a brigar, do nada.
- Hmm, é melhor eu ir embora, tenho algumas coisas para arrumar e...
- NÃO! - O caçula fora cortado em uníssomo.
- Perdão por essa cena, pequeno. Herói, só está irritado, pois sabe que, no fim, você vai vir pro time vermelho. - A voz dela era orgulhosa, soando como se já tivesse vencido.
E, de novo, Jackson, só ficava cada vez mais confuso.
- Tá bom, ele não vai, nem pensar. - Afirmou Luke, com certeza.
- Não vou? - Perguntou Percy, enquanto seu olhar variava de um ao outro.
Bem... Ele não se importaria de ficar no time de uma garota bonita, que ainda era uma das melhores espadachins.
- Você quer ficar no mesmo time que Clarisse?
- Definitivamente não. - A resposta do menino foi automática, fazendo com que, o sorriso confiante de Astrid caísse, e reinasse na boca de Luke. - Desculpe-me Ash, mas nem morto.
- Tem mais chances de você morrer, no time oposto ao dela. MAS, se essa é a sua decisão... - Deixou sua fala permanecer no ar, como se não estivesse, indiretamente, acabado de ameaçar uma criança de 12 anos.
Antes que Percy pudesse, se quer, tentar mudar sua própria opinião. Um barulho alto soou.
Um sino.
- Essa é a minha deixa. Tchau meninos. Perseu, te desejo boa sorte amanhã.
- Percy... - Ele tentou corrigi-la, mas a mesma já estava longe demais.
- Eu te disse. Manipuladora, perversa e cruel. - Falou Luke, dando ênfase em cada uma das palavras.
- Para Raios, vem sentar aqui. - Ordenou Clarisse assim que, Astrid, chegou no pavilhão.
A garota ainda estava estressada pelo evento anterior. Se tinha algo que a irritava, era perder. Nunca fora uma boa perdedora, e não começaria a ser agora.
Com sua bandeija em mãos caminhou até a nona mesa, com passos duros e apressados, algo que era incomum, vindo da mesma.
Normalmente, nenhum campista é permitido a se sentar nas mesas de outros chalés. Porém, em uma conversa com Quíron - quando ela era menor -, ele a concedeu esse benefício.
Sempre que iriam se alimentar, recordava de como havia ficado feliz nesse dia.
Não teria que comer sozinha. Nunca mais.
Foi a primeira vez que se sentou em uma mesa, com diversas crianças, e comeu. Provavelmente, aquele era um dos seus dias preferidos no acampamento.
Pode parecer algo besta, mas importava muito para ela. Aquilo permitiu que começasse a se sentir pertencente em algum lugar.
Mesmo sabendo que isso jamais seria verdade.
- Sabe, Zangado, falar um "por favor", não cairia a sua língua. - A brincadeira saiu mais como uma repreensão. Fazendo com que Clarisse a olhasse estranhando. Mesmo quando brigava com alguém, LeClark, tentava fazer algum tipo de piadinha, ou levar para o lado sarcástico. Mas nenhuma das opções se encaixavam em sua fala.
- Que bicho te mordeu? - Perguntou La Rue, querendo entender o porquê a colega parecia tão mal humorada.
Astrid direcionou seu rosto, até duas mesas na frente da delas, encontrando as faces de Castellan e Percy. Se um olhar pudesse matar, Luke e Jackson, estariam no fundo do Tártaro, nesse exato momento.
- Nem fudendo. Você tá puta, porque perdeu. - Afirmou, enquanto começava a rir da cara da mais velha. Que a lançou raiva e rancor, genuíno.
- Cala a boca, Clarisse, eu não perdi. - Começou seu discurso, encarando o próprio prato. Ela estava muito ansiosa recentemente, o sentimento de que o pior estava chegando, não a permitia sentir fome. - Eu ainda tenho mais pessoas, ainda estou vencendo.
- Na verd... - Tomás tentou falar, um garoto alguns anos mais novo que Astrid, cujo a personalidade era, surpreendentemente, calma para um filho de Ares.
- Nem pense em terminar isso, pirralho. - Defendeu, La Rue. Gostava de brincar com LeClark, em situações assim, mas sabia diferenciar quando a garota estava bem com isso, e quando não estava.
E pelo jeito que ela brincava com a comida, sem ao menos enfiá-la na boca, a resposta era óbvia.
- Todo mundo sabe que você vai vencer, docinho. - Disse, dando de ombros. Esse pequeno incentivo, fez o olhar de Astrid encontrar o dela.
