Capítulo 17

“Eu lembro que alguns anos atrás...

Alguém me disse que eu deveria ter

Cuidado quando se trata de amor

Eu tive, eu tive”

Shontelle - Impossible

Laura Miller

Alguns Anos atrás no colegial...

Conversando com meu grupo de amigas enquanto esperávamos o sinal da próxima aula, todos falavam do tal menino novo que havia começado a frequentar o colégio a alguns dias atrás. Confesso que a minha curiosidade estava me matando, todos estavam comentando a seu respeito, mais eu não confiava em nenhum desses comentários, pois sabia que os alunos dessa escola adoravam inventar uma fofoca só para se divertir com a desgraça alheia.

Infelizmente eu não tinha tido a oportunidade de vê-lo apenas para confirmar tido aquilo que as meninas estavam falando, principalmente as minhas amigas.

Tudo que eu sabia era que seu nome era Bradon e parecia que ele era um estrangeiro e que arrancava suspiros da parte feminina do colégio. Perdida com meus devaneios eu trocava meus matérias no meu armário e nem dei conta que alguém havia se aproximado e também trocava seus materiais no armário ao lado.

Continuei sem dar a mínima para pessoa do meu lado e tranquei meu armário e quando levantei meus olhos vi um garoto absolutamente lindo meu encarando despreocupadamente. Apreensiva com a intensidade de seu olhar eu apenas fingi que não tinha notado e tentei seguir meu caminho.

- Espere – ele disse com um sotaque carregado – Sou Brandon, o novo aluno- apresentou-se.

Oh meu Deus.

Então era esse o garoto que todos estavam falando, ele com certeza superava todas minhas expectativas. Lindo era uma palavra simples demais para descrevê-lo, ele era o clichê que toda adolescente como eu sonhava em namorar.

Ele era quente.

- Eu sou Laura – respondi tentando não transparecer meu desconforto.

- Bem Laura é um nome lindo assim como você – eu não pude deixar de corar com seu elogio, eu definitivamente era patética- Como eu disse antes, sou novo na escola será que você poderia me levar até a minha sala?

E foi assim que Bradon e eu nos conhecemos, ele me contou que era francês e que estava nos Estados unidos para fazer um intercambio e passar um tempo com seu pai que tinha se separado de sua mãe que era francesa e vivia em Paris.

De primeira eu me apaixonei por ele e como toda menina inocente perante seu primeiro amor, quis agrada-lo e matriculei-me em um curso de francês avançado. Eu sei que isso era tolice e meus pais não sabiam a causa do meu súbito interesse por uma língua estrangeira, é que dessa maneira eu tinha um desculpa para falar com Bradon. Pedido a sua ajuda, principalmente com a pronuncia.

Enquanto sua fama de bad boy pegador corria pela escola eu sonhava acordada com ele, esperando o dia que minha paixão fosse notada, porém demorou longos dois meses até que em uma de nossas “aulas” de francês Brandon fizesse uma pergunta um tanto constrangedora.

Ele me perguntou se ainda era virgem.

Não precisei responder com palavras minha expressão de pavor respondeu por mim.

Eu nem sequer tinha sido beijada.

E assim aconteceu meu primeiro beijo enchendo-me de esperanças que ficaríamos juntos a partir dali.

Nosso relacionamento durou algumas semanas até que o peguei beijando outra menina em um dos corredores da escola. Depois disso ele até tentou outra chance comigo dizendo-me que sentia minha falta e que aquilo não significava nada para ele.

Além do meu primeiro amor Bradon tinha sido minha primeira desilusão. O primeiro a quebrar meu coração.

Dias atuais...

- Eu juro que esperava uma história muito menos emocionante do que essa- disse Raul meio atordoado.

- Pois é – dei o ombro sentindo-me envergonhada.

- Aquele dia que eu a vi falando francês no telefone pela primeira vez com quem você estava conversando? Você parecia muito nervosa- ele perguntou curioso.

- Era Bradon, eu não tenho a mínima ideia de como ele conseguiu meu numero de telefone, a anos eu não faço nem um tipo de contato com ele- eu ainda estava um pouco constrangida com esse assunto, odiava que as pessoas sentissem pena de mim ou me achassem frágil e vulnerável.

- Será que eu devo me preocupar com ele? – questionou.

- O QUE? – engasguei sem querer, essa era com certeza uma pergunta estupida- Não, é claro que você não deve se preocupar, ele foi o maior babaca que eu já conheci e eu estou plenamente convicta que Bradon, não é e nunca foi o cara certo pra mim – falei com veemência, e essa era a mais pura verdade.

- E eu Laura, sou o cara certo pra você?- levou alguns segundos para eu pensar em uma resposta inteligente.

- Me diz você Raul, você é o cara certo pra mim?

(...)

O jantar foi ótimo e a comida maravilhosa Raul realmente tinha um bom gosto, conversamos muito e ele também me contou algumas histórias do seu passado, mais é claro que Heloisa ficou de fora. Eu decidi esperar ele se sentir mais a vontade de conversar comigo sobre ela ao invés de pressiona-lo. Mais tinha um assunto que estava me incomodando e que não poderia esperar para ser resolvido.

Eric.

- Raul, tenho uma coisa importante pra falar que é melhor você saber por mim- disse sem rodeios.

- Pode falar – franziu o cenho.

- Eu marquei um encontro com Eric amanhã no almoço, preciso esclarecer as coisas com ele – confessei. Ele não pareceu muito contente em saber que ia me encontrar com Eric. Ficou um tempo em silencio e depois suspirou cedendo.

