Capítulo 12

3242 Palavras

- Espera Mikaela, deixa eu ver se entendi. – Nick diz com as mãos erguidas, enquanto chegamos frente ao condomínio depois de mais um dia de testes – Você foi para o mundo humano cumprir com um trabalho, e enquanto estava lá, você foi vista por um anjo?

Ergo meus ombros em resposta, e Nick lança um olhar para Diana, que responde com um ar perplexo depois de tudo que contei. Eles estão completamente surpresos.

- Sim, foi isso mesmo Nick. – Respondo o olhando, e entramos no elevador – Também fiquei surpresa com tudo que aconteceu.

- Agora faz sentido você ter sumido. – Diana diz mais a si mesma do que a nós.

- E como foi isso? Ele falou com você? – Nick perguntou com as sobrancelhas erguidas – Te reconheceu como um anjo?

- Ele mais me atacou do que falou comigo. – Respondo, querendo dar por encerrado o assunto do tal anjo, que por mais que eu tentasse tirar ele dos meus pensamentos, ele continuou voltando logo em seguida, revivendo as sensações que me causou. – Mas vamos deixar esse detalhe para lá. Ele não é importante, e não aconteceu nada demais envolvendo ele.

E também, acho bom evitar falar demais, afinal antes de retornar ao submundo, Stefan resolveu aparecer sem uma razão muito clara. Algo que tenho em comum com Nick e Diana é o detalhe que nenhum de nós se sente muito confortável quando Stefan está presente, por mais que Diana pareça ganhar certa simpatia dele.

Percebi que, durante a segunda metade dos nossos testes, Stefan apareceu e esteve observando todos os iniciandos, principalmente Diana com um pouco mais de atenção.

Em nenhum momento ele se aproximou de nós, mas acho que isso foi somente porque Ceres e Minos estavam ali, atentos em cada teste aplicado e anotando os vários resultados obtidos.

- Mas e aí, como é no mundo humano? – Diana pergunta curiosa. – Viu algum humano?

- Ah, o mundo humano... – Começo a pensar como explicar isso a eles, enquanto descemos no andar do quarto do Nick, e avançamos pelo corredor – É... Grande... Com muitas coisas diferentes num lugar só... Tem muitas plantas, lá tem dia e noite... E tem muitos humanos sim, vi alguns enquanto anoitecia.

- Uau... – Diana diz com certa animação e então olha para Nick – Será que poderemos ir para o mundo humano alguma hora?

- Espero que sim. Lá parece ser muito legal. – Nick responde com empolgação.

- Não posso dizer com certeza – Respondo em meias palavras, ganhando olhares interrogativos dos dois quase que de imediato – Fui algumas vezes no mundo humano, mas também nunca vi muitas coisas de perto.

Sem falar que, a única vez que fui ao mundo humano, guiada pela minha curiosidade, acabou resultando na minha expulsão do paraíso e no local onde estou hoje.

- Então, nenhum de nós conhece muito do mundo humano... – Nick assume uma expressão reflexiva por alguns instantes – Tive uma ideia!

- Ai, lá vem... – Diana diz provocando.

- O que foi? É uma boa ideia! – Nick rebate – E você nem ouviu ainda Diana!

- Tenho é medo de ouvir, mas vai lá. – Diana ergue uma mão com um ar risonho – Nos conte sua ideia.

- Certo, o que vocês acham de, depois de terminarmos nossos testes, nós três irmos conhecer o mundo humano? – Nick conta como sendo a melhor ideia possível.

Diana e eu trocamos um olhar, enquanto Nick aguarda uma resposta nossa.

- É sério? – Diana pergunta com uma careta.

- Vai me dizer que você não tem vontade de ver o mundo humano. – Nick provoca com um sorriso.

- Bom, nem tanto... – Ela desvia o olhar de lado – Nem deve ser tão legal assim.

- Admita Diana, você achou uma boa ideia. Só é teimosa demais para dizer que sim. – Nick insiste, cutucando o ombro dela.

