Capítulo 57


Hoje, temos capítulo duplo, visto que não consegui no resto da semana publicar.  Estive super ocupada com um concurso em que participei como avaliadora. Podem saber mais sobre isso no meu livro "Booktrailers e Resenhas".

 E... Verdade. Só faltam mais dois capítulos para o final!

Mantenho-me a uma distância razoável do Salvador. Uma distância que me permita vê-lo para não me perder nestes labirínticos e escuros corredores que nada me dizem. Mas ao mesmo tempo uma distância que me permita ficar para trás e pensar num plano alternativo caso o Salvador seja apanhado.

Ele é o meu guia. Ele sabe onde está. Conhece a parte inferior da nave como a palma da sua mão, talvez até melhor. Ele sabe como nos tirar daqui.

Deixámos para trás o aposento acolhedor que nos tinha sido destinado. Não antes de eu me ter certificado de que o Torres permaneceria vivo durante as possíveis horas de espera, até alguém dar por ele na cela trancada de onde não era suposto eu e o Salvador termos saído. E a verdade é que convém que esse tempo seja longo o suficiente para conseguirmos colocar em prática o nosso plano.

Sair da prisão não foi difícil. Torres dispunha de um cartão eletromagnético no bolso direito das calças, que nos abriu de imediato a porta. Mas cada passo que avançamos para longe do nosso castigo e em direção à tão pretendida liberdade, mais arriscamos a nossa vida. Porém, manter-me viva já não é o suficiente para mim. Eu preciso de lutar pela liberdade e justiça que é devida a TODAS as pessoas desta nave.

O Salvador estaca de repente. Apresso-me a encostar à parede mais próxima, rezando para que a escuridão consiga camuflar o meu corpo. Não sei porque parou, mas é melhor prevenir.

Um baque surdo chega-me aos ouvidos, confirmando as minhas suspeitas. Volto sub-repticiamente o rosto na direção do som. Duas manchas negras movem-se ocasionalmente uma sobre a outra, comprimidas sobre o pavimento. Uns grunhidos abafados são lançados no ar pesado que se encontra diante de mim. As manchas invertem a sua posição. Uma delas parece fundir-se ao chão negro que lhe serve de apoio, a outra parece dançar ritmicamente com o som duro de carne a embater sobre carne. A sombra voluptuosa ergue-se e deixa para trás a mancha disforme inanimada.

O homem dirige-se na minha direção.

Fico calada e imóvel. Torço para que seja o Salvador, mas não posso ter a certeza, não a esta distância.

Fecho os olhos e encosto-me o mais possível à parede que se estende atrás de mim, desejando puder conseguir fundir-me a ela.

− Aurora – a voz sussurrada do Salvador retira o peso desconfortável que se tinha instalado no meu peito. Abro os olhos e encontro-o a cerca de dez passos de mim, em pé e aparentemente ileso. – Já podemos ir. Eu tratei do guarda. Este devia de ser o turno de vigia dele. Não devemos encontrar mais pelo caminho.

− Então podemos ir juntos? Lado a lado, digo. Foi assustador não saber exatamente o que te estava a acontecer. Se eras tu quem estava a ganhar a luta.

− Tudo bem – responde após uma longa pausa. – Não me agrada o risco em que te vou colocar, mas se te sentes melhor assim...

− Sim, − aproximo-me dele aliviada, − sentir-me-ei muito melhor do teu lado.

O Salvador deposita um beijo casto na minha testa e continuamos o nosso caminho, desta vez como duas manchas sincronizadas que procuram a mesma luz. A luz que tanto nos pode levar para o caminho da vida, como para o caminho da morte.


− Tens a certeza que vais ficar bem? – pergunta-me o Salvador pela segunda vez. Olho de forma impaciente para o grande relógio da sala central que se encontra atrás dele. Faltam dez minutos para as sete da manhã. Temos que nos apressar antes que alguém nos veja a deambular pelos corredores da nave. Reviro os olhos e suspiro exasperada. – Tudo bem, tudo bem. Já percebi a mensagem. Mas toma cuidado, por favor. Eu não confio nele.

