Capítulo 4
"Agora, sou invencível
Não, não sou mais uma garotinha medrosa
É, sou invencível
Do que eu estava fugindo?
Eu estava me escondendo do mundo
Eu estava com tanto medo, me sentia tão insegura
Agora, sou invencível
Mais uma tempestade perfeita"
Kelly Clarkson –Invencible
Vivian Castwell
Após um fim de semana atípico, solitário e maçante, a segunda-feira finalmente deu o ar da graça, obrigando-nos a ir para nossos trabalhos. Nunca pensei que chegaria ao ponto de gostar tanto delas e espera-las ansiosamente.
Com a mesma rotina e vestida com as mesmas roupas formais de sempre, pego o elevador do prédio, que por sua vez está lotado de pessoas, que presumo estarem indo para seus empregos.
Chegando ao térreo, corro pelo saguão de entrada até chegar às belas calçadas de Nova Iorque.
Ando apressadamente pelas calçadas, que às sete e meia de manhã já se encontram no auge de sua movimentação.
Pegar um taxi nesse horário, é praticamente uma missão impossível, então decido pelo mais fácil, pegar o metrô, muito apropriado para driblar o trânsito caótico da cidade e chegar mais cedo no trabalho. Fica a dica.
Hoje estava disposta a começar a minha procura por um carro, para finalmente conquistar minha independência automobilística e contribuir com os estressantes engarrafamentos e é claro para o aquecimento global.
Depois de vinte e cinco minutos presa no que parecia ser uma lata de sardinha humano, consegui chegar a Imobiliária Collins faltando ainda alguns minutos para o inicio do expediente.
Antes de ir para minha sala, passei na cafeteria que a empresa disponibilizava para os funcionários e peguei uma necessária dose extra da minha cafeína habitual, que majestosamente ajudava-me na concentração.
Eu tinha dois enormes contratos para estudar e provavelmente teria algumas tarefas que eu desconhecia para realizar. Precisava urgentemente conferir minha agenda.
Entrei em minha sala, guardei minha bolça e liguei meu computador para verificar meus e-mails. Excluindo todos aqueles inconvenientes de promoções e dando atenção aos que a minha secretária informava-me das atividades do dia.
Antes de acabar minha leitura, escutei alguém bater na porta.
- Entre – disse objetiva.
- Bom dia senhorita Castwell – disse senhor Adam Collins, mais conhecido como meu chefe. Um homem que beirava os seus cinquenta anos, impressionantemente atraente, dono de um bem sucedido negocio imobiliário. Com olhos escuros e cabelos que já mostravam alguns fios grisalhos e um porte físico atlético, Adam com certeza teve varias mulheres na sua juventude antes de casar-se com sua maravilhosa esposa.
- Bom dia senhor Collins – respondi – A que devo sua presença?
- Nada em especial, só queria avisa-la pessoalmente sobre uma reunião de última hora que teremos hoje às três e meia da tarde, sua presença é indispensável.
- E o senhor poderia me adiantar o motivo dessa reunião?
- Conseguimos finalizar o processo de aquisição de novos imóveis, o contrato foi assinado e registrado em cartório nesse fim de semana- explicou – Mas para vender e lucrar, esses imóveis vão precisar de uma boa reforma, e hoje iremos tratar disso com uma construtora especializa em reformas.
-Entendo- na verdade esses novo negócio nem havia passado por mim, eu não tinha nenhum conhecimento prévio dessa transação.
- Não precisa esquentar a cabeça, será uma reunião pequena e informal- disse – E ahh, eu quero que você fique responsável por isso a partir de agora. Considere- se promovida – disse retirando-se da sala.
Unff
Ótimo!
Adoro como meu chefe parece amar me sobrecarregar de trabalho, pelo menos ele percebeu que eu merecia ganhar um pouco mais por isso.
(...)
