Balanço não contábil (Reflexões) - Parte 02

- Cinco minutos. Acabou.

- Que? – Fico muito irritado com meu desempenho fraco. – Você se controlou, não foi?

- Lógico, levo muito a sério um desafio. - Ele olha meu pau duro e babão e passa a se masturbar. Dá-me mais tesão ainda ver a cena com um homem grande e machão daquele dando-se prazer. – Sua vez.

- Você acha certo isso, estou em total desvantagem e você fica provocando...

- Pode ser que você consiga empatar. – Ele diz-me rindo.

Ele me empurra contra o sofá, onde sento e cruzo os braços, observando o grande homem caminhando nu por minha sala para pôr uma música. Um belo macho com um caralho grande, meu macho. Esse macho que faz o que quer comigo, se ajoelha na minha frente, afasta minhas pernas levantando minhas coxas para atacar meu cu e sem aviso mete a língua, o que acho vulgar de sua parte. Ele saliva muito e circula com força meu ânus, fazendo eu me retrair um pouco. Logo a intrusão do dedo grosso faz-me gemer, me deixando de pau completamente ereto, depois junta o segundo dedo e saliva ainda mais enfiando e tirando, fazendo arder meu buraco e provocando-me sensações desconhecidas que me levam a gemidos muito altos, como nunca o fiz, nem mesmo nas melhores de nossas fodas. Ouço o barulho aquoso, sinto a fricção árdua e afasto minhas pernas para lhe oferecer, carente, meu pênis negligenciado, implorando por seu toque enlouquecedor de homem. Braz fode-me com dois dedos e me leva quase ao desespero por um orgasmo, tanto que meu quadril está completamente fora do sofá buscando pelos dedos dele quando se afastam e me abandonam. Depois mete no fundo de novo, sinto ele girar os dedos e buscar no lugar mais profundo, onde as lendas me diziam ser o ponto G, o que desmistifico ao gozar gemendo como nunca, tão alto e contorcendo-me tanto que Braz precisa me acalmar.

- Braz... – Sinto espasmos fortes, enquanto me agarro ao corpo que me abraça. – Caralho que aconteceu? Porra.

Estou fora de mim, preciso apenas deixar meu corpo achar seu equilíbrio outra vez.

- Mais calmo? – Ele pergunta baixo em meu ouvido. – Vamos nos arrumar que estou morto de fome.

- Braz... Ficamos em casa hoje e semana que vem saímos.

- Semana que vem vai abrir mão de ficar com as suas crianças por mim? – Braz suspira irritado. – Vamos sair hoje ou dessa vez desisto.

Por cinco meses, Braz cedeu na maioria das vezes e tenho plena consciência disso, saio de seus braços contrariado e resolvo que vou sair com ele. Depois, eu sou macho o suficiente para quebrar a cara de quem me perturbar. Só hoje não seremos apenas os amantes explosivos, sairemos a vista da sociedade como um par de amigos. Para Braz significa que sairemos como um casal.

A caminho do piano bar, Braz estava falante me fazendo sorrir, mesmo eu estando tenso a ponto de suar minhas mãos. Senti-me como um garoto em sua presença marcante.

O ambiente no qual fomos era muito elegante, tranquilo, com boa música em um volume que dava para conversarmos tranquilamente. Entrei de cabeça no mundo dele durante a conversa, descobrindo suas origens, alguns gostos pessoais, fatos sobre suas viagens entre outros assuntos. Quando expus um pouco de minhas experiências ele caiu na risada.

- Só? – Ele ria com vontade. –Você não vive Túlio, só trabalha. Porque trabalha?

- Pelo mesmo motivo que você.

- Correto. Mas com um detalhe de diferença, vivo meu trabalho no trabalho, não levo nenhum de meus assuntos para uma conversa pós foda com você.

Olho para todos os lados preocupado com o fato de alguém nos ouvir.

- Isso te incomoda? – Pergunto já irritado.

- Muito. Estou louco para ficar relaxando, depois de um sexo gostoso e você me vem com o assunto: o piso da construção civil aumentou em 9%, o vinho entrou na ST, me ajuda lembrar que tenho que parcelar o Simples do fulano... – Ele fala num tom calmo, mas demonstra saturação. – Podemos conversar sobre qualquer coisa, mas tem hora, eu sugiro que você comece a se controlar porque EU me concentro apenas em nós quando estamos juntos.

Ninguém gosta de um pouco de verdade às vezes, somos meio hipócritas neste aspecto, pois geralmente nosso discurso tende a ser a frase feita: odeio falsidade, ou, é melhor uma verdade amarga que uma doce mentira, talvez eu tenha colocado na ordem inversa esta última, mas é isso, com a verdade são poucos que sabem lidar.

Braz se levanta para ir ao banheiro então uso esses minutos para respirar, pondo meu nervosismo para fora de mim no ar expelido. Analiso a volta o quanto é bonito o lugar, quantas pessoas conversam concentradas apenas entre seus respectivos acompanhantes o que me leva a acreditar que sou o único a me preocupar com o que está a minha volta. Relaxo um pouco e bebo meu vinho branco.

Consigo sentir o sabor daquele vinho agora na segunda taça e admito que Braz tem um gosto excelente, é um grande apreciador.

Quando ele volta sinto-me mais calmo e até lhe sorrio.

