Capítulo 4 (editado)


"O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança."

Gabriel García Márquez

Laura Miller

"A palavra render abriga vários significados nos dicionários, mais alguns deles chamaram a minha atenção. Fazer cessar a resistência entregar-se, submeter-se, dar-se por vencido, ceder. Por que somos tão resistentes a certos sentimentos ou desejos?"

Depois daquele momento completamente desapropriado com o senhor Storini, fui encarar minha primeira reunião como empregada desta empresa, me senti uma verdadeira publicitária .

Tive um relativo bom desempenho, minha equipe e eu fizemos um ótimo trabalho, e eu fui muito elogiado por Edgar Solfieri um francês, com um sorriso gentil e um olhar profundo e sexy .

Me senti envergonha por ser o centro de sua atenção, mas me divertiu ver que Heloisa não estava feliz em ser jogada pra escanteio. Fiquei mais confiante diante do descontentamento dela. Entretanto eu me sentiria uma mulherzinha baixa se usasse Edgar para provocar ciúmes em alguém que eu considerava tão insiguinificante. Logo que ele que me tratou tão bem logo de primeiro momento.

Cumprimentei todos os outros funcionários presentes na reunião

Ao termino de uma longa e cansativa reunião, eu me sinto realizada feliz por ter sido reconhecida apesar da minha pouca experiência, Edgar me fez uma proposta à mim.

Ele propôs que eu me demitisse da Storini Mídia e trabalhasse para ele na França. Eu não dispensei a proposta logo de imediato disse que poderia ser talvez no futuro, se ele ainda me quisesse (nos termos profissionais, é claro) quanto eu amadurecesse, e estivesse pronta para encarar um novo desafio.

- Entendo seus motivos para não aceitar agora a minha oferta - disse ele olhando-me intensamente, igual um predador encarando sua presa esperando o momento perfeito para dar o bote- Mas sou um homem paciente e tenho certeza que você vale a espera.

Suas palavras com duplo sentido foram propositais, me deixando sem jeito e levemente ruborizada. Senti o calor subir do meu pescoço e se instalar nas minhas bochechas.

- Eu agradeço por isso senhor Solfieri- respondi envergonhada.

Cumprimento rapidamente todos os funcionários presentes na reunião, e me preparo para executar meu plano de fulga, na intensão de não esbarrar com nenhum ser indesejado. Passo pela porta de saída, caminhando em passos rápidos, quando mais uma sou abordada por um homem, cujo possuía um belo e atraente sorriso. Olhos verdes penetrantes, uma barba por fazer que só o deixava mais sexy.

Oh meu Deus eu estou muito ferrada!

Eu posso me considerar uma bela de uma azarada, todos os homens que se interesam por mim parecem ser peritos em perseguição.

- Senhorita Miller! – Edgar tomou minha mão direita e levou-a para seus lábios, ele havia dito apenas o meu nome e eu já me encontrava envolvida- Eu queria saber se você me daria à honra de sua companhia para um jantar amanhã à noite?- Seu tom sussurrado somado ao seu sotaque francês fazia meu corpo ceder a um tipo de colapso nervoso.

- Eu não sei se é apropriado... – eu não encontrava uma boa desculpa para dispensa-lo sem parecer rude, não estava disposta e deixar-me envolver com qualquer homem que estivesse relacionado com o meu trabalho, porém ultimamente eu parecia um imã para problemas e situações constrangedoras.

Não estava disposta a se envolver com nenhum outro homem que não fosse ele.

Minha mente me contradisse.

- Eu não vejo nenhum problema ao convidar uma bela mulher para um jantar- manteve seu tom de voz calmo e baixo- Sem nenhum compromisso é apenas uma refeição entre amigos- Seus olhos diziam-me completamente ao contrario de suas doces palavras.

Esse era o momento onde o prededor ataca sua presa deixando-a sem opção de escape.

- Ok eu aceito- me vi sem saída, acabei cedendo- E pra onde iremos?- perguntei.

- Surpresa, me mande uma mensagem com seu endereço, eu te pego amanha as oito. – Edgar soltou minha, e continuou caminhando pelo longo corredor sem olhar pra trás.

Com toda a certeza eu estava muito ferrada.

Não tive muita sorte com meus relacionamentos com o sexo oposto, não que eu namorei ou fiquei com muitos homens, mais os que tive foram o suficiente para uns bons anos de trauma.

O que era esperado de mim era se tornar uma pessoa mais cuidadosa, mais exigente, mas parace que eu nunca aprendo, simplesmente não consigo manter uma distancia segura de problemas.

