O Destino

Porque se eu não tivesse você, não teria nada”.


James TW -


Moros

Manter o equilíbrio entre todos os mundos, realidades, almas e até mesmo da morte nunca foi uma tarefa fácil, mas claramente um Deus não aceitaria menos que a perfeição em suas aptidões e desígnios. Era seu dever comandar o destino e garantir todas as almas, de todos os seres viventes que residiam em algum de seus domínios, não desviasse de seu caminho traçado, pois as consequências poderiam ser além de catastróficas para o equilíbrio do cosmos, causariam um grande infortúnio na vida dos afetados.

As ramificações causadas por aqueles que desviavam de seus caminhos, poderiam facilmente ser revertidas se colocasse as almas de volta em seus respectivos caminho, embora fosse extremamente difícil e cansativo, com o passar dos milênios de anos, era algo costumeiro e até mesmo fácil para Moros administrar. Em seu palácio, seus poderes eram ilimitados, não havia nenhuma restrição ou moderação de seus dons, ele poderia fazer absolutamente tudo o que desejasse enquanto pisasse em solo de seu palácio. Lá ele tinha o controle de tudo.

— Senhor! — Um de seus mais leais escudeiros apressou-se pelas portas de seu escritório. — Sua filha causou uma ramificação no cosmos!

Correção: Moros tinha controle sobre quase tudo.

— O que minha pequena Helena fez agora? — Suspirou, deixando de lado seus papiros, do qual escrevia o destino de duas almas. Ao se levantar, as letras se escreveram sozinhas no papel.

— Tomou o corpo de uma mortal chamada Lalisa, se envolveu com um mortal com a alma ligada a de outro e causou a separação de duas almas gêmeas — disse juntando as mãos, parecendo ter mais a dizer, após suspirar Moros acenou com sua mão para ele continuar. — Bom... Ela se encantou por uma mortal, copulou com ela e se recusa a voltar para o palácio.

— Como assim ela não quer voltar? — Franziu o cenho, estava acostumado com a teimosia e impertinência de sua filha, mas era inédito ela não querer voltar.

— Ela diz querer viver entre mortais e não voltará até que o senhor conceda um corpo físico a ela.

Moros segurou o osso de seu nariz quando ouviu as palavras ditas por seu escudeiro, desde o início de sua existência nunca teve tanta dor de cabeça quanto ao despontar da maioridade da pequena que havia acolhido em seus braços anos atrás. Helena era a filha de uma deusa que a negou, interrompendo prematuramente sua vida antes de seu nascimento, deixando que a alma concedida pelo universo se perdesse pelo cosmos. Como deuses não morrem, a alma da pequena vagaria pela eternidade sem rumo.

Moros sendo um Deus misericordioso, a acolheu em seu palácio, deixando que ela se alimentasse de sua essência divina para crescer sem um corpo físico, mas claramente, com o passar dos anos ela iria querer mais. O destino estava preparado para lhe dar um corpo físico, mas temia que sua pequena se afastasse, como um bom pai superprotetor, em vista disso, Helena se dedicou a causar o máximo de problemas que conseguisse até que tivesse seu desejo atendido.

Como uma boa filha mimada.

— Por favor, diga à minha filha que darei o que ela quer — suspirou pesadamente, vendo seu escudeiro assentir e se virar para ir cumprir o pedido. — Mas! — Interrompendo a saída dele, que se virou novamente para escutá-lo. — Com a condição que ela vai ouvir minhas condições e parar de se meter em problemas.

— Certo, com sua licença, senhor — se curvou e sorriu, sendo retribuído da mesma forma por Moros.

Agora que estava sozinho novamente em sua sala, ele se virou para se sentar em sua cadeira novamente, assim que estava novamente sentado em sua poltrona, estalou os dedos e as portas se abriram novamente, trazendo duas escrituras em papiros. Agora que havia uma ramificação aberta no cosmos, vários desastres poderiam acontecer, uma brecha mesmo que mínima, poderia causar um estrago maior do que qualquer outra coisa já vista. Quando os dois papiros descansaram sobre sua mesa, Moros começou a estudá-los.

— Jeon Jungkook e Kim Taehyung, duas almas entrelaçadas pelo destino há milênios atrás que se reencontram há cada cem anos — leu em voz alta o que estava escrito ali. — Ah Helena... O que você fez...?

Almas ligadas desde suas origens tinham um impacto maior no equilíbrio do cosmos, esse era uma categoria de ligação que nem mesmo Moros o Deus do destino podia interferir, eles nasceram para se completar, se separados podem causar diversos estragos, como o desequilíbrio e até mesmo a separação de outras almas. Mas o mais perigoso seria a quebra da ligação, quando desfeita com o nascimento de um filho ilegítimo ou da união com outras almas, para consertá-la deveriam sacrificar aquilo que causou a separação.

