Declaração não Contábil - Parte 02
— O teste do pezinho, eu preciso ir. - Ele arranca a chave da minha mão e sai correndo como se Lívia fosse parir outra vez. Saio apressado da minha sala para alcançá-lo.
— Espera. - Eu o chamo, mas ele nem ouve. - Porra a reunião. Como que...
Kelly me olha rindo ao me ver falando sozinho, mas quando a olho ela fica roxa.
— É a idade... — Chego a pensar que o rosto dela vai explodir de tão corada.
Não tenho me comportando como Túlio o contador sério nas últimas semanas, consciente que minhas dispersões podem me levar a falhas que tanto tenho cuidado para não ocorrer. Decido ligar a Carlise e pedir o carro da empresa, mas ele me informa ao telefone que está na Receita Federal e não tem previsão para ser atendida. Desanimo e recorro ao táxi, pois estou em cima do horário.
Quanto tempo não pegava um táxi, senti vontade de socar o motorista que dirigia o mais lentamente possível, falando pelos cotovelos até eu o interromper.
— Amigo, tenho um horário marcado, desculpe, mas precisa apressar a corrida.
Chego atrasado da mesma forma ao meu compromisso e isso me deixa puto com aquele taxista, com Mauro, Carlise e Braz. Braz. O que difere esta reunião das outras que já tive com os demais clientes? Quem sabe o assédio de um homem acostumado a ter as pessoas servindo-lhe de quatro. Nesse dia pretendo deixar bem claro que posso reverter a situação de abuso se ele ousar me olhar de atravessado.
No segundo piso onde estão as salas da administração, caminho tenso até a recepção.
— Bom dia, o seu Crésio já está esperando o senhor na sala dele.
Crésio, o nome me causa outro sorriso agora aliviado pelo fato de ter uma reunião apenas com o gerente da rede. Encontro um homem baixo, gordinho, grisalho, na casa dos cinquenta anos com uma simpatia sem igual. Seu sotaque me faz chutar que ele é nortista e erro feio.
— Paraíba da cabecinha chata. — Ele brinca, acho impossível estar numa presença dessa e não sorrir largamente. — Então tu dobrou aquele portuga lazarento, foi? Deu trabalho, mas fechamos loja por loja, uma de cada vez, só para contar teus estoques e aqui estão.
Ele me entrega o pen-drive com as informações.
— Seu Crésio, nem sei como lhe agradecer, um bom trabalho não depende só do escritório, mas da parceria com nosso cliente. Tenha certeza que esse acerto vai beneficiar a ambos, acho que está tudo certo — Levanto-me e estendo-lhe a mão que ele aperta. — Desculpe pelo atraso...
— Chegou agora? - Braz pergunta entrando na sala fazendo com que eu sinta meu rosto queimar. Está como sempre, bem vestido, perfumado e bem penteado. — Odeio ficar esperando, combinou as nove horas, chegou agora?
Lembro que sei falar e respondo.
— Estou sem carro, um pequeno imprevisto. - Ele me aperta a mão me encarando sedutor. - Aqui já encerrei com seu Crésio.
— Ótimo, está dispensado paraíba, Túlio agora é meu. - Aquelas palavras são como um vinho, um daqueles tintos e bem encorpados que se bebe a frente de uma lareira em uma noite fria, cujo torpor que causa leva os amantes a entregarem-se a luxúria sem reserva alguma e passarem a noite fazendo amor.
— "Minino", portuga lazarento pode me ligar se precisar de alguma coisa que vou estar na filial 05.
Braz sorri, expondo sua dentição irritantemente perfeita e alva, acompanhando Crésio até a saída, então tranca a porta. Acordo do transe quando percebo que estou preso com ele naquela sala pequena e isolada. Tento lembrar-me de todas as ameaças que deveria lhe fazer, mas no meu estado de excitação só consigo respirar arfante, caminho lentamente de ré para ser encurralado na parede por seu imenso corpo a moer-se contra o meu, tanto que sinto sua dureza contra minha barriga, seu cheiro me invade e sua boca mata minha sede.
Sua língua ainda tem o sabor do cafezinho recém degustado, me beija suave, depois meio bruto que fica impossível me decidir como é mais prazeroso. Ele se afasta um pouquinho me dando pequenos beijos quase amorosos e sussurra.
— Como é delicioso beijar sua boca, meu contador, pega aqui embaixo, sente o efeito que tá causando.
Porque obedeço esse homem? Desço minha mão até seu quadril e seguro com força sua ereção, me traio e passo a acaricia-lo lentamente sempre olhando em seus olhos escuros. Ele respira pesado, me deixando ainda mais louco, depois ataca meu pescoço para encher de beijos quentes e mordidas leves.
— Me beija. — Ele me pede, livrando-se totalmente de seu tom que na primeira vez fora tão autoritário. Só consigo atender seu pedido. — Queria tanto ter você em meus braços outra vez, preciso sentir seu corpo todo, provar seu sabor, fazer amor...