Clarisse, conhece Ash, desde que chegou no acampamento. Para a sua sorte, tinha sido ela que a apresentou todo o local. Não se deram bem de início, porém, após uma partida de "Capture a Bandeira", perceberam que eram uma boa dupla. Desde então, ambas nutrem uma "união estável" - para não chamar de amizade.
- Não deixa a idiotice dele, subir até a sua cabeça. - Prensou um dedo na testa da mais velha, a empurrando para trás. Esse ato, permitiu com que um sorriso carinhoso aparece nos lábios da filha de Zeus.
- Ownn, a gracinha, acabou de admitir que me acha incrível, foi isso que eu entendi? - Comentou, voltando ao seu estado brincalhão. Era óbvio que ainda estava forçando a brincadeira a sair de seus lábios, mas era melhor do que ficar demonstrando estar chateada.
- Não disse nada disso, para de colocar palavras na minha boca. Por isso, não tento ser empática, viu? Olha o que acontece... - Clarisse começou a falar sem parar, sobre empatia, pessoas emocionadas e sentimentos. Era uma cena muito engraçada, que fez Astrid rir, genuinamente.
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- Como alguém assim, pode der perversa e cruel? - Perguntou Percy, enquanto encarava a garota a mesas de distância
- O que? Quem é perversa e cruel? - Travis, intrometeu-se na conversa, enquanto tentava conseguir alguma nova fofoca para usar como moeda de troca.
Jackson, direcionou seu olhar para a face dele, seu olho, agora com um hematoma vermelho - que, obviamente, ficará roxo -, brilhando em curiosidade.
Como ninguém estava comentando sobre o machucado do Stoll, ele preferiu não perguntar também, mesmo que estivesse se corroendo de vontade.
- Astrid LeClark. - Novamente, assim que o nome foi pronunciado, Travis caiu na gargalhada, direcionando o olhar para Chris.
- Você tava certo, cara. É muito bom ouvir ele acreditando nisso. - Estendeu a mão e entregou duas moedas para o outro.
- Será que vocês podem parar de falar sobre ela? - Luke já estava, surpreendentemente, cansado de toda aquela história.
- Vamos parar pessoal, porque o nosso, queridíssimo, conselheiro, não aguenta mais ouvir sobre a namorada, que não quer ele. - Disse Chris, na tentativa de implicar com seu amigo. E conseguiu.
- Espera... ASTRID, É SUA NAMORADA? - Percy diz em alto e bom tom, completamente chocado com a informação que acabara de ter recebido.
Silêncio.
Em todos os seus anos no acampamento. Herói, nunca ouvira o pavimento alimentar ficar em silêncio.
Aquela, era a primeira vez.
Uma explosão de risadas foi ouvida de todo o chalé onze. Enquanto Luke, mantinha uma fachada indignada.
- É claro que não... - Começou a frase, logo sendo interrompido.
- Eu tenho bom gosto, Perseu. - Um grito foi escutado de uma mesa distante. Era Astrid.
O rosto irritadiço de Luke, de repente, transformou-se em um brincalhão.
- Tem certeza disso, Tempestade? Porque até onde eu sei, não sou eu que fico observando os outros, enquanto eles treinam.
Uma remessa de uivos podia ser ouvido, alguns positivos e outros não.
- Disse a pessoa que não aguenta ficar comigo, sem se distrair... Qual é, herói, precisa que eu reprise a última vez? - Sua voz soava quase maldosa.
A garota sabia, exatamente, o que fazia. Ela começara uma briga entre linhas.
- Aé? O que você acha da minha cicatriz, mesmo? - Induziu um assunto que apenas eles sabiam.
- Horripilante. - O sorriso da mesma se expandiu, o seu padrão. Aquele maroto, recheado de orgulho e glória.
- Penso o mesmo dos seus olhos. - A menina, imediatamente, começou a rir. Ele havia pego pesado. A memória de uma de suas noites secretas, foi recebida com borboletas no estômago.
- Você me causa pesadelos, Herói.
- Digo o mesmo, Tempestade.
E essa briga durou, durou e durou. Até que o sino das preces tocasse.
Ele estava chocado.
Percy, havia acabado de encharcar três pessoas, com o "poder da mente". E, para piorar, descobriu que, LeClark, não era a única que o perseguia.
Sinceramente, ele só queria deitar na "cama" e descansar. Mesmo sabendo que amanhã acordaria com dores pelo corpo, por conta da falta de conforto.
Assim, saiu do banheiro, após Annabeth já ter voltado para a sua cabana, decidiu fazer o mesmo.
