16 | 열여섯 번째 장

Oi leitor :)
Sejam bem-vindos ao 16° cap.
Fico feliz em te ver por aqui.
Preparem o coração, e boa leitura!

#azuldameianoite

⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀

- JEON JUNGKOOK -

Eu acordei primeiro e, pela maneira como ele estava esparramado na cama, sabia que ele ainda dormia profundamente. O relógio marcava 7h da manhã, então aproveitei o tempo extra para malhar, já que fazia dias que eu não praticava nenhum exercício.

Enquanto corria na esteira e começava a suar, reduzi o ritmo para uma caminhada e liguei para minha secretária.

— Olá, bom dia, Sr. Jeon.

— Bom dia, Hanni. Peça para prepararem a lancha no porto de Incheon. Vou usá-la após as 9h.

— Precisará de um piloto?

— Não.

— Ok, providenciarei tudo.

Desligamos a chamada, e depois de mais uma hora alternando entre cardio e musculação, terminei meu treino.

Voltei para o quarto e vi que ele ainda estava dormindo profundamente. Me aproximei para conferir sua respiração, e nesse momento, ele deu um pulo.

— Porra, que susto! — falei alto.

Ele riu ao perceber que realmente me assustou.

— Você me paga, moleque.

— Foi mal — ele continuou rindo. — Não dava pra perder essa chance.

— Me aguarde.

Ele se sentou na cama e fez um bico, pedindo um beijo. Segurei seu rosto e me inclinei, beijando seus lábios doces.

— Por que não me chamou para treinar com você?

— Porque não quero que você se canse antes de sairmos. Vou tomar um banho, então vá pegar suas coisas. Nós já vamos.

— Tá. Pode pelo menos dizer para onde vamos?

— Não. Leve roupas de banho.

— Hmm, já sei, vamos para a praia.

— Mais ou menos isso.

Apesar da curiosidade, ele foi para o quarto dele e preparou uma mochila. Sem perder tempo, colocamos tudo em um dos meus carros e seguimos em direção a Incheon, que fica a uns trinta minutos de Seul.

No caminho, paramos para comprar algumas comidas e bebidas, o que deixou ele ainda mais curioso. Especialmente porque só comprei refrigerante e água; afinal, ele não pode beber. Eu posso, mas sei que se ele me visse bebendo, seria difícil convencer ele a não beber. Ele é quem sempre me convence.

Ele começou a revirar as sacolas e me olhou, abrindo as mãos em um gesto de indignação.

— Cadê as garrafas de soju?

— Piada a essa hora, moleque?

— E qual a piada?

— Você só vai voltar a beber quando terminar o tratamento. E espero não ficar sabendo que você bebeu, esteja com quem estiver.

Ele revirou os olhos e olhou pela janela.

— Que cara chato.

— Pode xingar, não tô nem aí. Você não vai beber.

Mesmo resmungando, ele não questionou mais.

🫐

Quando estacionamos no porto, o humor dele mudou. Enquanto eu pegava nossas coisas, ele olhava curioso para todas as embarcações paradas, a maioria delas de luxo.

— Uau, vamos andar de iate?

— Quase isso, vamos de lancha. Iate é muito grande e precisa de um capitão. Com a lancha, podemos ir sozinhos.

Ele me olhou, desconfiado.

— E por acaso, você sabe pilotar?

— Sei, afinal, a lancha é minha.

Ele ficou animado e apressou o passo quando mostrei qual era a lancha, me deixando com todas as mochilas e sacolas. Embora fosse uma lancha, era espaçosa, com uma área interna que incluía os controles, um quarto e um banheiro.

Conferi as informações meteorológicas com o responsável do porto, assim como a rota que deveríamos seguir, e então embarcamos e partimos. O céu estava lindo, em um azul vibrante, sem nuvens à vista. O mar estava calmo, nas melhores condições possíveis, e as águas brilhavam sob o sol, refletindo a luz de uma maneira quase mágica.

À medida que navegávamos, o som suave das ondas batendo contra o casco da lancha se misturava com o canto distante das gaivotas. O vento era uma brisa leve e agradável, trazendo um aroma salgado do oceano.

Ele estava do lado de fora, apreciando a vista, mas logo entrou e parou ao meu lado, observando curioso e atento a cada movimento que eu fazia para pilotar.

— Quer tentar? — perguntei.

— Ah, não, não sei fazer isso — respondeu ele, balançando as mãos.

— Vem, eu te ajudo, não é difícil.

Ele aceitou e se posicionou em frente ao leme, e eu, que não sou bobo, aproveitei a oportunidade para abraçar ele por trás.

— Aquele ali é o manete; você o usa para acelerar ou desacelerar. Mantenha sua mão direita nele, enquanto usa a mão esquerda para mudar a direção da lancha. Precisamos seguir para o oeste, então fique de olho nesse radar o tempo todo.

— Tá.

— Preste atenção também nas correntes marítimas; você pode ver pelo movimento da água. Evite ir contra elas, isso exige muito da lancha e pode nos fazer virar. E, se isso acontecer, vamos morrer e ninguém vai nos encontrar.

Ele me olhou surpreso e riu.

— Não me assusta, seu louco.

Ri da expressão que ele fez.

— Então se concentre. Vou ficar te guiando aqui atrás.

Ele estava focado em não errar, enquanto eu já me sentia excitado só de encostar nele, especialmente com o shortinho de praia que ele estava usando. Eu dava instruções enquanto beijava sua nuca, apreciando o perfume de seus cabelos.

— Você me pede para me concentrar, mas logo depois começa a atrapalhar o piloto aqui... — ele falou rindo ao sentir.

— Piloto gostoso do caralho, é claro que vou ficar de pau duro.

— Me assediar faz parte dos ensinamentos de pilotagem?

