Capítulo 14 - Sobre Najú e tudo novamente
Dedico este capítulo a CarolinaMoura769. Você foi um presente dos céus para minha vida. Agradeço ao Senhor pela linda amizade que temos estabelecido e agradeço-te pelo grande carinho, amor e afeto que tens comigo. Parabéns, mais uma vez, e que nosso Aba continue te abençoando abundantemente e ricamente que nunca venha faltar a graça e o amor de Jesus em seu lar e que seus filhos vejam o reflexo dEle em você. Parabéns pela grande mulher que és... eu tenho orgulho de você. Lembre-se sempre que pode contar comigo e que eu amo você.
Uma mulher morena e de corpo curvilíneo adentra a porta da casa de dona Angélica, cantando e gritando:
- CHEGUEI, CHEGUEI CHEGANDO BAGUNÇADO A CASA TODA... Opa. - A moça para drasticamente quando percebe como a situação está. - Acho que me excedi. - Sorri sem jeito.
- Najú, minha filha, como você está? - Dona Angélica levanta e vai até a morena abraçando-a apertado.
- Vou bem, vó Angélica. Como a senhora está? - Afasta-se sorrindo enquanto a fiscaliza com os olhos.
- Estou melhor com a graça de Deus. - A jovem assente e fecha a porta.
- Desculpa. - Sorri sem graça.
- Eu te conheço, filha... E amo seu jeito.
- Eu sei. E impossível não me amar, sou maravilhosa. - Balança os cabelos e sorri convencida. Dona Angélica da risada e chama-a com a mão.
- Venha. Vou te apresentar uma pessoa. - Dou passos calmos e sorrio indo até elas.
- Olá. - Estico minha mão e ela sorri arregalando os olhos.
- Letícia Smith! - A morena se joga em meus braços abraçando-me e balançando meu corpo junto com o seu.
- Er... Oi, tudo bem? Najú, não é isso? Ouvi dona Angélica dizendo. - Me afasto sorrindo olhando-a nos olhos. Não conheço-a, mas como ela sabe meu nome eu não sei.
- Sim! Meu nome é Ana Júlia, mas sou conhecida como a maluquinha Najú. - Balança o cabelo sorrindo.
- Posso perguntar como sabe meu nome? - Indago sendo educada. Não quero passar uma má impressão.
- Como eu não saberia o nome da irmã do Luquinhas? - Diz pondo as mãos na cintura. - Mas não foi o Lucas quem me pediu para vir aqui... Foi o Matt. - Diz virando-se para dona Angélica.
- Você falou com ele? - Pergunta aflita.
- Sim, vó Angélica... Matt me ligou e pediu para que eu viesse aqui porque a Teté não estava bem. - Ana Júlia direciona o olhar até a menina deitada dormindo e sorri. - Pelo visto ela está melhor.
- Sim. Letícia ajudou. - Coloco um cabelo atrás da orelha e assinto.
- Então, já que ela está bem a senhora pode me convidar para comer aquele bolo ali. - Aponta com a cabeça para a mesa. Dona Angélica sorri e meneia a cabeça.
- Eu estava com saudades de você. - Diz a senhora. Sigo-as quando elas começam a andar. - Mas não comeremos bolo. Está na hora do jantar e farei algo especial para o clubinho da Luluzinha. - Ana Júlia começa a rir e eu acompanho mesmo não entendendo a piada.
- Como pude ficar tanto tempo sem vir aqui? - Pergunta a morena.
- Você está sendo uma neta emprestada ingrata. - Acusa. Sento-me na cadeira e dou risada.
- Matt que está certo quando afirma que a senhora é dramática. - Diz sentando-se também.
- Mattheus é maluco, minha filha.
- Claro, vó Angélica. - Diz sarcástica. - Mas e então Letícia?
- Então o quê? - Sorrio nasalmente.
- Você deseja ajudar na ONG? Matt não lhe contou que somos amigos e que sou a psicóloga do projeto "Um por todos e todos por um"? - Pergunta.
- Não. Na verdade Mattheus não me disse muita coisa. - Ajeito o cabelo dizendo.
- É bem a cara dele. - Comenta dona Angélica.
- Verdade. Ele não é muito de ficar explicando as coisas. - Confirma Ana Júlia.
- Bom, é um prazer lhe conhecer Najú. Meu propósito é ajudar quem estiver precisando. Estarei trabalhando dia sim e dia não no hospital. Quero ajudar nos dias de folgas. Se eu puder, claro.
- O que mais precisamos são de pessoas que estejam dispostas a ajudar. Conheço sua família e confio em seu potencial para estar conosco. - Sorri puxando minha mão sobre a mesa e juntando com a sua.