Na oitava série, quando eu tinha aproximadamente catorze anos eu me apaixonei pela primeira vez. O nome dele era Bradon, ele não era o cara mais popular e o mais bonito do colégio naquela época, mas com certeza era o mais babaca.

Bendito dedo podre!

Bradon era relativamente bonito, pelo menos eu achava, tinha um ego grande e não gostava da palavra "não". Nosso relacionamento durou apenas 6 messes, o que foi suficiente para quebrar o meu coração. Ele não era o tipo de menino romântico, muito menos fiel. Era um verdadeiro filha da puta.

Minha primeira decepção amorosa foi devastadora, fiquei na pior por varias semanas e fui ridicularizada pelas meninas populares ainda mais, foi realmente horrível e difícil, porém eu dei a volta por cima e comecei a ignorar os comentários ofensivos e com o passar do tempo todos desistiram de me humilhar e acharam melhor esquecer esse episódio.

Nunca mais falei ou ouvi falar de Bradon.

Quando cursava o ensino Médio começaram as mudanças aparentes no meu copo, eu me sentia mais mulher mais confiante, as meninas me olhavam com desdém e eu não passava despercebida pelos garotos. Isso me fazia tão feliz e segura de mim mesma.Eu havia mudado não era mais a magrela sem graça da escola.

Também havia amadurecido as opiniões alheias não me importavam mais, eu tinha finalmente crescido.

Nick era meu melhor amigo inseparável, nós fazíamos tudo juntos. Quando eu brigava com meus pais era ela que me consolava e me aconselhava. Sempre me acalmava com sua voz calma e profunda, com suas palavras gentis.

Não podia negar que ele era um cara muito bonito, seus olhos eram de um azul intenso que mudava de tom constantemente, seus traços eram suaves quase femininos e seu cabelo era negro como a escuridão da noite, porem não foi sua beleza singular que chamou minha atenção, ele também era um garoto atencioso que sabia escutar quando necessários, era sensível e não tinha medo de mostrar suas emoções, era emotivo às vezes, o que era um pouco engraçado, já que todo menino no colegial queria passar-se de machão metido a badboy nunca demonstravam sua emoções e não gostavam de ninguém verdadeiramente, a não ser de si mesmo.

Apaixonamos-nos com o passar de nossa amizade, porém o que tivemos não foi bem um namoro, foi mais uma amizade colorida, ficávamos quando um de nós tinha vontade, por que no fundo a gente tinha medo de estragar nossa amizade com um sentimento tão intenso.

Decidimos não arriscar.

Tempos depois nós vimos que isso não passava de uma atração física que com o tempo foi se acabando, terminamos o que não havíamos de fato começado, numa boa sem brigas, sem corações partidos sem magoas e continuamos e ser amigos, até que ele começou a namorar uma garota que se sentia insegura com a nossa amizade, e claramente mostrava seu desafeto em relação a mim.

Nossa amizade foi abalada, Nick foi posto contra a parede, ele tinha que fazer sua escolha.

E ele escolheu ela.

Nunca mais obtive qualquer noticia dele e me sinto triste por isso.

Quando finalmente ingressei na universidade eu tive um relacionamento sério e real, onde ambos eramos apaixonados e entre nós havia respeito. Eric era um cara educado de família de pouco poder aquisitivo, mais ele era esforçado e lutava pelo que queria.

isso era uma das coisas que eu mais gostava nele, sua força de vontade, seu jeito sonhador.

Ele era lindo, loiro de olhos negros e expressivos, inteligentíssimo e muito carinhoso. Estava no penúltimo ano de arte, eu considerava Eric um pintor incrível.

Nosso namoro durou dois anos até que foi lhe oferecido um contrato com uma galeria de arte na Itália, era sua chance uma proposta irrecusável. Semanas antes de sua partida resolvi entregar-lhe o meu corpo e foi uma decisão da qual não me arrependo. Depois de Eric nada valeu a pena. Ele me deixou marcas, parece que na nossa história não teve o fim merecido.

Minha intuição dizia que ainda não estava terminado.

No fim da expediente eu fui embora, e graças a Deus sem nenhum sinal de vida do meu chefe perseguidor.

Mesmo com meu estado exaustivo uma noite de comemoração me espera, com minha melhor amiga maluca e festeira.

