"Estou passeando, estou, estou passeando em você, baby

Em você, minha lady a noite toda, a noite toda!

Estou indo cuidar do seu corpo

Eu vou ser gentil, não grite

Está ficando mais quente, faça ser mais suave

Sinta o seu peito em cima de mim

Estou passeando, estou passeado

Estou passeando, estou, estou passeando em você, baby

Em você, minha lady a noite toda, a noite toda!

Vou te fazer sentir o que é o amor

Fraquejando tudo em seus joelhos

Beijo seu corpo de baixo á cima

Todo o caminho para baixo até seus pés!"

Somo- Ride.

Raul Storini

Passamos o resto do dia na cama, trocando caricias, nos beijando apaixonadamente ou simplesmente conversando, apesar do momento descontraído Laura não estava totalmente relaxada, a preocupação não estava nítida em seu comportamento, no entanto eu enxergava através dos seus olhos. Eu também sabia o exato motivo de sua tensão, Vivian estava fechada, não queria compartilhar seus problemas com Laura, podia sentir que isso a entristecia e a fazia sentir uma péssima pessoa e uma má amiga, aquela que não se importa com os sentimentos alheios que é egoísta o suficiente para deixar de lado as coisas ruins que acontece com as pessoas do seu convívio.

Queria provar que ela não era nada disso que estava pensando, provar que era sim sensível as emoções, Laura precisava entender que tudo que Vivian estava precisando no momento era um espaço e apoio, não de alguém especulando todas a suas atitudes. Com muito cuidado toquei nesse assunto com a mulher que estava aflita, quase no estagio máximo de impaciência.

- Laura, eu sei que...- ela olhava-me atentamente — Sei que está preocupada com sua amiga, mas pare e pense um instante talvez ela só precise de tempo pra se encontrar.- minha voz era carinhosa, esse assunto era delicado e eu não queria que ela pensasse que eu sou intrometido.

Fechando os olhos ela respirou fundo e assentiu, Laura sabia das necessidades de sua amiga só não queria acreditar que elas eram reais.

- Eu sei e concordo plenamente com isso- não alterou seu estado de espirito- Eu apenas não consigo deixar de me preocupar! — justificou-se- Vivian disse que estava doente, mas que não era nada preocupantemente grave- ouvia atentamente o seu desabafo — Ontem ela some com desconhecido e hoje me liga dizendo que teve uma crise e estava no hospital.

- E ela disse que estava tudo bem?

- Sim ela disse, exigi saber onde estava e ela apenas me prometeu que voltaria a noite — disse um pouco desanimada.

- Quer um conselho?- perguntei descontraído.

- E qual seria esse conselho? — arqueou a sobrancelha de maneira desafiadora.

- Que eu conheço alguém que pode te ajudar a relaxar e esquecer a realidade por algum tempo — falei presunçoso.

- E quem seria esse alguém? —fez uma falsa expressão de pensativa.

- Mesmo sendo um enorme sacrifício eu posso te mostrar. — fiz uma drama entrando na brincadeira, que ainda não havia começado.

Olhando fixamente para seu rosto, decorando cada traço que o formava senti meu coração encher-se de emoção, a beijei derramando meus sentimentos e minha alma no gesto sendo correspondido com igual intimidade, nos separamos e Laura sorriu apaixonadamente para mim naquele momento tive a confirmação, a certeza que ela era a mulher da minha vida.

Aquela que eu me casaria e faria todas as coisas que clichês que um dia eu detestei e critiquei, Laura seria a mulher que carregaria meus filhos no seu ventre e ela a chamariam de Mamãe, com esse pensamento retribui seu sorriso, pensando em uma forma de tornar meu sonho realidade.

Laura Miller

Meu dia não poderia ter sido mais especial, conversamos sobre tudo e nada ao mesmo tempo, confuso eu sei, porém essas conversas tolas faziam-me ama-lo ainda mais, tentei ao máximo  deixar minhas preocupação com Vivian de lado e dedicar toda a minha atenção no homem que estava me fazendo demasiadamente feliz naquele momento.

