Capítulo || 21

- SHIVANI, MEU SALTO PRETO TÁ COM VOCÊ?

- NÃO, EU TÔ USANDO AQUELE ROXO QUE... AH, É VERDADE, TÁ AQUI! TROQUEI OS PARES! - Shivani grita de volta, ignorando a lógica de que estavam no mesmo quarto e nada daquilo era necessário, em seguida, andando pelo quarto de forma desajeitada e com uma careta sempre presente em seu rosto. - Cheguei a conclusão que odeio salto, vou de tênis. - ela reclama, tirando-os e indo para o banheiro, onde Diarra e sua perigosa prancha de cabelo a esperavam.

- Será que ela ainda não descobriu que deixar a Diarra com aquilo perto do rosto e cabelo dela é uma péssima decisão? - Sabina comenta observando as duas garotas, que alheias à situação, apenas riam.

- SINAAAA! MEU CABELO ENGATOU NA SUA PULSEIRA! TÁ DOENDO, NÃO PUXA! - ouço a voz de Heyoon no outro lado do quarto, com os cabelos que antes estavam perfeitamente arrumados, agora bagunçados pelo abrupto acontecimento.

Bom... talvez a ideia de nos arrumarmos em um só quarto não tenha sida uma das melhores, afinal.

- VAI RÁPIDO, SOFYA! - Any a apressa, pois havia, aparentemente, somente uma paleta de blush, e por alguma razão desconhecida, elas estavam com muita pressa.

- OKAY, POR QUE TÁ TODO MUNDO GRITANDO? - pergunto, por fim, ganhando a atenção desejada e alguns pares de olhos a mais voltados para mim.

- Nossa prezada amiga Sabina pediu um carro antes que metade de nós estivesse pronta. E ele chega em 5 minutos. - Sina explica, apontando para Sabina, que se encontrava sentada na cama solitária do quarto, mexendo em seu celular enquanto bocejava.

- O que foi? Vocês que estão atrasadas, eu não. Não tenho culpa. - ela dá de ombros, calmamente, e volta a atenção à seu aparelho.

- Por que vocês não cancelam a viagem e pedem outro carro mais tarde? - pergunto, como se fosse óbvio, e observo a troca de olhares entre as meninas, parecendo se questionarem por meio de telepatia do porquê não terem pensado em algo assim antes.

- O colar dourado com a ametista fica melhor em mim ou... - Any quebra o contato visual ao retirar o cordão do pescoço, dando lugar a outra peça, um extravagante colar de rubis. - Esse?

- Onde você arranja dinheiro pra tudo isso? - Heyoon arregala os olhos, desviando a atenção da escova de cabelo por um tempo.

- Eu vendo fotos dos meus pés na internet. - diz seriamente, com a expressão relaxada, demonstrando que era algo corriqueiro do dia a dia. - É tudo falso, amor. - para o alívio de todas, ela ri, revelando a brincadeira. - Mas então?

- Eu gostei da Amestista. - opino, observando os acessórios em sua mão, ainda tentando confirmar qual gostava mais.

- Tem certeza? Eu acho o de rubis mais bonito. - Any responde, também olhando para os colares com hesitação.

- Então vai com os rubis. - rio.

- Mas eu também gostei da Amestista!

Antes que Any pudesse continuar sua argumentação, um grito vindo do banheiro a interrompe, que curiosa, se vira para a direção da voz, assim como todas.

- DIARRA, MEU CABELO TÁ PARECENDO UM HAMSTER DEPOIS DE RESSUSCITAR EM UM RITUAL SATÂNICO!

...


Quando Sina sai do quarto de Joalin, confirmando que a garota não iria, rapidamente se junta a nós no carro, que para nossa incrível sorte, disponibilizava de 6 lugares nos bancos traseiros e outro no passageiro. Então, sem muita demora ou incômodos, chegamos até a festa, onde cada uma vai para um lado diferente.