- Não me olhe assim olhos verdes. – Braz diz isso e aperta minha mão me deixando tenso, o que ele percebe e disfarça me soltando. - Já provou Quinta do Carmo? De uma adega portuguesa, só aqui consigo degustar essa maravilha.

- Não bebo muito vinho, sou mais do chopp.

- Então bebo junto com você. - Ele pede chopp. – Mas vamos comemorar nossos seis meses com Quinta.

Queria pedir para ele falar mais baixo essas coisas, mas não tenho coragem. Dois chopps mais tarde e eu estou rindo e contando piadas de contador, daquelas que só os funcionários riem para agradar o chefe. Não estou bêbado apenas descontraído.

- Podemos? – Duas mulheres nos abordam, perguntando se podem se sentar a nossa mesa que serve para quatro pessoas. - Estão sozinhos?

- Estamos acompanhados. – Diz Braz sem disfarçar seu desgosto pela interrupção delas.

- Ah, certo então, desculpe-nos. – Percebo que elas se afastam aos cochichos e nos olhando com certa curiosidade.

- Chega Braz, era isso que eu temia, só faltou dizer que temos um caso para elas.

- Foda-se. Essa é sua grande preocupação? Hoje é sábado, bebe, esqueça-se de ser o cara certinho, somos dois amigos conversando como há vários aqui, olha em volta, sabe me dizer quem é casado, solteiro, quem está tendo um caso secreto ou matou alguém só olhando para essas pessoas?

Não relaxo nenhum pouco.

- Tá certo, só hoje... – Resmungo bebericando meu chopp. Depois pedimos mais um e mais dois.

Na volta Braz está meio tranquilo para levar o carro por poucas quadras até minha casa.

- Vai ficar? – Digo agarrando-me ao seu pescoço sob a leveza de uma semi-embriagues. – Me fez desfilar como namorado agora quero minha recompensa.

Ele sorri prevendo o tamanho de sua diversão ao me tomar naquele estado abobado. Adoro tirar sua roupa, o que começo a fazer na porta de entrada de casa. Minhas mãos se deleitam naquele peitoral amplo que emana calor, onde esfrego meu rosto para ficar com seu cheiro. Minhas mãos procuram dois mamilos enrijecidos, fazendo Braz reclamar quando eu mordo uma dessas delícias.

- Quer que eu fique? – Ganho um beijo demorado ficando com seu chiclete de canela. – O que aconteceu esta noite? Algo mudou em você?

- Quer falar disso agora? Quero que faça amor comigo.

Sim eu disse essas palavras, pois algumas gotas de álcool soltaram minha língua com essa verdade pronta.

- Sobe que não vou lhe carregar como uma mulherzinha e depois estou zonzo ou maluco. Repete, por favor.

- Me fode. – Digo louco de tesão por ele.

Quando falo isso ele me castiga, metendo sem dó sua pica no meu rabo, comigo de quatro, sentindo suas mãos possessivas a me apertarem o quadril. Mordo a coberta para que meus gritos não venham a ser motivo de ocorrência policial. Estou fora de controle, sendo possuído quase com violência e o tesão disso faz meu pau ficar duro e gotejante. Nunca pensei que teria um prazer tão grande na penetração anal. Estou em brasas, estou em êxtase sem ter chego ao orgasmo, estou enlouquecendo de prazer, estou apaixonado e sendo possuído por um homem. Minha razão me falta quando ele geme me inundando de sêmen pela primeira vez sem proteção alguma, suas mãos apertando meu quadril dolorosamente e seu corpão desaba sobre o meu.

Braz ri devido a intensidade de seu próprio orgasmo e se retira de mim, me virando e buscando com sua boca máscula meu pau sensível que precisa desesperado libertar-se do tesão que o castiga deliciosamente.

Fecho os olhos quando percebo que fui engolido por uma boca que está faminta e me levará ao orgasmo em poucos segundos... Não preciso de muito para ejacular no "túnel" quente que suga-me e sorve-me, engolindo obedientemente o leite que lhe dou.

- Ah Túlio... – Braz sobe por meu corpo beijando minha pele, como se cada pedacinho meu lhe fosse precioso. – O que faz comigo, olhos verdes, eu estava tão cheio de tesão que esqueci do preservativo.

Não lhe digo nada porque volto a ficar reflexivo. Sexo com esse cara é bom, mas será que não estou confundindo essa paixão com algo mais sublime como o amor. Quando digo que temos um caso, ele me fala que tem sentimentos envolvidos e por isso já é um relacionamento.

- Ah, Braz... Tenha mais um pouco de paciência.

- Mais? – Diz ele com a cabeça deitada em meu peito enquanto lhe afago os cabelos pretos e bonitos. – Quer que eu te dê um tempo para pensar? Um mês quem sabe.

- Acho que é muito tempo sem você. Não está bom desse jeito?

- Amanhã sentamos para conversar sobre isso, agora só quero dormir, você me esgotou por hoje. – Ele diz e dá-me um beijo. – Te adoro, contador.

- Eu também.

Digo isso, mas com medo do amanhã, com medo de ser posto na prensa e acabar com esse caso que é uma das melhores coisas que minha vida me permitiu. Não quero perde-lo, mas preciso ter certeza do que vou fazer, porque minha vida pode mudar de uma forma negativa se eu vir a assumir um relacionamento homo afetivo.

No momento quero apenas tê-lo comigo e não pensar no dia seguinte. Abraçar enquanto posso o meu homem, meu Braz.

***

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