- Talvez eu tenha achado uma ideia ok, mas não fique se achando por isso Nick. Não é nada muito incrível, e você é um ansioso. – Diana cede, ao mesmo tempo que não diz isso de forma clara.

- Foi você quem perguntou se poderíamos ir ao mundo humano alguma hora. – Nick rebate o comentário, abrindo a porta e nos dando passagem.

- Vocês dois são inacreditáveis. – Digo aos risos, ganhando a atenção dos dois.

- E você ainda não disse o que acha Mikaela. – Nick aperta os olhos, encostando a porta atrás de si, e se lançando em seu sofá – Só por que já foi no mundo humano, acha que não é uma boa ideia?

Balanço a cabeça negando, sem conter meu riso das palavras de Nick. Os dois realmente são figuras que adorei conhecer – Não, eu gostei da sua ideia. E acho que podemos fazer isso sim.

- Viu Diana! – Nick se volta a ela – Alguém aqui sabe reconhecer minhas ótimas ideias.

- Não disse ser uma ótima ideia. – O corrijo, e a cara de desamparo que ele me faz é impagável.

- Viu Nick! – Diana não perde a chance – Alguém aqui sabe reconhecer suas péssimas ideias.

- Vocês dois querem decidir se é uma boa ou uma má ideia? – Não seguro minhas risadas, puxando uma cadeira e me sentando.

Diana puxa outra cadeira e se senta também. – Uma péssima ideia! – Ela diz.

Nick levanta o braço com o indicador erguido – Uma ótima ideia! – Ele diz em seguida.

- Decidam-se! – Balanço a cabeça uma vez, observando – Quer saber? Eu vou é ir para o mundo humano sozinha e voltar umas dez vezes, e vocês não terão se decidido.

- Assim poderá nos levar nos lugares mais interessantes. – Nick diz brincalhão, quando ele para de rir e se senta devagar. – Espera um pouco... E se...

- Ah não, lá vem... – Diana nem mesmo espera, e já começa a rir.

- Você vai gostar dessa, Diana. – O rapaz sorri e me olha – A Mikaela pode ir ao mundo humano primeiro, e depois ela nos leva para conhecer as melhores coisas.

- Por que sobrou pra mim Nick? – Pergunto arqueando as sobrancelhas.

- Você já foi ao mundo humano bem mais vezes que a gente. – Ele começa – E talvez voltará lá antes que terminemos nossos testes. Quando pudermos ir, você iria nos apresentar o mundo humano.

- Você não deve estar falando sério. – Digo rindo e olho para Diana de soslaio – O que você acha?

A garota torce a boca de lado enquanto enrola alguns fios de seu cabelo no dedo, com uma expressão pensativa, e então observa cada um de nós – Acho que o Nick não vai desistir de ter ideias para ir ao mundo humano tão cedo.

A verdade é que sim, provavelmente retornarei ao mundo humano muitas vezes antes dos dois para cumprir com os trabalhos que Raika escolher para mim. E também, Minos disse mais de uma vez que sou livre para ir até lá se assim desejar, e isso despertou essa vontade em mim.

Realmente tenho vontade de voltar ao mundo humano. E com uma autorização tão clara que recebi do juiz do submundo, não acredito que serei punida por ir conhecer os humanos.

E em segredo, já estou planejando retornar ao mundo humano muito em breve. Se não receber nenhum trabalho de Raika ou Minos, irei voltar lá já neste fim de semana.

Mas, o que realmente me preocupa é aquele anjo... Klauss.

Não sei o que pode acontecer se ele me encontrar novamente. Por isso, sei que se decidir voltar lá para saciar minha curiosidade de conhecer os humanos, devo tomar o máximo de cuidado para não ser encontrada por ele.

Balanço a cabeça algumas vezes – Vamos fazer assim... Vamos terminar nossos testes primeiro, e se eu voltar ao mundo humano mais vezes, irei aproveitar para conhecer melhor o que eles tem, e levo vocês lá em um dia que estivermos desocupados... Mas não prometo nada para vocês.