Enquanto, caminhava em direção ao chalé onze, encontrou Luke, saindo do mesmo. Iria chamá-lo, para contar o que ocorreu. Mas antes que pudesse pronunciar qualquer palavra. Castellan, começou a caminhar para o lado contrário em que ele se encontrava.
Observando, notou um mini palácio. Ele já tinha o visto e analisado por muito tempo, anteriormente.
Chalé um, o lar dos filhos e filhas de Zeus.
Por fora, era o maior e mais magnífico entre todos. As portas de bronze polido cintilavam como um holograma, de tal modo que, vistas de ângulos diferentes, raios pareciam atravessá-las. Uma águia metalizada no topo, parecendo que observava tudo e todos. Os tijolos de mármore branco brilhavam com a luz da lua, se assemelhando muito a maneira como o Olimpo era descrito nos mitos.
E, por último, Luke Castellan, que estava parado em frente as enormes portas, como se esperasse por alguém.
Percy, até pensou em entrar de uma vez na casa de Hermes, ignorando o chamado de sua curiosidade. Mas, não conseguiu, esperou até que algo acontecesse.
E foi quando ele a viu...
Astrid LeClark, havia acabado de aparecer em sua visão. Utilizando um conjunto de pijama azul, que possuía pequenas estrelas por toda sua extensão. Ela parecia, surpreendentemente, serena, porém tinha um olhar cansado. Seu cabelo não estava impecável como antes, e não utilizava mais aquele enorme acessório.
O casal se encarava, tentando decidir quem iria ceder primeiro.
Era notório, pela maneira como se olhavam que havia algo que só eles sabiam. Parecia que estavam em um mundinho particular, um espaço íntimo onde palavras são desnecessárias. Havia uma suavidade, como se ambos compartilhassem segredos silenciosos, entendendo-se mesmo sem dizer uma palavra.
Quando, Percy, viu Luke dar um passo a frente, e Ash, inclinar-se até o batente da porta, permitindo sua passagem.
Na visão do garotinho, aquilo parecia um ato muito amistoso, extremamente, diferente dos momentos que ele havia presenciado mais cedo.
Aparentava ser tudo tão pacífico, confortável, e ele até se arriscava dizer que, podia ser amoroso. Como se fossem um casal proibido e tivessem que se amar no segredo da noite.
O brilho nos olhos de ambos, denunciava a chama da paixão entre eles, criando uma atmosfera calorosa e envolvente.
Observando aquela cena, Percy tinha certeza de uma coisa. Se ele tivesse que descrever o que estava vendo, resumiria em uma das histórias que sua mãe lhe contava: Eros & Psique
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Play: That Way - Tate McRae
Luke, nem esperou, apenas entrando no chalé. Ele já o conhecia muito bem, não era sua primeira noite ali, e, também, não seria a última.
Foi, logo, deitando na cama que sabia pertencer a garota. Enquanto a esperava olhar pela porta.
Era quase um procedimento padrão entre ambos. Ele entraria primeiro e já se ajeitaria na cama, durante isso, ela observava se alguém o viu entrar - não que ambos, verdadeiramente, ligassem para isso.
Quando a menina voltou para a área de seu quarto, foi recebida com a visão do Herói, sentado em sua cama, como se ela o pertencesse. Seus braços estavam cruzados e a encarava sério.
- O garoto novo estava te observando entrar aqui. Provavelmente, vai te perguntar sobre isso, amanhã. - Sua fala foi respondida por apenas um resmungo, a fazendo o encarar, enquanto apoiava-se na estátua de seu pai - que possuía a cabeça tampada por um longo tecido. - O que houve, Herói? - Sua pergunta saíra de tonalidade serena, pedindo uma resposta descente - mas não exigindo, como costumava fazer.
- Três dias. - Ele respondeu, e havia sido o suficiente para, a filha do deus do céu, entender. Mesmo assim, inclinou a cabeça, o indicando que era para continuar falando. - Três dias que ando tendo pesadelos, Tempestade.
Os barulhos de raios e trovões, estavam baixos, acompanhando a calmaria que Astrid encontrava-se.
- Não é minha culpa. - Afirmou, sem hesitar. Porém, sua resposta fez o garoto dar uma risada de escárnio, como se estivesse tirando sarro do que tinha sido dito.
- Tem certeza? - Luke a encarou, um tanto quanto magoado por ela não admitir seu erro. - Você não precisava ter ido festejar com as crianças de Afrodite. Ninguém te obrigou.
- Não precisava, mas fui. - Respondeu no mesmo tom que ele, em uma irritação crescente. Os sons naturais ao redor aumentaram, parecendo que uma chuva estava prestes a cair.