— Faz parte do treinamento, caso contrário, você não aprende.

Ele caiu na risada e voltou a se concentrar. Pilotou mais um pouco e parou a lancha em um ponto que eu orientei. Era próximo de uma pequena ilha, mas já estávamos em alto-mar. Ele saiu primeiro da cabine e olhou ao redor, surpreso.

— Uau, estamos no meio do nada. É tão lindo.

Passei nossas coordenadas para a torre de controle e fui para o lado de fora também. Assim que ele me viu, notou alguns acessórios de pesca no canto da lancha.

— Eu quero tentar — apontou na direção dos equipamentos.

Olhei para ele e perguntei:

— Sabe pescar?

Ele balançou a cabeça negativamente.

— Vem, eu te ensino.

— Que isso, tem alguma coisa que você não saiba?

— Muitas coisas.

— Pff, duvido — ele riu.

Peguei algumas minhocas de um pequeno balde e coloquei no anzol. Arremessei a vara de pesca para trás e, em seguida, joguei na água.

— Segure firme — disse, entregando a vara de pescar. — Assim que algum peixe pegar a isca e puxar, você puxa para trás. Quando for para frente, gire o molinete para enrolar a linha. Repita esse movimento até o peixe vir até você. Se tentar puxar de uma vez, pode estourar a linha.

— Ok, eu vou conseguir.

Ele observava curioso a água enquanto esperava, até que se virou para mim.

— Pesca comigo, por favor.

Ele insistiu até eu pegar outra vara e pescar junto com ele.

Ficamos conversando sentados enquanto esperávamos os peixes, com apenas o som do mar como companhia. Com o calor do sol, tiramos as camisas, e logo começamos a sentir a pele queimando.

Ele era perfeito, e falava animado enquanto eu o observava, os olhos fixos nele. O céu azul ao fundo e o sol refletindo em sua pele criavam um cenário quase artístico. Não é à toa que não consegui tirar os olhos dele desde a primeira vez que o vi preparando bebidas na boate.

Enquanto eu o observava, obcecado por cada detalhe, um peixe mordeu sua isca. Ele levantou imediatamente, começando a comemorar.

— Segura essa, sou um pescador nato... Espera, me ajuda!

— Não, você consegue. Lembra do que falei: é só não puxar de uma vez.

Mesmo desesperado, ele conseguiu seguir as instruções corretamente. O porém foi que, quando o peixe finalmente apareceu, era uma sardinha minúscula. Começamos a gargalhar ao ver.

— Que droga... Eu não vou desistir.

— Vai lá, a isca está naquele balde — apontei para trás.

— Mas... as minhocas estão vivas — ele me olhou cheio de nojo.

— O peixe que você vai pescar também está. Vá pegar a isca logo.

Ele respirou fundo, abriu o balde e pegou as minhocas, mas veio correndo na minha direção com elas nas mãos.

— Toma, pega isso logo, por favor.

— Coloca no anzol, eu não vou colocar. Essa é uma parte necessária na pesca.

— Nossa, você me paga!

Mesmo reclamando e com ânsia, ele colocou as minhocas no anzol, quase chorando, enquanto eu ria dele.

— Não tem graça nenhuma, tirano.

— O pior já passou, agora é só jogar no mar.

Ele arremessou e a isca caiu a uma distância boa.

— Ugh, que nojo... — reclamou mais um pouco enquanto sentava novamente ao meu lado.

— Você é mais perigoso para a minhoca do que ela é para você.

Continuamos pescando e bebendo refrigerante, até ele finalmente começar a pegar peixes de tamanhos normais. Mesmo soltando os peixes, ele estava se divertindo com cada um. Eu também estava, mais do que imaginei que seria.

Fiz tantas coisas ruins na vida que me pergunto constantemente o que fiz de bom para merecer conhecer ele.

Entre nossas conversas sobre várias coisas, enquanto eu me distraía olhando para ele, um peixe puxou a linha com força.

Ele se levantou e se concentrou para puxar, e eu fiquei totalmente parado, assistindo o garoto lutar com o peixe.

— Porra, você não vai me ajudar nem nisso?

— Claro que não, você consegue, já disse.

Ele continuou puxando até finalmente conseguir retirar o peixe da água, que era realmente enorme.

— Eu... eu vou derrubar, me ajuda!

Levantei rapidamente e ajudei a colocar o peixe dentro da lancha.

— Para, não pode ser! Olha o tamanho desse peixe! — ele começou a comemorar.

— Eu te falei que conseguiria.

Ele estava orgulhoso de si mesmo, segurando o peixe no colo e exalando felicidade.

— Vai, tira uma foto minha, quero mostrar pra todo mundo esse megalodon que consegui pescar e sozinho ainda.

Ele posou com o peixe, sorridente, de orelha a orelha, com os olhos fechados. Era para ser só uma foto, mas acabei tirando várias.

Porra, que moleque lindo...

Depois das fotos, ajudei ele a soltar o peixe na parte de trás da lancha. Como o peixe era pesado e o chão estava liso devido à água, eu escorreguei e caí no mar. Ele riu, se apoiando nas grades da lancha e perdendo as forças de tanto rir.

— Vai ficar rindo? Me ajuda a subir, moleque.

— Você precisava ver sua cara... — ele gargalhou ainda mais.

Ele estendeu a mão para me ajudar, mas, assim que segurei, puxei ele também para a água. Quando ele emergiu, começou a me xingar, desesperado.

— Tá doido? Eu tô com o celular no bolso!

— E daí? Ele é à prova d'água.

Ele pegou o aparelho e viu que estava realmente funcionando,e acalmou instantaneamente.

— Verdade, esqueci — ele riu e olhou para baixo. — Qual a profundidade aqui? É tão escuro...

Conferi no relógio antes de responder.

— Pouco, mais ou menos mil metros.

