Ativo e Passivo (Capítulo Bônus) - Parte 01

Esse capítulo ocorre no final de 2016...

A primeira semana de casamento, quando se namora alguém há seis anos, não parece a coisa mais empolgante do mundo, ainda mais morando junto com esse alguém há uns sete meses. Eu fui criado por uma família conservadora e foi inevitável ficar pensando em como seria ter um marido, sendo eu outro macho.

Tive seis anos para me preparar...

Um dia o Braz acordou inspirado e me perguntou o que eu achava de fazermos o documento de União Estável, comentei que não havia necessidade, porque já estávamos convivendo muito bem dessa forma. Em menos de quinze minutos quando ele já estava pensando em outras coisas eu o abracei e disse que sim. Claro que mereço um pouco do que ele fez comigo, porque ele me olhou sério e perguntou:

− Sim, o que?

− Ah Braz, o que você me pediu quando acordou?

− Tenho tanta coisa na cabeça que nem lembro mais, amor.

− Esquece. – Odeio quando esse cabeçudo faz isso. Deve ter se arrependido ou se fez de besta.

Por força do hábito pego a chave do meu carro, mas logo lembro que saio com ele para o mesmo local de trabalho e o mais engraçado, quase não nos vemos durante o dia. Ele não para em apenas uma das lojas e eu não saio do escritório, onde odeio ser interrompido e o pessoal da matriz aprendeu bem rápido a me deixar quieto, principalmente na época que faço a conciliação bancária, quase caço meu rabo de tão irritado. Só quem já conciliou extratos entende o quanto isso é chato.

Perto de quinze de dezembro costumávamos dar as férias coletivas ao pessoal da contabilidade, ficando eu de plantão toda minha vida e trabalhando feito besta, algo que me irrita ainda mais ao lembrar. Hoje nesta mesma época eu estou atucanado como sempre pela mania de querer achar um centavo de diferença no Contas a Pagar e tentando identificar o que Braz pagou que aparece como "débitos diversos". Porra, e esses cheques? Quem ele andou pagando? Já pedi os canhotos e ele se esquece. Na hora acabo ligando para resolver e ele em vez de me atender entra na minha sala.

− Tá estressado por quê? – Pergunta sorrindo que perco a coragem de engrossar.

− Os canhotos do cheque e esses diversos que tem no extrato, me ajuda.

− Ajudo. — Ele responde muito calmo, sentando-se a minha frente. — Esse beiço é pela conciliação bancária ou pelo que eu me "esqueci" hoje cedo?

− Nada. — Respondo sem olhar na cara dele que dá uma risada. — Sabe o que mais irrita uma pessoa, Braz? Quando ela não está no dia dela e ficam dando risada.

Braz ri ainda mais e eu me irrito ainda mais.

− Oh, senhor! — Braz fala em voz alta tentando parar de rir. – Quero um saco cheio de paciência, ouviu papai Noel? Quero casar no cartório, quer o ou não quer?

− Quero.

− Então vem aqui na minha frente e diz.

Levanto e caminho até o outro lado da mesa onde de pé entre as pernas afastadas dele, fico mexendo no seu cabelo, depois abraço sua cabeça apertando contra meu corpo e sorrindo respondo:

− Vamos casar de uma vez. Au, filho da puta.... Que merda!

Não perde esse costume de bater na minha bunda.

− Isso é para aprender a deixar de frescura quando falo alguma coisa.

Bom, por respeito ao nosso ambiente de trabalho nada rola, mas fico na vontade só de sentir o perfume bom que ele usa e que ainda me amolece as pernas.

Passam os dias e resolvemos essa burocracia que eu sinceramente acho desnecessária. Como a mãe da Iraci, minha ex-sogra dizia: casado é quem vive bem junto. Saudade da minha ex-sogra, dona Nadir que não está mais entre nós.

Como o Braz é o patrão bacana fez um pequeno coquetel na empresa mesmo para todos os funcionários participarem no dia em que assinamos o documento no cartório. Estava tão feliz que mandou fazer um "carregamento" de salgadinhos e doces, brindamos com refrigerante gelado no dia porque a maioria dos funcionários dirige carro ou moto e assim por diante.

E foi no domingo de Natal que aconteceu a festança. No sul do país não se comemora sem o bom e velho churrasco, caipira, sobremesas a tarde e chopp em barril. Falar nisso bebi tanto que o Braz com medo de sermos ouvidos pelas visitas que dormiram no sítio achou melhor irmos para o motel. Não lembro muito dessas núpcias, sei que meu rabo ficou assado e dolorido. Não entendi porque minha garganta também ficou dolorida. Deve ter sido o chopp gelado, não creio que o Braz ia pegar tão pesado com o marido bêbado.

