Ativo e Passivo - Meias meio sexys

Por Braz

***

Um homem em roupa íntima feminina é menos homem por isso?

Menos homem? Isso é antiquado de se dizer, em minha opinião.

Isso diminui um homem? Será? Sou um homem gay, nem melhor e nem pior que um homem hétero ou uma mulher.

Usar roupa íntima feminina é errado? É broxante? É desnecessário?

Foda-se.

Eu sou muito de boas com todas as questões que falam da liberdade. Nada conservador. Sou o maior entusiasta da causa chamada PAZ e começa-se pelo respeito, depois pelo entendimento, a sabedoria e culmina na harmonia.

Mas chega de meditação de chuveiro porque fui obrigado narrar isso daqui e tentei me colocar no lugar do Túlio quando lhe pedi com certo receio se ele topava usar uma meia arrastão. Achei que ia tomar um esporro "escorpiônico" daqueles diretos no meio da testa que quando não nos derrubam, deixam inconsciente por dias. Exageros à parte, deu medo sim. Ele é de lua. São Jorge me defenda sempre!

O que eu não esperava era ouvir:

— Por que não?

Quem já nos conhece e lembra-se de como o alemão foi no começo do relacionamento deve ter juntado a sobrancelha com estranheza e pensado:

"é só o jeito irônico dele"

"ah tá, logo o Túlio..."

"não vai rolar"

"essa eu quero ver!"

Eu mesmo tomei um susto que fiquei mudo por uns quinze minutos, com vontade de rir e dizer que era só brincadeira, mas ele me cutucou:

— Braz, tá com essa cara por quê? Eu nem falei nada. Tá chateado?

— Tô meio impressionado. Se não for brincadeira sua, acho que foi umas das maiores surpresas que veio da tua parte essa resposta.

— Sobre o que?

Pensei que era melhor não repetir, mas apertei o foda-se e mandei o "papo reto".

— Tu usaria mesmo a meia arrastão?

— Por que não?

Foi o que eu pensei que ele responderia só para a dúvida continuar. Ou poderia ser um sim que eu não estava aceitando bem?

— Tu não é o tipo de homem que achei que nessa encarnação, usaria uma peça de roupa feminina.

— As pessoas mudam, amor... — e para me desconcertar mais, o que é difícil, ele monta no meu colo de frente para mim, me beijando e pedindo uma troca. Lá vem... — Daí a gente não transa mais no sofá preto.

— Lá onde tu perdeu a virgindade pela segunda vez na vida?

— Precisa escrachar tanto? Sério, eu não me sinto à vontade, mas você é teimoso demais. É local onde pessoas trabalham, passam do lado de fora e podem escutar.

— Geme mais baixo que não tem problema.

— Nem tem como gemer com você tapando minha boca com força.

— Putz, não dá pra prometer isso. Tô sendo sincero contigo.

— Vou pensar no caso da meia... — quando o Túlio sorri, nesses onze anos, eu sinto uma pontadinha de insegurança sempre. Sorriso belíssimo mesmo com as linhas que se afundaram na bochecha e em volta dos olhos, que vem com a idade, é um cara charmoso que consegue melhorar a cada ano que passa. Meu Túlio é meu melhor vinho, que é a melhor bebida, perfeita combinação com qualquer prato ou momento. Esquenta os amantes, dá o toque final no clima que os aconchega.

— Desde que tu se sinta à vontade — eu falo tranquilo, afinal quero curtir algo que ele esteja curtindo comigo e se não rolasse, não mudaria nada entre nós. Quem sabe eu comeria ele no sofá preto de um jeito bem vulgar só pra ouvi-lo reclamando depois de gozar forte se estremecendo todo. Porque é assim que funciona.

Mas... eis que eu não senti movimentação de sua parte por duas semanas e um pouco ansioso tive que tocar no assunto. Me obriguei, claro.

— Seu Braz, o Túlio anda calminho, calminho. Tá dando Maracugina pro alemão?

— Isso ainda existe? — ele questiona a Itália que tá sempre provocando-o — Nossa! Eu era criança quando o Silvio Santos falava disso no Show de Calouros.

— Essa conversa na frente de uma pessoa na casa dos vinte não faz sentido nenhum. Não, Itália, são os "remedinhos da felicidade" que ele parou de tomar por conta em 2018. Vontade de surrar.

— Mas é horrível ficar meio apático o tempo todo.

— Toma Viagra.

— Itália!

Ele ficou vermelho e puto com ela. E... ameaçou levantar da mesa. E... encheu meus ouvidos depois como se EU, pobre coitado de mim, tivesse culpa. Eu fui o último a chegar na mesa pra tomar meu cafezinho da manhã com um leite bem gostoso, comer uma fruta, um pãozinho que a vecchia compra não sei onde, mas que é sempre do jeito que eu gosto, um copo de vitamina às vezes, qualquer coisa que deixe um taurino feliz de pança cheia e quase apanhei do Túlio.