— Pouco? Tem um quilômetro de profundidade embaixo da gente e você diz pouco?

— Você sabe nadar, eu também, então isso não é um problema.

Ele olhava desconfiado para todos os lados, assustado com qualquer barulho da água se movendo.

— E se tiver tubarões aqui?

— Tubarões nem frequentam essa área, relaxa, você tá tenso demais.

— Vou tentar... vem, vamos tirar uma foto.

Ele nadou até mim e começamos a tirar algumas selfies, juntos, beijando, abraçados, eu mordendo seus lábios, entre outras. Nunca tive o hábito de tirar fotos e sempre evitei por causa da vida que levo, mas com ele, era como se nada importasse.

Quando a sessão de fotos terminou, ele colocou o celular de volta na lancha e continuamos nadando e conversando, aproveitando a água quente e a proximidade dos nossos corpos.

— Como aprendeu a nadar? — perguntei.

Ele pensou por alguns segundos.

— Com os meninos me jogando no rio quando a gente era criança — ele sorriu com a lembrança.

— Pra quem aprendeu sozinho, você nada muito bem.

— E como sabe? Você nem me viu nadar muitas vezes, só agora e na sua casa.

— Na Austrália, eu vi, inclusive, fiquei assistindo de camarote da janela do quarto.

Ele jogou água em mim, rindo.

— Seu pervertido.

— Eu? Nem preciso dizer que foi você quem deitou no sofá comigo sem eu notar e ainda dormiu comigo, huh?

— Não sei do que você está falando... — ele disfarçou.

— Vai, confessa, por que deitou comigo naquele dia?

— Não era para dormir, só queria te olhar um pouco...

Meu sorriso se abriu instantaneamente, e, envergonhado, ele mergulhou. No mesmo momento, eu também mergulhei.

Debaixo da água, nossos corpos se encontraram, enlaçando em um abraço que parecia uma dança. A água ao nosso redor cintilava, e abaixo de nós, uma profunda escuridão. Eu conseguia sentir seu coração batendo freneticamente contra o meu, e quando subimos à superfície, nossos olhos se encontraram.

Quanto mais convivíamos e vivíamos momentos assim, mais eu o queria e mais me apaixonava.

Ficamos namorando e brincando na água por um tempo, até que subimos de volta na lancha. Eu me sentei no chão para descansar, e ele se sentou na minha frente, apoiando o corpo em mim.

— Está tão bom aqui. — Ele levantou os braços, trazendo meu rosto para a nuca dele.

— Que bom que gostou.

Eu beijava seu pescoço freneticamente, fazendo ele rir com cócegas. Algumas gaivotas voavam próximas, sendo a única companhia além de nós.

Enquanto o beijava, ele se deitou, e eu fiquei por cima dele, sentindo o gosto delicioso de seus lábios carnudos e a química entre nossos corpos, que ferviam um pelo outro.

— Ei, espera aí, o que você tá querendo? — ele me segurou.

— Foi você mesmo quem disse que estava melhor.

— Sim, eu tô, mas... aqui fora?

— Olha ao redor, estamos completamente sozinhos, só tem nós e as gaivotas.

Eu pressionava meu quadril contra o dele, beijando toda sua nuca, praticamente implorando para sentir ele por dentro.

Desci e chupei seus mamilos, e depois de deixar os dois vermelhos e inchados, minha boca foi descendo pelo seu abdômen. Foi imediato; assim que coloquei as mãos no seu shorts, ele segurou minha mão.

— O que vai fazer? — perguntou com a bochecha corada, sabendo exatamente o que eu queria.

— Quero chupar o pau do meu namorado.

Ele arregalou os olhos pequenos e ficou com o rosto mais vermelho do que já estava.

— Não quer? — perguntei.

Ele desviou o olhar, enquanto mordia uma das unhas, cheio de timidez e vontade ao mesmo tempo.

— Uhum...

Dei um sorriso, seguido de uma mordida no volume, por cima do shorts. Assim que tirei, seu pênis ficou praticamente em pé para mim, de tão duro que estava.

Eu fiquei admirando enquanto via com clareza cada detalhe. As cores rosadas eram apetitosas, assim como as veias dilatadas, que formavam um padrão lindo.

— Você é tão perfeito que até seu pau é lindo... porra, garoto.

Ele apertou seus olhos com a mão, morrendo de vergonha. Até essa timidez dele me excitava.

Passei a língua por todo o comprimento, sentindo o relevo de cada veia. Assim que coloquei na boca e comecei a chupar, seu corpo não parou. Não demorou para ele colocar a mão no meu cabelo, sentindo as chupadas enquanto gemia.

Ele me olhava exalando tesão, com as bochechas coradas e os olhos quase fechados. Tirei da boca e passei a língua pelo comprimento, olhando para ele.

— Isso... isso é tão bom... c-continua.

Eu estava maluco pra meter nele.

Após chupar ele e deixar aí da mais excitado, levantei e voltei a beijar seu corpo e pescoço, enquanto esfregava sutilmente meu pênis contra o dele.

— Nós não trouxemos lubrificante... — disse com a respiração pesada.

— E quem disse que não? Eu trouxe.

Ele começou a rir.

— Então foi um plano desde o começo, vir aqui e transar ao ar livre... seu oportunista.

— Eu amo você, e amei nosso dia e cada coisa que fizemos. Sexo é só mais um detalhe bom e gostoso entre todos os outros que tivemos hoje. Não te trouxe só pra meter.

Ele segurou meu rosto, sorriu e passou a língua nos meus lábios, seguido da expressão mais safada que ele poderia fazer.

— Pega esse lubrificante logo...

Peguei a embalagem na minha mochila, e voltei. Apertei um pouco do produto na mão, e fui descendo, espalhando nele e na sua bunda gostosa.

