Lucidez

Aquilo que vejo
através da janela
creio ser um pássaro branco,
que espécie tão bela.

De longe ele canta
uma melodia singela
enquanto o sol se põe
formando no céu uma aquarela.

Aqui nesta cama
encontro-me deitada
tentando entender
como entrei nesta empreitada.

Quase não sinto meu corpo,
mal posso me mexer.
Aqui deitada eu permaneço,
olhar pela janela é o que posso fazer.

A luz está fraca
e o sol já vai sumindo,
agora lá fora eu vejo
outra surpresa surgindo.

Um pequeno aviãozinho
de papel branco a voar,
de um lado a outro ele rodopia
não sei onde irá pousar.

Foi então que eu vi
algo bem singular,
naquela janela então surgia
um dinossauro a rosnar.

Então com rapidez
recobrei certa lucidez,
nada parecia ser
tão real quanto a primeira vez.

Um acidente eu sofri,
no hospital eu estava.
Afogada em medicamentos eu vi
a criança que ao meu lado brincava.

O pássaro branco era de pelúcia
e o dinossauro também.
O aviãozinho estava pendurado no teto
e desta brincadeira virei refém.

A minha maior decepção
que me prendeu nesta rede,
a bela vista da janela
era um adesivo de parede.

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