- Exatamente, você foi. Mesmo depois de ter me prometido que estaria aqui, depois de ter me dito que era para eu aparecer quando precisasse. Mesmo assim, você foi. - Seu olhar foi voltado para as suas mãos.
- Eu ainda não consigo prever os seus sentimentos, Herói. - O apelido, agora se tornava quase uma ofensa, sendo deixada pela boca da garota
- Isso é nítido, Tempestade. - Luke a fitou novamente, seus olhos pareciam doloridos, e isso fez Astrid recuar.
- O que houve, Herói? - Refez a pergunta, porém, dessa vez, havia receio, como se estivesse com medo da resposta que receberia.
O garoto abria e fechava a boca tentando formular algum som, mas nada além de resmungos saíam.
Vendo essa cena, a preocupação de, LeClark, aumentou. Assim, aproximou-se dele.
Eles, agora, se encaravam. Herói, sentado em sua cama, enquanto Tempestade, em pé, de frente a si.
Astrid, começou a acariciar os cachos do garoto, suavemente, parecendo ter receio de feri-lo, mais do que já aparentava estar. Os dedos da garota, deslizavam pelos fios do menino, criando um laço silencioso entre eles. Lentamente, Luke, inclinou a cabeça até as mãos, buscando aprofundar o toque.
Enquanto seus cabelos eram afagados, Castellan, experimentava uma onda de tranquilidade, como se todas as preocupações e inseguranças desaparecessem - pelo menos, momentaneamente. A ternura nos gestos, criava um refúgio temporário, um momento de puro conforto no meio do mundo agitado ao seu redor.
Ele sentia falta daquilo, daquele conforto, daquela paz. Ele sentia falta dela.
Naquele instante, não havia pressa, medo ou incerteza. Havia apenas a conexão silenciosa entre ambos, uma conexão entre dois semideuses amaldiçoados, duas pessoas condenadas a desgraça.
Notando que a respiração dele, parecia ter sido controlada. Astrid, se atreve a perguntar.
- Você sonhou com sua mãe? - Indiretamente, já sabia a resposta da sua própria pergunta. Porque havia sido o mesmo com ela.
Por mais que conseguisse fingir e enganar a todos. LeClark, não poderia enganar a si própria, sabia o que ele estava passando, pois passava pela mesma coisa.
Os pesadelos de sua mãe, começaram a assombrar, até mesmo quando acordada.
Luke, levantou a face, a encarando. Em seu olhar havia medo, preocupação e, no fundo, compaixão. Era quase uma réplica perfeita da maneira como ela o olhava.
Astrid, desceu as mãos de seus cachos, até seu rosto, o segurando de forma suave e delicada.
Um olhar de entendimento passou pelas feições de Luke.
- Por isso você foi para a festa. - Sua fala não passava de um sussurro em meio aos trovões que pareciam aumentar cada vez mais.
- Me desculpa... - Ela começou, desviando os olhos do dele. - Eu sei que te prometi, mas... Acho que precisava... É só que... - Mesmo tentando formular o que sentia, nada parecia sair. Sempre teve um bloqueio nesse quesito. Porém, Luke, já sabia disso e entendia o que queria dizer.
- Você não me deve uma explicação, Tempestade. Eu sinto muito. - Seu olhar era compreensivo, a final, ele entendia melhor do que ninguém o que ela passava
Ficaram alguns minutos se encarando, em uma troca afetuosa que transcendia palavras.
- Sabe... A cama ainda é sua... - Comentou em um tom um tanto quanto brincalhão, depois do silêncio confortável que presenciavam.
Com uma risada genuína, Astrid deitou-se.
Ser filha de Zeus, era uma maldição. Exceto pelo conforto do chalé. A cama de casal com lençóis macios, acomodava os dois, tranquilamente.
Deitados lado a lado, agora olhando para as nuvens de chuva, presentes no teto acima de si.
Quando Luke soltou uma risada infantil, fazendo a garota virar-se para encará-lo, esperando por uma resposta.
- Você disse que a minha cicatriz era o que mesmo? Horripilante? - Seu tom era suave e divertido, quando virou-se para encará-la de volta.
- A mesma coisa dos meus olhos, não? - Respondeu replicando a tonalidade de voz. - Para um filho de Hermes, você mente muito mal, Herói.
- Queria poder dizer algo parecido. Mas é igualzinha ao seu pai, Tempestade. - Ele falava de um jeito tão teatral que chegava a ser engraçado. Por isso, Ash, não aguentou, caindo na risada diante a baboseira que havia escutado. - Por que está rindo? Estou falando sério. - Aproximou-se dela o suficiente para tocar seu rosto. - Olhe só essa belíssima barba branca, deveria tentar se fantasiar de Papai Noel no Halloween. Aposto que ficaria idêntico.