- Obrigada pela confiança. Ainda não sei onde é a ONG.
- O Matt te levará assim que sua folga chegar. Tenho certeza que vai amar todas as crianças e os voluntários. Funcionamos de segunda a sábado, mas em alguns domingos promovemos almoços com gincanas, brincadeiras e palestras. - Senti meus olhos brilharem em expectativa.
- Não vejo a hora deste momento chegar. - Confesso. O toque estridente do meu celular chama a minha atenção na sala o que faz Ester acordar com os olhos arregalados e os cabelos para o alto. Peço licença e me afasto indo em direção ao cômodo.
Ouço dona Angélica rindo e brincando chamando Teté de bela adormecida e percebo Ana Júlia caçoar de seus cabelos para o alto. Sorrindo da cena continuo meu caminho em busca de minha bolsa. O nome "o melhor irmão" brilha na tela do celular e rapidamente penso qual foi o momento que ele mudou o nome de seu contato.
- Então quer dizer que você é "o melhor irmão"? - Atendo perguntando.
- Você quem está dizendo isso, minha cabelo queimado. - Reviro os olhos para o apelido e ouço sua respiração pesada.
- O que houve? - Ingado seguindo para a janela.
- Eu que te pergunto... O que aconteceu? Liguei para o Matt, mas o cabeção não me atende. - Balanço a cabeça em reprovação ao apelido.
- Não sei aonde ele está. - Confesso apenas.
- Como assim não sabe? Cheguei em casa agora e a Louise comentou que vocês deveriam estar "se pegando" em algum lugar porque saíram depois do almoço e não tinham chegado. - Ouço-o bufar.
- Não sei o que essa mulher doida tem na mente. - Olho para o lado e vejo Ester comendo um pedaço de frango. Seguro a risada e abafo o celular com a mão perguntando: - Está gostoso? - Ela balança a cabeça enquanto sorri abertamente.
- O que está gostoso Letícia? Aonde você está? Está querendo me matar de preocupação? - Dou risada mesmo sentindo o quanto ele está preocupado.
- Desculpe é que a Ester é um amor de criança. - Profiro vendo a menina se afastar.
- Você está na vó Angélica? - Ouço sua voz um pouco mais alta.
- Sim. Aconteceu umas coisas e antes de seguirmos para a ONG vinhemos aqui... Mas as coisas desandaram e o Matt saiu e eu permaneci. - Ouço-o falando com alguém que está tudo bem e suponho que seja Louise.
- Tá bom. - Suspira. - Você está bem? - Assinto mesmo que ele não possa ver e respondo:
- Sim. Ana Júlia veio aqui e estamos acertando as coisas do projeto "Um por todos e todos por um".
- Até a maluquinha da Najú está aí? Meu Pai, o que aconteceu, Lê? - Suspiro.
- Podemos conversar pessoalmente depois? - Pergunto depois de ouvir dona Angélica chamar-me.
- Tudo bem. Vou tomar um banho e depois vou aí te buscar.
- Não precisa ter pressa. Dona Angélica está acabando de fazer janta. - Dou risada e ouço-o sorri também.
- Então você vai sair daí rolando. - Balanço a cabeça enquanto me despeço dele.
Viro-me e vejo Ester com um sorriso travesso no rosto.
- O que foi? - Questiono.
- Vovó fez macarrão com carne moída. - Sorrio sentindo o estômago protestar de fome.
- E como você estava comendo frango?
- Era do almoço. - Deu de ombros. Sorrio da sua inocência.
- Então vamos comer? - Questiono e ela assente sorrindo. Seguimos para à cozinha enquanto sinto o cheirinho de comida no ar.
- Mas ele vai tomar jeito, vó Angélica. - Adentro à cozinha ouvindo Ana Júlia comentando. Sento-me sem jeito por interromper a conversa.
- Cadê o pescoço cheiroso e de banho tomado, Teté? - Viro-me para a menina que sorri sapeca.
- Tô indo, vó... Sereia, você espera eu voltar? - Assinto vendo seu olhar de cachorrinho pidão.
- Claro, meu amor. - Aperto seu nariz e ela se inclina dando-me um beijo na bochecha. Retribuo seu gesto e ela se afasta correndo.
- É impressionante como ela se apegou a você. - Comenta dona Angélica.
- Há quanto tempo se conhecem? - Pergunta Najú e a senhora começa a rir. - Qual a graça?
- Têm poucas horas. - Digo sorrindo.
- Nossa, você é especular mesmo. Eu tive que insistir muito para que ela confiasse em mim. - Confessa.
