Balanço não contábil (Reflexões) - Parte 01
Por Túlio
Consegui finalmente organizar minha rotina de forma que satisfaça aos que estão a minha volta. Iraci, minha ex esposa tem me elogiado por ver o meu empenho por nossos filhos, as crianças tem adorado passar mais tempo com o pai e com isso acabei por resgatar o contato com meu próprio pai, madrasta e meio irmãs que moram no Paraná. Preciso atribuir isso a uma pessoa que tem seu jeito meio bruto de ser às vezes, com a qual briguei por ter me chamado de dissimulado sem motivo algum e que enche meu saco com o lance de quer algo mais que sexo. Essa pessoa incrível chama-se Braz.
Porra, afinal o que ele quer?
Numa linda manhã de sábado ensolarada busquei meus filhos para que Ira pudesse cumprir um compromisso seu e só fui lembrar-me do Braz quando este me apareceu às quatro da tarde.
Observo-o se agachar para conversar com minha filha que diz que o nome dele é feio, mas depois ela diz-me que ele parece um príncipe das histórias de princesa. Braz não me parece um príncipe, mas me atrai mesmo assim. Ele vem da cozinha me olhando e sorrindo, fazendo com que meu rosto fique quente e meu olhar não consiga desviar do seu.
Há cinco meses que estamos nesse lance e isso tem me levado a muitos momentos reflexivos. Ele me olha enquanto tenho em meus braços Edu a dormir com a boca aberta, cena esta que me leva a sorrir e percebo que Braz também me sorri como compartilhássemos a alegria da minha paternidade. Os pés dele que estão apenas de meia ficam roçando nos meus pés gelados. Estou perdido naqueles olhos escuros que fitam-me com posse, eu sei que já sou seu.
O som de um carro parando em frente de minha casa nos dispersa daquele clima.
Iraci entra com toda sua beleza, bem vestida, com o cabelo crespo acima dos ombros do jeito que sempre achei que lhe caía bem e sorri para mim quando me vê com nosso menino dormindo exausto. Então ela se vira para Braz e estende a mão.
- Muito prazer, eu sou Iraci. – Sua desenvoltura faz-me sentir orgulho de ter sido seu marido.
- Braz. – Ele diz analisando-a. – Seus filhos são lindos.
Ela apenas sorri se voltando para mim, deita-se no colchonete para beijar a cabeça de Eduardo e dá-me um beijo no rosto. Rafa levanta do sofá reclamando.
- Ah mãe, eu quero dormir aqui, o papai deixa.
- O que você acha, amor, ela pode ficar? – Ira me pergunta sem maldade, pois com certeza viu em Braz um amigo meu.
Amor? Depois de quase nove anos de relacionamento é meio difícil perder alguns hábitos tão rapidamente, mesmo após seis meses. Várias vezes a tratei assim por telefone e me dei conta só depois que desligava.
- Claro, pode deixar os dois. Na semana que vem posso buscá-los conforme nossa agenda? – Olho a volta e não localizo Braz e isso me dá faz sentir um aperto no peito. Penso até que foi embora.
- E o seu amigo? Vocês estavam combinando de sair, não é gavião? – Ira dá uma risada. – Isso é bom, tenho que dar os parabéns a esse cara que está tirando você da rotina. Onde ele foi?
- Me pergunto a mesma coisa. – Com jeito levanto-me para não acordar meu filho e de novo tenho aquele sentimento triste, principalmente ao ver que seu carro não está mais na frente de casa. – Estranho, acho que ele tinha algum assunto, depois ligo para ele.
- Túlio, eu vou levar as crianças. Na próxima semana você os busca, acho que você precisa sair um pouco, conhecer pessoas, sabe que te adoro e te dou o maior apoio.
Acho estranho ouvir alguém com quem estive casado por tantos anos falar assim, faz-me pensar que realmente fui um péssimo marido e nem lhe fiz falta.
Acompanho-os até o carro de Ira, vejo o carro de Braz estacionado um pouco mais para frente de minha casa e sorrio como um idiota. Quando ele se vão levo um susto:
- Foram?
- Braz, você... achei que tinha ido embora.
- Quase fui mesmo. Eu estava no segundo piso onde tem aquele jardim de inverno, pensando na vida. Muito estranho ela lhe chamar de amor quando estão divorciados.
- Você não vai implicar com isso, não é?
- Só acho estranho. – Ele fala seco, mas amacia o tom me seguindo para me abraçar quando fecho a porta de casa. - Já estava com saudades, louco para sentir seu corpo, ouvir suas reclamações e frescuras. Túlio, o que você acha de sairmos? Abriu um piano bar na Avenida Principal e eu estou há dias com vontade de ir.
- Ah, Braz... – Eu resmungo sem vontade.
- Só hoje faz de conta que não é casual e que somos mais que amantes.
Quando ele toca nesse assunto meu estomago contrai ao ponto da dor. O problema maior na minha cabeça é sempre: o que os outros vão dizer? No auge de meus trinta e um anos sei perfeitamente que para que eu venha a ser aceito ou pelo menos respeitado preciso me aceitar primeiro.
Só hoje vou ceder, isso não vai me matar.
- Só hoje. – Eu falo inseguro.