- Só por ter essa possibilidade, já fico empolgado. – Nick responde aos risos.

- Escuta, ninguém mais está com fome não? – Diana diz de repente, mudando completamente o foco do assunto – Os testes de hoje foram mais puxados que o normal.

- A senhorita Ceres queria mesmo saber tudo que poderíamos aguentar. – Respondo com uma careta, e vejo Nick se levantando. – E o Minos não está aliviando nada para mim.

- Verei o que tem nos armários. – Nick segue para a cozinha – Mas não garanto muita coisa.

Nesse instante, meus pensamentos vagam para a próxima vez que irei ao mundo humano. Gostaria que o tempo corresse mais rápido, somente para que chegue logo o momento de estar naquele ambiente outra vez.

E também, junto com essa vontade, também surge a imagem daquele anjo, trazendo consigo um sentimento misto. O nervosismo de acabar encontrando com ele, e também a expectativa de encontrá-lo por mais uma vez.

De qualquer forma, tenho certeza que o mais adequado é esse encontro nunca acontecer.

*****

Caminho apressada para mais um dia de testes, na companhia de Diana, Nick, e todos os demais iniciandos em meio a várias conversas animadas. Hoje é o quinto dia, e ainda não recebi nenhum novo trabalho de Raika ou do Minos, então começo a acreditar que estarei livre neste fim de semana.

Mas mesmo que acabem me designando um novo trabalho, será uma forma de poder ir ao mundo humano sem precisar me preocupar com inventar desculpas, por mais que eu saiba que isso já não é mais necessário.

- Quais serão os testes de hoje mesmo? – Diana pergunta, com o olhar erguido ao céu.

- Teste de poder, se não me engano. – Respondo pensativa. – A senhorita Ceres falou que iria analisar como conseguimos desempenhar nossos poderes uns dois dias atrás.

- E será assim tão cedo? – Nick resmunga nervoso.

- Já é nossa segunda semana de testes. – Diana responde apertando os olhos – Levou tempo até demais.

- Mas poderia ter demorado só um pouco mais. – Nick continua, bagunçando os próprios cabelos ao passar sua mão repetidas vezes – Sei lá, só semana que vem...

- Mas talvez só semana que vem que comecem os testes mais avançados. – Respondo tentando acalmá-lo ao menos um pouco – Hoje será só para confirmar quem consegue manifestar algum poder.

- Mas se vão começar o avançado semana que vem, também poderiam deixar essa confirmação só para semana que vem. – Nick insiste, e balanço a cabeça em negação, contendo meu riso.

- É porque querem dar tempo para nos prepararmos para o mais difícil... – Diana diz com um sorriso brincalhão, de forma a provocar Nick – Que será bem difícil.

- Ai não! – Nick tem uma reação hilária, ao colocar ambas as mãos na cabeça e deixar uma feição bem preocupada ocupar seu rosto – Não quero nem pensar nisso!

- Mas vai, porque daqui a pouco os primeiros testes começam. – Diana diz cantarolando. – E você é muito desesperado Nick.

- Não sou desesperado, só estou nervoso. – Nick se defende.

Diana arqueia suas sobrancelhas, e o olha de soslaio – Sei...

- Não sei como vocês conseguem se manter tão calmas. – Ele responde nos olhando.

- Acho que já estou acostumada. – Respondo erguendo os ombros.

- E eu não sou desesperada. – Diana responde cutucando o braço de Nick.

- Você é muito irritante garota! – Nick resmunga puxando a orelha da garota de leve, a fazendo resmungar na hora – Já disse que não sou desesperado.

- Você é sim! – A garota devolve, beliscando ambas as bochechas do rapaz.

- Será que vocês dois podem parar com isso? – Questiono cutucando a cintura de ambos com certa pressão, e de imediato os dois se soltam com um riso estampado no rosto – Nossa, vocês dois são complicados, em?

- Ela quem começa Mikaela. – Nick diz, passando a ponta dos dedos pelo rosto.