- Eu não fiz nada demais. Acho que deve ter sido porque cheguei com o Mattheus aqui. - Dou de ombros.
- É, Najú. Letícia vai ajudar o Matt a sair desta vida. - A morena vira rapidamente vira para mim e franze o cenho.
- Tem certeza disso? Sabe aonde está se metendo? - Ingada com um olhar preocupado.
- Eu só sei que irei fazer o que Deus mandar. Ele disse que está comigo, então, confio em meu Pai. - Digo sorrindo.
- Muitas pessoas tentaram e quebraram a cara. - Diz nostalgia. - Você tem certeza do que está querendo fazer?
- Ana Júlia, eu não conhecia o Mattheus e, para ser sincera, não o conheço, mas assim que cheguei aqui Deus falou ao meu coração através de uma ministração e, além disso, Ele confirmou através de algumas atitudes. Eu não sei o que farei. Não sei como agirei, mas quando O Senhor mandar eu obedecerei.
- Como pode ter tanta certeza que é de Deus isso tudo? - Cruza os braços perguntando.
- Quando estamos ligados ao Pai, compreendemos as vontades dEle para as nossas vidas. Por isso é necessário vivermos sempre em espírito para quando Ele se manifestar estarmos atentos a sua voz e, assim, ouvir e entender o que Ele quer que façamos. Eu não sou perfeita e tampouco sei como agir com muitas coisas, mas quem aperfeiçoa a obra é O Senhor. É Ele quem sustenta e guia os nossos passos, mas para isso necessário é estar no espírito. Precisamos andar em vigilância e sermos delicados para ouvir a voz do Senhor.
"Em Jeremias 1.8 está escrito: Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o Senhor... Ele afirmou que estará comigo assim como esteve com Josué e, hoje, eu sinto em meu Espírito que se eu abrir minha boca Ele vai enchê-la de palavras. Sei que sou falha, pecadora e meu corpo anseia o pecado, mas isso é da natureza humana. Eu preciso querer o Reino primeiro e, então, O Senhor me usará de maneira sobrenatural".
"Quando estamos sujeitos às Suas vontades e quando optamos por ser obedientes vivemos e recolhemos os frutos disso. No decorrer de nossas vidas temos opções e podemos escolher qual caminho queremos percorrer. E quando fazemos as escolhas certas Deus nos direciona para a sua obra. Ele disse que estaria comigo neste barco e eu confio em meu Senhor. Além dEle não nos dar um espinho maior que nossa mão não poderá suportar, Ele prometeu que estaria no controle de tudo e Ele é fiel para completar a boa obra em nossas vidas".
"O nosso grande problema é não confiar nas vontades do Pai. Achamos que somente por demorar ou por não ser como gostaríamos Deus não vai nos ajudar, ou atender nossas orações, mas em toda a palavra Ele nos afirma que estará conosco por todos os dias de nossas vidas. Se somos infiéis Ele permanece fiel. Sabe o que devemos fazer? É exercer a nossa Fé nEle. Quando temos confiança naquilo que vem de Deus, pode demorar, pode machucar e pode queimar nossa pele... O deserto pode trazer dores, mas quando estamos respaldados na palavra do Eterno nada pode nos deter. A força que nos capacita para levantar todas as manhãs vem do Senhor e é por ela e por todo sacrifício que Jesus fez que precisamos confiar e nos entregar em Seus propósitos. O amor dEle precisa ser suficiente para nos motivar a confiar, porque ninguém em sã consciência entrega seu único filho por amor as vidas que o menosprezam e são ingratas. Lembrar deste sacrifício precisa ser um alimento diário para nossas almas abatidas e sobrecarregadas porque isso nos aliviará e trará o conforto e força necessária. Lutar não pode, nunca, deixar de ser nossa opção. Persistir e nunca desistir precisa ser o pensamento permanente, porque quando confiamos nas palavras do Pai e quando aceitamos que estas são as melhores para as nossas vidas, vivemos o sobrenatural dEle... E vidas são transformadas através de nossos testemunhos. Permancer firme não pode ser opção, mas sim decisão".
- Nossa! - Diz Najú apenas.
- Eu amo essa mulher! - Comenta dona Angélica.
- O mérito não é meu. Agradeçam ao Pai por me usar... É isso que quero continuar sendo e fazendo: instrumento em suas mãos e bênção por onde passar. Acho que este deve ser o foco de todo cristão... Aqueles que são seguidores de Cristo precisam querer dar e não receber, assim como está escrito em Mateus.
- Você passou no teste. - Afirma a morena.
- Que teste?
- De fidelidade. Agora é oficialmente apta para o cargo de minha amiga e voluntária na ONG. - Profere segurando em minha mão.