Meu estado de espirito era péssimo, eu não estava me sentindo animada e meu humor também não é dos melhores, meu corpo estava pedindo por um descanso, que era muito merecido, pedindo por uma noite de paz com um grande pote de sorvete de chocolate, muito refrigerante e uma boa comedia romântica. Nada como muitas calorias e um filme para relaxar e melhorar a falta de disposição. Entretanto minha mente me alertava que isso não passaria de uma fantasia, já que eu havia prometido uma noite "divertida" entre garotas para minha amiga potencialmente louca.

Enrtrei no apartamento, imediatamente estranhei o silencio, será que Vivian ainda não tinha chegado do trabalho? Talvez ela tivesse compromissos mais importantes do que sair com a sua amiga.

Obrigada meu Deus!

Minhas esperanças se ruíram quando a encontrei no meio do corredor enrolada em toalhas, recém-saída do banho, falando com sua mãe em sua ligação semanal.

Droga!

Vivian parecia animada, e eu me senti um pouco culpada por não compartilhar do mesmo sentimento, no entanto, prometi a mim mesma que melhoraria meu humor e me divertiria com a minha melhor amiga, esqueceria dos meus problemas e apenas me deixaria levar essa noite.

- Espero que você não tenha esquecido que hoje vamos sair dona Laura - disse Vivian percebendo minha presença

- É claro que eu não esqueci Senhorita Castwell.

Fui para o minha suíte e tomei um banho demorado, que ajudou meu corpo relaxar. Fiz alguns rituais femininos de beleza me enrolei em uma toalha enquanto secava meus cabelos, que hoje, logo hoje que eu iria sair, não colaboravam nem um pouco.

Depois de concluir essa tarefa, iniciei uma busca no meu armário por uma roupa sexy, mas não vulgar. Nada estava me agradando, tudo parecia conservador de mais ou muito revelador. Eu já estava pensando em pedir algo emprestado para Vivian, quando avistei um vestido brando de vual frente única, com um caimento leve e no comprimento certo.

Coloquei meu vestido e gostei muito do jeito que ele marcou as curvas certas. Comecei fazer minha maquiagem, queria o mais simples possível, eu não queria passar despercebida na balada mais também não queria chamar atenção de mais, então procurei não exagerar demais na maquiagem. Contornei meus olhos com traço fino de delineador, depois de fazer minha pele com pó base e corretivo e um pouco de blush só para dar uma aparência de saudável, deixei meus cílios em evidencia com o rímel. Na boca decidi ousar com um batom vermelho vivo, destacando meus lábios.

Me senti ainda mais poderosa quando coloquei meus sapatos de salto altíssimos cor pérola, que faria meu pé reclamar durante a noite, porém isso não importava agora.

Fitei-me no espelho, e notei meus olhos que aparentavam inocência em contraste com a minha boca com um sorriso atrevido. Era a combinação perfeita.

Caminhei até a sala e Viviam também já estava pronta, ela tinha escolhido um vestido tubinho verde água que era um pouco curto e marcava seus belos atributos. Seus cabelos negos estavam ondulados e sua maquiagem era um pouco mais carregada que a minha. Seus olhos pretos estavam em destaque com uma sombra da mesma cor e sua boca estava nude. Ela estava incrível.

- Wow você está uma gata – Viviam comentou dando uma piscadinha sexy – Se fosse um homem eu juro que te pegava de jeito- demos uma gargalhada escandalosa.

- Faço de suas palavras as minhas, você está muito sexy – respondi no mesmo tom de brincadeira.

Chamamos um táxi, que percorreu um trajeto longo até que foi estacionado em frente a uma casa noturna, cujo nome era Secrets. Um nome instigante.

Entramos no lugar, que no momento continha poucas pessoas, entretanto, esse fato mudaria logo conforme fosse entardecendo mais,ainda era muito cedo, apenas dez horas da noite a população de Nova York que gosta de uma vida social noturna provavelmente chegaria após a meia noite.

Sentei em uma mesa que Vivian indicou, quando ela avisou que estava indo até o bar para pedir bebidas para ambas. Comecei uma avaliação do local, que era pintado com contraste de cores claras e escuras. As luzes estavam baixas e os móveis também eram escuros.

Vivian retornou logo, e tomou acento em uma cadeira ficando de frente a mim, tomamos nossa bebida enquanto jogávamos conversa fora, até que nossa noite estava indo bem, eu havia me esquecido das coisas desagradáveis que haviam ocorrido durante a semana e até que estava conseguindo me divertir.

As pessoas começaram a chegar com o passar das horas assim com previsto, tomamos mais algumas bebidas e eu estava me sentido desinibida, leve, mas ainda não estava bêbada, minha capacidade de raciocínio ainda estava intacta.