Astrid não conseguia fazer outra coisa, se não rir. Era nesses momentos, que ela percebia como Luke poderia ser alguém, muito mais interessante, do que mostrava aos outros.
Nesses momentos, onde só existia a Tempestade e seu Herói.
E, também, era nessa situação, em que ela caia em uma gargalhada encantadora, que, Castellan, usava para admirá-la de perto.
Luke, poderia jurar que ela possuía alguma ligação com Afrodite, em sua árvore genealógica, porque não era possível alguém com um jeito tão encantador ser filha do demônio do céu. Seu coração batia mais rápido em sua presença, enquanto cada detalhe, desde as ondulações de seus cabelos até a intensidade de seus olhos, fosse gravado em sua alma como uma obra-prima divina.
- Princesa de olhos tempestuosos... - Ela comentou, relembrando do apelido que uma vez a foi dado.
A mente de Castellan, saiu do mundinho de admiração, indo para o momento presencial. Seus olhos se expandiram quando ouviu o que havia sido dito.
- Não repete isso, é vergonhoso. - Ele a respondeu, enquanto beliscava sua bochecha.
- Eu gosto...
Parou de beliscá-la, permanecendo, total atenção em seus olhos. As pequenas tempestades, cujo ele era apaixonado.
- Você gosta de qualquer coisa que me envergonhe.
- Olha só, finalmente o Herói, falou algo inteligente. - Sua voz soava em um falso choque, claramente, brincando com ele. Ia brincar mais um pouco com a cara do menino, quando foi interrompida por um bocejo.
- Acho melhor dormimos, já passou da sua hora de sono, criança. - Gostava de perturbá-la, com o fato de ser mais velho, mesmo que fosse, apenas, por um mês.
- O horário da soneca no asilo... - Foi impedida novamente, pelo mesmo motivo. Isso fez Luke cair numa gargalhada adorável.
- Como eu disse... Vai dormir, Tempestade. - Esticou um dos braços para que ela deitasse sobre ele, e assim foi feito.
- Boa noite, Herói. - Disse, enquanto se aconchegava, fechando os olhos.
- Boa noite, Princesa de olhos tempestuosos. - Respondeu depois que percebeu que a mesma havia caído em sono profundo, logo em seguida a dando um beijo na testa. - Durma bem.
Luke, então, adormeceu. Com uma memória de muitas anos atrás, aparecendo em seus sonhos.
- Seus olhos me lembram uma tempestade... Combina com você. - A garota deitada, sorriu com o elogio genuíno. - Talvez seja isso que te deixe tão bonita... Princesa de olhos tempestuosos. - A mão dele traçava o rosto da garota com delicadeza, especialmente a área que ele falava.
Ambos estavam na enfermaria, e o menino possuía ambrosia em seu sangue, o que, pela quantidade que tomara, um pouco maior do que a padrão, fazia com que ele falasse sem pensar antes. Dizendo tudo aquilo que seu coração queria falar.
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Avisos da autora:
ϟ 001. BENSS OIIIIII, TUDO BEM???? PORQUE EU ESTOU, inclusive, ESTOU MUITO FELIZ TAMBÉM, POIS BATEMOS 1K AQUI AAAAAAAAAAA!!!!!! 💞💞💞
ϟ 002. Obrigada por estarem lendo isso, espero que vocês tenham gostado da leitura. Se possível, me deixem um feedback do capítulo. Também, comentem e votem, fazendo o favor 🌷💕
ϟ 003. O próximo episódio mostrará o FAMOSO e AMADO "CAPTURE A BANDEIRA", não preciso nem dizer o quanto eu ADORO esse jogo, né? KKKKKKKKKK. Dica: se preparem, porque vai ser bomba atrás de bomba.
ϟ 004. Segui a minha promessa e trouxe casal fofo para vocês, nesse queridíssimo VALENTINE'S DAY, mas sinto lhe dizer que nem tudo que é bom dura para sempre------ KKKKKKKKKK
ϟ 005. Caso não tenha ficado claro a trope da fic ainda, é um "Lovers to enemies to lovers", pois acho que o Enemies fica mais forte se eles já tiverem se amado antes <33
ϟ 006. Acredito que esses sejam todos os avisos de hoje, meus amores. Novamente, espero que vocês tenham gostado. E VEJO VOCÊS DOMINGO ÁS 22H!!!!!!!!!!!!!!
OBS: Como sempre, preparados para o mini spoiler? Você deveria ter escolhido o jeito fácil.
© paracossmo
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