Capítulo 26
"De quem é aquela sombra que me mantem refém?
Estive aqui por dias
De quem é esse sussurro me dizendo que nunca fugirei?
Eu sei que em breve eles chegarão para me encontrar
Mas juro que estou acostumado a ser mantido por você."
One Direction -Stockholm Syndrome
Raul Storini
Droga! Maldita hora que eu permiti que essa mulher permanecesse na minha vida.
Parecia que a tempestade nunca tinha fim, ela fingia acalmar-se, porém voltava com toda a sua, arrastando com ela tudo que havia sido concertado.
Coloquei meus braços protetoramente ao redor da cintura de Laura e seu corpo enrijecido pela tensão não me passou despercebido.
Heloisa olhava-nos com olhos astutos, como de um falcão preparando-se para atacar sua presa.
- Vejo que você perdoou mais uma vez o banana do Raul - disse para Laura que escutava atentamente pronta pra se defender - Tiks Tiks - Heloisa estalou a língua - Eu sinceramente esperava mais de você querida Laura, pensava que você fosse forte, quase inalcançável para falar a verdade, mais vejo meus preceitos sobre você estão mais do que equivocados, você não passa de uma vadia oportunista procurando alguém para ajuda-la a fazer um nome - disse raivosa, porém ainda assim sorrindo diabolicamente.
Laura respirou fundo tentando encontrar sua calma que a essa hora estava a quilômetros de distancia.
- Eu estou certa de que você está confundido seu comportamento e personalidade oportunistas comigo, pelo que sei não era eu a pessoa que ficava correndo o tempo inteiro atrás de um homem que claramente a despreza - respondeu Laura rispidamente e antes que Heloisa rebatesse seu comentário, interferi na discussão desastrosa que se desenrolava na minha frente.
- Acho que Heloisa sabe dos meus sentimentos sobre ela, então peço educadamente que retire-se da minha empresa, não vejo qualquer motivo para sua presença aqui, você já não é mais minha funcionaria portanto já não é mais bem vinda, e está aborrecendo minha namorada, então por favor retire-se antes que eu tome uma atitude mais "eficaz" para tira-la daqui.
Heloisa fitou-me atônita, ela não esperava que eu me pronunciasse em defesa de Laura, porém eu aprendi com meus erros e jamais irei cometê-los novamente.
- Acho que todos nós sabemos quem é verdadeira cobra oportunista- disse mantendo minha posição - Nunca tive qualquer sentimentos de afeto por você Heloisa ficamos juntos só por que na época eu permitia meu pai controlar minha vida. - Seu olhar diabólico não abrandou-se nem quando as lágrimas começaram a cair.
Não senti pena aquelas palavras eram, o que ela merecia, Heloisa pediu por isso. Precisava de um choque desses para poder seguir em frente e encontrar o caminho do qual ela pertencia . E agora eu seria a pessoa a colocar um ponto final nessa história que deveria fazer parte de um passado esquecido a muito tempo.
- Agora ponha-se fora daqui - disse mais uma vez.
- Isso ainda não terminou - falou raivosa.
- Eu espero que isso tenha terminado aqui sim, se não terei tomar decisões drásticas, e acho melhor você que você aceite o fim nesse momento.
- Isso é uma ameaça?- insinuou.
- Não encare isso como uma ameaça - ironizei - Guarde isso como uma promessa.
Agarrei a mão de Laura e continuei caminhando até o elevador trazendo minha namorada comigo. Apertei o botão do décimo andar e esperei quase impaciente as portas se fecharem.
Namorada. Finalmente eu a teria junto comigo.
Sou um filha da puta sortudo.
Soltei o ar preso em meus pulmões, antes de rapidamente empurrar Laura na parede do elevador, pressionar meu corpo que já mostrava descaradamente sinais da minha excitação beija-la profundamente.
Esse beijo estava dizendo a ela que nunca mais deixaria Heloisa interferir da maneira que bem entendesse na nossa relação, que estava se fortalecendo aos poucos.
Eu não estava nem perto de me redimir, cometi tantos erros dos quais me envergonho só de pensar, eu precisava reconquistar sua confiança para finalmente tomar posse do seu coração.
- Amo Você - disse quando me afastei.
Reconheci o brilho que surgiu em seus olhos ao ouvirem minhas palavras, não dei nem tempo para responder minha declaração, não era necessário eu sabia que ela sentia o mesmo eu vi em seus olhos, voltei a beija-lo com a mesma voracidade, fazendo-a ofegar.
(...)
Laura Miller
Foi difícil convencer Raul que nós deveríamos trabalhar separados, havia muito a ser feito e nós estávamos mais do que ciente que não produziríamos nada se estivéssemos juntos na mesma sala. É impossível concentrar-me em qualquer coisa que não seja ele quando estamos juntos. Prometi a ela que o recompensaria mais tarde, com a condição de trabalharmos cada um na sua sala exercendo sua função, ainda resmungando um pouco Raul concordou, mais disse que iria cobrar com juros a sua recompensa.
Fiquei mais do que satisfeita quando Raul enfrentou Heloisa quando tivemos o desprazer de encontra-la assim que chegamos, como sempre ela veio me atacar com a suas palavras venenosas que se aplicavam mais a ela do que a mim.
Eu tentei entender a obsessão que ela mantem por Raul, por que correr atrás de um cara que não dá a mínima para ela?
Heloisa tem dinheiro, é linda, tem uma boa formação e vem de uma renomada família, por que ficar se humilhando por um homem que mais de uma vez a rejeitou?