Enfim consegui terminar de ler o contrato de quase setenta paginas, depois de quatro horas e meia analisando clausula por clausula, parágrafo por parágrafo. Não aguentava mais ver papel impresso na minha frente.
Chamei Nancy, minha secretaria, para dar andamento no processo.
- O que você precisa chefa? – Nancy prontificou-se quando adentrou no meu escritório.
- Eu preciso que você redija esse contrato com as alterações que anotei aqui do lado – apontei indicando alguns rabiscos que tinha feito nas folhas- Envie para os proprietários dos imóveis. Mas eu preciso que você termine ainda hoje sem falta- ordenei séria.
Nancy era minha secretaria, porém tínhamos uma relação mais de amigas do que do que de patrão e empregado, porém sabíamos os momentos certos onde cabiam as brincadeiras, e as responsabilidades. E ela não se chateava quando eu a mandava fazer algo, pois entendia que dentro da empresa eu tinha um cargo acima dela, portando Nancy era minha subordinada.
- Você que manda chefa – recolheu a pasta com o contrato e saiu apressada para cumprir sua tarefa.
Se tinha uma coisa que eu gostava e valorizava era sua eficiência , ela era quatro anos mais nova do que eu e estava no penúltimo ano da faculdade de direito. Nancy trabalhava para ajudar os pais a custearem seus estudos e sempre dizia-me que se espelhava em mim profissionalmente. E eu sempre a dizia que ela tinha a chance de ser melhor.
Bem melhor do que eu.
Ouvi meu estomago roncar, avisando-me que eu não tinha me alimentado por um período maior de que três horas, isso ia contra as regras ditadas pelo meu médico. Ele me orientou que eu tinha que ser extremamente cuidadosa com a minha alimentação para não ficar doente outra vez.
Como uma boa menina eu obedeceria às regras, peguei minhas coisas e sai do prédio procurando um restaurante para comer.
Estava traumatizada com meu último encontro com a crápula do Logan, não arriscaria encontra-lo novamente fingindo ser um bom marido para sua esposa "perfeita".
Parei em um restaurante de culinária japonesa, a uma quadra de distancia de imobiliária Collins.
- Boa tarde – falou a garçonete assim que me acomodei na mesa- O que a senhorita gostaria de pedir?
- Boa tarde – cumprimente-a – Eu gostaria de comer Teppan yakii- disse, eu nunca havia experimentado esse prato, porém pela descrição do menu, era prato que continha algum tipo de carne grelhada e legumes cozidos na chapa, me parecia ser bom e saudável .
- Mais alguma coisa?
- Gostaria de um suco Morango para acompanha , por favor.
Bebidas alcoólicas estavam proibidas em grandes quantidades para mim, eu só poderia consumi-las esporadicamente.
A comida não demorou pra chegar e eu devorei tudo rapidamente, fiquei surpresa com a fome que eu estava, eu nunca fui de comer tão vorazmente, como se eu tivesse prese em um cativeiro sem receber nenhum tipo de alimento.
Achei aquilo estranho, mas não dei tanta importância, pois havia passado da minha hora de comer, então pode ser que meu organismo tenha sentido, sei lá. Parei de tentar encontrar uma resposta lógica, para algo tão pequeno e talvez desimportante.
Paguei a conta e sai rapidamente do restaurante, para poder preparar meu psicológico para reunião que teria mais tarde.
Eu estava com um pressentimento que essa era tudo menos uma coisa sem muita relevância.
Logan Campbell
A luz do sol entrava sorrateiramente pela janela aberta, deixando o quarto claro o suficiente para me despertar. Olhei pra lado direito da cama onde minha esposa deveria estar repousado, e agora encontrava-se vazio e frio. Senti um cheiro agradável de café no ar, deixam-me saber onde Mel encontrava-se.
Não preguei os olhos a noite inteira, fiquei remoendo todos os acontecimentos da noite e me martirizando por ser um canalha, que além de trair sua mulher, transa com ela pensando em outra. Uma outra que deveria ser esquecida e jogada fora de sua vida e de suas memórias.