- Yes...- Braz abre um sorriso e me aperta ainda mais em seu abraço aconchegante que só ele pode dar.
Não estou totalmente convicto de minha própria resposta e tento analisar com os olhos de Braz, logo fico ainda mais assustado. São cinco meses que temos nos encontrado as escondidas, sendo que nesse período lhe tenho sido totalmente fiel, chegando a crer que é recíproco e por isso talvez, Braz tem se apegado ainda mais a esperança de assumirmos nosso caso perante todos que nos conhecem. Não estou pronto para isso. Não somos duas crianças, sei que ele sente algo forte por mim e eu lhe correspondo, mas não é simples como parece.
Ele me pressiona para sairmos em público só que temo deixar transparecer algo naquela ocasião. Já saí com outros caras em encontros sociais, eram colegas de trabalho, clientes ou amigos, mas com um amante nunca o fiz, até porque é o primeiro do mesmo sexo que eu.
- Braz, pensando melhor, não seria mais tranquilo ficarmos em casa? As crianças me deram um cansaço que só quero dois prazeres hoje, banho e cama.
Ele cruza os braços e vira a cara emburrado numa atitude infantil que não condiz com seu jeito. Chego bem perto e tento abraçá-lo, mas ele se afasta e senta-se ao sofá grande e confortável de minha sala e com o controle liga a TV para brincar com os canais.
- Túlio, o que acha que dois cidadãos vão fazer em um pequeno restaurante? – Ele me olha de forma que me faz tremer nas bases. – Apenas conversar, beber algo em um ambiente bonito, com boa música, com pessoas a volta que estão ali para fazer o mesmo que nós faremos, beber e conversar em um ambiente social.
- Na minha cabeça sinto como se todos que me olham sabem desse segredo. Não tenho estrutura para lidar com isso, já conversamos Braz.
- Então construa suas estruturas, mas antes derrube a muralha a sua volta, contador. Agora anda, vá se arrumar que minha fama é de pegador de homem bonito, precisa ficar a minha altura.
- Vai tomar no cu. – Fico provavelmente roxo.
- Já te disse, vamos fazer um social, pare de agir com esse medo de viver, homem. E anda logo, chuveiro.
Minha cara emburrada não o desencorajou. Perdi uma batalha. Subo a escada pisando duro de raiva, odeio pressão e por isso decido que essa guerra não terminou. Demoro no banho onde penso mais um monte de coisas. Esfrego-me e me preparo para seduzi-lo. Me barbeio, escovo os dentes e me perfumo, enrolando apenas uma toalha na cintura desço a escada já me arrepiando de frio.
Braz dá risada com um programa de TV e chama o cara de burro, fazendo-me revirar os olhos. Ele não demora a me olhar. Tiro a toalha para ficar totalmente nu a sua frente, ele me devora com seu olhar predatório e sorri:
- O que foi, olhos verdes? – Braz ri com vontade. – Boa tentativa, mas sou, quase nada obtuso. Te quero pronto em cinco minutos.
Eu não facilito.
- Não podem ser dez. – Sento em seu colo bem em cima de seu quadril, remexendo-me para sentir se lhe causo algum efeito.
- Que tal cinco minutos para cada um de nós. Quem gozar primeiro ganha e decide a sorte dessa noite.
Porque Braz nunca facilita, ele é sempre tão inflexível. É obvio que se ficássemos em casa seria tudo mais tranquilo.
Me achando em vantagem por estar no colo quente dele, decido:
- Eu começo. – Vou dar a esse macho o melhor sexo oral que jamais ganhou e claro vai gozar em menos de cinco minutos.
Ele abre o zíper e eu desço apressado suas calças aos seus pés, olhando seu volumoso cacete já meia bomba.
- Estou aguardando seus serviços não contábeis.
Aprendi a apreciar o sexo oral em outro homem e me agrada seu pênis estando em qualquer estado. Meu tempo corre, mas preciso aproveita-lo naquele estado. Passo minha língua que saliva muito na extensão do cacete repousando para o lado, da ponta do pau ao saco pesado e peludo. Estico a pele do saco e sugo cada uma de suas bolas, voltando a lamber e morder de leve seu membro cada vez mais duro. Seguro seu pau levantado e passo a subir e descer o prepúcio repetidas vezes com isso exalando seu cheiro de macho. Paro para retirar uns pentelhos e poder lamber com vontade seu frênulo. Ele se contorce um pouco quando eu começo a mamar-lhe só a glande arroxeada, sentindo em minha língua seu gosto.
- Chupa bem gostoso.
Essa é a deixa, chupo com muita vontade aproveitando o movimento de seu quadril para permitir que ele penetre mais profundo na minha boca, batendo-me na úvula e arrancando lágrimas dos meus olhos e me causando ânsias. Minhas mãos afundam-se nos pentelhos para puxa-los, o fazendo gemer alto. Ajoelhado como estou entre suas coxas, posso lhe acariciar a barriga e o observar seus mamilos marrons ficarem pontudos quando se arrepiam. Eu o masturbo para ajuda-lo a gozar e Braz dá aqueles gemidos meio roucos, sinto o quanto engrossou na minha boca, até suas veias ficam salientes, o que prenuncia seu orgasmo.
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