− Não temos outra hipótese, senão confiar. Vai correr tudo bem – asseguro-lhe, sem conseguir acreditar plenamente nas minhas próprias palavras. – Vê se não te demoras. Ficarei à tua espera no local combinado.

O Salvador aquiesce e, depois de um olhar demorado na minha direção, corre de novo para a porta que dá acesso ao piso inferior da nave.

Encho os pulmões de ar fresco e renovado.

Expiro o ar lentamente. Com os músculos mais relaxados, enfrento finalmente o meu destino de cabeça erguida.


Entreabro a porta e espreito por entre a escuridão do quarto. Numa análise rápida, todos os presentes me parecem perdidos num sono profundo.

Fecho a porta atrás de mim e recrimino-me mentalmente por o ter feito. A negritude que me envolve é agora total. Reflito a possibilidade de voltar a abrir a porta, mas concluo rapidamente que a hipótese de os outros rapazes acordarem será maior se detetarem o estímulo da luz exterior, que apesar de fraca, ainda é significativa.

Apalpo com os pés o caminho que tenho à minha frente, tentando perceber a existência de algum obstáculo à minha passagem.

Avanço com cuidado e sem provocar qualquer tipo de ruido.

O meu pé toca no que penso ser a base de metal do beliche. Agacho-me junto à cama que tenho quase a certeza ser a certa. Não há muita margem para erro, era só seguir em frente.

− Matias, sou eu, a Aurora – sussurro perto do local onde penso estar a cabeça dele. Não me atrevo a tocá-lo, isso poderia fazer com que se assustasse ainda mais com a minha presença. – Preciso da tua ajuda – acrescento ao detetar subtis movimentos no colchão em que apoio os braços.

− O que...

− Eu posso explicar – interrompo os seus protestos num tom de voz um pouco mais elevado do que eu gostaria. Mas de outra forma talvez ele não me ouvisse. – Vem comigo, por favor – suplico docemente. – Se depois de me ouvires, ainda me quiseres denunciar, estás à vontade.

Interpreto a ausência de movimento sobre o colchão e o seu silêncio como um bom sinal. Recuo um pouco para lhe dar o espaço de que precisa e avanço até à porta, sem esperar por ele. Não posso ter a certeza de que ele me vá seguir, mas ele é a minha última esperança. Se a mágoa que sente por mim for maior que o amor que outrora nutria, estarei irremediavelmente condenada.

Não preciso esperar muito tempo, uns segundos depois a porta do quarto de onde saí volta a abrir-se e um Matias já completamente desperto e de olhos arregalados fixa-me ceticamente. Será que ele pensa que isto não passa de um sonho?

− Eu não estou louca – começo, colocando as mãos estendidas à frente do meu corpo, com as palmas voltadas para ele. Talvez não seja propriamente o melhor começo, porém foi a única coisa que me surgiu. – Tudo o que disse é verdade e eu tenho como prová-lo, mas para isso preciso da tua ajuda.

− O que queres? – questiona curioso. O tom de voz que emprega não é o tom ríspido que temi que usasse, muito pelo contrário. Sinto as minhas esperanças renovarem.

Os meus ombros sobem, a minha postura endireita-se e as minhas mãos relaxam junto ao meu corpo. Uma confiança súbita preenche todas as minhas células.

− Eu ficar-te-ia eternamente grata se analisasses umas amostras de sangue para mim.

− Amostras de sangue? – devolve-me as palavras de forma distorcida, contagiadas pelo ceticismo que volta a preencher o seu rosto. – De quem são essas amostras? – acrescenta com um tom acusatório que me faz sentir esmorecer. Será que ele acha que matei alguém ou algo do género?

− Da minha bisavó, do Sr. Nicolau, − engulo em seco, − de todas as pessoas da comunidade que já morreram. Eu preciso de provas para conseguir que todos vejam que o 1º comandante é um monstro.