 Vivian sempre foi uma menina desencanada, que não pensava muito para fazer coisas loucas e muitas vezes imprudentes. Somos amigas de infância, eu era a tímida que não fazia amigos com facilidade e Vivian era menina decolada e popular que conversava com todo mundo, quando chegamos na adolescência, senti totalmente deslocada, um verdadeiro ete, senti inveja da minha melhor amiga por ser quem ela era e passei por uma clichê crise de adolescente, ficava horas sozinha pensando em quê eu agia errado, demorou um tempo para a aceitação chegar, mais em compensação a maturidade chegou rápido pra mim.

Minha amiga continuou a sua com curtição sem fim, seu lema era "Aproveitar a vida  enquanto ainda era jovem", não se preocupava muito com o futuro e muito menos com os sentimento dos caras dos quais ela ficava, os questionamentos e  reflexões que o processo de maturidade as vezes estimula nunca havia chegado para ela até esse exato momento. E o pior de tudo é que agora tudo é mais doloroso, porque agora fazemos parte da vida real, do mundo real,  onde as pessoas são egoístas e principalmente onde o passado retornava para cobrar o seu devido preço.

***

Raul e eu decidimos que estava mais do que na hora de levantar da cama e comer algo, bem na verdade essa decisão foi muito mais minha do que dele, Raul era insaciável, estava sempre pronto para ação e eu confesso que também não negava fogo.

Finalmente consegui levantar da cama com muito custo e tendo que resistir os apelos do homem que ainda negava-se a levantar-se da cama.

- Você acabou com as minhas forças, no momento estou impossibilitado de sair da cama- reclamou dramaticamente igual a uma criança rebelde.

- Muito pelo contrário, você foi quem acabou com as minhas forças- cruzei os braços revidando sua acusação.

- Bem, mais nem por um segundo eu te ouvir reclamar — corei — Engraçado né, eu juro que até ouvi você me pedindo mais- ironizou.

Cretino!

- Posso ter pedido mais, entretanto você estava muito disposto a atender meu pedido — dei continuidade a nossa guerra boba.

- Eu sempre estou disposto — sorriu maliciosamente.

Mesmo depois de passar praticamente o dia todo na cama com Raul, meu corpo ainda reagia a ele e algo entre as minhas pernas causa-me certo desconforto, se é que vocês me entendem.

 Devolvi seu sorriso pervertido.

- Sabe eu ia te oferecer uma coisa, mas você disse que não tem força o suficiente para nem sequer levantar da cama! — inocentemente enrolava um mecha de cabelo no meu indicador, com o tom de voz manhoso- Eu ia te convidar para tomar um banho...

Raul levantou-se em um picar de olhos e me pegou no colo caminhando a passos largos até o banheiro, ele realmente não tinha jeito.

- Você realmente um ninfomaníaco- brinquei e não consegui segurar a risada.

- Baby eu posso ser tudo o que você quiser — disse.                                                      

- Promessas, promessas... — provoquei.

Fui interrompida por sua boca avida que calou minhas palavras e tirou o meu fôlego.

(...)

Tínhamos tomado banho e nos sujado novamente, e depois de finalmente da fome apertar e o cansaço nos vencer, voltamos para o quarto nos vestidos e pedimos comida que, aliás, poderia alimentar um batalhão, porém fizemos uma rigorosa atividade física e precisávamos repor as energias.

  A comida demorou quinze minutos para chegar até nós, sentamos na cama começamos comer, até que o barulho da fechadura da porta interrompeu nossas palhaçadas.

Vivian.

Ela veio até o quarto, com certeza procurando por mim e pareceu ficar confusa quando constatou a presença de Raul, porém não deu muita importância.

Olhei para ela de cima a baixo, procurando qualquer arranhão ou sinal de que ela estava ferida, graças a Deus não encontrei nada, aparentava estar inteira por fora e ostentava um sorriso que eu sabia que era falso.

Sorri de volta com esperança que aos poucos tudo iria se resolver. 

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Mais um capítulo postado espero que gostem!

Votem, comentem...

bjos e até o próximo.