A música que explodia nas caixas de som não era entusiasmante o suficiente para me fazer dançar, talvez, no máximo, poderia ser a causadora de uma terrível dor de cabeça mais tarde. Em vista disso, apenas me sento em uma das cadeiras giratórias do bar, por ora, pedindo algo novo e rodando no banco enquanto esperava.

- Eu pensaria muito bem antes de tomar mais que alguns goles dessa bebida nada confiável. - assim que o barman traz o pequeno copo, ouço uma voz surgir ao meu lado, o que certamente resultaria em um engasgo persistente caso chegasse na hora errada. Noah.

-

Qual é, não deve ser tão ruim. - dou de ombros, tomando de uma vez a dose de coloração roxa. A fumaça do gelo seco confundiu meus sentidos por um momento, por isso demoro mais que o usual para somente levar a bebida até a boca. - Talvez você tenha um pouquinho de razão. Mas não totalmente. - não me dou por vencida, mesmo que a queimação em minha gargante argumentasse o contrário, mas, de qualquer forma, quando olho para os lados, vejo que Noah estava dançando animadamente na pista.

De fato, ele estava totalmente, absolutamente e extremamente certo. Não que eu fosse admitir para ele algum dia, claro.

Eu estava na quinta dose quando uma súbita vontade de cantar a abertura de Bob Esponja toma conta de mim, mas encontro forças para reprimir meu corpo próximo da embriaguez de fazer coisas idiotas. Por enquanto, pelo menos.

Havia esquecido da presença de Liam na festa até o momento em que o vejo projetado em minha frente. Com seu cabelo bagunçado, sorriso descontraído e hálito forte de álcool, algo não muito diferente de mim, no entanto.

- Eu quero beijar você. - digo, inesperadamente, surpreendendo até mesmo a mim. Como pude deixar aquelas palavras fugirem sem qualquer filtro?

- É mesmo? - rindo, ele passa o braço por volta da minha cintura, me puxando para mais perto de si.

- MACHISTA! - grito antes que ele tenha a chance de sequer se aproximar por um mísero milímetro para me beijar.

O sujeito se afasta, confuso, me dando a oportunidade perfeita para analisar melhor seu corpo, fazendo um sorriso brotar em meus lábios.

- Nossa, agora é sério, você é muito bonito e eu quero fazer loucuras com essa sua boquinha. - a frase simplesmente escapa sem que eu pudesse ter a chance reprimi-la.

Antes que ele conseguisse chegar até mim mais uma vez, a voz de Ariana Grande preenchendo todo o lugar me faz esquecer tudo que planejava fazer previamente, até observar Noah sozinho e decidir que a proposta de ir até lá era ótima. Mesmo com o estranho que queria me beijar seguindo meus passos todo o tempo, simplesmente o ignoro.

- I'M SO FUCKING GRATEFUL FOR MY EX! THANK YOU, NEXT! - canto olhando diretamente para Noah, fazendo uma espécie de dança estranha, que mais se assemelhava a um ritual de acasalamento. - Eu sou bonita e gostosa, não preciso de um idiota como você. - digo com a típica fala embolada. - NÃO ENCOSTA EM MIM! - grito, mesmo que ele esteja a vários passos longe de mim.

- Vamos, Lexy. Não quer ir para outro lugar? - o desconhecido murmura em meu ouvido, e mesmo com a distância, a expressão de descontentamento de Noah é claramente aparente, então decido tirar algum proveito disso.

- Você tem uma voz tão sexy, é uma pena que eu não lembre o seu nome. - sorrio e dou um beijo breve em seu pescoço.

- Alexa, vem comigo, amor. Você não está em um bom estado para ir embora sozinha. - o rapaz sugere ao meu lado, proferindo suas palavras como se estivéssemos em um filme erótico.

- Não! Eu levo ela. - Noah surge, parado em frente a nós, aparentando não estar exatamente calmo.

- Ah, mas não vai mesmo! Eu vou com... - tento me lembrar de como ele se chamava mais uma vez, sem sucesso. - Com esse carinha aqui.

- Eu não vou deixar que você saia com esse bêbado desajustado para sei lá onde. Nunca. - ele declara, com a postura rígida.