− Como é que conseguiste essas amostras?

− Isso agora é apenas um pormenor, se quiseres eu até te explico durante o caminho até ao laboratório de saúde, mas não temos muito mais tempo. Precisamos de nos apressar.

− Estás a dizer que queres que eu entre no laboratório quando não está lá ninguém e utilize os equipamentos de forma clandestina só para te ajudar nesta... nesta loucura?

− Sim − respondo tristemente. Eu sabia que seria difícil, mas tinha alguma esperança de que ele me fosse ouvir e confiar em mim. Esta minha ingenuidade...

− Mesmo que eu concordasse com toda esta... loucura, eu não tenho a chave do laboratório.

Sorrio. Se ele está disposto a ponderar a questão, significa que está do meu lado.

− Entrar sem a chave não será um problema para nós – respondo com o sorriso a contaminar-me a voz. – Obrigado por aceitares. Isso significa muito para mim.

O Matias abre a boca para contra-argumentar, mas eu volto-me de lado para ele e avanço de forma apressada pelo corredor. Não preciso de olhar para trás para saber que ele me segue, apesar da ponta de relutância que ainda sente.


− Do que é que estamos à espera exatamente? – interroga o Matias com os nervos à flor da pele. De meio em meio minuto, avalia os pontos extremos do corredor para se certificar que estamos mesmo sozinhos.

− Não é "do quê", mas sim "de quem" – digo ao encostar descontraidamente a cabeça sobre a porta atrás de mim. O Matias olha para mim alarmado e eu não consigo evitar sorrir com a sua expressão de pânico. – Relaxa. Ele já deve estar quase a chegar.

− Então ele sempre veio – comenta asperamente o Salvador ao aparecer na extremidade do corredor de onde nós viemos. O Matias sobressalta-se ao ouvir a voz inesperada do meu namorado. Que belo guarda ele me saiu! Ele não estava supostamente "atento" à aproximação de pessoas?! Se não fosse o constrangimento e o risco da situação, eu ter-me-ia rido a plenos pulmões.

− Eu deveria ter calculado que o Sal estava envolvido nesta história maluca – protesta notoriamente desiludido com a sua falta de perspicácia. Ele dá um pontapé no ar, que esmorece ao fim de alguns centímetros de altitude, seguido de um suspiro carregado de frustração.

− Aparentemente, estou tão envolvido quanto tu estás. De outra forma, não estarias aqui, não é verdade? – a amargura recheia cada palavra que usa.

Os dois fitam-se de forma intensa durante alguns segundos, numa luta qualquer de egos de que eu dispenso fazer parte. Por isso, mantenho-me recolhida no meu canto e aceito de bom grado o papel de simples observadora que os dois me entregam.

O Salvador avança um passo e o Matias recua em resposta. Com um meio sorriso prostrado no rosto do meu namorado, e um revirar de olhos do mesmo, o Salvador avança na minha direção e entrega-me a caixa branca que nunca cheguei a devolver à enfermaria. Ainda bem que não o fiz, de outro modo o Salvador teria tido muito mais trabalho para recolher as amostras de sangue de que precisamos agora.

Afasto-me ligeiramente da porta e deixo-o ocupar-se da fechadura trancada. Ao fim de um minuto apenas, ouço o estalido da nossa liberdade.


Cruzo e descruzo as pernas pela milésima vez desde que aqui entrei. Só estou sentada porque o Matias alegou que não conseguia trabalhar comigo a arrastar-me de um lado para o outro no laboratório. Mas ele tem de perceber que se eu não deixar extravasar alguma da ansiedade que me preenche internamente, aí sim vou me transformar na louca que a comunidade já pensa que sou.

Obrigo-me a fincar os pés no solo e decido dedicar toda a minha atenção ao Matias, que trabalha a duas bancadas de distância de mim e do Salvador. A quantidade de bancadas que existe neste espaço é verdadeiramente impressionante, permito divagar-me. Qualquer pensamento que não seja autodestrutivo ou que aumente a minha ansiedade de alguma forma, é agradavelmente bem-vindo.