- Eu não, você que se preocupa demais. – Ela se defende com as mãos erguidas.

Solto um suspiro enquanto chegamos ao prédio. Logo que entramos, Ceres já nos aguarda frente a um dos corredores como de costume, e dessa vez, Minos também está presente.

O juiz faz um sinal para que eu o siga por um caminho diferente dos demais, e com um aceno, já sigo na direção dele – Estou indo fazer meus testes com o senhor Minos. Se comportem vocês dois.

- Pode deixar, não vamos causar problema. – Diana responde em um tom brincalhão.

Avançamos por alguns corredores, até chegar a uma das salas onde alguns dos testes físicos são feitos. Existem alguns equipamentos aqui que servem para testar força, resistência, e também dois espaços especiais. Uma sala especial para analisar o poder que possuímos, e uma segunda sala onde era feita uma simulação de combate com uma ilusão sólida de alguma criatura.

Minos me indica a ir diretamente para a sala para avaliar meu poder, e deu início aos testes assim que entrei. De várias formas manifesto as chamas do meu poder nos momentos certos, atingindo os paineis que apareciam um atrás do outro, em diferentes locais e diferentes distâncias.

A todo momento, tentei lançar o máximo de energia quanto fosse possível, imaginando-me em meio a uma situação a qual não poderia cometer um único erro, enquanto que Minos analisava e anotava tudo cuidadosamente.

O ritmo aumentou rapidamente, ficando mais intenso que de costume, de forma que por vezes eu não conseguia manifestar meu poder rápido o suficiente e desferi golpes puramente físicos, que me frustravam a princípio, mas que imediatamente ignorava quando Minos me dizia para continuar sem me desconcentrar.

Imaginei que meus testes variariam entre os de força e resistência, mas fui avaliada unicamente no aspecto de poder, até a minha exaustão, onde não conseguia sentir força alguma em meu interior, e tudo que eu queria era dormir por horas seguidas.

Com as pernas bambas e o cansaço iminente, acabo cedendo no chão, arfando sem parar com o suor caindo pelo meu corpo.

Minos entra na sala em passos tranquilos, e ajudando a me levantar, ele me entrega uma toalha, a qual seco meu rosto imediatamente – Você foi bem Mikaela. Se adaptou bem ao poder demoníaco.

- Precisava me adaptar. – Respondo respirando fundo – Senão, não sei o que seria de mim.

Minos esboça um sorriso, enquanto deixamos o local sem pressa – Talvez a senhorita Raika escolheria outro destino a você.

- Muito reconfortante. – Digo rindo para mim mesma – Mas prefiro me empenhar com essa oportunidade que tenho, e não com a possibilidade desconhecida.

- É um pensamento sábio. – Minos comenta pensativo. – E então, o que achou da sua primeira ida ao mundo humano depois de tanto tempo?

- Depois de tanto tempo... – Ergo os ombros – Foi bom, e ao mesmo tempo, tão... Não sei...

- É uma opinião bem vaga. – O juiz diz passando uma mão pelo queixo.

- Talvez ainda esteja me adaptando. – Digo a mim mesma, e o juiz assente – Mas planejo retornar, ver mais coisas por mim mesma e entender como irei reagir.

- Mantenho o conselho da última vez. – Minos diz me olhando de canto – Mantenha distância do anjo da legião.

Mal sabe ele que já o encontrei, e um dos motivos de querer voltar no mundo humano é a possibilidade de encontrar esse anjo... Mas não sei se é por querer ver sua imagem outra vez, ou tentar envolvê-lo nas minhas chamas.

- Qual o nome dele? – Pergunto apertando os olhos, e o juiz parece curioso com a pergunta que acabei de fazer. – É alguém que tenho que ter cuidado, mas sequer sei seu nome...

- Seu nome é Ka'Su. Mas o nome que assumiu para caminhar na terra é Klauss. – Minos responde.

- Klauss... – Repito, confirmando o que já ouvi antes – Tomarei cuidado caso escute esse nome...