Eu me assusto com aquelas duas últimas palavras e o empurro. Não, isso nem pensar, o que estou fazendo? A porta trancada deixa assustado, preciso fugir dele que cruza seus braços fortes com uma expressão tranquila no rosto.
— Abre a merda da porta, Braz, eu vou lhe processar, eu juro.
— Processa. Não lhe forcei a nada até onde me lembro, está me ameaçando por quê? — Ele altera a voz me assustando.
— Não sou gay e você me trata como se eu fosse. Porque fica me sovando? Falei que era casado.
— Bem conjugado, Túlio, era. Eu não te forcei, nem antes e nem agora. Não quer nada eu respeito, mas não me diga que estou te assediando ou te seduzindo forçadamente que isso não é verdade.
Suas palavras contém apenas a verdade, eu realmente podia ter recusado, mas não consegui, olho-o atentamente e descubro-me atraído por ele e não vou ter sucesso lutando contra. Foi tudo muito rápido que passo a mão em minha cabeça raspada.
— Perdão Braz, mas não posso me permitir.
— E eu não posso lhe forçar. — Ele me devolve sem me olhar na cara destrancando a porta. — Sou eu quem peço desculpas, Túlio, estou apaixonado.
Encaminho-me para fora do supermercado com um sentimento estranho que me causa uma dor na garganta, não posso me permitir, quando disse essa frase juro por tudo que há nesse mundo que os olhos dele fugiram dos meus. Mesmo eu agora, não sei se consigo me encarar porque da mesma forma que ouvi sua declaração percebi que correspondo aquele homem não apenas com meu corpo, mas com a alma. Já estou preso a ele, preso a há um homem que invadiu meus pensamentos de forma tão rápida, que se tornou meu dono e meu ao mesmo tempo.
No estacionamento do grande supermercado onde pretendo chamar um táxi é onde tomo a mais louca de todas as decisões de minha vida.
— Eu quero esse maldito. — Agora estou novamente no controle de minhas ações, mesmo diante da loucura que vou fazer. Caminhando decidido para o estabelecimento, chamo a secretária que leva míseros segundos para me dar acesso a escritório de Braz. — Ele está com alguém?
— Não senhor, seu Túlio, o seu Braz me disse que tava te aguardando.
Meu rosto esquenta e com certeza devo ter enrubescido visivelmente a frente daquela jovem. A porta de sua sala está destrancada e ele está acomodado a sua mesa brincando de girar sua caneta sobre a mesa de vidro. Não há necessidade de palavras entre nós, não quero ouvi-lo outra vez falar em paixão, só quero seu corpo grande me esmagando novamente, ver e tocar seu peito peludo e ser devorado por aquela boca de macho.
Em pé, em frente a sua mesa abro lentamente cada botão de minha camisa social, sendo encarado por um olhar faminto... Ele ergue-se e me sorri, um grande urso, um macho bruto que deseja outro macho. Livro-me completamente de minha camisa, agora ansioso para me mostrar a ele me atrapalho com minha própria cinta que ele me desafivela calmamente.
— Vou foder você no sofá. — Ele diz baixinho quando finalmente estou pelado a sua mercê. - Dispa-me, quero sentir o quanto você me quer.
Não sou um cidadão baixo e nem delicado, sou compelido pelo meu desejo por esse macho a abrir sua camisa de forma impaciente que alguns botões voam longe.
— Me beija.
— Sempre.
Parece um final de um romance "e viveram felizes para sempre", mas garanto que a seguir não vai rolar nenhum romantismo.
Braz termina de se despir e permite a mim lhe admirar o quanto imenso ele é em todos os aspectos de sua anatomia. Suas pernas são longas e musculosas, na junção de um par de coxas grossas está seu glorioso cacete duro e tão grande que me assusta e fascina. Seu abdome é trincado, o peito largo, seus braços são imensos e as mãos quentes e grandonas me puxam pelo quadril para encostar-me ao seu corpo. Então ele me obedece e me beija. Enquanto me beija, fecho meus olhos para desfrutar daquele que virá a ser meu prazer preferido que é seu corpo muito peludo. É minha tara desde aquela manhã, a primeira vez que me entrego a ele em seu escritório.
Ele percebe o quanto me excito ao brincar com seus abundantes pelos em seu antebraço, sua barriga muito firme, seu peito que me enlouquece, tanto que em meio a sua selva afundo meu rosto onde totalmente entregue busco um de seus mamilos para saber como será a experiência de chupar um peito de macho. Estou com fome de cada parte dele que chupo com força a protuberância pequena e endurecida. Estando muito perto da mesa dele sou erguido pela cintura para ser sentado sobre o tampo de vidro.
— Se não quer o momento é esse.
— Eu quero...
.....
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top