O Dj começou a tocar musicas mais animadas, chamando a atenção das pessoas para a pista de danças, comigo e Vi não foi muito diferente começamos a dançar.

Deixei a musica fluir e através do meu corpo e dancei com vários rapazes desconhecidos que em várias oportunidades tentaram obter algo mais de mim, porém recusei todas essas tentativas.

Quando me cansei, decidi buscar uma bebida e descansar um pouco para depois recomeçar tudo de novo. O barman anotou o meu pedido e foi preparar meu coquetel de frutas vermelhas.

Me encostei ainda mais perto do balcão, quando senti a presença de alguém muito próximos das minhas costas.

- E não sabia que a senhorita frequentava esse tipo de lugar – uma voz grave falou próximo ao meu ouvido.

Virei-me e o encarrei mostrando a minha expressão nada feliz com a sua proximidade.

- Provavelmente porque você não me conhece, ou que isso não seja da sua conta - mantive minha voz firme, mais meu interior estava derretido com sua imagem.

Ele vestia-se de forma casual com uma camisa com um tom suave de rosa dobrada até seus cotovelos e uma calça um pouco mais justa de cor preta. Senti meu coração se acelerar. Eu estava e uma noite para esquecer meus problemas.

Porém eles não se esqueceram de mim.

Fomos interrompidos quando o barman anunciou que minha bebida estava pronta, paguei por ela e me retirei daquele lugar o mais rápido possível.

Mesmo me mantendo longe e sentia seu olhar em mim a maior parte da noite, que deixava sua acompanhante um pouco irritada, tentando chamar sua atenção constantemente. Heloisa estava vestida de forma vulgar ao meu ver, não deixava quase nada para a imaginação e chamava atenção de alguns caras, mas ela sempre os despensava e mantendo sua atenção em Raul , que não estava dando a mínima para o que ela estava dizendo ou quando ela tentava o seduzir. Ele parecia entediado.

Conversei com alguns homens interessantes, dancei, bebi eu realmente estava me divertindo, depois de tanto tempo.

Em frente ao grande espelho que adornava o banheiro do clube eu retocava minha maquiagem e tentava manter meu cabelo sobre controle.

Eu esteva quase terminando de reaplicar meu batom, quando um figura loira e muito familiar estava do meu lado, fazendo a mesma coisa.

Encarei Heloisa pelo espelho e notei seu olhar superior sobre mim, como se ela tivesse obtido a vitória em uma oculta guerra feminina, na qual eu desconhecia, e o principal prêmio seria Raul. Ignorei-a até quando ela começou a falar comigo com falso pretexto.

- Você por um acaso teria um rímel para me emprestar?- perguntou pretenciosa, exibindo um sorriso venenoso.

- Claro- mantive-me calma e me concentrei em mim mesma.

Ela aplicou meu rímel nos seus cílios, o devolveu e me agradeceu, passou pela porta da saída. Suspirei aliviada a ultima coisa que eu queria ou precisava era uma indireta ou de uma discussão por um possível homem objeto.

Ridículo!

Completamente infantil.

Demorei mais alguns minutos no banheiro fazendo respirações profundas e preparando meu psicológico para as possíveis provocações de Heloisa.

Passei pela porta de saída e fui surpreendida por um corpo rígido e alto que me prensou contra a parede, com a respiração ofegante próxima ou meu ouvido, provocando-me arrepios.

Raul me segurava forte, todas as partes do seu corpo estavam em contato com o meu, ele havia me pegado de surpresa deixando-me sem reação. Não muito tempo depois seus lábios tomaram os meus com desespero não me dando chance de recusar seu beijo.

Eu não pude reprimir meu desejo e cedi ao seu beijo selvagem, quase violento, não durou muito, pois o oxigênio se fez necessário e fomos obrigados a nos separar.

- Eu estive esperando um longo tempo por isso- sua voz era carregada de um tom de confissão – Só não me mande embora agora, porque eu acho que não sou capaz de me afastar- sua arrogância e prepotência foram deixadas de lado e seus olhos me encarravam, mostrando-se vulneráveis.

- Eu só acho que isso é... – fui interrompida por seu dedo indicador pressionado na minha boca me pedindo silêncio.

- Shh- ele reforçou seu pedido – Esse será nosso pequeno segredo – fui beijada novamente, porem dessa vez suave e delicadamente. Seus lábios acariciavam os meus com gentileza, envolvendo sua língua com a minha.

Eu estava me envolvendo com o meu chefe! Quão vadia isso me tornava ?

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Tags: #romance