— Que caralho, porque ela se mete tanto nesses assuntos? É nossa intimidade.

Dentro do carro ele esquenta minha orelha com sua brabeza em forma de reclamação.

— Amor, amor, calma.

Nada, ele não fica calmo e segue enumerando as muitas vezes que a mulher fez piadinha com nossa intimidade. Oh memória foda! E não me deixa dar a partida no carro enquanto está irritado.

— Se você dirigir não vai prestar a atenção em mim, pode ir esperando um pouco. Não adianta suspirar, Braz, a culpa é sua. Fica dando corda nesses assuntos.

— Eu nem abri a boca hoje.

— Pior ainda. Não fala nada.

— É pra falar ou não?

Daí ele fica mudo e me deixa de castigo. Ah umas palmadas no rabo pra endireitar esse homem. Levo um chute no saco se falar isso quando ele tá bravinho. Misericórdia. Aí durante o dia, o homem se acalma sob a influência do Davi que tem esse poder sobre ele. Calminho que eu nem deveria tocar no assunto, porém ao chegar em casa, Itália ainda está terminando uns detalhes antes de chamar o Uber e sou obrigado a falar discretamente com ela sobre o que incomoda o alemão.

— Não acredito que com ruga na cara, o homem ainda se ofende!

— Fala mais baixo, vecchia, depois eu que levo sarrafo nas costas.

Itália é de boas, dá risada quando conto as coisas que ela mesmo falou pra provocar, se afina de tanto rir, então me junto a ela e o alemão chega na cozinha desconfiado, entra e sai sério, daí ela fode comigo e grita:

— Dá um trato nesse homem aqui Túlio, ele merece porque te aguentar não é fácil, pelo amor de Dio. 

— Itália, assim tu estraga meu lado mais do que ajuda. — eu reclamo preocupado e o Túlio resmunga lá da sala que nunca faltou o respeito com ela... algo assim, nem entendi direito.

No fim, o próprio alemão leva a Itália pra casa, fica tudo bem, ela o abraça, "manda" ele ser bonzinho comigo e diz na sua cara que ele é muito revoltadinho, manhoso e cheio de barda. E... acrescenta que eu sou o culpado. Dois contra um, coitado de mim nesse meio.

Aí, de novo, passam uns dias, conversa vai, enche linguiça de cá, pá de lá e de novo eu ressuscitei a história da meia, porque não dá pra deixar morrer na casca essa ideia. Memória ruim não é o problema dele, mas a ruindade sim, então se ele não quer, não acontece. Eu fiquei tipo cachorrinho esperando cair um ossinho no chão por uns dias até que a peste diz: "já comprei a meia, quer ver?"

Só faltava eu infartar. Cair durinho no chão e estrebuchar na sua frente.

— Aham...

— Nem tá empolgado.

— Claro que sim amor.

— E por que você mesmo não comprou?

Ai não, não posso dar bronca agora nessa hora inacreditável. Eu estou passado, minha cara deve estar me entregando. Queria dizer: é só uma meia, grande coisa, mas é que ela tem um valor inexplicável na nossa vida, no nosso relacionamento. É o Túlio que tinha medo, vergonha de se assumir como bissexual ou gay no passado, que não aceitava muito quando eu usava pronomes femininos, que vivia confuso consigo, entre escolher assumir nossa relação perante a sociedade e ficar atrás da porta do armário vendo os outros serem felizes por se aceitarem e mandando quem não aceita pra puta que o pariu. 

A meia-calça preta ainda dentro da embalagem arranca um riso meu. Um riso sacana, minha cabeça ferve com a ideia de como ele ficará usando aquela peça.

— Comprou onde?

— Pedi pro Davi comprar com aquele amigo do sex shop.

Não tem problema como ele conseguiu e se contou pro seu BF, nem ligo, não sou nem 2% travado, o que importa é que ele vai usar em breve e vou abusar do alemão vestido nessa peça única e tão sexy na minha opinião. Eu acho um abuso de poder uma mulher com esse tipo de meia, imagine o macho bonito que chamo de meu.

— Nossa! Eu tô meio sem palavras...

2% travado, fiquei.

— Vou colocar pra você ver.

Calma, Braz. É só uma meia.

— É?

Túlio se levanta, tira a camiseta e a cueca na minha frente, no meio da sala de estar do nosso apartamento com a cortina arregaçada.

Bom, não tem prédio ali do lado, então segue...

Como se já soubesse como se preparar, ele enrola a meia, se joga quase deitado no sofá e ergue a perna para desenrolar a peça furadinha desde o pé, canela, depois repete com a outra perna levando a meia até no começo das coxas que ele veste enquanto mantém a expressão sacana e um leve sorriso. Para apimentar eu ligo a TV num canal de música, nem olho o que estou selecionando, pois meus olhos estão fixos na meia que o Túlio veste agora suas coxas bem lentamente.