- É o que a Alexa quer, não pode fazer nada, bro. - com um sorriso presunçoso predominante, o estranho contradiz, segurando meus ombros.

- Ela nem ao menos lembra seu nome, cara. - colocando um ponto final à discussão, Noah me tira de perto do outro homem ao pegar em minha mão e ameaçar nocautear o jovem caso percebesse o mínimo sinal de resistência em soltar meu corpo.

Estar confusa pela grande quantidade de bebida e ter a mão confortável de Noah junto a minha conseguia superar a ideia de voltar para a mesa solitária do bar, por isso não discuto quando ele me segura e nos conduz para fora da festa.

De repente, o vejo parar subitamente, atrapalhando-se em continar andando no mesmo ritmo acelerado, ganhando alguns empurrões de pessoas aleatórias, mas permanecendo na mesma posição, estático.

Mais determinado que há alguns minutos atrás, ele retoma seu caminho, deslocando-se como se estivesse fugindo de algo. Até que vejo o grande motivo de sua agitação: Heyoon beijando duas pessoas, não uma, duas.

- VOCÊ FOI CHIFRADO! DUAS VEZES! - rio tão alto que Noah me direciona um olhar feio, me mandando ficar quieta. - SAI TODO MUNDO DA FRENTE QUE O CORNO TÁ PUTO! ION, ION, ION! - imitando o barulho de um alarme, gargalho, enquanto ele abria espaço no meio do amontoado de corpos para passarmos.

- Eu sei que você tá extremamente bêbada, mas se continuar falando eu vou te jogar naquela vala. - ele intimida quando finalmente saímos do lugar, me fazendo arregalar os olhos.

- Noah, eu não quero que o palhaço assassino arranque meu braço que nem o menino burro do barquinho! - meus olhos se enchem de lágrimas, motivada pelo medo ao segurar o braço de Noah, que suspira alto.

- Alexa... não tem palhaço assassino, e eu não vou te jogar em nenhuma vala. - ele diz e eu suspiro em alívio, secando meu rosto molhado e ficando subitamente alegre, mas ainda agarrada firmemente a Noah. - Olha só, se eu te deixar em um taxi, você consegue ir até o seu quarto?

- Uh? - segundos após sua pergunta, ainda me encontro refletindo sobre o que ele queria dizer. - Ah, sim! Quer dizer, não, não consigo, de jeito nenhum. - nego com a cabeça repetitivamente, segurando o braço de Noah com mais força, para garantir que ele não saísse sem mim.

- Já deveria ter imaginado. - ele ri com escárnio, bufando enquanto digita algumas coisas no celular, provalmente chamando um taxi ou documentando toda a vergonha que eu passava para vender na Internet.

- Se está tão incomodado, eu peço pro Liam me levar. - solto seu braço, irritada, mas dou pulinhos de felicidade ao perceber que lembrei o nome que tanto queria. - Liam, Liam, Liam. Eu lembrei! - sorrio e o abraço pela cintura, calma mais uma vez.

Por um lado, minha mente me diz que essas oscilações de humor não são normais para alguém sobrio, mas por outro, contrasta que eu claramente não estou sóbria.

A viagem é mais rápida do que esperava anteriormente, e logo estamos sob a fachada do hotel, onde desço na companhia de Noah, que em razão de um quase tombo na calçada, passa a andar com um de seus braços em minha cintura, dando o apoio que precisava.

- Pronto, está segura e entregue. - ele diz ao pararmos em frente à porta do meu quarto, Noah inclusive me ajuda nesse quesito também ao abrir a porta, já que eu não conseguia acertar o buraco da chave. - Agora me dá o seu celular. - fico confusa por um instante, mas o desbloqueio com a impressão digital e o entrego. - Já imaginei que não ia acordar sozinha, então programei um alarme duas horas antes do vôo, acho que já é o suficiente.