Observo a serenidade que controla cada pequeno movimento do Matias. Vejo-o depositar uma gota da segunda amostra de sangue numa lâmina retangular de vidro. Com uma pipeta, verte uma gota de uma substância translucida sobre o líquido vermelho. Uma lamela é colocada sobre o preparado, alastrando a cor escarlate sobre toda a sua área. Sorri com a precisão do encaixe como se fosse uma tarefa de que se pudesse gabar horas mais tarde. A esta distância não me parece algo assim tão complexo e sinto vontade de me voluntariar para fazer o mesmo com o resto das amostras, para que possamos poupar tempo. Ainda assim não o faço, ele poderia levar a mal a insinuação de que o seu trabalho poderia ser feito por qualquer um. Ferir o seu orgulho não seria uma jogada muito sensata.

Pedi ao Salvador para recolher amostras de sangue de todos os presentes da sala de conservação dos corpos e que etiquetasse cada uma das seringas com um número diferente, começando pelo Sr. Nicolau e terminando na primeira morte da comunidade. Eu preciso de ter a certeza de que não existiram mais vítimas das mãos cruéis e impiedosas do 1º comandante.

Solto um suspiro prolongado ao perceber a delicadeza extrema com que o Matias pega nas arestas da lâmina de vidro e eleva o preparado no ar. Inclino o meu corpo para a frente e, com os cotovelos assentes sobre o balcão, aninho o meu queixo sobre as mãos.

− Com o andamento das coisas, vamos sair daqui diretos para a cela, novamente, − protesto entredentes para que apenas o Salvador, que está sentado do meu lado direito, ouça as minhas lamúrias, − se não nos resolverem matar antes.

− Eu ouvi isso – informa o Matias ao pousar a lâmina sobre a platina do microscópio e fixando-a, de seguida. – Lamento, mas a tua ansiedade não me vai conseguir contagiar. Não terás outro remédio, senão esperar.

− Mas já são quase oito horas, daqui a nada começam a chegar pessoas ao laboratório – reclamo. Os meus braços caem pesadamente sobre o material resistente da bancada, provocando-me uma sensação de dor nas zonas salpicadas por nódoas negras.

− Ainda falta meia hora, vai dar tempo – assegura o Salvador num tom de voz que me consegue relaxar momentaneamente. Olho para o relógio que se encontra junto à porta e confirmo a informação que me transmite.

Um súbito sinal sonoro preenche o silêncio da sala. Será um alarme? Será que já sabem que fugimos?

− Relaxa, Aurora – pede o Matias com um sorriso de escárnio a emoldurar o seu rosto. – Quem está a ser paranoica, agora? É apenas a máquina onde inseri um pouco da primeira amostra a alertar que o resultado já está concluído.

− Do que estás à espera, então? – questiono abismada para um Matias que espreita pacificamente pela ocular do microscópio.

Ele levanta a cabeça parecendo um pouco atordoado. Terão sido as minhas palavras a surtir tal efeito?

Animado por uma força invisível qualquer, desloca-se agilmente até ao ecrã da grande máquina estranha onde depositara algumas gotas de sangue da primeira amostra.

− Um vírus – profere de forma enigmática com os olhos presos no aglomerado de letras que me parecem demasiado esbatidas a esta distância.

Levanto-me de um salto e aproximo-me do homem alheio aos meus movimentos. O seu silêncio é insuportável, já para não falar que a lentidão de todo este processo me está a ponto de enlouquecer.

O Matias volta-se para mim e acaba ocultando o ecrã com o seu corpo. Os seus olhos verdes parecem baços, como se a estranha máquina fosse capaz de roubar o brilho de quem a olha.

− As duas primeiras amostras não têm leucócitos, não resta nem uma única célula desse tipo no sangue analisado – explica após alguns segundos de contemplação.

− Isso eu já sabia – refiro impaciente. Porque é que ele não salta logo para o final do livro? O que eu quero saber é o porquê!