- Não pense que me sinto bem com você saindo com esse cara, não confio nele – ele disse firme – Mas concordo com você que as coisas precisam ser esclarecidas, e eu confio em você Laura – sussurrou as ultimas palavras. Eu simplesmente adoro a maneira como ele pronunciava meu nome era totalmente excitante.

- Fico satisfeita sabendo disso – respondi antes de aproximar nossos lábio e beijá-lo suave e apaixonadamente.

Uma hora depois deixamos o restaurante optando em ficar no meu apartamento essa noite, desabafei com Raul as minhas preocupação com Vivian ele escutou-me com interesse e disse que tudo ia ficar bem eu só tinha que ser paciente e deixa-la se abrir para mim voluntariamente.

Chagando no meu apartamento fiquei surpresa ao ver que Vivian estava em casa sentada no sofá, assistindo um filme e o que perece se entupindo de pipoca.

Quando ela percebeu que não estava mais sozinha em casa ficou um pouco sem jeito.

- Humm... Oi – ela disse.

- Hey – respondi animada – não sabia que você estava em casa, mas fico feliz por isso, este é Raul meu namorado. Ela já sabia de toda história com meu chefe e essa não era a maneira que eu queria contar sobre meu relacionamento.

- Prazer em conhecê-la Vivian – Raul estendeu a mão para Vivian, que prontamente a apertou cumprimentando-o.

- Que cheiro bom você está cozinhando alguma coisa? – perguntei tentando puxar assunto, eu odiava esse clima desconfortável entre a gente.

- Eu estou assando um bolo de chocolate para o café da amanhã, faz muito tempo que nós não comemos e me deu uma vontade – ela disse sonhadora.

A conversa se estendeu por mais alguns minutos até que o apito do fogão soou avisando que o bolo estava pronto, Vivian foi até a cozinha e deligou o fogo ajeitou a bagunça da cozinha, enquanto Raul e eu namorávamos (isso ainda era um pouco estranho pra mim). Depois de tudo pronto ela voltou para a sala para despedir-se.

- Boa noite gente – ela disse bocejando- Eu estou morrendo de sono – ela riu sem graça.

- Boa noite – respondemos juntos.

Vivian foi andando pelo corredor e seu corpo vacilou fazendo-a apoiar-se na parede mais próxima para manter o equilíbrio. Levantei rapidamente e fui até ela.

- Você está bem?– segurei em seus ombros acompanhando-a até o seu quarto.

- Sim – ela respondeu ainda com os olhos fortemente fechados- Eu estava definitivamente preocupada, agora não só com seu comportamento estranho mais também com seu estado de saúde.

- Com que frequência isso vem acontecendo Vivian? – Perguntei firme esperando uma resposta sincera.

- Laura você não tem que ficar preocupada comigo – ela disse nervosa, sua voz estava um pouco tremula – Eu estou bem, isso com toda minha certeza é passageiro.

Preferi não discutir com ela, mas de agora em diante eu a manteria em vigilância, se eu pegasse Vivian passando mal de novo eu a forçaria a ir até o hospital.

(...)

À noite com Raul foi maravilhosa, fizemos amor até a exaustão e depois ele segurou-me em seus braços fazendo um carinho gostoso no meu cabelo, confesso que me ajudou  a esquecer os problemas e adormecer. Acordamos cedo tomamos café todos juntos e fomos trabalhar. As pessoas começavam a se conformar com a nossa relação, porém isso não significava que acabaram os comentários.

A hora do almoço chegou rapidamente, mandei uma mensagem para Raul, avisando que terminaria meu almoço e conversa com Eric o mais rápido possível e que passaria na sua sala depois. Chegando ao hall de entrado encontrei Eric que já me esperava com seu costumeiro sorriso que faziam as mulheres caírem a seus pés.

Cumprimentamo-nos e fomos andando para um restaurante que fica bem próximo da empresa. Fizemos nossos pedidos quando o garçom veio nos atender na nossa mesa e procurei manter um conversa leve e descontraída durante a refeição.

- Laura eu acho que chegou a hora de nós falarmos sério agora – assenti concordando.

- Eric eu estou namorando com Raul – fui direto ao ponto, não tinha o porquê de ficar prolongando esse drama- E eu estou apaixonado por ele e não pude evitar que isso acontecesse- me justifiquei.

- Eu entendo... – ele pereceu desanimado.

- Mais eu ainda gostaria de ser sua amiga Eric, sinto um carinho muito grande por você – sorri amigavelmente, odiava magoar as pessoas.

- Claro – ele disse – Eu sinceramente espero que você seja feliz com sua escolha.

Me despedi dele e a lembrança de seu sorriso sendo substituído por um olhar triste partia meu coração.

Peguei o elevador e segui direto para sala de Raul, recebendo alguns olhares tortos de algumas pessoas, mais nem as dei atenção, só precisava ser abraçada e confirmar que eu  estava fazendo tudo certo. Entrei na sala rapidamente sem bater e descobri que não estávamos sozinho.

- Laura querida, como vai? – Perguntou Heloisa enquanto levantava da mesa onde estava sentada em uma posição provocante.

Fiquei muda, meus sentidos de defesa tinham me abandonado e tudo que eu enxergava era a expressão presunçosa e arrogante da cobra da Heloisa.

“Quando o meu mundo está desmoronando

Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

Quando as ondas inundam a costa

E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa

É aí quando eu

Eu... eu olho para você”

Miley Cyrus – when i look at you

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Está ai mais um capítulo pra vocês, espero que gostem. 

curtam e comentem. 

Ahh e eu queria avisar que o meu proximo livro Em busca da perfeição, vai começar a ser postado mês que vem. 

Bye até o proxímo capítulo.