Quando ele anda apenas poucos centímetros para me devolver o aparelho, com um sorriso fraco, inspiro seu perfume que exalava no ar, incapaz de controlar meu impulso de ofegar e passar meus dedos entre seus cabelos, quase tão convidativos quanto seus lábios avermelhados.

- Alexa... - ele suspira.

- Eu poderia te beijar agora mesmo. - deslizo minhas mãos que estavam em seus cabelos para sua nuca, onde passo minhas unhas de leve. - Droga, por que você tem que ser tão bonito?

- Você namora e eu namoro. Isso nunc... isso não pode acontecer. - Noah fala firmemente, tirando minhas mãos de si, com a respiração claramente descompassada.

- Zach? Eu menti, seu panaca, ele nunca foi real. - confesso, finalmente, revirando os olhos. - E ela... - mordo os lábios com força, tentando controlar os pensamentos que ameaçavam fluir sem pestanejar. - Quem você quer enganar? Esse relacionamento não vai para lugar nenhum faz muito tempo. Acha que traição das duas partes significa amor? - digo tudo que desejava desde o primeiro momento que soube de toda a história, deixando-o perplexo.

- Como você...

- Não importa. - digo, simplesmente, enquanto passo as mãos pelos fios do meu cabelo nervosamente, sem saber o que falar ou fazer, com apenas uma coisa rondando minha mente. Uma completa loucura. Mas naquele momento, o álcool não me deixava racionar direito. - Quer saber? Que se foda a razão.

E então, surpreendendo ambos, tomo cada lado de seu rosto com minhas mãos, encarando seus olhos verdes uma última vez antes de diminuir todo o espaço entre nós e fazer nossos lábios se colidirem.

Meu cérebro processava o que acontecia mais lentamente do que a cena de fato fora, mas da mesma forma, o momento conseguia ser infinitamente melhor que qualquer pensamento pervertido que já tive a satisfação de presenciar.

De início, o beijo se resumia a um simples selinho, mas essa posição não dura muito, pois assim que a surpresa some, ela dá lugar ao anseio. Prontamente, sinto a boca de Noah se mover com avidez contra a minha, como se já o tivesse feito milhares de vezes.

Suas mãos apertando minha cintura exposta pelo vestido causavam uma incrível sensação de êxtase por todo meu corpo. Sem perceber, solto um suspiro de prazer.

Recuo alguns passos, até bater com as pernas na cama e cair nela, levando Noah junto, que contrariando a reação que esperava, apenas parece cada vez mais estimulado em continuar com o beijo, enquanto apoia suas mãos nas laterais da cama para suspender seu peso e se uni mais a mim, sem estourar a pequena bolha que formávamos por nada.

Minhas mãos vão automaticamente para a barra de sua camiseta, a puxando pra cima com urgência, tentando captar cada centímetro de seu corpo para guardar na memória. Assim que me livro da peça, passeio com os dedos livremente por suas costas, parando em seu quadril e pressionando seu peito contra o meu.

O toque do meu celular parece fazer Noah voltar à realidade, e quando "Break up with your girlfriend" acaba, ele já não está com seu corpo sobre o meu, deixando um vazio estranho em meus lábios, onde os dele se encontravam segundos atrás.

- Eu... eu não... hum... não sei o que acabou de acontecer. - ele desvia o olhar de mim, que atualmente me encontrava com o batom completamente borrado e vestido levantado até o alto da coxa, mas não fazia questão de arrumá-lo.

- Nós nem transamos, foi só um beijo, cara. Amigos se beijam também. - digo normalmente, puxando o edredom na altura do pescoço, cansada. - Aliás, deveria ficar sem camisa mais vezes, Urrea. - sorrio perversamente, e essa é minha última lembrança antes de me deixar levar completamente pelo sono.

...

Por acaso eu ouvi um amém? Esse foi possivelmente o maior capítulo da fanfic, então espero que tenham gostado :)

Eu realmente não faço ideia do que aconteceu, então totalmente entendo se vcs n souberem o que caralho se passou jdksjfksjfks

(OBRIGADA PELOS 8K!!!!!!! ❤)

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