Ou seja, Helena.

Moros suspirou pelo que pareceu a centésima vez, de todas as travessuras de sua filha, aquela foi a mais grave, a ordem do universo existia por uma razão, quebrá-la poderia causar danos irreversíveis e perigosos no cosmo. Agora ele teria que reparar a ligação rompida antes que as coisas saíssem de seu controle — não que já não estivesse, mas ao menos ele tinha a oportunidade de impedir que piorasse — e devolver o equilíbrio universal.

Com mais um estalo de seus dedos um grande globo dourado surgiu em cima de sua mesa, mostrando imagens das duas almas gêmeas que foram separadas, com os comandos de seus dedos as imagens foram se alterando, mostrando exatamente o que ele queria ver. Após alguns minutos analisando a vida dos dois, notou o tamanho do problema que sua filha causou, pois, no futuro, além de separados e infelizes, às duas almas se uniram com outras, que também tinham as próprias ligações a serem feitas.

Mas o pior de tudo, era que em uma das realidades, eles reencarnaram como deuses extremamente importantes, ou seja, sua ligação de almas ultrapassaram os níveis cósmicos.

— Um grande efeito dominó — Moros disse antes de cruzar os braços. — Como consertar algo que já foi quebrado...?

Ele precisaria fazer com que às duas almas voltassem a se ligar por si mesmas, ele não podia interferir diretamente nas decisões deles ou criaria um caos maior ainda, mas como ele faria isso? Precisava dar um jeito de fazer com que a alma que quebrou a ligação mude de ideia, mas precisa descobrir uma forma de fazer isso sem que precisasse usar seus poderes como Deus para alterar a decisão já tomada. Ficou alguns segundos vendo as imagens antes de uma ideia surgir em sua mente.

(...)

— Senhor, temo que isso não seja uma boa ideia... — Seu escudeiro disse após ouvir o que faria. — Cronos ficará enraivecido quando descobrir que você criará um paradoxo temporal.

— O que ele fará? — Moros encarou seu escudeiro, vendo que ele pressionou os lábios juntos. — Mando ele de volta para o Tártaro se ele ousar me desafiar.

— Tá pai! — Helena disse de braços cruzados no canto da sala. Após saber que seu desejo seria atendido ela voltou, sob a condição que atenderia todas as exigências de seu pai. — Todos sabem que você é o maior e blá blá blá. — Disse gesticulando exageradamente antes de rir. — Faz logo a magia.

— Sabe que isso é sua culpa e ficará de castigo não sabe? — Moros disse com as sobrancelhas arqueadas, vendo Helena dar de ombros sorrindo. — Você é impossível. — Riu soprado.

Talvez haja motivos para ela ser mimada, pensou ele.

Não querendo mais adiar o inevitável, Moros fechou os olhos por um segundo, fazendo tudo à sua volta parar, os papiros que antes transitavam pela mansão, escrevendo o destino de todas as almas existentes pararam, como se o próprio tempo houvesse paralisado. Seria uma das raras vezes em que usaria de fato seus poderes que não fosse para objetivos supérfluos, por isso assim que abriu os olhos, vários desenhos correram em uma coloração vermelha sobre seus braços e rosto.

Uma nevoa vermelha saiu de seus dedos quando ergueu seus braços, concentrando-se no centro da sala onde estavam, não havia qualquer móvel ali presente, somente um salão grande e iluminado pelo céu — pois moros gostava de admirar o cosmos sobre seu teto — que estava agora tempestuoso, embora não chovesse. A névoa densa e vermelha deu a forma de uma pessoa, um homem e se dissipou.

Quando a nevoa sumiu por completo do ambiente, os desenhos que iluminavam o corpo de Moros, seus braços e seus olhos que antes cintilavam na bela cor carmim voltaram ao normal. O homem que agora se encontrava no centro do lugar pareceu confuso e assustado, ele olhava aos arredores com certo fascínio e medo, o destino o analisou, era apenas uma criança comparado a si.

— Seja bem-vindo Jeongguk — Moros disse sorrindo, ganhando sua atenção. — Tenho um pedido para lhe fazer filho de Gaia.

~♥️~

Alguém pegou a referência?

Foi apenas um prólogo pequeno para que vocês entendessem como as coisas funcionariam, explicará mais no próximo capítulo.

Espero que gostem do meu bebê♥️

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top