I'll never be, Maria Madalena... ouvi isso de uma música qualquer, Túlio se levanta, arruma o saco e o pau dentro da peça, ajeita na cintura e quando me dá as costas, eu esqueço até onde foi parar o controle. Sim porque ele se ajoelha no sofá e afasta as pernas, provavelmente se tocando pelos movimentos.

— Ficou sexy atrás? — ele me olha sobre o ombro ao perguntar.

— Perfeito. — se eu tava ereto? Tava. Durinho da Silva Sauro. Apertei o cacete por cima da roupa, deu mais tesão ainda.

O provocador levanta mais o rabo e separa a bunda com a mão para mostrar o cuzinho depilado e delicioso, vulgar, sem pudor algum e de meia calça, é o alemão no momento. Mas quando seu dedo massageia ali, seguido por dois dedos inseridos no ânus sensível, ele geme com isso. Na altura eu já me masturbo ao olhar fascinado para a cena erótica e pornográfica. Sabendo de certeza que me tem nas mãos mais uma vez. Túlio passa a mão pela perna, acaricia a própria bunda e aperta com força a porção de pele da nádega esquerda.

Me levanto com o pau pra fora da calça social, gravata afrouxada, suado do dia inteiro como Túlio aprecia, ele banhado, cheiroso como eu gosto, caminho até aonde ele está meio ajoelhado, sou quase puxado pelo pau e sua boca encontra a minha, no beijo mais safado que sei que ele gosta. Mordo muito sua boca, sua mandíbula, pertinho da orelha, local que arranca seus suspiros, minhas mãos na sua cintura é posse, sua mão no meu caralho é provocação.

Desço as mãos por suas pernas, esfregando-as com força para sentir a textura dos fios que formam losangos vazados no seu corpo, aperto e estapeio um lado do rabão bonito e com um pouco de fúria mordo seu pescoço até que ele amoleça e gema excitado. Minha mão segura o seu pau e o puxa pra fora da trama preta que não lhe esconde nada. Sinto então quando ele rebola empurrando o corpo contra meu membro que o cutuca. Túlio se vira e me puxa pela gravata, me beija devolvendo a mordida que lhe dei, aceitando o apertão de minhas mãos que amassam seu rabo, quando me ajoelho e rasgo a peça para meter a língua no cuzinho, lavando aquele buraco, entrando, circulando com força, vendo-o apertar a almofada e dar suspiros de prazer. Até que ele vira-se e pede um boquete, enquanto acaricio suas coxas sob os fios da meia.

O tempo sem sexo, o tesão de me ver vestido ajoelhado entre suas coxas consigo dentro de minha boca, o fazer explodir numa gozada gostosa. E como se não bastasse, ele deita-se no sofá e ergue as pernas.

— Me come, seu gostoso...

— Tá louco, alemão. Tesão não...

Longe de mim, reclamar disso... a saliva tem sua utilidade quando a pessoa parece preparada pra dar com vontade. No começo rola aquela reclamadinha, ele afasta as pernas mantendo-as bem erguidas, apoia os pés no meu peito e se move um pouco quando fica confortável. Que delícia que é penetrar uma pessoa, que delícia... sinto um aperto delicioso, meio seco, às vezes meio incômodo, às vezes quase me leva a gozar quando seu interior dá aquelas contraídas. Começo a fodê-lo juntando mais saliva para escorregar melhor, vai ficando mais tesudo, ele geme um pouco, tenta enfiar o pé na minha boca, eu deixo, chupo cada dedo, ele ama. Cada vez que o tesão fica muito forte, eu diminuo o ritmo pra prolongar a transa, afasto mais suas pernas, meu cacete entra todo, meu saco encosta na sua bunda e bate nela quando pego com mais força.

— Dá gostoso, dá... — não dá pra mim, foder o Túlio nessa posição, olhando a meia que o veste, eu não aguento e gozo com vontade dentro dele, não tô nem aí. — Porra...

Alívio bom demais. Chega a perna treme.

O beijo pra deixar o clima mais romântico, Túlio me puxa pelo pescoço e deito sobre ele para curtir uma preguicinha boa com meu amorzão igualmente satisfeito.

— Rasgou a meia novinha... agora nem dá pra brincar disso outra vez.

— Eu compro quantas tu quiser.

Compro um contêiner disso, mas que vou querer mais, ah, meu querido, isso eu quero.


***

Oi pessoal queridoooo! 

Não ficou lá grande coisa, mas finalmente o alemão cedeu né... 

Obrigado por tudo♥♥♥

abaixo tem fotinho (cortada claro) do Túlio (Jessie Colter) de meia.

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