V

O conselho galang, apesar de não aprovar o que seu principal sábio havia realizado no passado, quebrando todas as regras de conduta e se envolvendo com os seres que eles consideravam inferiores, não tiveram outra escolha a não ser buscar seu conhecimento, para enfrentar o vírus vermelho.

— Por que ele nos ajudaria? — questionaram entre si — Nós o banimos por anos...

Isso era verdade!

O mago de luz teve que viver afastado de seu povo por muito tempo, onde aproveitou para ampliar ainda mais seu conhecimento. Apesar disso, ele não sentia nenhuma mágoa em seu coração, pois sabia que tudo aquilo que era desconhecido, assustava os seres e os fazia agir de forma irracional.

Quando no final da tarde eles o procuraram, o sábio já os aguardava na porta de sua casa simples, uma das mais humildes de toda Amitarrit.

Antes que qualquer um do conselho se manifestasse, Miriandant falou.

— O ar que chega aos nossos muros está envenenado. Fizeram bem em criar os escudos mágicos. Por quanto tempo ainda podemos mantê-los?

O líder do conselho era Derivanont, irmão mais velho do mago da luz.

— Apenas por alguns dias. A nossa magia enfraquece a cada instante um pouco mais.

— Então não temos tempo a perder. Vou precisar da ajuda de nossos mais poderosos magos, pois preciso ser transportado para a superfície, já que não posso voar até lá sem ser contaminado.

— Para onde precisa ir, irmão Miriandant?

— Para o único lugar onde a vida pode ser recriada. O vale das sombras...

O conselho se esqueceu da presença do sábio por algum tempo e discutiu a questão, chegando a uma conclusão, da qual novamente Derivanont foi o porta-voz.

— Não concordamos com seus planos, mas não temos escolha e vamos ajudar no que pudermos.

— Ótimo, meu velho irmão — Miriandant retirou um pergaminho de dentro da túnica e entregou para ele — Estes são os magos que eu preciso.

Algumas horas depois o sábio e os magos recrutados, junto ao conselho e outros moradores curiosos, se reuniram no centro da ilha flutuante.

Antes de seguir para o meio da roda formada pelos magos, Derivanont segurou o sábio.

— Boa sorte, irmão!

Miriandant sorriu.

— Pretendo voltar logo, fique tranquilo.

Seguiu com seu cajado e cochichou para cada um dos magos qual era a magia que deveriam usar, depois ficou no centro deles.

— Ao meu sinal, conectem as suas mentes à minha e eu mostrarei o caminho.

Miriandant ergueu seu cajado e da ponta um brilho azulado surgiu. Ele abaixou a cabeça e com o auxílio dos magos, a luz desceu e o cobriu por inteiro, até que ele evaporou na frente de todos, restando apenas uma sombra azulada que se desfez, voando para todos os lados, pois era formada de minúsculas e belas borboletas azuis.

Derivanont se emocionou com a beleza daquela magia e, naquele momento, acreditou que o irmão salvaria a todos.

478 palavras.

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