Os demais iniciandos entram na sala, e damos nossa conversa por encerrada. Como já fiz meus testes, pude descansar enquanto assistia como os demais iniciandos desempenhavam durantes os vários testes supervisionados por Ceres.

Ao mesmo tempo que assisto todos, minha mente vagueia para meu retorno ao mundo humano... Um retorno que será amanhã.

*****

Olho para trás por uma vez, checando se não estou sendo seguida por ninguém. Diante do silêncio presente no tempo, respiro aliviada e coloco os códigos no painel, e com os raios percorrendo no chão do altar, a fenda para o mundo humano se abre.

Avanço sem demora, atravessando a fenda e mergulhando no mundo humano. Logo a frente vejo as portas do celeiro entreabertas. Agora que penso sobre isso, quando retornei, não me atentei a fechar as portas desse lugar. Me pergunto quem pode ter feito isso.

Deixo o celeiro, vendo os primeiros raios do dia me iluminando, e sem demora, caminho na direção da cidade. Enquanto caminho, levo meus olhos para um casarão grande que não havia reparado da primeira vez que vim, e logo à frente existe uma mulher bem idosa na varanda, que me olha de um jeito seco, e retorna para suas atividades.

Sigo para a cidade em passos apressados, sentindo o calor causado pelo sol. Sem demora retiro minha blusa e a amarro na cintura, e puxando a gola da minha camiseta repetidas vezes para tentar me refrescar um pouco que seja.

Levo um bom tempo até chegar na cidade, e quando finalmente o faço, assisto todo o movimento matinal. Não existe muito movimento por ser uma cidade pequena, mesmo assim vejo algumas pessoas andando pelas ruas.

Agora que estou aqui, tenho vontade de explorar mais deste lugar. Quero falar com várias pessoas que vejo, ao mesmo tempo que quero entrar em vários lugares diferentes. São tantas coisas que quero fazer, e não sei o que posso fazer primeiro.

Antes que eu decida o que fazer primeiro, escuto um ronco estranho perto daqui. Algo estranho que nunca ouvi antes.

Ao me virar na direção do som, vejo um veículo humano bem diferente dos demais virando uma esquina devagar, e enquanto ele interrompe seu movimento, alguns novos roncos podem ser ouvidos.

Um pouco curiosa, fico observando o carro branco tão diferente, e quando a porta é aberta, meu corpo inteiro congela no lugar com quem vejo saindo do carro. Klauss.

Assisto o anjo fechando a porta e imediatamente as luzes amareladas piscam. Logo em seguida, observo Klauss ajeitando as roupas ao corpo, e analisando o ambiente a sua volta minuciosamente.

Não é possível que ele já saiba que estou aqui. Eu cheguei faz tão pouco tempo.

Seu olhar vem a mim, e imediatamente viro de costas, tentando não ser vista pelo anjo. Espero alguns segundos, e caminho com o máximo de naturalidade que consigo para o primeiro e mais próximo lugar que encontro, torcendo para não ter sido reconhecida por ele.

Entro em um lugar não muito movimentado, com meu peito batendo freneticamente. Eu sabia que cedo ou tarde iria encontrar com ele, mas não esperava que fosse ser tão cedo assim, e agora, não sei o que fazer nessa situação.

Ergo meu olhar ao ambiente, respirando fundo por uma vez. É um lugar não muito grande, com painéis coloridos, um forte aroma agradável está presente que faz minha boca encher por algum motivo, e em algumas das várias mesas presentes, algumas pessoas se servem em conversas animadas, e as duas pessoas atrás do balcão sequer parecem notar minha presença.

Olho de um lado ao outro, não sabendo bem o que fazer aqui, ou o que fazer para me manter escondida. Talvez esse não seja o melhor lugar para me esconder.

Quando estou para ir embora, acabo esbarrando em alguém parado atrás de mim.

- Ah, desculpe, eu não... – Digo erguendo meu olhar a figura parada, e minhas palavras somem.

O anjo que antes tentei fugir, está agora bem a minha frente.

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