— Coloca de uma vez... — sussurrou.

Olhei nos seus olhos, meio desacreditado.

— Tem certeza? Vai doer.

— Vai doer de qualquer jeito.

Dei um sorriso e sequer discordei dele.

— Ok, meu amor. — mordi seus lábios, arrumei minha posição e encaixei nele, onde fui enfiando em um ritmo lento e constante, entrando dentro dele cada vez mais.

Era tão quente...

Com uma mão apoiada no meu braço, e a outra, no meu peito, ele me apertava de forma agressiva, literalmente cravando suas unhas na minha pele. Até a forma que ele me machucava me dava ainda mais prazer.

Seu corpo estava salgado, com sabor de mar, e mesmo assim, continuava com o mesmo perfume de baunilha que me deixava ainda mais obcecado por ele.

Levantei seus braços para cima e entrelacei nossas mãos, metendo cada vez mais fundo, mas no mesmo ritmo lento.

— Está doendo? — sussurrei no ouvido dele quando abaixei o corpo, enquanto minha língua circulava por todo seu pescoço.

— N-não mais... — respondeu ofegante.

Quando levantei meu rosto da sua nuca, olhei nos seus olhos. Dei um beijo na ponta do seu nariz, e ele fechou os olhos ao sentir o beijo, depois voltou a me olhar. Meu cérebro ainda tinha dificuldade de entender que ele era real.

Ele segurou meu rosto e começou a me beijar. O beijo era desordenado e era interrompido várias vezes pela nossa respiração ofegante.

Ele era tão lindo que, em todas as vezes que transamos, ele sempre esteve de frente para mim. Até queria comer ele de quatro, mas me sentia tão obcecado pelo seu rosto que minha parte favorita do nosso sexo era ficar olhando esse rostinho lindo, exalando prazer, com as bochechas coradas e o olhar cerrado, assim como estava nesse momento.

Minha mão deslizou pelo seu cabelo, e segurei firme.

— Você é meu pra sempre.

Ele sorriu e mordeu o lábio inferior.

— Quero ouvir isso de novo.

Segurei seu rosto, virei um pouco, e sussurrei no seu ouvido.

— Você é meu, Jimin. E sempre disse que você seria meu, eu sempre soube...

Ele segurou seu pau e começou a estimular no mesmo momento, enquanto me sentia dentro dele. Eu amava isso, e fiquei olhando apaixonado, aumentando o ritmo das socadas.
Eu fiquei maluco de prazer, e bastou olhar ele fazer isso para gozar dentro dele enquanto ele também gozava, juntos.

Abaixei a cabeça no seu ombro, ofegante, e ele começou a fazer carinho no meu cabelo suado, seguido de um sorriso e um selinho.

— Acho que vou me jogar no mar.

— Para com isso... — dei risada, duvidando, mas ele realmente se levantou, correu e pulou pelado no mar. Incrédulo, levantei também e pulei logo atrás dele.

Ele me olhava e me dava vários beijos enquanto trocamos carinhos na água.

— Nunca imaginei viver nada disso na vida, parece um sonho — ele sorriu.

— Você é um sonho. E o melhor disso tudo é que você é meu.

Ficamos no mar mais um pouco e, depois, voltamos para a lancha, onde passamos o resto do dia comendo snacks e bebendo refrigerante.

🫐

O sol já estava se pondo quando voltamos para o porto. Ele estava cansado e não quis voltar pilotando, mas ficou perto de mim o tempo todo.

No porto, devolvi a lancha ao rapaz responsável e, entre beijos e risadas, seguimos para o estacionamento. Mal sabia que essa alegria não ia durar por muito tempo.

Quatro viaturas da polícia estavam paradas ao lado do meu carro, e era nítido que estavam esperando por mim.
Jimin grudou no meu braço, e assim que olhei para ele, vi seu olhar assustado.

— O que tá acontecendo? — perguntou.

— Não faço ideia...

Conforme nos aproximamos do carro, quem saiu de uma das viaturas foi ninguém menos que o Seokjin.

Era como uma tempestade fria destruindo completamente o nosso dia.

— Os dois pombinhos estavam curtindo um passeio de lancha? Hoje o dia estava realmente lindo.

Tudo que saía da boca dele era carregado de sarcasmo, o que me irritava absurdamente.

— O que você quer? — perguntei, já na defensiva.

— Calma, Jeon. — Ele riu, dando passos lentos e irritantes na nossa direção.

— Eu não tenho tempo para o seu sarcasmo. Diga logo o que querem.

Seokjin tirou um papel de dentro do terno, desdobrou e virou na minha direção.

— Você está preso. Acusado da morte e ocultação do cadáver do estudante Kion Shuu.

O Jimin agarrou meu braço ainda mais forte.

— Isso não é possível... — ele sussurrou atrás de mim.

Em outra situação, eu facilmente fugiria disso. Mas agora, todos os policiais estavam armados, mirando em nós, minha arma estava no carro, e o Jimin, assustado, me segurando. Não havia formas de reagir.

Virei para ele e entreguei minha mochila, sussurrando perto do seu rosto.

— A chave do carro está no bolso lateral. Vá para casa e avise o primeiro segurança que encontrar.

Ele arregalou os olhos, ainda mais alarmado.

— O quê? Eu não vou te deixar!

— Por favor, confie em mim. Eu vou sair.

— Sinto interromper vocês, mas meu tempo é curto. Vamos, coloquem a algema nele. Park, melhor ir embora antes que eu fale com seus pais.

— Vá a merda, seu cuzão do caralho! — ele gritou enfurecido.

Nem o Seokjin esperava por isso, muito menos eu, que olhei assustado para ele.

— Só vou relevar porque te considero muito, Park, assim como sua família.

— Jimin, vai embora logo! — insisti.