E finalmente cá estamos... uma semana após o Natal, pleno 01 de janeiro de 2017 faltando oito dias para completar sete anos que nós ficamos juntos pela primeira vez. Ainda lembro que foi num sábado dia 09 de janeiro de 2010. Nem é bom lembrar que há um ano atrás brigamos e ele terminou comigo. Cada vez que lembro disso volto o pensamento para a viagem que fizemos em novembro para Algarve onde moram os pais dele atualmente. Foram dias de magia, logo eu que nem sou o tipo tão romântico quanto ele, pude sentir.

Iraci tirou suas férias nessa época e viajou com as crianças e o João Carlos para a Bahia com o com quem está mais casada do que estava comigo. E as crianças? Rafa tem doze anos, continua muito "tranquila" como eu sou, daquele tipo que não leva desaforo para casa. E o Eduardo está com oito anos. Fico pensando se minha relação e meu casamento com outro homem não são informações muito complicadas, pois ele não fala comigo a respeito, chama o Braz de tio e conversa com naturalidade. Meu moleque lembra demais o jeito da ex, calmo do tipo que combina com os sambas do Zeca Pagodinho que ela cantarola enquanto lava a louça.

Tento não sofrer por antecipação, sabendo que me cabe orientar ambos e apoia-los em suas decisões futuras. Muito fácil resolver as coisas quando somos a família da Peppa Pig, na vida real é sempre mais complicado.

Na empresa do Braz, tenho consciência que sou seu funcionário, mas não consigo ficar em casa coçando o saco quando meu serviço acaba e sempre dou aquela esticada até mais tarde para espera-lo antes de irmos para a academia à noite.

O comércio nessa faixa de litoral em semanas de natal e ano novo vira um caos de gente, sendo bom no sentido financeiro, mas é demais cansativo. Ele não é o tipão sossegado que só dorme, vai para academia, praia e lugares badalados. Braz pega cedo, abre e fecha pelo menos a matriz mesmo que esta tenha gerência. Corre o dia todo, negocia com fornecedor e até contrata funcionários. Só fui ver isso tudo agora que estou contratado por ele.

Ontem passamos o réveillon com alguns amigos nossos com quem jantamos e depois saímos para caminhar na praia. Vimos os fogos, bebemos nosso champanhe, com direito de usar bermuda e camiseta branca, beijar em público e chegar em casa tão cansados que só tomamos banho e caímos na cama como duas tábuas.

Bom demais acordar ao lado de quem gostamos de verdade. Tadinho do Braz, tá cansado. A rotina pega um pouco, mas eu ainda não resisto ao olhar esse machão peludo só com esse short curto de dormir. Lembra os shorts de jogador de futebol dos anos setenta. Pior sou eu que caí pelado na cama e acordei com aquela ereção babando.

Imagine só o Braz, quarenta anos, peludo da coxa grossa, pelos em tudo quanto é lugar do corpo, fazendo a linha ursão mesmo, bem servido em matéria de pau e bolas, deixou a barba grande só porque fico cheio de tesão quando ele chega por trás e a esfrega no meu pescoço ou quando manda ver uma linguada no meu cú e fica roçando o queixo na minha bunda. Agora mesmo que meu pau não abaixa. Meu Braz está literalmente desmaiado, ressonando pesado.

Penso em levantar, fazer um café preto e depois chama-lo. Só que em vez disso, prefiro tomar banho e acorda-lo de outro jeito. Quando volto para o quarto, Braz ainda está adormecido de barriga para cima. Aproximo-me mais e mais para ver o espetáculo que é meu homem.

− Gostoso... — Falo baixinho.

Fico arrepiado tanto pelo ar condicionado gelado, quando por ver parte do saco dele que o short curto e desarrumado pelo sono deixou a mostra. Passo a mão no seu volume e dá para sentir seu cacete que está só um pouco duro, chamo isso de tesão de mijo. Esse macho abre meu apetite para uma mamada cedo, não tão cedo, pois são quase nove horas.

Talvez alguém não concorde, mas acordar com sexo oral faz o dia de um macho começar bem melhor. Pelo menos quando ele me acorda assim, eu sorrio mais e me estresso menos com coisas idiotas.

− Meu bicho peludo... – Falo, metendo a mão pela abertura do short que deixa uma das bolas a mostra.

Gosto de cafungar naquela parte do corpo, gosto do cheiro dele, não sei se convenço, mas o cheiro da rola dele parece um afrodisíaco. Não cheira tão forte, pois tomamos banho antes de deitarmos, ainda assim sua pele mais morena sempre exala um cheiro mais característico que a minha. Que tesão esse cara.

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