- Estou feliz por ter a confiança de vocês.
- Ainda iremos muito longe com com nossa amizade. - Afirma sorrindo.
- Os propósitos do Senhor são lindos demais...
Ganhei velocidade na pista assim que passei pelos moleques que jogavam bola na rua. O nervosismo se acumulava e o suor escorria por minhas costas fazendo-me querer aliviar toda a pressão no peito. Puxei o ar fortemente enquanto a imagem de Ester voltava como um disco quebrado em minha cabeça.
Aperto o guidão da moto tentando aliviar o sufoco que está na garganta. Senti os dedos dormentes e os vi esbranquiçados devido a força que coloquei sobre eles, mas a rasa dor que estou sentindo não impede que a culpa tome lugar sobre os meus ombros.
Continuei meu camimho por um longo percurso virei à direita e depois à esquerda começando a enxergar rostos tão familiares para mim. Parei a moto e estacionei de qualquer maneira enquanto percebi Vanessa se aproximar sorrindo com os lábios vermelhos. Em seu corpo magro ela estampava uma mini saia jeans e um top vermelho com renda. Assim que seu corpo chegou junto ao meu estiquei as mãos mandando que ela parasse a caminhada e em um rosnado bruto e sombrio murmurei:
- Volta! - Nada mais precisava ser dito para que ela entendesse o que eu queria. Saltitando igual uma gasela ela voltou e balançou os fios loiros de seus longos cabelos. Passo reto pelo bar e subo as escadas de dois em dois degraus indo em direção ao segundo andar.
Adentro no cômodo cheio de fumaça e sorrio nostálgico lembrando que prometi que não voltaria para este lugar. A vida é uma grande filha da p@t4 por estar fazendo isso comigo outra vez.
- Matt, o bom filho a casa retorna. - Max sorri assim que seus olhos enxergam-me. O chefão está com duas mulheres que parecem no cio enroladas nele e um cigarro na boca. Sua mão se ergue da perna da morena enquanto convida-me com o dedo.
Meu corpo estremece quando as cenas são revividas a cada passo que dou. As mãos acumulam suor e o coração bombeia mais rápido percebendo a vontade que cresce dentro do meu ser.
Uma parte de mim grita para que eu pare e volte até a casa da minha avó para ajudar minha irmã, mas a outra parte, a grande covarde que domina minhas emoções, demanda que eu permaneça aqui e usufrua de tudo que tenho direito.
- Pensei que nunca mais fosse te ver. - Conta soprando a fumaça na boca da jovem loira. Sento-me e balanço a cabeça pensando no que dizer.
- Algumas coisas nunca mudam. - Digo vendo Vanessa se aproximar com dois copos na mão. Estico meu braço assim que ela entrega-me o objeto com Whisk dentro. Viro tudo em um gole só sentindo a queimação descer pela garganta e ouço a risada de Max.
- Percebo que hoje você está disposto a tudo. - Sonda ele pensando que sou burro.
- Tenho o que você ama, Max.
- E o que seria?
- Dinheiro e minha companhia. - Sorrio irônico.
- Não se esqueça que eu amo mulher. - Lembra-me.
- Isso você tem de sobra. - Dou de ombros. Vanessa senta em minha perna e se inclina beijando meu pescoço. Os pelos de meus braço se arrepiam e sorrio em sua direção. - Vai buscar mais e traga de tudo. - Aponto para o copo e o resto ela conhece bem.
Seu corpo se ergue e ela sorri maldosa enquanto se afasta rebolando.
- A noite vai ser longa? - Pergunta-me.
- Depende de você... Seus meios de trabalho estão ótimos como sempre? - Indago vendo ele beijar uma das mulheres.
- Estão melhores, Matt, meu amigo. Pode começar a conferir agora. - Aponta com cabeça. Viro o pescoço e vejo Vanessa se aproximar com uma imensa bandeja. Meu corpo treme em expectativa.
Sinto meus olhos marejados, mas não permito que essas lágrimas rolem. Não hoje. Nada vai impedir que eu esqueça tudo por esta noite. Pelo menos essa madrugada. Vanessa pula em meu colo e beija meu pescoço outra vez enquanto seu braço se move na pequena mesa à nossa frente enquanto prepara tudo.
A noite vai ler longa.
(...)
"Seja corajoso e não permita que a covardia e o medo impeçam que o chamado de Deus em sua vida venha ser tardado".
Thayla Fernanda
E aí, gente. Tudo bem?
O que acharam do capítulo de hoje?
Palpites?
Votem e deixem um comentário do amor.
Beijos e fiquem com Deus.
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