Os policiais vieram na minha direção e me algemaram. Com a quantidade de policiais ao redor, ele foi forçado a se afastar e correu para o carro para avisar alguém.

— Toda essa força-tarefa só para me prender? Tem tanto medo assim de mim? — dei uma breve risada.

— Você é imprevisível, Jeon. Não quero pagar para ver até onde vai sua insanidade. Esse seu papel de bonzinho só cola com o Park, que é um mero inocente no meio disso tudo.

— Experimenta falar dele mais uma vez que eu faço você se arrepender de saber falar.

Ele chegou perto e me encarou nos olhos.

— Não me ameace... não é uma boa ideia.

— Eu pago para ver o que você vai fazer.

Ele me encarava ainda mais.

— Te prender é uma delas, então vamos continuar essa conversa com você atrás das grades. Coloquem ele na viatura e não soltem as algemas.

Assim foi feito, e em menos de dez minutos, já estava na delegacia. Lá, me colocaram em uma sala de interrogatório escura, algemado, com uma lâmpada fraca pendurada sobre a mesa, como uma cena de um filme barato dos anos 80.

— Arruma essa postura na cadeira. — Um policial que estava comigo falou.

— Foda-se. Abre essa algema.

— Não tenho autorização.

— Um policial que precisa de autorização para fazer o mínimo, por um salário mais mínimo ainda? Que merda de emprego. Te pago milhões de wons por mês se quiser trabalhar comigo e ter uma vida de verdade.

— O senhor está me subornando?

Dei com os ombros.

— Te chamei para trabalhar na minha empresa, emprego de verdade, e não para cometer crime, se é o que está pensando. Se quiser, se contente com esse empreguinho, ou se não, me procure.

Ele não respondeu, o que significava que minhas palavras fizeram efeito.

Nesse momento, a porta se abriu, e Seokjin entrou. Ele puxou uma cadeira e sentou de frente para mim, com uma mesa de madeira escura entre nós.

— Saia, quero falar com ele sozinho. — disse, abanando a mão para o policial com desdém, que saiu rapidamente.

Ele me encarou e cruzou os braços.

— Vamos começar?

— Não, não vamos. Só vou falar com meu advogado.

— Não me olhe com esse sorriso cínico, parece até que você me despreza...

— Não entendi qual é o problema, é a verdade.

Ele começou a rir sarcasticamente, enquanto eu continuava encarando ele. Meu corpo tremia de raiva, e estar algemado, com as mãos para trás, só intensificava meu ódio.

— Abra essa algema, está me machucando. Ou precisa de outra operação policial por medo de mim?

— Medo de você? — ele riu e se apoiou na mesa. — Seu humor está sempre afiado.

Ele apertou um botão na mesa e o mesmo policial de antes voltou para a sala.

— Solte as algemas dele. Ele não vai fugir ou reagir, sabendo que conheço o Jimin e a família dele. Não é mesmo, Jungkook?

Meu olhar mudou na hora; estava claro que ele estava tentando me provocar, me fazer perder a cabeça. Ele sabia que aquele garoto era meu ponto fraco e eu não podia cair na dele.

— Fugir no meio de uma delegacia? Não sou tão maluco quanto você pensa.

Ele me encarou por um tempo e, depois, começou a andar pela sala.

— O mundo é pequeno, não é? Foi uma surpresa descobrir que vocês se conheciam. Se bem me lembro, você tem a minha idade, o que significa que o Jimin é bem novo para você.

— Ele é maior de idade, não te devemos explicações.

— Não mesmo, mas quero entender como você conseguiu fazer alguém bom como ele se envolver com alguém do seu tipo.

— Já disse que só vou falar com meu advogado.

Ele voltou a sentar e me encarou. Entre todas as pessoas que já enfrentei na vida, ele era, sem dúvida, um dos piores. Se fosse um bandido qualquer, já estaria morto há tempos.

Tudo que acontecer com esse cara vai recair sobre mim.

Isso durou mais de trinta minutos. Durante todo esse tempo, ele me encarava e me provocava, mas eu resisti.

Depois de meia hora enfrentando isso, o advogado chegou à delegacia. Por direito, pude falar com ele a sós antes de tudo. Para minha sorte, ele era amigo do delegado, e isso foi suficiente para me liberarem com o pagamento de uma fiança milionária.

Enquanto ele me dava a notícia, o Seokjin entrou novamente, segurando minha ficha e me lançando o pior olhar possível. Meu advogado saiu primeiro, e eu já estava indo em direção à porta quando ele voltou a falar.

— Sabe, Jeon, é impressionante como você sempre dá um jeito.

— E é impressionante como você adora desperdiçar seu tempo comigo. Qual é o seu plano, me perseguir até o fim da sua carreira?

Ele se inclinou para frente, aproximando o rosto do meu, mas sem perder aquele sorriso irritante.

— Meu plano é simples: eliminar as máfias que sujam essa cidade.

Comecei a rir dele.

— Ok, boa sorte para você.

Dei as costas quando ele voltou a falar.

— É melhor você se afastar do Jimin. Ele quase morreu por sua causa. É um bom garoto e não merece ser arrastado para o fundo junto com você.

Eu virei e parei, olhando para ele.

— E se eu não quiser?

Ele jogou um papel na mesa e apontou para ele.

— Se você não se afastar, ele vai responder pelos mesmos crimes que os seus, afinal, ele está se envolvendo com você sabendo que é da máfia.

— Não, você não seria louco... — sorri, incrédulo.

— Quer testar? Insista nesse namoro e veja o que acontece. Consegue imaginar ele na cadeia? Não, né? Então, evite isso.

Eu poderia matar ele aqui mesmo, sem arma alguma, e era tudo o que minha mente desejava naquele momento. Infelizmente, era impossível... por enquanto.

Ele seria meu próximo alvo.