− Mas a primeira amostra está inundada de células virais atualmente inativas. Preciso de algum tempo de pesquisa para conseguir perceber de que vírus se trata, mas muito provavelmente foi o que causou a morte destas pessoas.

− Já começas a perceber que não estou louca, não é? – Afago gentilmente os seus ombros para o confortar pelo peso da recente descoberta. Reflito a possibilidade de formular as palavras contra as quais ele deve estar a lutar, com todas as suas forças, para conseguir exclui-las da sua consciência. Mas talvez essa seja a minha única possibilidade de o retirar de uma forma rápida do estado letárgico em que se encontra e puxa-lo de vez para a luz da realidade. – Eles foram assassinados. Lembras-te qual foi a causa de morte anunciada do Sr. Nicolau? Interrupção da medicação. Isso não é congruente com o vírus que encontraste, pois não?

O Matias anui e um brilho de entendimento dá de novo vida aos seus olhos verdes.

− Vou continuar a analisar o resto das amostras – anuncia ao dirigir-se de novo para perto da bancada com o microscópio que usara anteriormente. A urgência dos seus movimentos é agora notória. Finalmente, ele percebeu que isto é um caso sério e bem real e não fruto da minha imaginação. – Para ser mais rápido, preciso que alguém me ajuda com a preparação das amostras.

− O Salvador ajuda-te – proponho de imediato, sem olhar para o meu namorado. – Eu vou tratar de um assunto enquanto isso.

− De um assunto? – questiona o Salvador. Ele salta do seu lugar e encaminha-se para mim. Os olhos duros como o aço. – Já te esqueceste que temos de passar despercebidos, que é suposto estarmos presos e não a andar de um lado para o outro da nave? Se alguém te vê...

− Ninguém me vai ver – interrompo-o com o tom de voz mais confiante que consigo empregar. − Ainda falta algum tempo para as oito horas. Eu vou ter cuidado.

− Mas onde vais?

− Preciso de ver os meus pais, eles devem estar... desesperados. Tenho que lhes assegurar que está tudo bem comigo e mostrar-lhes que não sou insana.

− Agora?

− Poderei não ter outra oportunidade, não é? Ninguém nos garante que este plano vai ser rápido o suficiente para travar o 1º comandante − digo francamente, partilhando um medo que não queria ver exposto, que não queria trazer para a luz do dia. Que queria manter trancafiado cá dentro de mim.

Quando damos voz aos nossos maiores receios, parece que eles ganham um pouco mais de vida e fortalecem ao ponto de nos conseguir calcar. Não se alguém nos disser que é um disparate, se nos garantir que nada de mal vai acontecer, se nos der algum argumento minimamente plausível para que ele se desvaneça no ar. Mas nenhum dos dois diz nada. Calam-se num silêncio mudo e deixam o receio agigantar-se à volta de nós, invadindo cada pequena partícula de oxigénio que inspiramos.

− Eu vou contigo – propõe o Salvador uns segundos depois.

− Não, o Matias precisa de ti. Eu vou sozinha. Prometo que vou ter muito cuidado. E vou estar aqui antes sequer de sentires a minha ausência.

− Tudo bem. – O Salvador respira de forma pesada, como se concordar com este meu pedido fosse a maior tortura por que já teve de passar. Deve estar a esquecer-se do que vivemos dentro daquela sela. Ou talvez sejam essas mesmas memórias que dificultem tanto a aceitação deste meu desejo remotamente arriscado. Se ele soubesse a verdade, a minha verdadeira intenção para sair do laboratório agora, então deixaria de respirar de todo. – Se não estiveres aqui quando faltarem cinco minutos para as oito, eu vou atrás de ti.

Vacilo.

Ele não pode ir atrás de mim. Eu não vou estar no quarto dos meus pais. Mas não tenho outra hipótese senão concordar com a sua única condição. Só espero que consiga resolver tudo antes dessa hora, de preferência viva.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top