Levantei-me para fazer minha higiene matinal e preparar-me para um dia cheio de trabalho.
- Bom dia meu amor – Melissa veio sorridente ao meu encontro selando seus lábios com os meus, que permaneceram retos sem lhe retribuir o beijo – Aconteceu alguma coisa? – perguntou um pouco sem graça.
Encarei seus olhos verdes por breves segundos tentando ver alguém que não existia, tentado enxergar os motivos que me levaram a casar com ela.
- Não, tenho uma reunião e estou atrasado – menti.
- Não vai nem tomar café da manhã?- perguntou desanimada.
- Eu já disse que estou atrasado!- respondi perdendo a paciência.
Ela encarou meus olhos, com os seus enchendo-se de lagrimas que ela segurava para não deixa-las cair.
- Tudo bem – disse dando-me as costas.
Respirei fundo buscando manter o controle, eu não queria descontar nela, porém eu estou tão confuso e fiz coisas tão erradas, que vê-la tratando-me bem e fazendo seu melhor para salvar nosso casamento me deixa irritado.
(...)
Quando uma coisa dá errado, parece que o resto do dia é uma sucessão de erros.
Eu havia dito a Melissa que estava atrasado para o trabalho, mas a verdade era que eu estava adiantado meia hora, porém peguei um transito caótico e levei uma hora e meia para chegar ao trabalho.
Tive que remarcar a reunião para depois das três da tarde para ter um tempo para organizar os projetos com minha equipe de arquitetos e engenheiros que trabalhariam no projeto.
Esse projeto em parceria com a imobiliária Collins irá render um grande lucro para minha empresa, e eu já estava começando analisar a possibilidade de expandir o negócio.
(...)
- Boa tarde, senhor Collins – saudei o meu possível parceiro de negócios – Desculpa ter que remarcar nossa reunião, tive alguns imprevistos no período da manhã.
- Por favor, me chame de Adam – pediu- Não se incomode com isso, essas coisas acontecem, não temos como prever o futuro. – respondeu.
Nos dirigimos para sala de reunião que ficava na parte esquerda da imobiliária, no fim do corredor. A sala ainda encontrava-se vazia, mas totalmente preparada para nossa reunião.
- Como eu disse não temos como prever o futuro, minha advogada chefe atrasou-se um pouco por conta de alguns problemas com os contratos- explicou – Ela disse-me que não ia demorar muito.
- Sem problemas – respondi.
Ótimo! Eu teria tempo suficiente para acalmar os ânimos e me concentrar no trabalho.
Conversei sobre coisas aleatórias com o senho Col ... com Adam, que sempre citava a tal advogada com um tom de admiração e confiança. A imagem que minha mente havia criado era de uma advogada mais velha e bastante experiente na área, aquela fodona que mostra autoridade em qualquer lugar.
Ouvimos estalos de salto soarem através do corredor, nos avisando a chegada da advogada que se encarregaria do projeto.
Adam tinha me adiantado que tudo referente as obras deveria ser tratado diretamente com ela.
A porta da sala rangeu ao ser aberta, e um perfume cítrico e muito familiar encheu o espaço que até então era desinteressante. A mulher passou pela porta tornando-se visível aos meus olhos, fazendo minha pela arrepiar-se e meu coração acelerar.
- Logan quero te apresentar Vivian Castwell, minha brilhante advogada.
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Oi galerinha, acho que dessa vez não demorei tanto para postar, estou bem satisfeita com o andamento da história e muito feliz com os votos e comentários tanto do primeiro livro, como desse. Também quero avisar que estou revisando ATRAÇÃO IRRESISTÍVEL e logo os cinco primeiro capítulos serão repostados, pra quem estivem a fim de ler de nova acho que vão ser acrescentados novas cenas que vão valer muito apena serem lidas.
Então e isso minhas queridas e queridos continuem votando e comentando .
Beijos e até o próximo capitulo.
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