Sem responder, ri e saí da sala, deixando ele sozinho na escuridão da sala. Meu advogado já estava do lado de fora, fumando um cigarro.

— O policial realmente pode incriminar o rapaz. Não podemos arriscar, pois o delegado não vai liberar a fiança toda vez que você vier para cá.

— Eu vou dar um jeito nisso.

— Ok. Preciso ir para casa. Boa noite, Sr. Jeon.

— Boa noite, obrigado pela ajuda.

🫐

Já era tarde quando cheguei em casa, pouco mais de 21h. Assim que estacionei o carro e entrei, vi o Yoon e o Hoseok na sala, me esperando.

— Porra, JK, achei que não ia sair nunca. A gente já estava indo te buscar — Yoon falou.

— Se quiserem ficar presos também, só se for. Onde está o Jimin?

— No quarto dele — respondeu Hoseok.

— Fiquem aqui. Vou falar com ele e já volto.

Subi as escadas e fui até o quarto. A porta estava aberta, mas o garoto não estava lá. Fui até meu quarto e, a princípio, também estava vazio, mas ao olhar pela porta de vidro da varanda, entre as cortinas, vi que ele estava lá, sentado em uma cadeira, abraçando as pernas e usando fone de ouvido.

Abri a porta devagar e ele olhou na direção do barulho, se assustando ao me ver.

— Você voltou! — ele pulou da cadeira e voou na minha direção, me dando um abraço forte.

No abraço, notei uma garrafa de soju vazia no chão.

— Você estava bebendo?

— Foi só uma... eu estava chateado. Como conseguiu sair?

— Uma longa história, depois eu explico.

Ele se afastou e começou a entrelaçar as mãos, olhando para elas, como sempre fazia.

— O que você quer falar?

— Eu não sabia que o Jin estava te investigando. Me desculpe. Só soube quando ele foi ao hospital.

Apoiei a mão no seu pescoço e me aproximei do seu rosto.

— Eu sei que você não sabia.

Nosso dia foi tão bom, e infelizmente terminou com essa merda toda acontecendo, e, como sempre, por minha culpa.

— Vou descer para falar com os dois que ainda estão lá embaixo. Já volto.

Assim que desci, chamei os dois para o escritório. O Yoon entrou e foi direto para a garrafa de uísque.

— E aí, como foi ficar preso? — ele perguntou.

— Eu mal fiquei preso, passei o tempo todo na sala de interrogatório.

— O policial não vai deixar isso passar, você sabe.

— Não vai mesmo. Ele já ameaçou incriminar o Jimin se a gente continuar namorando.

— E você?

— Não sei... realmente, não sei o que fazer. Eu quero ficar com ele, mas estou sendo um problema na vida dele.

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, pensativos.

— Eu não queria estar na sua pele — Yoon falou depois de um gole no uísque.

— Suas palavras me ajudaram muito, obrigado.

No fundo, nem eu queria ser eu.

— O que pretende fazer com o policial? — Hoseok questionou.

— Nada, por enquanto. Tudo que eu fizer contra ele só vai me prejudicar, tanto com a justiça quanto com o Jimin. Preciso ter cautela.

Depois de mais alguns minutos de conversa, eles foram embora e eu subi para o quarto. Tomei um banho e me sentei na cama, com a cabeça cheia. Ele se sentou atrás de mim e me abraçou. Era como se todo o peso sobre minha cabeça sumisse temporariamente só de ter ele perto de mim.

— Não quero te ver assim — sussurrou.

Virei meu corpo e fiquei de lado, na direção dele.

— Me desculpe por tudo.

— Eu não quero que peça desculpas.

Passei a mão pelo seu rosto sentindo sua pele macia. Ele era como um sonho, o melhor sonho que tive a oportunidade de experienciar na vida, mesmo que eu seja alguém tão ruim, assim como o policial disse... Eu não merecia ele.

Ele me abraçou, e eu abracei de volta. Nós deitamos juntos e ficamos olhando um para o outro.

— Tirando o que aconteceu, eu amei nosso dia, e me diverti muito. — ele falou, sorrindo, tentando me animar.

— Eu também. Obrigado por me proporcionar isso.

Realmente tivemos um dia incrível, e terminou assim, comigo sendo preso e com a incerteza sobre nós pairando sobre minha cabeça.

🫐

No dia seguinte.

Passei a noite toda acordado, e quando consegui dormir um pouco, foi o suficiente para ter pesadelos. Fiquei remoendo a ameaça daquele cara e não podia arriscar, afinal, eu sabia que ele era realmente capaz de cumprir a ameaça, mesmo conhecendo o Jimin e a família dele.

Eu tinha uma reunião na Sixx e, mesmo em meio a todo esse caos, precisava chegar cedo. O perfume dele se espalhava pelo quarto, e antes de tentar o acordar, apoiei meu rosto no seu pescoço para sentir mais de perto.

— Jimin?

Ele estava dormindo, e mesmo que eu tentasse o acordar com alguns beijos, ele resmungava e voltava a dormir.

Me arrumei, escrevi um bilhete avisando onde estaria, e deixei ao lado da cama. Quando desci, encontrei a Lee conversando com um jardineiro do lado de fora da casa.

— Bom dia, Lee. Vou para a Sixx e volto mais tarde. Prepare um café reforçado para ele e fique de olho se está tomando os remédios no horário certo.

— Bom dia, Sr. Jeon. Ok, cuidarei dele.

— E se ele sair, me avise.

Entrei no carro e dirigi até a Sixx.
Assim que cheguei, minha secretária me entregou um envelope. Como eu estava no celular, falando com um aliado, apenas coloquei o envelope na minha mesa e continuei a conversa.

Após terminar a ligação, fui para a sala de reunião e atendi um representante de uma empresa de publicidade. A reunião foi chata e cansativa, mas resultou em um contrato com um ótimo valor. Coisas dentro da lei eram entediantes, mas necessárias para a Sixx seguir suas atividades.