Fiquei um bom tempo matutando isso, procurando uma boa resposta, mas nenhuma servia para satisfazer a minha curiosidade, apenas a que considerava uma obsessiva.
Queria a todo custo Raul, passava o por cima dos sentimentos dele e esquecia facilmente as palavras amargas que dizia a ela com frequência, recusava-se a desistir, por um lado eu até admirava sua determinação deturbada.
Parei de analisar a mulher que eu mais odiava o no mundo e concentrei-me em fazer o meu trabalho, o ar na empresa com certeza estava mais leve sem ela, vamos dizer que a atmosfera estava menos poluída.
O telefone em cima da mesa começou a tocar tirando minha atenção dos e-mails que eu estava lendo para me atualizar sobre o cronograma da empresa.
- Laura Miller - atendi.
- Bom dia senhorita Miller, aqui é da recepção tem um rapaz que insiste em falar com a senhora, ele diz que importante.
- Eh ... Bom dia, por acaso esse rapaz se identificou? - indaguei.
- Sim ele disse que seu nome é Eric- respondeu-me num tom profissional - Posso deixar subir?
- Sim, claro - falei desconfiada.
O que será que Eric queria?
Será que não ficou claro que entre nós só pode existir uma amizade?
Meus pensamentos foram interrompidos pelas leves batidas na minha porta.
- Pode entrar- autorizei.
Observei a postura dele e tentei adivinhar o motivo que o trouxe aqui.
- Desculpe vim aqui sem avisar - disse timidamente confundindo-me ainda mais - Mais eu vim aqui avisa-la que estou viajando para Inglaterra, surgiu uma oportunidade pra mim lá e eu decidi ir ...- foi objetivo com o assunto em questão.
- Oh - foi tudo que eu consegui pronunciar.
Eu sabia que a qualquer momento ele partiria mais uma vez para longe!
- Eu acho que sei o que você está pensando, mas se você tivesse me escolhido eu teria recusado, não duvide disso nem por um segundo - explicou-se - Mas agora eu tenho que ficar longe, preciso me curar e acho que distancia vai me ajudar.
- Eu sinto muito que você tenha que partir - respondi - E eu espero que você encontre uma pessoa boa por que você merece o melhor Eric e quem sabe no futuro nós nos reencontramos e reatamos nossa amizade?- ofereci.
- Pois é quem sabe ...
Fomos interrompidos por Raul que entrou na sala feito um furacão aparentando nervosismo que só pirou quando ele percebeu que Eric e eu estávamos sozinhos na minha sala.
- O que está acontecendo aqui? - perguntou raivoso.
- Eric veio despedir-se de mim - falei sem hesitação - Ele está indo morar na Inglaterra.
A tensão pareceu esvair-se um pouco de seus ombros, mas havia algo mais que o estava incomodando.
- O que houve? - questionei levando da cadeira e indo até ele.
-Heloisa foi atropelada - disse sem rodeios - Ou melhor ela se jogou na frente de um carro.
Inacreditável.
É obvio que eu não desejo algo de tão ruim para ela, mas ela estava passando dos limites para conseguir ficar com Raul.
- Você sabe que isso não é culpa sua não é?- indaguei , quando vi em seus olhos a culpa - Raul aquela mulher está completamente louca, ela está obcecada por você, ela precisa de ajuda psicológica.
- Eu sei mais mesmo assim... eu...
- Pare com isso já! Você não pode se culpa pela decisão que ela tomou ao se jogar na frente do carro Raul, pare com isso por favor - implorei não desviando nossos olhos.
Por um momento eu me esqueci que não estávamos sozinhos na minha sala, porém Eric manifestou-se.
- Ehh, eu acho que é hora de eu ir - andou até a porta - Até logo, então.
- Até - respondi sentindo-me um pouco chateada por ser a verdadeira razão de sua partida. Não era esse o fim que eu deseja, odiava faze-lo sofrer.
Ele passou pela porta e foi embora.
- É muito grava o estado dela? - questionei apreensiva.
- Graças Deus não, o carro estava em baixa velocidade. -explicou
- Então pare de se culpar, apesar de tudo ela ainda está bem - afirmei - Deixe que a família cuide dela, eu não quero ser egoísta, mais eu estou cansada dessa mulher ditando o ritmo da nossa vida! - exclamei.
Raul respirou fundo, deixando o ar sair lentamente, evocando a ele toda paciência do mundo para resolver as coisas que a alguns minutos atrás pareciam estar encerradas.
- Eu vou verificar se realmente nada de mais grave aconteceu com ela, e daí podemos finalmente virar essa pagina. - cedeu.
- Eu te amo- abracei-o pelo pescoço.
-Eu amo você - selou nossos lábios.
"Paguei todas as minhas dívidas e ela queria saber
Que eu nunca deixaria ela agora que estou pronto para ir
Por mais estranho que pareça, ela é infinita para mim.
Ela é apenas como documento, mas mais difícil de ler."
She -Ed Sheeran
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Ufa finalmente consegui terminar esse capítulo, gente mais uma vez me desculpem pela demora, mas é que meus horários estão difíceis de conciliar nos últimos dias.
Estamos em reta final, mas vem aí a história de Vivian!
Espero que tenham gostado do capítulo e agradeço vocês pela paciência infinita.
Se gostaram realmente desse capítulo comentem e votem.
Até o próximo. Bye bye.
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