Voltei para a minha sala, e o Yoon entrou quase ao mesmo tempo, junto comigo.

— Eu já te vi ontem — falei.

— Somos sócios, e sua sala é melhor que a minha... e seu uísque também.

Assim que entramos, meu celular vibrou, e vi que era uma ligação do Jimin. Ele mal me ligava, e isso sempre me preocupava.

— Fica aqui, já volto — falei com o Yoongi e saí da sala.

Fui rápido até uma sala de reuniões que tinha ao lado da minha sala.

— Jimin? Aconteceu alguma coisa? — atendi preocupado.

— Eu tô com saudade de você... — respondeu com a voz manhosa.

Dei um sorriso, ao mesmo tempo que senti meu coração até apertar de amor.

— Volto daqui a pouco, só vou terminar algumas coisas aqui.

— Ok. Tudo bem se eu for no curso com meu carro? A professora nos chamou para um ensaio com uma turma de outra instituição, vai começar daqui a pouco.

— Não precisa me pedir isso, já disse que o carro é seu. Boa aula, e tenha cuidado, por favor. Ignore tudo e todos.

— Okaaay Jeon, mais alguma coisa?

Era como se eu pudesse ver ele pessoalmente, revirando os olhos como sempre faz.

— Jeon o caralho, é "meu amor" pra você, garoto.

Ele começou a rir e repetiu da maneira correta.

— Tchau, meu amor.

Assim que desligamos, liguei para um dos meus seguranças responsáveis por cuidar dele.

— Ele vai para o curso sozinho. Sigam ele, mas sem que ele perceba. Não quero que interfiram no que ele estiver fazendo, mas acabem com qualquer suspeito que se aproximar dele.

— Ok, senhor.

Desliguei e respirei fundo antes de sair da sala de reunião. Eu voltei para minha sala uns minutos depois.

— Tá tudo bem? — ele perguntou quando me viu.

— Eu tô enlouquecendo, Yoon...

Ele jogou o corpo para trás, apoiando as costas no encosto do sofá, apoiando um pé sobre a perna.

— Já sabe o que vai fazer?

— Já cogitei até fugir com ele para outro país. Seria o melhor, mas não posso fazer isso. Não posso interferir na vida dele, e o pior, nos sonhos dele.

— Então, vai simplesmente terminar?

— Não sei... não sei o que faço.

Só de pensar nisso, eu sentia um frio na barriga que se espalhava por todo o meu corpo. Eu não queria isso, mas talvez não tivesse escolha.

Quando o Yoongi saiu da minha sala, sentei à mesa e meu olhar se voltou para o envelope que ainda estava ali, sem nada escrito do lado de fora.

Abri de forma despreocupada, mas assim que vi o conteúdo, um medo profundo tomou conta de mim. Eram cópias de vários autos de crimes, e em todos eles, o Jimin estava listado como autor, junto comigo.

— Desgraçado! — levantei e joguei os papéis na mesa.

A raiva que eu vinha segurando explodiu de uma vez, e minha única reação foi quebrar várias coisas na minha sala. Fui até a sala do Yoon e, enquanto mostrava os autos para ele, recebi uma ligação de um dos meus homens que estavam seguindo o Jimin.

— Senhor, tem uma BMW toda preta seguindo ele.

Era o que faltava para me dar a certeza do que fazer.

— Onde vocês estão?

— Ele está dentro do prédio onde faz o curso, e o carro que seguiu ele está parado na frente.

— Não deixem que nada aconteça com ele. Protejam o garoto com a vida de vocês. Estou indo aí.

— Ok, senhor.

Assim que desliguei, falei para o Yoon e saí da sala. Ele se ofereceu para ir junto, mas como Hoseok saiu para resolver outros problemas, Yoon precisava ficar na Sixx.

Peguei o carro e corri até o endereço do prédio onde ele faz o curso. No caminho, liguei para minha secretária, já buscando uma solução para encerrar o que eu estava causando.

— Hanni, encontre uma casa em algum condomínio fechado. Segura e confortável, para mudar no máximo até amanhã.

— Vou te enviar as opções que conseguir.

— Ok, obrigado.

Assim que cheguei ao endereço, não havia mais carro algum, o que me deixou em alerta. Comecei a olhar em volta, preocupado. Entrei no carro de volta e, ainda parado, liguei para o meu segurança.

— Senhor, notaram a nossa presença e tentaram fugir, mas conseguimos pegar eles. Não querem dizer quem mandou, mas a tatuagem já mostrou que são da gangue do Won. Achamos cordas, um galão de algo que não sabemos o que é, e silver tape, todos no porta-malas.

Meu corpo todo tremeu e comecei a suar frio.

— Eles queriam sequestrar ele...

— Parece que sim, senhor. Talvez seja alguma vingança pelo que fizemos com o velho.

Respirei fundo, sem conseguir acreditar que toda essa merda estava acontecendo com ele, de novo.

— Quantos são?

— Três caras.

— Ok. Extraía o máximo de informações que conseguirem e matem os três.

— Ok.

Desliguei e abaixei a cabeça no volante, me sentindo completamente perdido e desesperado.

Pela janela do curso, dava para perceber movimento de pessoas dançando, ou seja, ele ainda estava na aula. Eu não quis interromper, então, fui para casa. Nem tinha mais ânimo pra ir para a Sixx.

Na realidade, eu não tinha mais ânimo para nada, e isso se refletia até na forma que eu dirigia.

🫐

Assim que entrei em casa, fui até a Lee, que estava próxima a cozinha.

— Lee, assim que o Jimin chegar, diga para ele ir até meu escritório.

— Ok, Sr. Jeon.

Sentei na minha mesa e comecei a fumar sem parar. Nem isso conseguia me acalmar, e mesmo que eu quisesse, evitei beber para resolver isso de uma vez.

Poucos toques no meu celular bastaram para pegar o celular e conferir quem era.

— Hanni, o que conseguiu?

— Boa noite, Sr. Jeon. Consegui uma casa naquele condomínio novo, próximo a torre de Seoul, mas a mudança só poderá ser feita amanhã, após às 11h da manhã. Quatro quartos, sendo duas suítes, é realmente uma mansão.

— Ótimo, compre ela.

— Ok, farei isso.

Nós desligamos e em seguida, acendi outro cigarro.

E depois de pouco mais de uma hora, ele chegou.

— Oi, me chamou? — perguntou receoso, após bater na porta.

Ele era tão lindo, em um nível que me deixava completamente doente de amor. Eu não podia mais prejudicar ele por pensar só em mim e no que eu quero.

— Comprei uma casa para você e também transferi uma quantia para a sua conta que deve ser suficiente para você viver bem por muitos anos.

Ele cerrou os olhos e me encarou.

— Do que você está falando?

— Nós precisamos terminar.

A expressão dele mudou e ele começou a rir de nervoso.

— O que? Deixa eu ver se entendi. Você está terminando comigo e me mandando embora da sua casa?

— Por enquanto, sim. Tem muita gente tentando me matar, e eu não quero mais te colocar em perigo. Hoje mesmo estavam te perseguindo para te sequestrar, e só não fizeram nada porque coloquei seguranças atrás de você.

— Isso só pode ser uma brincadeira...

— Jimin, eu quase fui preso. E como se a prisão e esses caras te seguindo não fossem o bastante, o Seokjin ameaçou te colocar como réu em todos os meus crimes se eu não me afastasse de você. E adivinha? Ele fez isso. Você tem noção da situação em que está se metendo por minha causa?

Coloquei os papéis na mesa, mas ele os pegou e jogou no chão, espalhando tudo.

— Eu não estou te pedindo conselhos! — gritou.

Era óbvio que ele ia agir assim, e era ainda mais óbvio que eu não queria fazer isso.

Enfurecido, ele começou a levantar a voz ainda mais.

— Você me fez sentir tudo isso por você, para no fim me descartar como se eu fosse um lixo? E o pior, por algo que você acha que é o melhor? Você ao menos se deu ao trabalho de saber minha opinião?

— Eu estou te fazendo mal. Você quase morreu envenenado por minha causa! Tenta entender que nesse ponto, não é questão de opinião, é o melhor para você.

Ele andava de um lado para o outro e começou a chorar de raiva.

— Eu vou embora, e quero que você e essa casa que comprou vá para a puta que pariu! Nunca mais me procure e esqueça que eu existo, Jeon!

Ele saiu enfurecido e bateu a porta do escritório, deixando um vazio doloroso no ambiente. A única coisa que fiz foi enterrar a cabeça entre os braços em cima da mesa.

Continuei no escritório, remoendo o que talvez tenha sido a pior decisão da minha vida.

Depois de um tempo, um segurança voltou até o escritório, apressado.

— O Sr. Park está saindo com o carro dele e duas malas.

— Não impeçam, deixem ele ir.

Ele me olhou sem entender, mas obedeceu e saiu da sala. Virei a cadeira para a janela e fiquei olhando o céu, sentindo um abismo escuro e frio abaixo de mim. Abri mão de alguém que eu queria para o proteger, e sentia meu peito doer mais do que qualquer outra dor que eu já passei na vida.

Tentei ir para o meu quarto, mas a solidão do cômodo, junto com o perfume dele espalhado pela cama, estava me enlouquecendo ainda mais.

No primeiro toque do celular, que estava em cima da cama, eu peguei e atendi.

— Senhor, ele foi para o apartamento dos amigos.

Era o que eu imaginava. Conheço ele o suficiente para saber que ele não aceitaria a casa e logo arrumaria um jeito de me devolver o dinheiro que transferi.

— Obrigado. Fiquem de olho nele todos os dias, a todo momento. A regra é a mesma: não interfiram em nada do que ele fizer e nem deixem que ele perceba a presença de vocês. Apenas cuidem dele, para sempre.

Desliguei a chamada e fui até a adega da casa. Peguei uma garrafa de uísque e levei para o quarto.

Sem gelo, enchi o copo e bebi tudo de uma vez, sentindo a queimadura na garganta, e esse movimento se repetiu por várias e várias vezes.

Entre um copo e outro, lembrei de acessar uma das contas na qual transferi o dinheiro para ele, e a bloqueei. Se ele tentar devolver, não vai conseguir.

Fiquei nessa angústia por horas a fio. Não consegui dormir mesmo após beber, e o perfume dele parecia ainda mais forte, mesmo sem ele aqui. Tomei três comprimidos do calmante mais forte que eu tinha e fui para a sala, tentando fugir do seu perfume.

Era óbvio que os remédios não funcionariam com essa quantidade de álcool que bebi.

Cada canto da casa tinha um detalhe dele, e mesmo na sala, havia alguns cadernos e livros da faculdade dele, espalhados. Alguns na mesa de centro, e outros, no sofá.

Eu sentia que queria desaparecer.

Fiquei na sala por horas, olhando para o teto e remoendo o que fiz, pensando se realmente foi o melhor a se fazer.

Era o início do meu declínio.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀

🫐

⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Ai, ai, ai, Jeon, o que cê fez?!

O que será que nos aguarda nos próximos capítulos?
Estou inspirada e já escrevi boa parte dos dois próximos, e amo quando me dá esses picos de ideias.

Se alimentem bem e bebam água, não sejam alcoólatras igual os jikook dessa fic ksksk
Te espero no próximo capítulo.

Até lá! 💙

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top